Cassie saiu em uma matéria do site Il Post da Itália, falando sobre “O Portador da Espada”.
Vem ver a tradução feita pela nossa equipe:
A escritora de fantasia americana Cassandra Clare usou o dialeto veneziano como linguagem de um reino de fantasia
No gênero da fantasia, muitas vezes os escritores inventam línguas ou sistemas de escrita inexistentes para fazer alguns personagens falarem: J.R.R. Tolkien, por exemplo, criou muitas línguas artificiais para o mundo de O Senhor dos Anéis. Outros autores, no entanto, usaram línguas estrangeiras existentes e a escritora americana Cassandra Clare, conhecida sobretudo pela série de livros dos Caçadores de Sombras na qual o filme Caçadores de Sombras – Cidade dos Ossos foi baseado em 2013, também o fez em seu novo romance, O Portador da Espada, no qual alguns personagens falam em dialeto veneziano. Publicado em italiano pela editora Mondadori em janeiro, O Portador da Espada se passa em um reino chamado Castellane, que faz fronteira com outro chamado Sarthe, onde se fala veneziano. O uso do dialeto no livro foi percebido por um usuário, cuja postagem foi então compartilhada por diversas outras pessoas, algumas divertidas, outras apenas surpresas.
Na tradução italiana — de Roberta Maresca e Alessandra Roccato — o trecho citado no post diz:
“Luisa olhava para ele, sorria e depois franzia a testa e disparava em um rápido sarthiano: Mì pensave che xéra el prìnçipe, el ghe soméja tanto.
— Ela achou que você fosse o príncipe — disse Vienne. — Diz que você se parece muito com ele.
Kel se virou para Luisa.
— Cosin.
Luisa sorriu seu sorriso banguela.
— Dove xéto el prìnçipe? Xeło drìo a rivar a zogar con mì?
Vienne pegou a bolsa da fonte onde Luisa a deixara cair.
— O príncipe não pode vir agora, querida, ele tem assuntos a resolver. Tenho certeza que ele preferiria estar brincando.”
Mais tarde a mesma personagem, uma princesa de doze anos, diz: “Ostrega! Xé tanto grando par dentro”, traduzido como “Nossa, é um lugar tão grande.”
Clare teve grande sucesso internacional entre os jovens leitores de ficção fantástica nos anos 2000 (seus romances foram traduzidos para diversas línguas europeias) e hoje conta com 560 mil seguidores no Instagram. O Portador da Espada é o primeiro de uma série de dois livros e é voltado para um público mais adulto.
Algumas línguas inventadas também aparecem no romance, assim como palavras hebraicas. A tradução do inglês para o dialeto veneziano das frases dos Sarthianos foi feita para Clare por Francesco Bravin. Bravin é membro da Language Creation Society, uma associação internacional de entusiastas de linguagem artificial — também faz parte dela David Peterson, o criador da língua Dothraki de As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, na qual a série de TV Game of Thrones é baseada.
Às vezes escritores ou produtores de séries de TV contatam a associação para aconselhamento e foi isso que Clare fez para O Portador da Espada, neste caso pedindo traduções para occitano, veneziano ou francês antigo. “Sugeri o milanês e o friulano como alternativas”, diz Bravin, “mas no final optamos pelo veneziano”.
“O Portador da Espada”, é o primeiro livro de Cassie de fantasia adulta, já foi lançado aqui no Brasil e vocês podem comprar ele clicando AQUI.
Fonte: [x].