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Evento de Cassandra Clare na Espanha!

Em um evento dia 12 de julho na Espanha, em diculgação a publicação no país de “O Portador da Espada”, Cassandra Clare falou bastante sobre todos seus livros e séries – e até a sua futuro duologia “In fire foretold”. O evento foi transmitido pelo youtube e não como temos autorização para baixar e legendar, fizemos um resumo de todo vídeo e todas informações que Cassie deu.

Agora se preparem porque temos o titulo do 3º livro da série “As Crônicas de Castellane”, informações sobre o começo de “The Wicked Powers” e até sobre o conto de Matthew Fairchild que estará nos livros da campanha do kickstarter – (você pode entender melhor clicando AQUI e vendo um video resumido).

O Último Rei das Fadas”, o 1º livro da trilogia “The Wicked Powers” (“Os Poderes Perversos”) será publicado em inglês entre março e junho de 2026. Aqui no Brasil, a Editora de Cassie, a Galera Record, ainda não divulgou nada sobre a publicação. Os 3 livros dessa série se chamarão, em ordem: “The Last King of Faerie” (“O Último Rei das Fadas“, em tradução livre), “The Last Prince of Hell” (“O Ultimo Príncipe do Inferno“, em tradução livre) e “The Last Shadowhunter” (“O(A) Último(a) Caçador(a) de Sombras“, em tradução livre).

Já em “As Crônicas de Castellane”, o 1º livro se chama “O Portador da Espada” e o segundo livro se chama “The Ragpicker King” (levando-se em conta a tradução do 1º livro, se chamará “O Rei dos Ladrões”). O livro já está em pré-venda em inglês para 04 de março de 2025 e você pode garantir o seu clicando AQUI. Já “O Portador da Espada”, você pode garantir com brindes clicando AQUI.

Confiram tudo, lembrando que vocês podem ver o vídeo em inglês no final da página.

– Cassie falou sobre as mudanças que escrever os livros do mundo das sombras trouxeram pra vida dela, que ela não esperava ter uma fã base tão grande e que ela já passou por tudo nesses anos todos, com todos os projetos envolvendo os caçadores de Sombras: os livros, o filme, o seriado, que tudo isso foram altos e baixos na vida dela e que ela pensou que poderia cansar algum dia de escrever sobre esse mundo, mas que isso nunca aconteceu.

– Ela deu uma pequena explicação sobre “O Portador da Espada“, sobre o mundo que se passa e os personagens.

– “Seu trabalho é basicamente ser assassinado“, foi o que ela disse sobre Kel.

– Cassie disse que “O Portador da Espada” foi um livro bem diferente pra criar um mundo completamente do zero, não só pegar o mundo real e adicionar magia. Ela disse que escrever esse livro foi uma grande aventura.

– Cassie falou que a ideia de “O Portador da Espada” surgiu em 2017, quando estava em um retiro de escrita na Itália com as amigas. Cassie falou que nesse retiro ela estava terminando “Senhor das Sombras” e quando tinha terminado, ela começou a rascunhar novas ideias e então mostrou para Leigh Bardugo e Holly Black e as duas incentivaram ela a continuar a desenvolver essa ideia.

– Quando falou com sua editora sobre a ideia de escrever um livro de alta fantasia adulta, a resposta dela foi: “Bom, eu não sei se você sabe, mas as pessoas que começaram a ler seus livros lá no início com 15 anos já estão com 30 agora“. Ela falou que sabe que muitos dos seus leitores são adultos agora, então desenvolveu o livro por muitos anos antes de começar a escrevê-lo realmente.

– Cassie disse que a primeira coisa que começou a trabalhar no mundo de “O Portador da Espada” foi a cidade em que o livro se passa e que ela sabia desde o inicio que queria que Castellane fosse uma cidade porto para serem feitas trocas e com isso criou as doze famílias, que são as donas do direito de venda das coisas (seda, temperos, etc) e que com isso sabia que o mundo do livro seria com essas 12 famílias extremamente ricas e o Rei, todos um contra o outro porque todos querem o poder e que a questão do livro é: “O que as pessoas são capazes de fazer por poder e se é possível ter poder e ainda ser uma boa pessoa”.

– Cassie não conhecia George R. R. Martin antes dele ler “O Portador da Espada“, mas que é comum as editoras mandarem os livros para outros autores antes de publicar para receber um feedback e que ela não fazia ideia que mandariam pra ele, e que acreditava ele nunca teria tempo de ler. Ela disse que ficou chocada que George gostou do livro e que ela estava na casa de Holly Black quando soube e que não conseguia nem falar.

– Cassie disse que quando eles se encontraram pra fazer o evento juntos, George contou pra ela muitas fofocas dos bastidores de “Game of Thrones” e que ela não vai contar (!!!), mas que o que ela iria contar é que no caminho pra ir até a livraria onde ia encontrar com ele, ela passou por um trem pintado para parecer um dragão e quando comentou isso com o editor dela, ele falou que o trem era de George.

– Contou que ficou frustrada enquanto escrevia o livro porque é dividido em dois pontos de vista de duas pessoas que ficavam bastante tempo sem se ver e ela tinha que conseguir entrelaçar o que cada um deles sabia para chegar ao final no mesmo tempo. Chegou a se perguntar bastante porque não colocou só um ponto de vista ou então dez, pra não ficar com a impressão de que não tinha uma explicação para Kel ou Lin estarem em alguma cena.

– Falou que teve problemas com o mundo que criou por ser diferente do mundo das sombras onde os livros se passam em cidades reais, que ela sabe que os leitores sabem como as cidades são, sabem como restaurantes e carros funcionam, mas que não dá pra presumir que os leitores saibam disso na alta fantasia, tudo tem que ser explicado e que isso tem que ser feito de uma forma que não pareça que você está só dando uma aula ao leitor.

– Cassie disse que leu bastante livros de alta fantasia para saber como explicar direito uma história sobre pessoas e falou que todas as primeiras vezes são assustadoras. Que escrever o primeiro livro dela foi assustador, que a primeira vez escrevendo sobre “As Peças Infernais“, que é um livro histórico, também foi assustador e que “O Portador da Espada” foi assustador do mesmo jeito. Cassie falou que passou muito tempo caminhando pela casa se perguntando porque tinha começado a fazer algo assim e porque ão um livro de fotografias – que seria mais fácil.

– A moderadora pediu para Cassie falar alguma memória que ela tinha sobre os eventos dos três primeiros livros e Cassie perguntou se era uma memória boa ou uma ruim. “Boa? Então não é sobre quando alguém vomitou em mim num evento de lançamento?“, brincou.

– Cassie disse que quando lançou o primeiro livro, ninguém foi vê-la nos eventos e quando lançou o segundo teve umas 15 pessoas. Mas que quando chegou em Toronto pro lançamento do terceiro ela ficou chocada porque tinha mil pessoas lá. Ela disse que foi depois disso que ela notou que a vida dela seria diferente, então ela foi pra casa e se demitiu do serviço.

– “Eu passei muitos anos escrevendo “As Últimas Horas”, depois fui para “O Portador da Espada” e agora tive que voltar e reler “Os Artifícios das Trevas” e eu fiquei ‘Meu Deus, esse livro realmente termina em um gancho’.

Os títulos de “The Wicked Powers” são “The Last King of Faerie”, “The Last Prince of Hell” e “The Last Shadowhunter”… você pode nos dizer o que está acontecendo aqui? Eu preciso ligar pra minha terapeuta? Você pode nos falar sobre isso, sobre o que é essa trilogia, nos dê uma pequena explicação, por favor.

Para aqueles que leram “Os Artifícios das Trevas”, essa trilogia começa 3 anos depois do final de TDA. Nós sabemos que as coisas estão meio ruins no mundo dos Caçadores de Sombras. Teve uma grande divisão, todos em Idris colocaram um muro para se separarem do resto dos Caçadores de Sombras. Então Alec Lightwood está meio que liderando o “mundo livre” dos Caçadores de Sombras, mas estão faltando todas essas pessoas e eles não sabem o que os outros estão fazendo lá dentro. Eles continuam tentando descobrir, mas eles não tem a menor ideia, está tudo bloqueado, então é um segredo. Enquanto isso nossa história se foca em Dru, que é a irmã mais nova de Julian Blackthorn e Ty Blackthorn, seu irmão, e Kit Herondale que é um Herondale e que também esteve nos “Artifícios das Trevas” e tem uma herança muito complicada. Eu estou tentando ter cuidado com o que eu vou falar… nós sabemos que o Trono das Fadas meio que está livre para Kit ou Ash Morgenstern, que é o filho de Sebastian Morgenstern, irmão de Clary. Os dois tem meio que um direito a “reivindicar” o Trono das Fadas. Então tem uma confusão sobre quem ficará com o Trono. E nós também temos a versão malvada de Jace que está agora no nosso mundo e quer muito Clary. Ele quer que ela o ame, quer ter ela de volta, mas ele tem outros planos também, planos maiores para o mundo e eles não são, bem, não estamos surpresas de saber que esses planos não são muito bonzinhos. Então logo no início do livro, algo acontece, algo ruim e Dru precisa ir até o reino das Fadas, não posso dizer exatamente o por que. E Kit e Ty são jogados nessa situação onde Ty vai até Kit e diz que Kit é a única pessoa que pode ajudá-lo. E Kit ainda está bravo com Ty, ele está bravo por 3 anos já, então eu acho que ele guarda rancor, mas ele entende que isso é importante, por isso aceita ajudar, mas depois disso não quer mais saber dele. Então todos estão resolvendo algo: Dru está em uma investigação, Kit e Ty estão em uma investigação, todos estão procurando pela solução dessa coisa que está acontecendo.

Qual personagem você mais gosta de escrever nos dois mundos, dos Caçadores de Sombras e de o Portador da Espada? Você só pode escolher um de cada saga.

Eu acho que eles não são tão diferentes assim… no mundo dos Caçadores de Sombras é Magnus. Magnus está sempre se divertindo e em “O Portador da Espada” é o Rei dos Ladrões, que não é tão diferente de Magnus na verdade e eu acabei de me tocar disso: os dois são misteriosos, são poderosos, os dois juntam pessoas na volta deles, então claramente eu tenho uma queda por personagens assim.

Qual personagem do mundo das sombras seria um bom Portador da Espada?

Jace… eu acho. Pra ser um Portador da Espada você tem que ser um guerreiro muito bom, um bom lutador, rápido e não fazer muitas perguntas. Julian seria meio que “eu não quero fazer isso, não parece uma boa ideia”.

Ele fugiria com Emma, né?

Com toda certeza. E Jace eu acho que faria, ele foi meio que criado desse jeito.

Última pergunta: quais personagens de Portador da Espada seriam parabatai?

Connor e Kel, acho que é bem óbvio. Eu olho pra eles e penso que eles não são exatamente iguais Will e Jem, mas tem coisas neles que me lembra dos dois, eles cresceram juntos, se conhecem desde pequenos, eles se amam desse jeito em que eles entendem um ao outro de um jeito que ninguém mais consegue entendê-los. Eu acho que eles definitivamente seriam parabatai.

[PERGUNTAS DO PÚBLICO]

Eu tenho duas perguntas: você vai explicar a árvore genealógica dos Caçadores de Sombras?

Eu decidi que nunca mais vou fazer uma árvore genealógica para os Caçadores de Sombras até eu terminar de escrever esses livros e nunca mais escrever nenhum, porque me deu muita dor de cabeça e eu percebi que foi um erro enorme porque você se prende em algo que você nunca tinha pensado antes como uma história. Eu criei a árvore genealógica e não estava pensando naquelas pessoas como pessoas e depois quando elas viraram pessoas, elas não queriam fazer as coisas que estavam na árvore genealógica, então eu tinha que dizer que estava errado e eu não quero fazer isso com as pessoas de novo, por isso agora só quando terminar os livros.

Segunda pergunta é: você nos fará sofrer com Alec e Magnus como nos fez sofrer com Tessa e Will?

Bom, não exatamente da mesma maneira por que… eu não quero repetir a mesma história. Mas eu entendo que Alec e Magnus tem o mesmo problema, que é que um deles é imortal e o outro não. Esse é um problema que nós temos e vocês sabem que eu não gosto de fazer as pessoas serem imortais para resolver problemas assim. Então nós vamos ter que ver como isso se dará. Não posso prometer que você vai sofrer do mesmo jeito, mas se você sofrer, será de um jeito diferente!

Eu li todos os livros dos Caçadores de Sombras por todos esses anos e eu vou me focar em “The Wicked Powers”. Eu gostaria de falar sobre Dru, ela é uma das minhas personagens favoritas e eu queria saber o que podemos esperar dela, se vai acontecer algo com ela, se puder nos falar, com Ash, qualquer coisa que puder falar…

Ash sabe sobre Dru, nos sabemos disso por causa de “Os Artifícios das Trevas” e ele pode ser meio que obcecado com ela, ele carrega consigo uma imagem dela que Julian desenhou, mas não acho que ele contaria isso para Dru. Eu gosto deles porque eles são bem diferentes e Dru é… estou pensando em como falar isso sem um palavrão… diria que é uma personagem que não leva desaforo pra casa. Ela é muito confiante, ela é muito engraçada e ela não tem tempo para nada que ache que é mentira ou bobo ou ilegítimo, então quando ela está com Ash, ela está constantemente cortando ele, porque ele tem todo esse negócio de ser um príncipe das Fadas e tudo mais e ela não tem tempo nenhum pra nada disso. Então ela fica o tempo todo abaixando o ego dele e implicando com todas as coisas que ele aprendeu com a Rainha Seelie e com Janus, que é meio que uma figura paterna pra ele. Eu acho que ela é uma boa influência pra ele, mas entre eles há também bastante implicância e discussão, então não posso dizer que eles começam na mesma página, mas todos nós sabemos o que pode acontecer nisso. Eu amo Dru, ela é uma personagem bem divertida de se escrever, eu amo o quanto ela é confiante e o quanto ela não aceita nenhuma bobagem de ninguém. Esse é o tipo de pessoa que eu sempre quis ser, então eu gosto de escrever personagens assim.

Eu não conheço o mundo das sombras faz muito tempo, eu comecei os livros em novembro e terminei eles mês passado. Eu gostaria de te perguntar sobre Matthew Fairchild. Ele é um dos meus personagens favoritos e ele é o tipo de personagem que eu amo muito. Ele é cheio de luz e ele gosta de se aparecer, mas por dentro, ele carrega seus problemas e suas dúvidas. E eu gostaria de saber como você escreve esse tipo de personagem.

Matthew… eu tenho pensado muito nele porque eu estou editando o conto que está em um dos livros da campanha do kickstarter. Esse conto é seguindo Matthew depois de “As Últimas Horas” e é a primeira vez que eu escrevo algo no ponto de vista dele, então tem sido bem interessante parar e pensar mais sobre como ele pensa. Nós sempre vimos ele pela visão dos outros e eu acho que para um personagem como Matthew é interessante escrever um personagem que não é perfeito e também, eu espero, que cause simpatia. Matthew fez uma escolha muito terrível, então a história de Matthew é sobre aprender a se perdoar. E Matthew faz isso, eu gosto de pensar que ele consegue fazer isso com ajuda dos amigos e das pessoas que o amam. Então pra mim tem algo que é muito importante sobre essa história. Eu não queria que Matthew fosse salvo por um romance, eu queria escrever um personagem que foi quebrado de alguma forma e aprendeu como se curar com ajuda dos amigos e da família. E agora nós estamos fazendo esse conto onde Matthew tem realmente um romance. É legal saber que Matthew agora está em um momento em que ele pode ter um romance porque ele já está curado.

Dizem que a terceira vez é a da sorte. Então nós vamos ter mais uma tentativa de adaptação do mundo das sombras? Talvez de “As Peças Infernais”? Qualquer uma?

O que será que podem fazer.. uma novela de rádio? Ou com fantoches? Eu não sei. Eu tentei falar com as pessoas em Hollywood sobre isso. Eu vendi os direitos da adaptação de “O Portador da Espada” rapidamente e o problema é que a companhia que comprou “Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais”ainda tem os direitos, então quem decide se vai ter mais uma adaptação ou não e eu acho que depois de ter um filme e então um seriado de TV…. e também agora em Hollywood todos com quem eu converso sobre isso, a resposta é: ah, Young Adult, ninguém quer Young Adult. Eles simplesmente ignoram todos os seriados fantásticos que são Young Adult. Então quando eu mostro pra eles, eles sempre arrumam alguma desculpa. Se eu falo “é Sombra e Ossos”, a resposta é que não é um livro YA e eu respondo que na verdade é sim. Eu acho que eles fogem da ideia de fazer YA, nenhum deles quer necessariamente fazer algo que soe como a ideia de uma série adolescente, então esse é o maior problema que eu tive para falar com as pessoas sobre “As Peças Infernais”, e também porque é histórico e coisas históricas são mais caras. Eu acho que essa é uma daquelas coisas que temos que deixar o projeto em pause para esperar por alguém que seja realmente apaixonado sobre, que queira fazer.

Eu queria saber sobre “O Portador da Espada”. Nós vamos ter dois livros? O segundo livro chama “The Ragpicker King”? Nós vamos ter mais livros?

Minha ideia é fazer quatro livros. O segundo livro será lançado no início do ano que vem e de chama “The Ragpicker King”, então acho que vocês podem imaginar que é um pouco mais focado no Rei dos Ladrões. O primeiro chama “O Portador da Espada”, o segundo “The Ragpicker King” e o terceiro será “The Bones Conjurer”, então sim, eu estou planejando mais livros.

No caminho para cá hoje, eu me dei conta que “Princesa Mecânica” foi lançado em março de 2013, foi o primeiro livro que eu li em inglês sem ser obrigação e eu aprendi inglês graças a esse livro, graças a você, obrigada. Eu tinha 13 anos quando comecei a ler seus livros e agora estou com 25, e eu gostaria de saber: como você se sente sobre como estará quando terminar esse mundo? Eu me lembro quando anunciou “The Wicked Powers” e o que você espera do futuro e mudar para a Alta fantasia. Eu gostaria de ler mais livros seus e por que “O Portador de Espadas” é diferente dos livros dos Caçadores de Sombras?

Você está certa sobre “The Wicked Powers”, eu tenho falado faz algum tempo sobre ser o final do mundo das sombras. E eu ainda penso que esse é o plano, que esses serão os últimos livros, então por isso tem esses títulos. É esquisito trabalhar em algo e pensar que essa será a última vez, então eu tento não pensar nisso muito. Mas também não significa que eu quero parar de escrever, então eu gostaria de escrever mais sobre o mundo de Castellane. Também quando eu vendi “The Wicked Powers” para a editora, eu vendi outros dois livros que são Young Adult de outra série, então eu vou e volto para escrever fantasia YA que foi onde eu comecei. Então eu estou animada sobre isso também e eu diria que a maior coisa sobre “O Portador da Espada”, que foi mais diferente, é a idade dos personagens, de uma forma que eu me reconheço neles. Eu me reconheço nos meus personagens adolescentes porque eu mantenho uma lembrança bem vivida do que era ser uma adolescente e isso está sempre na minha mente quando estou escrevendo YA. Quando estava escrevendo “O Portador da Espada”, eu tinha que acessar uma parte diferente das minhas memórias porque esses personagens tem 24, 25 anos, então eles estão preocupados com coisas tipo o trabalho deles e coisas tipo assassinos e mortes e envenenamentos, roubos, como se isso fosse um trabalho e quando eles se apaixonam não é necessariamente o primeiro amor, eles podem já terem estado apaixonados antes, talvez eles já conheçam o amor deles, mas não é aquele tipo de emoção de primeiro amor que eu geralmente escrevo. Para mim só foi diferente acessar esse momento diferente na vida das pessoas e a forma diferente com que eles pensam e como eles reagem.

Primeiro obrigada por toda diversidade que você coloca nos livros, isso é muito importante pra mim. Lin é uma personagem forte, ela é empoderada, ela luta para ser uma médica em um mundo de homens. Qual foi sua inspiração para escrever essa personagem tão empoderada?

Lin é o tipo de garota que eu gosto de escrever, que está sempre seguindo em frente, se recusa a aceitar as coisas como são, o que é algo que me identifico bastante. E toda vez que alguém diz a ela que não pode ser uma médica porque é uma mulher ou que ela não pode sair dos muros da cidade em que ela vive porque ela é uma ashkar, que ela não pode fazer isso ou aquilo, que ela não pode pegar os livros que ela precisa para curar sua amiga, ela briga com eles. Eu escrevi muito desse livro no meio da pandemia e eu acho que, para mim, tinha algo sobre alguém que está em um mundo em que as coisas não fazem sentido para ela, onde as regras, preconceitos e intolerância não fazem sentido para ela, e ela está sempre se erguendo e lutando que foi realmente atraente especialmente naquele momento específico e tentei colocar isso em Lin. Então eu fico feliz que gostam dela.

Nós falamos sobre os caçadores de Sombras, as Crônicas de Castellane, mas eu gostaria de fazer duas perguntas. A primeira é: em “In fire foretold”, sobre esses dois livros, sobre o que eles são? É um mundo diferente ou relacionado com Castellane?

A série é YA, não é relacionada a Castellane e nem relacionada com os Caçadores de Sombras. É um livro completamente diferente, que começou como um contos maior que eu estava escrevendo e se transformou em um livro, é claro, porque tudo que eu escrevo fica grande. É meio que uma “fantasia de portal”. Essa história começa com uma garota, uma criança e ela é filha do mágico da casa do rei. O que claramente é um mundo de alta fantasia que não é nosso mundo. Então descobrem que ela tem um poder que ela não devia ter, que é muito perigoso se alguém descobrir, e o pai dela, o mágico, abre um portal e joga ela pelo portal para o nosso mundo. Ela cresce em nosso mundo, sem nenhuma lembrança do lugar de onde ela veio, nenhuma lembrança de magia e de seus pais e nem nada assim. Ela não sabe de onde veio e o que ela sabe é que foi encontrada perambulando pelas ruas quando tinha 6 anos, sem nenhuma memória de onde veio. E tudo continua assim até coisas estranhas começarem a acontecer na vida dela e ela acaba indo para uma biblioteca perto da casa dela e enquanto está lá um monstro grande aparece e ao mesmo tempo um homem em um cavalo aparece e diz que se ela quiser sobreviver tem que ir com ele, que eles vão para outro mundo. Esse é o começo do livro. Nós a levamos de volta para o mundo de onde ela veio, nós descobrimos o que acontece naquele mundo, quem esse cara é, quem os outros caras são, o que aconteceu com a família dela, qual é o poder dela, como pode ser útil no reino que está em uma situação perigosa. É bem interessante pra mim essa mistura entre os caçadores de Sombras e Castellane porque metade se passa em um mundo de fantasia e a outra metade se passa no nosso mundo, mas esses mundos são separados no meio e apenas poucas pessoas conseguem passar entre eles.

A segunda pergunta é: nós não temos ainda Contos da Academia e Fantasmas do Mercado das Sombras ainda. Nos adoramos George e não temos ele em espanhol ainda, então você pode nos falar sobre o que podemos fazer?

Eu não sei… oh, você não tá falando de George R. R. Martin, eu achei que você estava falando dele em espanhol e eu estava pensando que isso não era possível. Entendi, vocês não tem George Lovelace e eu sinto muito sobre isso. Vocês vão ter que incomodar a minha editora aqui, a Planeta e dizer que vocês querem os livros em espanhol e querem que publiquem aqui e que vocês aceitam se publicarem com a capa normal, né? Eles provavelmente vão. Então diga a eles que vocês querem e quanto mais pessoas pedirem, eles publicam.