26.03

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Cassandra Clare esclareceu algumas dúvidas quanto a uma cena específica de Princesa Mecânica. A grande amiga de Cassie, Holly Black, também resposta à mesma pergunta feita por um usuário do tumblr. O texto, obviamente, contém spoilers bastante fortes, então, leia-o por sua conta e risco. 😉

Princesa Mecânica: Perguntas e respostas (spoilers), com a convidada Holly Black.

Falemos sobre S-E-X-O, queridos.

Com um post especial da convidada Holly Black.

Spoilers de Princesa Mecânica.

Estava ao telefone com Holly Black enquanto trabalhava na minha resposta para essa pergunta e ela tinha tanto a dizer sobre esse tópico que eu disse a ela que ela deveria escrever seu próprio post. E ela o fez. Achei que poderia ser interessante ouvir o que uma das minhas parceiras de crítica tem a dizer, mas que, ainda assim, opina do ponto de vista de um leitor, e não de um escritor.

Depois da resposta dela, vem a minha.

Alerta para menção de estupro.

“A única coisa que me incomodou durante a leitura de Princesa Mecânica e tem me incomodado desde estão é a cena de sexo entre Will e Tessa logo depois que o Jem “morreu”. Eu torço por Jem e Tessa, sim, mas também ouvi de pessoas que torcem por Will e Tessa que eles tinham sentimentos contraditórios sobre o que Will e Tessa fizeram logo depois da “morte” de Jem. Antes do Will ir embora, o Jem disse a ele (ele não pediu isso a Will, ele DISSE a ele) para que Will não deixasse que ele, Jem, ficasse entre o amor de Will por Tessa e qualquer felicidade que eles pudessem alcançar. Mesmo torcendo por Tessa e Jem, fico muito feliz por Will e Tessa e pelos muitos anos que eles tiveram para construir o romance deles (foi algo que eles nunca tiveram a chance de fazer antes de Princesa Mecânica, por isso que eu nunca tinha torcido por eles antes; quem poderia dizer que eles eram compatíveis, sabe?) Embora eu esteja feliz por eles, achei aquele sexo simplesmente errado. Parece que não era o momento apropriado. O Will sabia que o Jem basicamente tinha dado permissão a ele para ficar com Tessa, mas pelo o que eu entendi, a Tessa não sabia disso. Nunca vimos a Tessa descobrir que o Jem havia decidido torcer por Will e Tessa, em vez de se sentir profundamente traído e de ter terminado o noivado deles (que era o tipo de reação que ela deveria ter esperado irracionalmente, não?) E o Jem havia, literalmente, acabado de “morrer”. Foi dito que Will e Tessa conversaram muito, muito tempo enquanto ela chorava por horas, mas não acho que o Will teria dito “oh, aliás, seu falecido morto disse que podemos ficar juntos, então, vamos pra cama?” (o que, ironicamente, foi o que aconteceu). Mas não sei ao certo, claro, uma vez que só estou lendo suas palavras. Então, você pode responder isso pra mim? A Tessa sabia que o Jem havia descoberto e que não se sentia profundamente traído, o que teria tornado as coisas, de algum modo, melhores, porque você está certa ao dizer que seria muito errado que a Tessa ficasse de luto por Jem (deixaria Jem chateado, mesmo como um shadowhunter, vê-la dessa maneira), só para que eu possa entender melhor. Naquele momento, só parece que a Tessa não deu muita bola para a morte do Jem, ponto, enquanto eles transavam. Posso estar sendo tendenciosa, então se eu estiver completamente errada, por favor, me diga. Eu entendo que era um momento tenso. Eu entendo que eles provavelmente choraram até não poder mais (creio que até Will tenha chorado ao ver o jeito que a Tessa se desesperou). Eu entendo que, devido a isso, eles provavelmente nem conseguiam pensar direito. Mas de algum modo, isso não parece justificar o que eles fizeram (o que não foi totalmente errado, mas na hora errada, então parece errado de qualquer modo). Eu também entendo que a Tessa se sentiu realmente culpada depois, mas sério, o que passava pela cabeça de Tessa quando o Will perguntou se ela realmente queria dormir com ele? E na cabeça dele, também? Quero dizer, o Will também não teve tanto tempo assim para lidar com a morte de Jem, e mesmo assim, lá estavam eles, tirando as roupas e até mesmo fazendo piadas sobre isso depois, como se tivessem esquecido que o Jem havia acabado de morrer. Foi só luxúria que se manifestou de uma maneira desesperada do amor deles naquele momento (não quero desprezar o amor que eles sentem, mas eles estavam reprimindo o que sentiam por tanto tempo, que eu realmente posso ver sexo sendo uma consequência do desespero que sentiam por manter isso reprimido, o que não é errado da parte deles)? Eu me lembro de ler que o Will segurou a Tessa por horas enquanto ela chorava e enfrentava o luto (por isso que digo que a Tessa não sofreu nada, (como várias pessoas estão falando, chamando-a de vadia e tudo mais, o que é simplesmente ridículo), só que é errado trocar tão rápido da ação de chorar por Jem para transar com Will.) Se eu fosse a Tessa, eu provavelmente teria pedido aquele beijo também (se eu amasse o Will tanto como eu amei o Jem), mas o sexo simplesmente parece passar dos limites naquele momento. Quero dizer, a pessoa que você respondeu antes disse que beijar Jem depois da morte de Will desrespeitou a memória dele, mas isso é muito pior. Não sei se é apenas minha opinião parcial ou se as pessoas que torcem por Will e Tessa estão tão cegas que não conseguem ver que não era, exatamente, o momento certo (ou apenas eu estou cega por torcer tanto por Tessa e Jem?) Estou tendo um lapso de julgamento por causa da minha preferência por Jem, ou estou certa de sentir que o sexo entre Will e Tessa foi errado? É algo que me incomoda muito. Sinto como eu devesse estar feliz, e que deveria desconsiderar uma coisa que eu não gostei no livro perto de todas as outras coisas que eu amei, mas naõ consigo relevar o quanto essa cena me parece errada, então estou aqui escrevendo um email sem importância. Além disso, preciso acrescentar que Princesa Mecânica foi brilhante, e que você é realmente uma escritora maravihosa (salve a Rainha). – weliveandbreatheshadowhunters

Holly Black:

A Cassie me pediu que escrevesse esse post porque eu falei sem parar por uma meia hora com ela no telefone sobre isso até que ela “entrou em um túnel” e o sinal caiu. Claramente, como ela disse, eu tinha muito a dizer. Obviamente, como eu não escrevi esses livros, eu não sei o que a Tessa realmente pensou naquele momento quando ela decidiu dormir com Will. Mas o que eu espero que ela tenha pensado, e o que me faz amar tanto essa cena, é que me parece que, naquele momento, a Tessa parou completamente de pensar. Não é que ela tenha feito uma boa ou uma má escolha. Naquele momento, parece que ela decidiu sem pensar.
Durante a série d’As Peças Infernais, a Tessa tentou muito não magoar ninguém. Ela preferiu se calar a revelar sua angústia interior. Ela amava tanto esses dois garotos que ela estava sempre procurando maneiras de manter os corações deles à salvo, de causar o mínimo dano possível à amizade deles, e de nunca, nunca, mostrar sua própria dor.
E então o Jem morre e – boom! – ela se vira e dorme com o Will.
Loucura, não é? Sim, completamente insano. E, para mim, absolutamente perfeito, uma evocação do luto. Na verdade, não acho que exista nenhuma outra coisa que a Tessa poderia ter feito que me mostrasse exatamente o quanto ela amava o Jem do que dormir com o Will.
Por que, você pode perguntar? Porque foi uma loucura. Porque ao fazer isso, ela estava deixando de lado todos os seus valores vitorianos de lado, todas suas ideias sobre o que é ser uma pessoal de moral e certinha e boa. Ela deixou de lado todas as responsabilidades dela e todas suas emoções cuidadosamente controladas. Ela estava em um choque de luto e, provavelmente, um pouco niilista. Lembram quando Will descobriu que o Jem havia morrido e seu luto niilista fez com que ele saísse na chuva e socasse um lobisomem? Bem, Tessa não tinha lobisomens para socar. Ela tinha isso.
Agora, não quero dizer que não havia muitas razões boas e lógicas para que ela dormisse com o Will quando ela o fez. Ela o amava, o que era uma grande razão para dormir com ele. Em segundo lugar, o Will poderia ter morrido quando Mortmain os descobriu, o que iria acontecer quando, propositalmente, ela seria arrastada para casar. Em terceiro lugar, “casamento” com Mortmain teria envolvido estupro matrimonial (já que ele estava planejando que ela desse filhos a ele) e dormir com Will era uma oportunidade de ter o que poderia ser a primeira e última experiência positiva com sexo.
Mas as razões corretas e lógicas não são tão interessantes para mim quanto as menos corretas e menos lógicas.
Minha irmã mais nova morreu com 23 anos. Eu lembro de ter sido a anfitriã de ser velório (na véspera de Ano Novo) e ficar sentada no chão da minha cozinha, rindo até meu estômago doer, até minha garganta ficar roca, com lágrimas descendo pelas minhas bochechas, enquanto na outra sala, um dos amigos dela não parava de socar a parede, até acabar fazendo um buraco. Outras duas pessoas entraram em uma briga de socos e precisaram ser separadas. Nós enlouquecemos com o luto, ficamos em um estado selvagem. Nada importava mais, porque ela havia morrido.
Para mim, a maior e mais interessante razão para a Tessa ter dormido com o Will foi porque o Jem morreu. Porque o Jem estava morto, nada mais importava. Ela deixou tudo pra trás. Ela desligou a parte do cérebro dela que pensava, a parte cuidadosa do cérebro dela e fez algo tão inesperado que os leitores – e talvez até mesmo o Will – recuaram um pouco, admirados e assustados, ao mesmo tempo. Ela estava louca com o luto. Ela estava se afogando nele. Respeitar a memória de alguém e tudo mais pode vir mais tarde, junto com a culpa em relação aos valores, ao tempo aproprieado e à posse, mas a angústia do luto recente é muito crua e terrível para ser tão domada assim.

Minha resposta.

“O Will sabia que o Jem havia deixado que eles ficassem juntos, mas pelo o que eu percebi, a Tessa não sabia. Nunca vimos a Tessa descobrir que o Jem havia decidido torcer por Will e Tessa.”

A Tessa não precisa descobrir (tenho vontade de rir quando penso na ideia do Jem falando a palavra “Wessa”) que o Jem iria apoiar a ideia de ela e Will ficando juntos, porque ela já sabe disso. É por isso que ela nunca contou a ele sobre os sentimentos de Will: porque ele teria tentado se retirar graciosamente do caminho, deixando Tessa numa posição em que o Will não ficaria com ela por causa do Jem e que o Jem não ficaria com ela por causa do Will, e todos estariam infelizes. Era o dilema dela ao final de Príncipe Mecânico. Por que o Will precisa contar a ela algo que ela já sabe?
“Ela não conseguia contar o número de vezes em que ela disse a ele que sentia muito nas últimas foras, enquanto eles compartilhavam as histórias do que havia acontecido com eles desde a separação deles no Instituto” – Princesa Mecânica – Nós sabemos que Tessa e Will sentaram e conversaram e choraram e se confortaram durante horas, então nao vejo razão para presumir que Will tenha dito a Tessa que o Jem sabia que o Will gostava dela e, por mais que ele nunca teria dito “o Jem disse que não tem problema nós nos pegarmos”, porque ninguém na era Vitoriana jamais diria isso, é totalmente razóavel presumir que ele repetiu basicamente tudo o que o Jem disse: que o Jem disse que queria que o Will fosse atrás dela para encontrá-la, que ele disse que não queria que ninguém mais fizesse isso além dele, que ele falou sobre o jeito que Will era com ele, uma cópia dele mesmo. Will e Jem eram tão ligados um ao outro que Will encontrar Tessa, estar com Tessa, confortar Tessa, era o mais próximo que Jem estaria de fazer essas coisas ele mesmo.
Eu entendo que você ame o Jem: eu amo você por amá-lo. Eu também o amo, e a Tessa também, e ela o entende. Ela teve tempo de ficar noiva dele, conhecer o coração dele e isso é generoso. Ela não precisa que o Will afirme que o Jem apoiaria a união dela com Will – Jem está morto, e além disso, a Tessa sabe que ele entenderia. Ele poderia sentir uma pontada de ciúmes, claro (se ele não estivesse morto) mas nada comparado ao absoluto horror que ele sentiria se Will tivesse morrido e Tessa, presa a Mortmain para sempre (mais sobre isso em breve) e nenhum dos dois pudessem se confortar um com o outro e se privarem de estarem juntos fisicamente, apesar do que sentem um pelo outro, devido a falsa noção de que isso estaria honrando a memória dele.
A Tessa realmente conhece Jem muito bem; muito melhor do que qualquer leitor porque eles conhecem e amam um ao outro. O mesmo é verdadeiro para Will e Jem. Eles sabem que Jem jamais usaria isso contra eles, esse ato de confortarem um ao outro em um momento de luto e medo. E certamente, eles estão certos: mais tarde, eles todos se encontram e Jem compreende completamente e não joga isso contra eles, nem por um momento.

“Mas, de algum modo, isso não parece justificar o que eles fizeram (o que não era totalmente errado, só em um momento tão inapropriado que parece errado de qualquer maneira).”
Quando eles teriam feito isso, então? Eles iam morrer. Jem já estava morto. Eles estavam desesperados. Tessa estava enlouquecida com o luto. É como dizer que logo depois de descobrir que Jem estava morto, foi errado o Will ter socado um lobisomem, porque certamente o Jem não ia querer que o Will se envolvesse em uma briga com um lobisomem, e que isso fosse, então, algo desonroso à memória de Jem. Só que o Will estava sendo guiado pelo desespero naquele momento. É geralmente isso que o luto causa nas pessoas – primeiro, choque, depois, loucura e raiva. Eu honestalmente penso que seria bem pior se eles dissessem um ao outro que não dormiriam juntos agora, mas mais tarde, se eles sobrevivessem (?), retornariam ao Instituto e então dormiriam juntos, uma coisa que eles nunca fazem – eles nunca dormem juntos depois daquela vez na caverna até eles se casarem, o que deveria indicar que foi um ato espontâneo devido ao luto e guiado por um amor desesperado, e não um algo premeditado ou luxúria incontrolável. Se eles estivessem apenas aproveitando a chance aberta pela morte de Jem para dormirem juntos sem se sentirem culpados, eles teriam feito novamente quando voltaram ao Instituto. Por que não?

“Se eu fosse a Tessa, eu provavelmente teria pedido por aquele beijo também (se eu amasse o Will como eu amei o Jem), mas o sexo simplesmente parece passar dos limites naquele momento.”
Tessa e Will realmente se divertiram um com o outro, ambos sabendo que poderia ser a última vez que sentiriam alegria, nas últimas horas que restava antes que morressem. Eles se amam e não pensam que expressar esse amor, sob aquelas circunstâncias, é errado: eu mesma, embora entenda porque as pessoas o façam, acho bem estranho medir até qual nível uma experiência sexual consensual é “aceitável”: um beijo, tudo bem, sexo, não? Uma apalpada rápida está totalmente fora de questão? Até onde se pode ir? Me sinto desconfortável com a ideia de quantificar amor e os atos amorosos dessa maneira específica se isso nos levar ao pensamento de que uma garota está errada em aceitar sexo consensual; que fazer sexo com um homem, com quem ela casa e tem filhos e nunca é infiel a ele, faz dela uma vadia. (Não que você, pessoa que perguntou, tenha chamado-a de vadia, mas você disse que outras pessoas estão fazendo isso e eu já esperava: qualquer garota, sempre, que faça sexo em um livro é chamada de vadia. Will, é claro, nunca será chamado disso, embora ele e a Tessa tenham feito exatamente a mesma quantidade de sexo).

“O que se passava pela cabeça de Tessa quando ela concordou em dormir com Will, quando ele perguntou se ela queria? E na cabeça de Will, também?”

Bem, se ponha no lugar dela por uns segundos.
Tessa acabou de descobrir que o garoto que ela ama, morreu. Ela nunca teve a chance de se despedir dele, como ela mesma diz. Ela não o abraçou ou o beijou ou disse que o amava antes que ele morresse. O outro garoto que ela ama está ao lado dela, e ele morrerá pela manhã. Ela própria espera morrer na manhã seguinte, mas sabe perfeitamente o que vai acontecer se ela não morrer, se Mortmain conseguir, como parece provável, mantê-la viva como ele deseja, ele irá estuprá-la. Tessa sabe disso.

“O corpo de Will estava quente contra o dela, e vivo, e ela pensou nas mãos frias dos autômatos, e nos olhos de Mortmain, mais frios ainda. Ela pensou no que aconteceria se ela vivesse e Mortmain conseguisse o que queria e ela estivesse presa a ele durante a vida toda – um homem que ela não amava e, na verdade, desprezava.”

Essa é a escolha de Tessa: assumir o risco de que ela irá morrer, e morrer virgem (nada de errado nisso, se fosse a escoloha dela, mas nada que Jem consideraria que fosse honrar a memória dele; ele não iria negar conforto à Tessa) ou preservar-se, de modo que a única experiência sexual dela será ser estuprada por um homem que ela odeia. Pelo resto da vida. Tessa está perfeitamente ciente de que Mortmain tem planos para o corpo dela, embora ela planeje lutar e espere morrer em vez de ser forçada por ele, ela sabe que é uma possibilidade. Então, ela concordar em dormir com Will é uma maneira de ela assumir o controle de seu próprio corpo. Ela prefere que sua primeira experiência sexual seja com alguém que ela ama. Jem, a pessoa mais compreensível do mundo e alguém que teve coisas terríveis provocadas em seu corpo contra a vontade dele, com certeza iria querer que Tessa fizesse o que quisesse com o corpo dela.

A posição de Will: ele vai morrer pela manhã. Ele ama Tessa, um amor que lhe trouxe uma agonia muito intensa. Ele se segura e não conta a ela que a ama, embora ela saiba, até que ele não consegue aguentar mais. Ele acredita que Jem está morto. Ele está desesperado com o luto. Parece haver um consenso de que sexo acontece por causa da luxúria, ou somente por amor, mas sexo pode significar muitas coisas. Tem algo a ver com luxúria, às vezes, o que é ok; tem a ver com amor, e com conexão, e com expressar algo que não pode ser dito entre pessoas com palavras; tem a ver com celebrar a vida, e pode ser uma maneira de expressar o luto. Luto faz com que as pessoas simplesmente ajam de qualquer jeito – simplesmente provoca isso. Luto pode fazer com que as pessoas ajam de maneira descontrolada, extravagante. No excelente livro The Sky is Everywhere (de Jandy Nelson, ainda sem tradução no Brasil), há a exploração da situação de uma garota que perdeu a irmã e sente uma atração violenta pelo namorado dela, e ele por ela, e é incrivelmente realista, e incrivelmente compreensível, que deixa as pessoas felizes e tristes. (Por que o namorado da irmã dela? Porque as pessoas que estão de luto querem conforto de qualquer maneira possível: pessoas que estão nessa situação se sentem profundamente atraídas pelas únicas pessoas que irão entendê-las, as pessoas que sentem o mesmo que elas. Se você ama alguém profundamente e sente a mesma intensidade de luto, suas ações são guiadas por esse amor e por esse luto.)

E, por último, Tessa e Will são prisioneiros: prisioneiros de um homem que, até onde eles sabem, arruinou a vida deles, inclusive a do Jem. Fazer amor foi uma maneira de tomar de volta o controle da vida deles das mãos de Mortmain, de preservar a felicidade que ele tentou destruir, de acender uma vela em meio a uma escuridão profunda. Will e Tessa não machucam ninguém, e agiram conforme a crença de que se Jem pudesse ver o coração deles, ele compreenderia – crença que estava totalmente correta. Eu falei antes que sexo pode acontecer por diversas razões, e deixei uma de fora: sexo pode também ser sagrado, uma maneira de transformar uma relação em algo divino. Eu não acho que Deus os julgaria pelo o que eles fizeram. O Jem também certamente não o faria. Mas você pode, se quiser. 😉

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