A escritora Sarah Reees Brennan, autora do infanto-juvenil ‘Unspoken’, primeiro livro da saga The Lynburn Legacy, que também é amiga próxima de Cassie Clare, autora da saga Os Instrumentos Mortais, respondeu a uma pergunta referente ao personagem Raphael Santiago, um vampiro que aparece pela primeira vez no livro ‘Cidade dos Ossos’. Sarah ajudou Cassie a escrever o livro de contos ‘As Crônicas de Bane’, que ainda não tem data de lançamento no Brasil. Raphael Santiago será um dos personagens que aparecerá em um dos contos. Confira, abaixo, a tradução do texto escrito por Sarah.

Você ajudou a escrever ‘Salvando Raphael Santiago’? Vai explicar alguma coisa sobre o Raphael?

Eu realmente ajudei a escrever ‘Salvando Raphael Santiago’, sim. 🙂

E explica muita coisa sobre o Raphael: sobre a família dele (uma família mexicana imigrante nos anos 50, humanos que sabiam da existência de vampiros; ou seja, durões!), sobre o temperamento dele, as coisas com as quais ele se importa e até onde ele vai para atingir seus objetivos.

Eu sempre gosto de personagens muito práticos em um mundo de pessoas sendo dramáticas. Magnus – embora ele seja dramático – e Raphael têm isso em comum: eles são aqueles que erguem uma sobrancelha e julgam os outros um pouquinho. Eles são os imortais: eles já viram muita coisa parecida antes. E eles têm um humor mais seco que a maioria das pessoas. (Humores vão ficando mais secos com o passar do tempo, como carne de charque.)

Também gosto de personagens que não estão caracterizados como no “LADO MALIGNO”, mas que também não estão no lado do bem: que possuem prioridades diferentes dos personagens principais, cujas lealdades são, portanto, incertas, e que possuem motivações diferentes, mas compreensíveis. Acredito que isso acontece bastante na vida real e deve acontecer mais ainda na ficção, e personagens assim são sempre interessantes porque a) eles mostram que o mundo e as pessoas que vivem nele são complicados e b) VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO SABE PRA QUE LADO ELES VÃO.

Nos livros “Crônicas Vampirescas”, de Anne Rice, há um vampiro de aparentemente 15 anos da época do Renascimento, Armand (inexplicamente vivido por Antonio Banderas no filme) e eu, como fã de Anne Rice, sempre estive interessada na ideia de alguém sábio, alguém velho, preso naquela idade – como afetava a percepção deles, como afetava seu comportamento e o pensamento deles mesmos, como eles lidaram com isso ou como usaram isso a seu favor.

Por exemplo, ao conhecermos Raphael em ‘Cidade dos Ossos’, ele enganou totalmente os personagens principais, porque eles viam um garoto mais novo que eles.

Você não confiaria num rostinho como esse? [Aqui, Sarah se refere a uma foto do ator Tyler Posey, que seria parecido com a descrição feita por Cassie Clare do personagem Raphael, presente no texto original.]

Raphael também não é tão velho assim (para um vampiro… vemos bastante vampiros com centenas de anos, mas não tantos na faixa de cinquenta/sessenta anos) e mesmo assim, ele é poderoso, e isso diz muito sobre Raphael, eu acho: quem ele era, mesmo quando foi transformado, quando era tão novo.

Basicamente, eu acho que Raphael é muito esperto, muito prático, muito focado em seu objetivo e em eliminar aqueles que ficam em seu caminho. E ao pensar na evolução de Raphael e sua conexão com Magnus foi muito divertido pra mim: fez com que eu me importasse bastante com o Raphael. (Agora eu interrompo sessões de planejamento de tramas dizendo “Raphael diria isso” e “ELE É UM HERÓI… ÀS VEZES”)

Há um momento em ‘Cidade dos Fogos Celestiais’ que retoma essa história. Nós a inventamos na segunda-feira, em meio a outras coisas perturbadoramente sexy. 😉

Texto original em inglês