Cassie ao receber uma pergunta de uma leitora sobre o final de Princesa Mecânica, último livro de As Peças Infernais, falou sobre os motivos de ter escolhido escrever sobre um triângulo amoroso envolvendo uma imortal, sobre como ela quis representar o final feliz e sua interpretação do epílogo de CP2. Confiram:
Eu amo tanto os seus livros! Eu queria saber por que Princesa Mecânica pareceu, pelo menos para mim, como uma tragédia absoluta ao contrário da esperança em Anjo Mecânico e Príncipe Mecânico. – cutesmarty123
Obrigada! Eu não sei porque foi assim para você. Quando você escreve um livro, você geralmente espera ou deseja certas reações dos leitores, mas em geral não é possível prevê-las, e em geral, elas não são consistentes. As pessoas não são todas iguais, e elas não reagem às coisas da mesma forma.
Eu não penso no final de Princesa Mecânica como uma tragédia. Eu penso sobre ele como um final feliz com elementos agridoces. (Considerando que eu penso no final de Príncipe Mecânico como um traumaticamente triste, e relembrando como os fãs dos livros passaram o ano entre Príncipe e Princesa, eu acho que essa foi uma reação muito comum!)
Geralmente nós temos uma reação bastante triste sobre fins, apenas porque eles são finais. Eu uma vez chorei assistindo o último episódio de Felicity, o que teria feito mais sentido se eu tivesse visto qualquer outro episódio de Felicity. Eu não sabia quem ninguém era, eu só tive a sensação de que algo estava acabado. Quando as coisas que eu realmente gosto chegam a um fim, obviamente eu fico muito mais triste.
A série de As Peças Infernais é sobre amor, mas é também sobre mortalidade e perda. Para citar um post antigo que eu fiz (sobre poliamor na série):
Eu me propus a contar a história de As Peças Infernais porque eu queria escrever sobre a intersecção da ideia de amor eterno e o feliz para sempre e a realidade da morte humana. Os livros são sobre Tessa, primeiramente: ela é o seu coração batendo, e eu queria contar uma história de um triângulo amoroso que, para mim, seria único porque não é do ponto de vista de um mortal que se apaixona por um imortal, mas pelo ponto de vista do imortal que tem que enfrentar a realidade de amar aqueles que irão morrer.
A questão do tempo, mortalidade, perda, e a resiliência do amor foram as razões pela qual eu escrevi a série em primeiro lugar. Jem e Will não tinham tempo, o tempo de suas expectativas de vidas, para ser parabatai um do outro, que é o que eles iriam querer. Tessa teve de ser separada de um deles, e depois de outro: Jem é mortal agora: algum dia ela terá perdido os dois, e ainda enfrentar o futuro. Essa é a parte agridoce da imortalidade: essa é a história que eu estava contando.
Eu penso no final de CP2 como um final feliz. (Que tal isso!) Cada um dos nossos três personagens principais conseguem o que querem, embora não cada coisa que eles qeiram, porque a vida é assim. Tessa consegue amar Will e ficar com Will, e ela não fica sozinha para sempre depois da morte dele quando ela consegue amar Jem e ficar com Jem. Jem consegue deixar de ser um Irmão do Silêncio e fica com Tessa. E Will consegue a vida feliz que ele sempre quis, amado e amando, embora ele irá sempre sentir falta de Jem. Finais felizes não são perfeitos, leitores tendem a na verdade rejeitar finais felizes porque eles não parecem verdadeiros.
Todos os personagens mortais irão morrer. Harry e Ron e Hermione e Ginny irão morrer. Katniss e Petta irão morrer. Percy e Annabeth irão morrer. Nós só não os vemos morrer nas páginas, e eu acho que isso é o que deixa as pessoas tão surpresas quando Will morre – mesmo que ele esteja velho, mesmo ele tendo vivido uma vida plena, mesmo sendo a hora dele e ele ter tido uma morte boa e indolor. Isso serve como um lembrete de que não só Will morre, mas que todos irão.
Humanos morrem e Will sempre foi humano. Nenhum milagre aconteceu no último momento para salvar a vida dele, mas isso porque iria diminuir a sua humanidade. Isso não é uma tragédia: apenas a vida, da maneira como vivemos, onde as pessoas que amamos morrem. Nós continuamos para trazer algo da morte deles, e é sobre isso que é o final de CP2. Se isso te deixa triste, eu entendo, mas livros estão lá para nos ajudar a fazer sentido de toda a emoção que nós temos – não apenas as felizes.
partkree disse: Oi Cassandra. Eu queria dizer que eu realmente aprecio o fato de que Tessa foi capaz de passar uma vida com seus dois amores. Uma com Will e outra com Jem. Eu achei isso fantástico e criativo e eu fiquei muito feliz em saber que não precisava escolher qual garoto eu gostava mais ou pensava ser a melhor escolha para Tessa. Eles dois foram. Obrigada por isso.
Então, você sabe, cada um tem sua opinião.
(Em um dos meus futuros livros realmente tem uma tragédia real, no verdadeiro sentido horrível, não o “homem de oitenta anos morre na cama com a amável família ao seu redor”; eu não posso evitar pensar como isso irá se desenvolver!)
Cassie também reblogou uma postagem antiga ao ser perguntada sobre a cor dos olhos de Isabelle, teoria bastante comentada na fandom antes do lançamento de Cidade do Fogo Celestial, mas que foi desmentida pela própria autora.
Sobre a cor dos olhos de Isabelletomhiddleston-xx disse: Oi Cassie! Eu estou completamente apaixonado com todos os seus livros, e eu estava relendo quando eu vi uma quote em Cidade das Almas Perdida que me chamou a atenção. Era algo sobre como Isabelle queria ter herdado os olhos azuis de seus pais. Então eu lembrei como os olhos de Isabelle são escuros. Eu só queria saber se isso significa que ela não é filha de Robert e Maryse? Ou se tem alguma significância, porque eu fui levada a acreditar que é impossível para duas pessoas de olhos azuis ter uma criança de olhos escuros.
Obrigada! Hora de reblogar postagens chave, eu acho. Eu na verdade estou surpresa de isso ainda estar sendo comentado, levando em consideração que Cidade do Fogo Celesial já foi lançado e Isabelle não foi revelada como filha de Valentim. A sua história de protagonista foi efetivamente terminada, então eu não sei quando isso seria revelado agora! É dificilmente o tipo de coisa que você descobre durante um almoço casual.De qualquer maneira esse post é de cerca de um ano atrás, antes de COHF: http://idris.com.br/2014/06/26/cassie-clare-esclarece-teoria-sobre-isabelle-lightwood/
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O link no final da postagem não funciona. =/
Não gostei da maneira como foi desenvolvido o triângulo, não existe isso de ter dois grandes amores, achei forçação de barra e no fim deu a entender que Tessa não merecia nenhum deles, ela era muito egoista