20.12


“Tempestade de Cristal” (A Queda dos Reinos #5)
Morgan Rhodes
Seguinte – 2017 – 408 páginas

Amara, a implacável imperatriz de Kraeshia, assumiu o trono de Mítica, e um sentimento de incerteza paira sobre Paelsia, Limeros e Auranos. Então Magnus e Cleo procuram um jeito de retomar o poder. Assim, acabam seguindo Gaius até a casa de Selia, sua mãe exilada. A avó de Magnus é uma bruxa poderosa que pode ajudar a liberar a magia dos cristais da Tétrade e recuperar Mítica. Mas, para concretizar seus planos, a família Damora deverá se juntar ao rebelde Jonas e o grupo formado por Nic, Felix e o misterioso Ashur ressuscitado. Enquanto isso, grávida de um Vigilante e temida por todos, Lucia foge do deus do fogo e viaja em busca de Gaius e Magnus. Mas o tempo está acabando. A tempestade iminente indica que a profecia sombria de que o Vigilante Timotheus falou está se aproximando. O destino da feiticeira está traçado, e inclui ninguém menos que o rebelde Jonas.

Leia a nossa resenha do 1º volume da série, “A Queda dos Reinos”, clicando AQUI; a nossa resenha do 2º volume da série, “A Primavera Rebelde”, clicando AQUI e ainda a resenha do 3º volume da série, “A Ascensão das Trevas”, clicando AQUI – já para ler a resenha do 4º volume da série, “Maré Congelada”, clique AQUI. Avisamos que essa resenha conterá pequenos spoilers, nada que afete sua leitura do livro, mas como estamos resenhando a série se torna impossível não falar do desenvolvimento da trama e dos personagens.

Eu estou impactada. De verdade. “Tempestade de Cristal” entregou tudo que prometeu e mais, e olha que eu já estava com as expectativas altas depois do 4º volume da série. Aqui, sem nenhuma surpresa, começa exatamente aonde “Maré Congelada” terminou. Fico pensando em como falar desse livro sem dar grandes spoilers, mas parece até mesmo impossível de tanta informação e tanto que a trama andou – sem brincadeira nenhuma. Mas vamos lá, estou na (grata) missão de resenha toda série “A Queda dos Reinos” e estou mais do que ansiosa pelo próximo (e último) volume.

A narrativa está basicamente dividida entre 3 núcleos: Magnus e Cleo descobrindo sobre a avó do príncipe, Selia Damora, que é a responsável pela aparente imortalidade de Gaius, já como depois do evento ocorrido no final do último livro, o monarca não está morto, afirmando está redimido (jura, né? Hahaha); Lucia alcançou o Santuário e está descobrindo mais sobre si mesma e seu papel em tudo que está acontecendo, além de lidar com sua recém-descoberta gravidez em longas conversas com o vigilante Timotheus, e, por fim, temos Jonas, Felix e mais alguns personagens (e alguns bastante inesperados, devo dizer), lutando para tentar retomar Mitica de Amara, que tem um núcleo flutuante para encontrar com os personagens, já como ela agora está no post de principal antagonista. Olha, eu estou escrevendo e revivendo todo amor que foi passear por esses núcleos, mas prometo me focar pra escrever esta resenha.

— Se nos apressarmos, podemos chegar às docas de Pico do Corvo no fim do dia. Chegaremos a Auranos em uma semana. Lá podemos conseguir a ajuda dos rebeldes que não vão ficar parados enquanto Amara tira tudo de nós.
— Isso faz de mim um rebelde também? — ele perguntou, quase conseguindo achar graça daquela declaração.
— Acho que você é um rebelde há mais tempo do que gostaria de admitir. Mas, sim, podemos ser rebeldes juntos.

Magnus, mais uma vez, surpreso com as tramoias de seu pai e descobrindo que sua avó está viva e exilada, fica ciente de uma pedra sanguínea capaz de restaurar totalmente a saúde de seu pai, que está prestes a morrer e não é imortal como se pensava – o feitiço de Selia foi para se caso Gaius fosse mortalmente ferido, ele tivesse tempo de a procurar. Claro, uma bruxa poderosa, como a própria sinopse indica, não iria dar tudo de mão beijada, não é mesmo? Vai se tornando mais e mais claro que Selia é egoísta, gananciosa e ama Gaius do seu modo errado de ser (Alias, pausa para eu frisar meu amor pela família Damora: todos errados, todos moralmente duvidosos, todos cheios de defeitos: que família maravilhosa para se ler sobre!). Claro que os olhos de Magnus brilham, pensando em ter uma pedra tão poderosa assim, e claro também que Cleo nota que seu marido, por mais que esteja seguindo para o caminho do bem, ainda tem traços de sua criação.

Jonas tem um ótimo contraponto. Nunca pensei que, depois de Lys (ainda sofro a morte da personagem), o principal personagem para desenvolver a trama de Jonas seria Felix, mas aqui entra o quesito “bromance”, que a série estava carecendo e agora foi sonado: é um par de amigos que tem motivos para se traírem (coisa que já aconteceu), para se salvarem (coisa que também já aconteceu), motivos para se odiarem (há!), mas contra todas as possibilidades, Felix, depois de sofrer uma grande traição em um romance com Amara, enfim descobre aonde deveria depositar toda sua lealdade: em Jonas, o personagem que cresceu profundamente durante esses 5 livros. De garoto pobre, querendo somente vingança, a um lider nato e agora com poderes que se assemelham a um vigilante. Jonas é o tipo de personagem que o leitor espera se sacrificar pelo bem de todos.

“É quando estamos mais inseguros”, sua mãe havia lhe dito, “que devemos parecer mais confiantes. Demonstrar fraqueza é permitir que os outros se aproveitem disso. Agora, penteie o cabelo, levante a cabeça e finja que é a pessoa mais poderosa do salão.”
Lucia agora se dava conta, com um baque inesperado de solidariedade no coração, de que aquilo era exatamente o que a rainha Althea Damora tinha feito todos os dias de sua vida.

Enquanto isso, Lucia está lidando com as consequências de todas suas escolhas, principalmente sua gravidez inesperada até mesmo para Timotheus. Depois de voltar para nosso plano e sair do Santuário, o destino dela cruza o de Jonas mais uma vez, mostrando que os dois provavelmente desenvolverão um tipo de relacionamento, seja romântico, seja de amizade – mas o destino dos dois está sim, entrelaçado. Confesso que não gostei muito porque Lucia foi a personagem que, até aqui, mais me decepcionou com todas suas escolhas, mas ainda gosto bastante do seu potencial, o qual espero chegar ao seu ápice no próximo livro. Acho que todo a trama dele com Kyan me deixou extremamente fatigada da personagem porque era OBVIO que aquilo não daria certo, mas, de certa forma, parece ser o traço das duas personagem femininas protagonistas da trama. E agora eu vou falar da Cleo, então se prepare… para a surpresa.

— Então por que você está aqui?
— Para contar a lição que aprendi. Amor é dor. Amor é morte. E o amor tira o poder de uma pessoa.

Enfim meu amor pela Cleo chegou! Enfim posso dizer que a personagem me orgulhou e eu desenvolvi apego a ela, sem me irritar com as escolhas (ainda) teimosas da princesa, mas agora consigo aceitar melhor. Sempre entendi que a personagem é corajosa e cabeça dura por natureza, mas não conseguia entender o motivo pelo qual todos homens ao redor dela ficavam caindo que nem moscas por sua beleza, sendo que ela é obviamente muito mais inteligente do que seus cabelos dourados (mencionados à exaustão durante a narrativa). Nesse livro, Cleo enfim cresceu, mostrou que sim, é teimosa, é difícil, é geniosa, mas, acima de tudo, sabe o que quer e até aonde vai pelo seu desejo de recuperar tudo que perdeu e seu amor por Magnus. No final das contas, posso dizer que foi um belo desenvolvimento para mim e posso deixar minha torcida fluir pela personagem. Sua escolha final, que a levou a confronto que quase se deu muito mal, me fez realmente desejar que a personagem se desse bem e Amara explodisse. E por falar em Amara…

Amara estava tentando ao máximo não se sentir um escorpião peçonhento que atraía vítimas inocentes para sua toca. Ela sabia que não era a vilã na história de sua vida. Era a heroína. Uma rainha. Uma imperatriz.

Amara é uma personagem realmente tem seus motivos para ser como é: uma vilã sem escrúpulos, manipuladora e disposta a tudo para se tornar a primeira Impedora. Eistiu pontos no livro que eu torci por ela, não para seu plano maluco de poder, mas sim porque ela é mulher a frente de um grande Império, tendo sua liderança questionada mais de uma vez pelo simples fato de ser mulher. Cada vez que isso acontecia, eu torcia pra ela tocar fogo em todas as pessoas que tentavam diminuí-la por seu sexo, principalmente Lord Kurtis, o qual eu revirei os olhos por ainda estar vivo (sem a mão, mas vivo) – até o final do livro.

Como todos os outros volumes, “Tempestade de Cristal” não é somente uma metáfora: há literalmente uma grande tempestade se aproximando e será nela que Kyan irá libertar seus irmãos presos nos cristais e encontrar um novo corpo para si mesmo. É nessa mesma tempestade que Lucia está prestes a morrer na profecia feita por Timotheus, e ainda é enquanto essa tempestade se forma que Magnus e Gaius (recuperado, claro) são presos pela guarda de Amara, e é durante essa tempestade monumental que Cleo, levada por ameaças de Gaius e Selia, vai encontrar com Amara para tentar uma aliança. Tudo mais do que misturado para uma grande receita de desastre mas nada, absolutamente nada, te prepara pro último capitulo do livro e o que acontece com Magnus. Eu terminei o livro e tive de me controlar para não iniciar “Reinado Mortal” na mesma hora porque eu tinha de resenhar o livro e não podia misturar tudo, mas olha… Soltei um gritinho com o destino do nosso mocinho aqui, que provavelmente vai voltar sedento de sangue. E eu quero mesmo que ele mate Lord Kurtis com muita, muita crueldade.

— Vou matar você — Taran gritou para o príncipe enquanto Felix o arrastava para trás. — Você merece morrer pelo que fez!
Magnus não revidou. Só ficou observando o rapaz, com uma expressão séria.
— Acho que todos merecemos morrer por algo que fizemos — Jonas disse, aliviando um pouco da tensão que crescia entre o príncipe e o rebelde. — Ou por algo que deixamos de fazer.

A série só tem crescido, para mim. Confesso que os livros 2 e 3 foram mais arrastados, mais dificeis de se ler, ainda mais depois de um 1º livro tão bom. Mas agora, depois de um 4º e 5º livros tão intensos, cheios de respostas e ação, eu quero demais ler o 6º livro e saber o destino dos personagens, porque já vimos que Morgan Rhodes não tem pena de matar seus personagens – nem seus leitores de ansiedade.

Ainda lembrando sobre a série: são 6 livros, na ordem: “Queda dos Reinos”, “A primavera rebelde”, “A ascensão das trevas”, “Maré congelada”, “Tempestade de cristal” e “Reinado imortal”, e todos já foram todos publicados aqui no Brasil. O próximo volume que irei resenhar, “Reinado Imortal”, encerra a nossa jornada, que já está me deixando saudosa. Até breve!

Para comprar “Tempestade de cristal”, basta clicar no nome da livraria:
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Travessa, por R$ 44,90.

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