BlogLivros

Resenha: Divindade (Covenant #3) – Jennifer L. Armentrout


“Divindade”(Covenant #3)
Jennifer L. Armentrout
Tradução: Guilherme Miranda
Bloom Brasil – 2025 – 392 páginas

Alex não sabe se conseguirá sobreviver até se tornar o segundo Apôlion. Uma ordem fanática está na sua cola, e se o conselho descobrir o que ela fez em Catskills, será seu fim… E o de Aiden também.

Como se isso não bastasse, as sessões de “treinamento” com Seth parecem uma desculpa para o garoto invadir seu espaço pessoal, e ela fica cada vez mais perto de despertar antes do planejado.

Para completar, seu mundo é abalado por uma revelação avassaladora que a deixa entre o amor e o destino. Uma vez que os deuses se revelam, libertando sua fúria, vidas serão inevitavelmente alteradas… e destruídas.

Aqueles que restarem terão que descobrir se o amor é mesmo maior que o destino.

Chegamos ao meio da série que fez Jennifer L. Armentrout ganhar notoriedade na fantasia! Confesso que foi bastante rápido chegar ao terceiro volume da série “Covenant” porque a Bloom está dando o nome e mantendo sua promessa de publicar todos 5 volumes ainda este ano. Para o que não lembram, vamos de recap: com a série já encerrada e publicada entre os anos de 2011 e 2013, com 5 volumes e 3 contos, e até então inédita no Brasil, tudo está se encaminhando para um final perfeito.

Esta resenha obviamente conterá spoilers dos dois primeiros volumes e para os que não leram ainda estes livros, eu indico ler a resenha do primeiro, “Meio-sangue” (clique AQUI) e descubra todos os motivos do mundo para se jogar neste universo. Já a resenha de “Puros”, o segundo volume da série, também pode ser lida clicando AQUI, mas esta obviamente contem spoilers do 1º volume. E ok, vamos agora para a trama de “Divindade”, que me pegou de jeito de todos os jeitos possíveis – ruins e bons.

O que aconteceu quando eu estava lutando contra as Fúrias?
Seus olhos se entreabriram. Era uma pergunta que eu tinha feito muitas vezes desde que havíamos voltado para a Carolina do Norte. O tipo de força e poder que eu havia demonstrado enquanto enfrentava as deusas eram algo que apenas Seth, como um Apôlion plenamente desenvolvido, deveria ter sido capaz de conseguir.
Uma meio-sangue que não despertou? Bem, nem tanto. Era para eu ter levado uma bela de uma surra quando lutei contra as Fúrias.
A boca de Seth ficou tensa.
Volta a dormir, Alex.

Depois do final do segundo livro, Alex parece ter feito Aiden se sacrificar por ela e assumir a culpa de toda batalha que acontece no final da narrativa. Ainda atordoada de como conseguiu lutar contra as Fúrias e sobreviver, a jovem está se aproximando de seus 18 anos com um pezinho no desespero porque sabe que irá se tonar o segundo Apôlion, a figura que é tida como matador de Deuses – mas a grande pegadinha é que pode existir um, mas dois… não. Só que Alex existe e isso a coloca com um alvo nas costas.

Atormentada com a culpa da morte de Caleb, seu melhor amigo, você pode esperar que Alex se tornasse mais comedida e mais cautelosa, mas claro que isso não acontece. Jogada em um espiral de perguntas que parecem nunca serem respondidas, as coisas aqui começam a tomar um rumo logo no começo da trama quando Alex junta aos fatores e chega a conclusão de que como um Apôlion é gerado – ou dois, aqui no caso, já como sabemos desde o segundo volume que Seth é o primeiro, já sendo treinado como tal.

Não. Preciso me tornar uma sentinela. — Olhei para Seth em busca de apoio, mas ele estava subitamente interessado no bico das botas. — Nenhum de vocês entende. Os daímônes tiraram minha mãe de mim e a transformaram num monstro. Olhem o que eles fizeram comigo! Não. — Tentei respirar, sabendo que estava a dois segundos de perder a cabeça. — Além disso, não importa para onde me levem: as Fúrias vão me encontrar. São deusas! Não posso me esconder para sempre.
Lucian me encarou.
Isso nos daria tempo.
A raiva me invadiu. Quase me levantei da cadeira.
Imaginei, mas não fiz nada de errado.
Você existe, minha querida. É tudo que elas precisam — disse Lucian. — E é a mais fraca entre vocês dois.

E aqui preciso fazer um parêntese para falar sobre algo muito, muito pessoal. Como já falei nas resenhas anteriores, “Covenant” foi frequentemente comparada com “Academia de Vampiros” pela estrutura dos descendentes de Deuses puros e os meio-sangue, algo meio moroi e dhmapirs, além de, claro, todo esquema de fertilidade e natalidade dos povos, e principalmente, a introdução de um terceiro personagem para compor um triângulo no segundo livro. Eu entendo até certo ponto as comparações entre Seth e o (perfeito, maravilhoso, crush eterno) Adrian Ivashkov, mas se eu ler alguém comparando os dois personagens, sou capaz de enlouquecer. Não gosto de comparações e não vou prender vocês lendo aqui sobre comparações sobre os dois personagens, mas saibam que eles realmente (REALMENTE, em caps e com força) não tem nada em comum.

Falei tudo isso para chegar ao ponto da trama que mais me desagradava: o crescente aumento da presença de Seth. Para qualquer leitor, fica claro que ele é somente uma ponta em um triângulo e sequer deveria fazer frente ao real mocinho da trama, Aiden  St. Delphi. Sim, o amor de Alex e Aiden é proibido porque ele é um puro e ela é supostamente uma meio-sangue que deverá se tornar uma sentinela, já como o destino para meios-sangues é somente lutar para proteger os Puros ou a servidão. Cada segundo de mais lenga-lenga nesse triângulo me irritava profundamente – e então, por volta da página 150 do livro, toda narrativa começa a se juntar de uma forma que me surpreendeu, aqui pro bem. Para os fãs da mitologia, é sempre bom vermos como os Deuses nos veem como formigas com os quais podem brincar, mas também acho que a trama falha em “pegar” leve em alguns momentos porque acho que ao mesmo tempo que os Deuses gostam de se envolver entre nós, eles também não aceitariam muito vindo de nós, mas essa é minha percepção.

Isso era estranho para mim.
Pensei que os deuses não gostassem dos Apôlions.
Zeus criou o primeiro Apôlion há milhares de anos, Alexandria, como uma maneira de garantir que nenhum puro-sangue se tornasse poderoso demais a ponto de ameaçar a raça mortal ou nos ameaçar — ele explicou. — Foram criados como um sistema de equilíbrio de poder pelo próprio controle. Não gostamos nem desgostamos dos Apôlions, apenas os vemos como algo que será necessário um dia. E esse dia chegou.

Muitas reviravoltas acontecem aqui, muitas mesmo. De participações dos Deuses originais (não vou dizer quem, mas tem alguns favoritos dos fãs da mitologia aqui, e sim, no plural) à confirmações sobre carater de determinados personagens e até mesmo mais mortes (que mesmo que não se confirmem, são chocantes), “Divindade” foi uma montanha-russa para mim. No começo, estava achando o livro mais fraco de toda trama, e quando terminou eu definitivamente não estava mais no começo, ainda chocada com a ousadia da Jennifer de ter jogado a Alex no lugar que a deixamos. Fiquei tão espantada que comecei a ler o volume 4, “Apôlion”, na mesma hora, porque não era possível que ela iria fazer algo que a personagem sempre deixou claro que não queria acontecendo com ela.

E deixo claro também que adorei a ideia da Bloom Brasil de colocar o conto “Elixir” logo depois do livro. Funcionando como um livro 3.5, já como é um conto longo, podemos entender bem o que acontece com Alexandria entre os volumes e entender o volume do sacrifício que Aiden também está fazendo ao tentar salvar a garota impulsiva que ele tanto ama. O livro ainda traz duas cenas extras: uma cena do livro com o ponto de vista dele e um especial de natal entre Alex e Aiden. Para os fãs do casal, eu realmente acho que não há o reclamar do tratamento dada pela autora e pela editora a eles. “Apôlion”, o 4º volume, já foi lançado e você pode garantir o seu (clique AQUI) e em breve ganhará resenha aqui no site porque, sinceramente, ainda estou digerindo o final e o conto que li. Pobre Alex. E pobre nós, leitores, que temos de viver e não podemos só ler.

Para comprar “Divindade”, basta clicar no nome da loja:

Amazon.
Amazon, eBook.
Magalu.