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Resenha: Puros (Covenant #2) – Jennifer L. Armentrout


“Puros”(Covenant #2)
Jennifer L. Armentrout
Tradução: Lígia Azevedo
Bloom Brasil – 2025 – 336 páginas

Alex daria tudo para ser uma meio-sangue comum, mas não pode escapar de seu destino. Prestes a completar dezoito anos, ela será despertada para se tornar a segunda Apôlion, o que só aconteceu uma vez há muito tempo. E não acabou nada bem.

Isso não seria tão ruim se o irritante Seth, sua “outra metade”, desgrudasse um pouco dela. Sua união garante algumas vantagens, mas não a protege dos ataques de daímônes, meios e puros.

Como se lutar para sobreviver não fosse suficiente, ela também vive uma batalha contra um amor proibido por um puro-sangue, Aiden. Impedidos de se relacionar por uma lei estúpida, quanto mais tempo ficam separados, maior é o desejo de quebrar as regras.

Quando até mesmo os deuses se envolvem, Alex se pergunta: quantas pessoas ainda terão que se machucar para que ela consiga sobreviver?

Vou começar falando o obvio: esta resenha é sobre o segundo volume da série “Covenant”, a série de fantasia da conhecida Jennifer L. Armentrout e que jogou holofotes nela. Falei bastante sobre o contexto e sobre como essa série, já encerrada e publicada entre os anos de 2011 e 2013, com 5 volumes e 3 contos, e até então inédita no Brasil, chega agora pela Editora Bloom em edições que trazem todos extras, então obviamente falarei sobre acontecimentos do primeiro livro, “Meio-sangue”, o qual você pode ler minha resenha SEM SPOILERS clicando AQUI. Dito isso, vamos ler mais um livro que entrega tudo que a gente quer porque a Jennifer sabe entregar tudo que as bookstans adoram.

De volta ao Covenant, a escola para os descendentes dos Deuses, chegamos a conclusão que o lugar está falhando miseravelmente em manter seus estudantes em seguranças porque claro que mais um ataque de daímônes acontece já nos primeiros capítulos e dessa vez na escola, sempre a ameaça ao qual nossa mocinha linda e cabeça-dura Alexandria “Alex” Andros está enfrentando: sendo a segunda Apôlion (que sequer deveria existir), a trama politica começa a se formar com muitos acreditando que ela deveria ser entregue a servidão, o outro único caminho que dão aos meio-sangue, como ela, a se terem.

O Covenant foi invadido, algo que o conselho garantiu aos deuses que nunca aconteceria. Era parte do acordo de eras atrás, quando o primeiro Covenant foi estabelecido. Os deuses veem isso como uma incapacidade do conselho de lidar com o problema dos daímônes.
Meu estômago revirou.
E o que isso significa?
Ele fez uma careta.
Significa que, se os deuses acreditarem que os puros-sangues perderam o controle, vão libertar as Fúrias. Ninguém quer isso. As Fúrias vão atrás do que quer que vejam como ameaça. Daímônes, meios-sangues ou…
— Apôlions? — sussurrei. Aiden não respondeu, confirmando minha suspeita. Gemi. — Ótimo. Bom, com sorte, isso não vai acontecer.
— Sim.

A sociedade dos descendentes dos Deuses parece não querer aceitar mudanças e por mais que a politica não seja o foco dessa série, me chama muito a atenção como realmente como aqueles que se sentem confortáveis em seus lugares na sociedade não desejam que ela mude porque bem, está ótimo para eles. Alguns já parecem querer começarem a mudar e evitar essa escolha esdruxula para os que são meio-sangue, mas ainda inserida neste contexto, Alex por diversos momentos é apavorada de ser entregue a servidão, e neste livro temos a ameaça mais concreta do que no primeiro volume. Os puros, os descendentes diretos dos Deuses, em seus lugares de privilegio, estão só preocupados em se manterem assim – mas então a escola recebe a vistas das Fúrias, que chegam com a missão de acabarem com qualquer ameaça. Parece que tudo está se complicando, e por mais que Alex goste de sair distribuindo socos e chutes, para o leitor começa a ficar obvio que há uma certa trama por trás de tudo (e eu já tenho minhas apostas) que continua acontecendo. A chegada das Fúrias foi realmente o ponto alto do livro para mim e tudo que se desenrolou a partir delas, principalmente o Conselho Superior, chegado única e exclusivamente para julgar tudo que está acontecendo e porque os Deuses estão se metendo em coisas que normalmente não se metem, já dando indicações do que podemos esperar pela frente nos próximos livros.

A ligação de Alex com Seth continua a se desenvolver, cada vez mais forte. Sem conseguir dormir por causa de pesadelos horrendos que teve com a morte de sua mãe que foi transformada em um daímôn, os monstros que parecem vampiros (mas não são, só mordem e causam dor!) e mordem para sugar o éter dos descendentes dos Deuses, Alex se pega chocada ao descobrir que consegue dormir muito bem ao lado do convencido rapaz (lembrem-se: esta série foi escrita no começo dos anos 2010, ou seja, temos a boa e velha fórmula de triângulo aqui, hein) que insiste em aparecer do nada em torno dela. E foi nessa parte que fiquei entediada na trama porque todas nós sabemos que como o triângulo vai terminar. Entretanto, as cenas de Alex e Seth são ótimas, principalmente as que eles treinam – e treinam muito mesmo. Seth também salva Alex mais de uma vez em momentos exatos, e quando falo “salvo”, não quero dizer que ele salva a vida, mas sim em momentos que ela realmente precisa de alguém, tanto que quando Aiden St. Delphi, o verdadeiro amor da jovem, decide que não há como investir naquilo porque o relacionamento deles é literalmente proibido, já como ele é um puro e ela “só” uma meio-sangue, e a empurra, ela decide… bem, vocês podem imaginar o que vem por ai. O livro termina sendo repetitivo neste aspecto, principalmente para os fãs da autora que já entenderam como as protagonistas dela funcionam.

Então sou mesmo irracional?
Ele se inclinou para alongar o corpo.
Você é um pouco impulsiva. Joga maçãs na cabeça das pessoas quando está brava. Age de maneira impensada na maior parte do tempo, o que é divertidíssimo. Se isso é ser irracional, espero que você continue assim. Eu adoro.
Franzi a testa.
Que ótimo. Obrigada.
Pessoas racionais são comuns e sem graça. Por que você ia querer ser assim? — Ele estendeu a mão e puxou de leve a bainha do meu pijama. — Não é natural.
Como assim? — perguntei, afastando a mão dele.
Claro que Seth se interessaria pela parte mais instável da minha personalidade. Ele mesmo era um pouco louco. Eu não sabia se era o excesso de éter ou se ele era simplesmente desequilibrado.
Você é selvagem demais para ser equilibrada e normal. Ou lógica — acrescentou ele, como se a última parte só tivesse lhe ocorrido na hora.

No meio da confusão sentimental e o luto pela mãe, Alex vai enfrentar outra perda muito, muito grande em sua vida, algo que realmente espero que tenha impacto e não seja resolvido com o poder do amor ou de uma bela pegação – porque isso me irrita demais. É como jogar um enredo forte no lixo simplesmente falando para o leitor não prestar atenção porque o trauma e dor pode ser esquecido se você dormir em braços fortes e deliciosos. Enquanto escorrega nesta parte da trama, tudo que veio com o Conselho para julgar os meio-sangue é simplesmente ótimo de ler porque realmente a sensação de perigo vai aumentando, dando a certeza a Alex que ela não pode confiar em praticamente quase ninguém e que pode terminar sendo somente uma serva, ainda mais se continuar agindo da mesma forma.

Terminei me adiantando e não falando as coisas em ordem cronológica neste livro que foi sim, bom, mas confesso que gostei mais do primeiro, mesmo com uma trama mais pesada neste volume, e acho que muito também veio da própria Alex, que parece ter aprendido zero com seus erros. Ela insiste em continuar manter o pé e fazer coisas que não deve, insiste em continuar falando quando não deve e insiste em continuar desafiando todo o conselho, o padrasto, o tio e quem mais aparecer na frente dela pelo simples fato de que ela pode. Ainda sem consciência de que a menor de suas escolhas pode levar quem aos maiores perigos, Alex vai aprender neste livro que ela precisa amadurecer, e é isto que espero para o próximo volume: uma protagonista mais madura, o fim do triangulo (tô sonhando, me deixa) e, principalmente, a compreensão dos sacrifícios que estão fazendo por ela.

A mão livre dela cobriu a minha. Sua pele parecia papel, de tão fina e seca. Era nojento. Tentei puxar a mão de volta, mas Piperi me segurou. Sua força era sobrenatural. Seus olhos se mantiveram fixos em mim.
Ouça, menina. O destino está em andamento. Não há como desfazer isso. O destino olhou para o passado e para o futuro. A história se repete, e esse é o momento de parar. De mudar tudo.
Não sei do que você está falando. Sinto muito. Você não faz…
Ouça!
Estou ouvindo! Mas será que, uma vez na vida, você poderia falar uma frase coerente?
Seus dedos deslizaram sobre os meus, e Piperi me soltou, ofegante.
Não sou mais nada. Você deve ver o que mostrei. Ouvir o que disse. Nada é o que parece. O mal se esconde nas sombras, tramando enquanto você teme daímônes.
Franzi a testa.
Não temo daímônes.
Ela fixou os olhos pretos e penetrantes em mim.
Você deve temer aqueles que seguem as antigas maneiras. Aqueles que não buscam mudança e nem permitem que as coisas permaneçam como estão. E que caminho… que caminho os poderes escolheram. O fim está próximo. Ele garantirá isso… — disse ela se voltando para o céu.

A edição do livro ainda traz 5 cenas extras depois do final da trama: uma cena entre com o ponto de vista de Seth, uma cena deletada entre Alex e Aiden, duas cenas com o ponto de vista de Aiden e ainda uma cena que nos mostra que um determinado casal é realmente feito um para o outro (e não falarei qual neste resenha por motivos óbvios de spoilers, mas digo que vocês irão realmente gostar!). Esses extras continuam dando uma sensação de amplitude na trama e é sempre bom ver um protagonista masculino morrendo de amor pela protagonista feminina pelos motivos que ele criou na cabeça dele.

Lembrando que o terceiro volume, “Divindade”, já está em pré-venda para 20 de maio (clique AQUI e garanta o seu sem brindes porque estes já esgotaram!) e o quarto, “Apôlion”, também já está em pré-venda para 10 de junho (clique AQUI e garanta o seu com brindes, corre!), ou seja, toda série deverá estar completa no começo do segundo semestre aqui no Brasil – e com resenha aqui no site também!

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