Resenha: Meio-sangue (Covenant #1) – Jennifer L. Armentrout
“Meio-sangue”(Covenant #1)
Jennifer L. Armentrout
Tradução: Laís Medeiros, Lígia Azevedo
Bloom Brasil – 2025 – 344 páginas
O Covenant é uma escola de treinamento para descendentes de deuses. Os puros, descendentes diretos, aprendem a aprimorar seus poderes, enquanto os meios ― descendentes de segunda geração ― são treinados para matar daímônes ou servir. Alex é uma meio-sangue que, aos dezessete anos, leva uma vida clandestina desde que sua mãe, puro-sangue, decidiu fugir da escola e se afastar de tudo ligado aos deuses.
Alex nunca se adaptou à vida mundana, mas tudo piora terrivelmente quando sua mãe é morta por um daímôn. Perdida, só lhe resta uma opção: voltar ao Covenant e escolher entre se tornar uma serva para os puros ou ser treinada para enfrentar os assassinos de sua mãe. A segunda opção até poderia parecer mais fácil, se Aiden não fosse seu treinador. Além de gato, ele entende Alex como ninguém. Mas é claro que uma meio-sangue como ela jamais poderia namorar um puro como ele.
Outros obstáculos surgem e, quando daímônes começam a ir atrás dela na escola, Alex precisa tentar se manter viva ― enquanto carrega a culpa pela morte de sua mãe e de tantos outros.
Se há uma autora que manteve a regularidade de suas obras igual ao começo dos anos 2010, foi Jennifer L. Armentrout – e como alguém que estava lá e viu sua ascensão lá fora até a chegada aqui no Brasil, preciso pedir que vocês me acompanhem nesta pequena retrospectiva da vida da diva. “Covenant” foi a primeira série da Jennifer que realmente fez sucesso lá fora: publicada entre os anos de 2011 e 2013, com 5 volumes e 3 contos entre os livros e uma série derivada com outros 4 livros, chamou a atenção entre os livros que tinham a formula que conhecemos e que tomou conta da fantasia YA naqueles anos. Mas, de alguma forma incompreensível, em meio a “Percy Jackson”, “Os Instrumentos Mortais” e “Academia de Vampiros”, nenhuma editora publicou essa série aqui no Brasil naquela época, e nem nos anos seguintes. Jennifer continuou sua dominação global com seus famosos triângulos e suas outras séries, como “Lux”, chegaram no Brasil, mas nunca sua obra original, que enfim desembarca no Brasil com a nova editora queridinha dos romances no Brasil.
Atualmente a autora é sinônimo de sucesso lá fora e aqui, principalmente com a série “De Sangue e Cinzas”, mas quem já lê a autora há tempos (como eu e muitos aqui) já conhecem o que podemos esperar da autora e de suas tramas, e preciso confessar que não entendo como ela consegue repetir uma formula tantas vezes e fazer funcionar toda santa vez. Me divertir em todas as séries dela que já li e deixo claro que pode ser com vampiros, ets, demônios ou semideuses, os triângulos entre suas mocinhas corajosas e teimosas e dois homens essencialmente diferentes entre si (normalmente um loiro e um moreno!) sempre me pegam simplesmente porque a formula está ai, aperfeiçoada por ela ao longo de anos e anos e anos. E, sendo bem honesta com vocês, não tem como “Covenant” não ser DELICIOSO (em caps mesmo) porque foi aqui que tudo nasceu. Então só pega esse livro sabendo que você vai se divertir, rir, ter raiva, xingar, tudo do jeitinho que a gente adora. Mas tá, a partir de agora vem comigo saber sobre essa edição com extras e da história da Alex, a nossa chutadora de bundas que deixa o mundo aos seus pés (e muitos garotos também!).
Mas aí aconteceu o pior. Uma parede de chamas se ergueu diante de mim, queimando mesas e subindo quase dois metros no ar. Era real. Nada de ilusão. O calor me fez recuar e o fogo estalou, devorando as paredes.
Bem na minha frente, ele surgiu atravessando as chamas, com a postura que um caçador de daímônes deveria ter. O fogo não queimou sua calça, nem sujou sua camisa. Nenhum fio de cabelo escuro sequer foi tocado pelas labaredas. Seus olhos frios da cor de nuvens de tempestade fixaram em mim.
Era ele — Aiden St. Delphi.
Nunca esqueci seu nome ou seu rosto. Desde a primeira vez que o vi na área de treinamentos, passei a nutrir um sentimento ridículo por ele. Eu tinha catorze anos na época, e ele, dezessete. Não ligava que ele fosse puro-sangue quando eu o via pelo campus.
A presença de Aiden só podia significar uma coisa: os sentinelas chegaram.
Vou começar pelo óbvio: como já falei acima: o ano era 2011 e você precisa colocar este livro neste contexto, e, como neste ano, a autora lançou um conto que precede o livro antes da publicação do livro: “Daímôn” é um conto que abre o livro, com 11 capítulos e dividido em 2 partes, contando a vida da pequena Alexandria “Alex” Andros antes e imediatamente depois ataque que a leva querer voltar para o Covenant. Parece confuso, mas é simplesmente a editora fazendo o trabalho por nós, bookstans, e nos dando uma edição com já este conto que mostra como nossa protagonista volta pro Covenant. Nessa trama temos basicamente a explicação sobre Alex ter sido levada para treinar no Covenant, já como muitos meio-sangue como ela, são também levados para serem serviçais, e na segunda parte do conto temos o ataque em si que vitima a mçae de Alex e a deixa sozinha fugindo pelos Estados Unidos, procurando o caminho de volta para a escola da qual a mãe a havia tirado e fugido com ela por 3 anos. E bem, aqui entra a minha experiencia de leitura: quando li o conto, não acreditei no pior, mas o trauma pra personagem foi pior do que acreditei – este será todo meu comentário sobre esta parte da trama.
Logo depois começa realmente a trama de “Meio-sangue”: de volta a escola que fica em uma ilha, vamos aprendendo mais sobre o mundo destes meio-sangues que tem um sistema de separação entre eles (e aqui preciso apontar algo: muitos que são mais velhos já devem ter ouvido comparações entre “Covenant” e “Academia de Vampiros” e preciso que nessa parte é muito, mas muito similar porque todos os seres são iguais, mas alguns mais iguais do que os outros!) já como os puros-sangues são os filhos diretos dos Deuses que conhecemos, enquanto os meio-sangue são justamente os filhos dos puros-sangues com humanos comuns, que é o caso de Alex, filha de uma mãe puro sangue com um humano que ela sequer conhece. Alex não sabe o que aconteceu com a mãe para lhe tirar do Covenant e entrarem em uma fuga, mas ela confiava e amava a mãe acima de tudo, então simplesmente embarcou. Agora de volta a escola, ela vai ser treinada pelo seu crush supremo, Aiden St. Delphi, um puro sangue 3 anos mais velho do que ela. A questão é que justamente os puros-sangues não pode se envolver com os meio-sangue, que só tem duas alternativas dentro daquele mundo: serem serviçais ou se tornarem sentinelas para protegerem os puros-sangues dos daímônes, que tentam lhe roubar sua magia através de chupar o sangue da vitima. Um puro-sangue pode se tornar um daímôn e dai sim, a coisa complica. Mas, voltando a trama, Alex está de volta a escola, a Covenant, que fica em uma ilha, e reencontra seus amigos e os não tão amigos assim.
Antes de morrerem com Hércules e Perseu, os semideuses originais se relacionaram de uma forma que só os gregos faziam. Essas uniões produziram os puros-sangues — os hêmatois —, uma raça muito, muito poderosa. Eles eram capazes de controlar os quatro elementos — ar, água, fogo e terra — e de manipular o poder bruto em feitiços e hipnoses. Puros não podiam usar seus dons em outros puros, sob risco de serem presos ou até condenados à morte.
Como meio-sangue, descendente da união de um puro-sangue com um humano — uma vira-lata, nos padrões dos puros —, eu não tinha controle algum sobre os elementos. Minha espécie possuía a mesma força e velocidade dos puros, mas tínhamos um dom especial extra que nos diferenciava. Podíamos enxergar através da magia elementar que os daímônes usavam. Os puros não.
Havia muitos meios-sangues por aí, provavelmente até mais do que puros. Considerando que puros se casavam entre si, para melhorar suas posições na sociedade, em vez de casarem por amor, tinham a tendência de pular a cerca — e com muita frequência. Como não eram suscetíveis a doenças que assolavam os mortais, imagino que presumiram que não precisavam de proteção. Como resultado, seus descendentes meios-sangues ocupavam uma posição muito valiosa na sociedade puro-sangue.
A partir dai é exatamente o que você espera: Alex voltando a treinar e sendo incrivelmente forte porque claro que há algo a mais nela. Claro que há todo drama dela com o Aiden porque é obvio como a luz do sol que ele tem sentimentos por ela, mas não pode, já como ele próprio tem um passado de dor e precisa cuidar também do irmão mais novo que tem sob sua guarda e ainda é um sentinela incrível matador de daímônes que também está em uma posição de professor da jovem. Só que nada disso adiantaria se os dois não funcionassem juntos – e sim, eles funcionam. A química está lá desde as primeiras páginas do conto inicial, com Alex se lembrando do jovem de cabelos escuros que ela tinha sentimentos, e apesar da narrativa principal não presentar o ponto de vista do Aiden, fica claro que ele tem camadas e é um tantinho complexo por diversos motivos. Mas temos um triangulo aqui – ou, sendo bem sincera, é também uma insinuação de triangulo porque fica claro que Seth é somente a terceira parte, mesmo sendo um cara aparentemente legal (e que fez tanto sucesso que ganhou uma série derivada com 4 livros depois da conclusão de Covenant). Seth é um Apôlion, que é basicamente um meio-sangue com todos poderes de um puro-sangue que somente há um a cada vez que nascem, mas aqui preciso de uma pausa para falar sobre a mitologia do universo pra falar mais sobre.
Aqui temos os puros-sangues (os descendentes diretos dos Deuses) e eles possuem uma especie de magia que controla os elementos (água, fogo, ar e terra) e ainda são capazes de algo bastante próximo de uma hipnose; já os meio-sangue tem mais força do que os humanos, podem correr mais, chutar e socar com mais força, algo que realmente se volta para cuidar da proteção dos puros-sangues. E os daímônes, que são basicamente uma representação vampiresca dos puro-sangue, que conseguem manter os poderes elementais que tinham antes, mas somente em terra firme. Há toda uma trama politica acontecendo no fundo de batalhas que acontecem quando daímônes começam a acatar, uma tentativa de equiparar os direitos de puros-sangues e meio-sangues, tornando a trama mais do que somente sobrevivência de qualquer uma das especies. Mas também há uma profecia envolvendo Alex, e foi por causa dela que sua mãe começou a fugir com ela, uma profecia que atesta que Alex irá matar todas as pessoas que ela ama, e a morte realmente parece seguir a garota.
Entediada até a alma, peguei o livro antigo e mofado e comecei a folheá-lo. Metade estava escrita em grego antigo que eu não sabia decifrar. Para mim, não passava de um monte de linhas onduladas. Ao encontrar a parte escrita no idioma que eu sabia ler, descobri que não era sobre lendas ou fábulas. Era, na verdade, um relato detalhado sobre cada um dos deuses, o que representavam e sua ascensão ao poder. Havia até mesmo uma seção sobre puros-sangues e suas metades inferiores — nós. Sim, estava descrito exatamente assim.
Sem brincadeira:
O puro-sangue e sua metade inferior — o meio-sangue.
Passei aquelas páginas rapidamente, parando ao chegar a um pequeno capítulo com o nome “Ethos Krian”. Até eu me lembrava daquele nome. Todos nós, meios-sangues, lembrávamos. Ele foi o primeiro dentre um grupo muito seleto de meios-sangues a ter o poder de controlar os elementos. Mas… ah, foi bem mais que isso. Foi o primeiro Apôlion — um meio-sangue com habilidade de controlar os elementos e usar os mesmos tipos de hipnose que os puros eram capazes de usar nos mortais.
A edição do livro ainda traz 4 cenas extras: isso mesmo, com uma cena entre Alex e Aiden e 3 capítulos com enfim o ponto de vista de Aiden, vemos quanto o casal realmente funciona. Não há o que duvidar aqui: você vai gostar de “Meio-sangue”. Você pode não amar e sair por ai panfletando para todas as pessoas que você conhece, mas você vai gostar porque é toda a trama e construção que amamos e queremos porque a gente sabe bem onde tudo está nos levando e queremos isso mesmo, sem a menor sombra de dúvidas. A sensação de ler uma trama estruturada e que nos entrega exatamente tudo que queremos empacotadinho, bonitinho, é deliciosa demais, então só aproveitar, principalmente porque é bem escrita – mas, não custa repetir: coloque no contexto porque essa trama foi escrita em 2011, então espere coisas como rivalidade feminina sim e também uma trama sem tantas cenas hot ou equivalentes.
E nem tente reclamar que são 5 livros e 2 contos que vão demorar porque a Bloom Brasil chegou chutando a porta com este primeiro volume recém-chegando em nossas estantes e o volume 2, “Puros”, já está em pré-venda para 15 de abril (clique AQUI e garanta o seu com brindes) – e o terceiro volume, “Divindade”, também já em pré-venda para 20 de maio (clique AQUI e garanta o seu com brindes), ou seja, basta se jogar que você terá todos os livros ainda neste aqui no Brasil. Se você gosta das outras séries da autora Jennifer L. Armentrout, pode ler aqui sem medo algum, mas te indico demais a ler como a fórmula dela nasceu e entender que algumas séries superam os anos e se tornam queridinhas de nossos corações.
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