Resenha: [Os garotos de Tommen #3] Saving 6 – Chloe Walsh
Sinopse: Desde os doze anos, Joey Lynch leva uma vida infernal tentando proteger sua mãe e seus irmãos mais novos do pai alcoólatra e violento. Sem avançar nos estudos ou no hurling, ele vê nas drogas um escape para seu sofrimento. A única luz que encontra em meio às trevas é a filha de seu chefe, Aoife Molloy. Linda e radiante, ela faz de tudo para entrar no caos particular de Joey e acaba se tornando seu porto seguro.
Este livro contém: romance quente, dual POV, friends to lovers, história para chorar, slow burn, new adult/YA, romance irlandês, romance com esporte, Grumpy x Sunshine

Quando eu terminei “Keeping 13”, eu lembro vividamente de ter comentado com a Vi: “eu tenho certeza de que eu vou sofrer no próximo livro porque é o livro do Joey” e realmente, eu realmente sofri nesse livro, muito mais do que eu sequer imaginava. Até tive que ler ele em doses homeopáticas, porque o sofrimento de Joey estava acabando comigo.
Joey Lynch é irmão da protagonista dos primeiros livros “Binding 13” e “Keeping 13 (que eu já li e resenhei e vocês podem ler minhas resenhas AQUI), Shannon Lynch, ele é mais velho que ela e os outros irmãos que eles têm, por isso a história dele começa bem antes de nós conhecermos Shannon: lá em 1999, quando Joey tinha apenas 12 anos. A primeira cena do livro é a última vez em que ele fala com Darren antes do irmão ir embora e quando ele conhece Aiofe Molloy.
“Podia aguentar a pressão. Podia suportar os ataques. Podia lidar com os surtos de bêbado. Eu aguentaria tudo, se isso significasse que eles não precisariam aguentar.”
Desde o começo do livro, nós podemos ver como Joey é genioso e tem a língua afiada, assim como podemos ver que o relacionamento dele com Aiofe é absurdamente conturbado: ele não quer aceitar os sentimentos que tem por ela, não só pela bagunça que é a vida dele em casa, mas também pela promessa que fez ao pai da garota, para quem ele trabalha em uma oficina mecânica, que não chegaria perto de Aiofe.
O problema, que Joey não previa, é que Aiofe é muito, mas muito mesmo, teimosa. Ela não desiste fácil de se aproximar do garoto e fazer parte da vida dele e, até ela conseguir fazer ele assumir que são amigos, leva uma boa parte do livro, o que sinceramente é até engraçado porque é um mais teimoso que o outro.
“Com essas palavras, minha mãe me feriu de uma forma muito mais profunda e cruel do que meu pai jamais fizera.
Do que ele jamais poderia fazer.
E eu soube que aquele momento era o começo do fim para mim. O caldo que eu estava tentando não entornar nos últimos anos tinha finalmente entornado. E eu não sentia nada.”
Mas é claro que nem tudo é rosas e risadas e isso fica bem claro desde o início todas as vezes que estamos no ponto de vista de Joey: desde que Darren se foi, Joey virou o saco de pancadas do pai. Então ele sofre muitas agressões e vê a mãe sofrendo agressões e a forma que ele acha de se livrar dessa sensação ruim é se envolvendo com pessoas barra pesada e consumindo drogas.
E é triste e é duro demais ler Joey passando por essas coisas, mas também ler as reações de Aiofe a forma com que ele deliberadamente destrói a própria vida. Acho que esse foi um dos romances mais tristes que eu já li nos últimos tempos, porque é difícil demais ver como Joey não só acha que não é bom o suficiente para Aiofe como ele também parece preso em tentar não ser mesmo uma pessoa melhor. Como tudo que acontece na casa dele, com as agressões do pai moldaram muito de como ele vê o mundo – e como a única certeza que ele tem na vida dele é que nunca vai deixar os irmãos tendo que lidarem sozinhos com o pai, não como Darren fez com ele.
“Os sentimentos que eu sabia que devia ter não estavam presentes no buraco do meu peito. Eu era um fodido. Não adiantava nada negar. Também não adiantava lutar contra isso. Nem minha mãe tinha fé em mim.”
Como eu já repeti várias vezes, eu sofri bastante durante a leitura desse livro. É muito triste ver Joey se destruindo e eu fiquei o livro todo com uma vontade de colocar ele num potinho para proteger ele do mundo e dele mesmo, porque se tem alguém capaz de se autodestruir, esse alguém é Joey.
E, ao mesmo tempo, eu queria proteger Aiofe de Joey porque ele a fez sofrer bastante, não vou negar. Apesar de eu amar os dois juntos e gostar de como ela trás um lado melhor nele, enquanto ele está naquele moto de autossabotagem, é ela quem sofre o golpe principal.
“A verdade era que meu cérebro era um lugar assustador, e na maioria das vezes eu não queria entrar em contato comigo mesmo.”
E, novamente, como é de costume com os livros de “Os garotos de Tommem”, temos um livro enorme, mas que graças a isso, nós temos um ótimo desenvolvimento de relações e conseguimos ver bem o que se vai na mente de cada um dos personagens.
Uma coisa que me deixou ainda mais triste foi ao ler os agradecimentos em que Chloe fala sobre a perda do filho que ela sofreu – e por isso ela demorou tanto tempo entre um livro e outro – mas o mais triste de tudo é ela pedindo DESCULPAS caso a escrita dela não seja tão boa quanto antes (e acredite, Chloe, continua tão maravilhosa quanto antes).
Esse livro acabou com meu coração e o remendou ao mesmo tempo. Se você ainda não leu “Os garotos de Tommem”, largue tudo que está fazendo e leia. Você não vai se arrepender.

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