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Resenha: A Rainha do Submundo – Bea Fitzgerald

Sinopse: Milhares de anos atrás, os deuses contaram uma mentira.

De acordo com o Olimpo, Perséfone foi um mero peão na política divina. Primeiro, Hades a sequestrou para que ela fosse sua noiva. Então sua mãe, Deméter, ficou tão desnorteada e desesperada com a ideia de a filha ficar aprisionada no Mundo Inferior que fez com que a Terra começasse a morrer.

A história real é muito mais interessante.

Prestes a atingir a idade para se casar, não há nada que Perséfone tema mais do que a ideia de um casamento arranjado, especialmente se o marido for escolhido pelo pai, Zeus, que a detesta. Presa na ilha da Sicília tendo apenas a mãe, as ninfas e as flores como companhia, a jovem deusa toma uma decisão: ir até a única pessoa que pode ajudá-la a se esconder. No único lugar do mundo no qual ninguém poderá perturbá-la.

No entanto, quando ela salta até lá através das raízes de uma flor, o rei do Mundo Inferior não é bem o que se espera de um anfitrião hospitaleiro. Ainda assim, Perséfone tem o plano perfeito que promete sacudir todas as colunas do Olimpo, e tudo o que precisa fazer é convencer Hades.

Mas as consequências podem ser fatais, especialmente quando já se está no inferno…

Uma coisa que é tão certa quanto o amanhecer e o anoitecer é que: se existir um livro sobre Hades e Perséfone, eu o lerei. Simples assim. Já falei algumas vezes em resenhas antigas que meu mito grego favorito é sobre eles dois. Sempre fico muito puta quando tratam Hades como se ele fosse o oposto do demo pelo simples fato que: ele é um deus, só que do submundo e, enfim, ele é o melhor dos deuses na minha opinião e o romance dele com Perséfone é e sempre será o melhor para mim.

Por isso, quando a Galera Record foi lançar aqui “A Rainha do Submundo” eu sabia que eu precisava ler. E que leitura boa que essa foi, de verdade.


“É melhor silenciar uma garota do que deixá-la se transformar numa mulher que pode representar uma ameaça.”

O livro começa com Perséfone se arrumando para um destino que ela parece que não conseguirá fugir: sua mãe e seu pai vão procurar por todo Olimpo pelos melhores pretendentes para que se casem com ela. Algo que ela sempre quis fugir, da ideia de ter que depender de um homem para se proteger depois de ter passado a vida inteira já presa em uma ilha, ela não queria de forma alguma ter que renunciar a seu poder e de quem era para ser uma bela-recatada-e-do-lar.

Então, quando seus pais partem para o Olimpo em busca de um noivo, ela aproveita o momento sozinha para fugir: assim ela cria uma flor em homenagem a Hades e a destrói, pedindo por uma audiência com ele. No mesmo segundo ela vai parar no Submundo e lá está Hades, querendo entender o que ela quer – e o porquê de ela estar ali, desconfiado que seja uma armação de Zeus para descobrir sobre os segredos dele e tomar o reino dele.


“Certamente o amor não é uma escolha, mas muitas vezes sinto que estou à beira de um precipício, e a única coisa que me impede de cair é escolher não cair.”

Quando Hades simplesmente – por não confiar nela – diz que não vai aceitar que ela fique ali, ela invoca a ***, que significa que ele terá que aceitar ela embaixo do mesmo teto que ele e ser um bom anfitrião querendo ou não – e ele não quer, mas não quer mesmo.

Assim que ela começa a andar pelo Submundo e conhecer as almas das pessoas que morreram e estão ali, ela também entende que tem alguma coisa no Submundo que tem que mudar, que não podem as almas ficarem vagando para sempre, se despedaçando, ao mesmo tempo que ela começa a se dar conta que o poder dela é bem maior do que ela pensava primeiramente.


“É assim que ele faz? Dá poder a um grupo restrito de mulheres e depois diz: “Sim, com certeza, veja todas essas oportunidades que você tem.” Será que estamos todas ocupadas demais competindo pelas poucas vagas para realmente ajudarmos umas às outras?”

O relacionamento entre Perséfone e Hades nesse livro é absolutamente um slow burn. Mas slow, slow mesmo. Porque quando eles ficam amigos, ainda levam um tempo antes de assumirem o que sentem um pelo outro de uma forma que é até engraçada porque fica claro para nós, leitores, que eles estão 100% apaixonados e para as outras pessoas que convivem com eles, mas eles dois parecem não se dar conta disso.

Todo livro é no ponto de vista de Perséfone e, ao mesmo tempo que isso é bom, eu confesso que senti um pouco de falta de saber o que Hades pensava sobre certos acontecimentos no livro. Eu achei muito bem-feito o fato de Perséfone, apesar de antes ser chamada de Corè, ser a pessoa por trás de tudo, como diz na sinopse e eu falei aqui: foi ela quem foi até o Submundo pedir abrigo, não foi Hades que a colocou naquela situação de ser presa ali dentro, muito pelo contrário, ele a queria bem longe dali.


“Penso em Zeus em seu trono, nos outros deuses do Olimpo, nas guerras que eles causam e nas pessoas que ferem. Digo a mim mesma que ainda que leve gerações de humanos, um dia os deuses terão sorte caso sequer sejam lembrados. E talvez eu até caia junto, mas cairei com um sorriso estampado no rosto.”

Eu adorei também o modo como foi interpretado a personalidade de Perséfone, até é algo que eu acho bem certo e eu penso que ela é bem assim mesmo pelas coisas que eu leio. Assim como Hades que é um docinho que merece todo amor do mundo! Acho que essa foi uma das melhores adaptações do mito que eu já li, tanto deles como um casal como da forma que os dois foram escritos, com as personalidades contrastantes não só entre si, mas também diferente do que os outros pensam deles.

Dei uma pesquisada quando terminei o livro e descobri que a autora escreveu um segundo livro que fica nesse “universo”, mas não é necessariamente uma continuação: aborda outros personagens e outras histórias e eu, sinceramente, fiquei com bastante vontade de ler também.

Se, assim como eu, você tem um fraco por mitos gregos, dê uma chance para “A Rainha do Submundo”, você não vai se arrepender!

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