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Resenha: A Rainha Prometida – Helena Lopes


“A Rainha Prometida: Hades & Perséfone”
Helena Lopes
eBook – 2023 – 330 páginas

Presa ao submundo por uma punição divina que nem é sua, Perséfone, deusa da primavera, se vê perdida e sozinha no reino dos mortos.

Distante, Hades, o enigmático e cruel rei do submundo, a observa com curiosidade, até que certo dia, um acordo entre eles é feito, fazendo-os se aproximar de uma forma arrebatadora e absolutamente proibida.

Sem saber por que foi condenada, Perséfone tenta de tudo para descobrir a verdade e fazer a única coisa que a sua mãe lhe pedira antes de desaparecer: ficar longe de Hades.

No entanto, conectados por uma profecia e o destino prometido, uma paixão inevitável e cálida floresce entre eles, fazendo Hades perceber que precisará proteger Perséfone de seus inimigos a todo custo, mesmo que isso signifique sacrificar a si mesmo.

“A Rainha Prometida” é uma releitura sombria, deliciosa e fascinante do mito grego de Hades e Perséfone que entrelaça a riqueza da mitologia grega com uma fantasia sensual de amor proibido, onde uma paixão entre o deus dos mortos e a deusa da primavera ameaça todo o Olimpo.

Veja bem, não que como qualquer leitora assídua eu não seja fã de alguns esquemas de pirâmide mas ultimamente tem sido cada vez mais difícil encontrar autores que consigam manter o equilíbrio. Nem toda narrativa precisa ser uma trilogia, nem todo coadjuvante precisa ter sua história contada, nem todo universo criado precisa ser expandido ao infinito e além. Helena Lopes entende isso e sua releitura de Hades e Perséfone entrega exatamente o que precisa ser entregue: a versão de Hades e de Perséfone.

A maior virtude de ‘A Rainha Prometida’ é saber o que quer. Existe uma estória a ser contada, essa estória é contada e acaba. Ela começa, se desenvolve e termina. Sem ganchos, sem spin-offs, sem POVs de personagens secundários, sem ‘barrigas’ narrativas pra manter a estória viva. Os protagonistas são desenvolvidos, a trama é exposta e desmembrada, os personagens coadjuvantes cumprem seu papel e fim. The End. Sobe as letrinhas. (E isso é lindo)

Então vamos falar sobre essa versão que é envolvente e novelesca, com toques de drama familiar e obviamente cenas mais apimentadas (também na dose certa!). Perséfone é jovem e ainda não entende muito bem seus poderes nem seus desígnios, mas está determinada a não ceder ao destino e manter o máximo de sua essência mesmo privada de sua liberdade no lugar menos primaveresco do mundo. Hades é antigo, poderoso e entende bem até demais que nada no mundo vem sem consequências, nem mesmo boas intenções.

Usando o recurso da profecia autorrealizável (quanto mais os personagens tentam lutar contra ela, mais perto de ser cumprida ela fica), a autora entrelaça membros do Panteão Grego a sentimentos e atitudes bastante humanas: amizades que são a base feminina nesse ou em qualquer universo; o eterno paradoxo das relações familiares; a ambiguidade da maternidade que, para proteger seus filhos às vezes os machuca e claro, pois ainda é um romance, o inevitável laço que une duas pessoas – ou deuses – sob o jugo do amor.

A narrativa ágil sem correr, simples sem ser boba e complexa sem ser complicada, prende o leitor logo no início e mantém o ritmo por suas pouco mais de 300 páginas com reviravoltas coerentes e mantendo a trama sempre na cadência certa seja nos momentos mais lentos de desenvolvimento, seja nas ações que aceleram seu andamento, ‘A Rainha Prometida’, entrega um novelão com tudo que tem direito e amamos.

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