10.12


“Evidências de uma traição”
Taylor Jenkins Reid
Tradução: Alexandre Boide
Paralela – 2021 – 101 páginas

Esta novela da autora best-seller Taylor Jenkins Reid explora a complexa natureza das relações humanas e as consequências imprevisíveis de uma traição.

Querido estranho…

Uma jovem desesperada no sul da Califórnia se senta para escrever uma carta para um homem que ela nunca conheceu — uma escolha que mudará sua vida para sempre.

Meu coração te pertence, David. Mesmo sabendo que eu não te conheço…

Pouco a pouco, a correspondência entre Carrie Allsop e David Mayer revela os detalhes de um caso devastador entre seus cônjuges. Ao longo das cartas, eles confessam seus medos e compartilham sentimentos escondidos no fundo de suas almas, tentando decidir como seguir em frente.

Contada inteiramente por meio de cartas, Evidências de uma traição é uma história de decepções, mágoas e segredos, mas também de perdão e recomeços, e de como, no caso de algumas pessoas, a dor pode libertar.

Ok, vamos do começo com uma breve explicação: Os livros da autora Taylor Jenkins Reid não foram publicados em ordem de publicação aqui no Brasil, por isso muitos leitores até nos questionaram como ela havia conseguido escrever “Malibu Renasce” e “Para sempre interrompido” no mesmo ano, mas a verdade é que “Para sempre interrompido” foi o 1º livro escrito pela autora e foi publicado aqui no Brasil este ano, enquanto “Malibu Renasce” foi o livro que ela realmente escreveu por último e publicou este ano. Diversos livros da autora estão também virando filmes/séries e você pode ler sobre tudo clicando AQUI. E se você está se perguntando porque eu estou falando tudo isso, é para chegar justamente em “Evidências de uma traição”, que é uma novela (que é um tipo de narração maior que um conto e menor que um romance propriamente dito) da autora escrita para a Amazon em 2018 e agora chega aqui no Brasil no formato eBook pela Editora Paralela hoje, dia 10 de dezembro. Com isso, teremos absolutamente tudo da autora publicado aqui no Brasil.

E que conto, leitores, que conto! Eu ainda estou em surto desde que o terminei e tem tanto, mas tanto que eu quero falar sobre, mas obviamente não darei nenhum spoiler nesta resenha. Eu ainda estou impactada com a história de Carrie e David e a forma como a Taylor criou uma historia de traição tão simples e tão cheia de nuances em tão poucas páginas. Se eu já me achava fã da autora, eu estou em outro nível agora, de verdade. E ah, um pequeno surto pra vocês: “Evidências de uma traição” se passa no mesmo universo que “Daisy Jones”, e, por tabela, nos de “Os Sete maridos de Evelyn Hugo” e “Malibu Renasce”, já como uma determinada personagem é mencionada nominalmente. É uma DELICIA encontrar esses pequenos easter eggs nos livros da Taylor. Sim, amigos, eu sou oficialmente fã desta mulher e tudo que ela estiver envolvida. Mas agora vamos lá, vamos falar do que importa: AS CARTAS!

Caro sr. David Mayer,


Meu nome é Carrie Allsop. Por favor, me desculpe pelo contato inesperado. Estou escrevendo para pedir um favor um tanto estranho.
Descobri há pouco tempo algumas cartas de amor na maleta do meu marido que acredito serem da sua esposa, Janet. Desconfio que meu marido, Ken Allsop, a tenha conhecido em uma conferência médica em Coronado, três meses atrás. Ao que parece, eles vêm tendo um caso desde então. Cheguei a essa conclusão porque as cartas da sua mulher para ele contêm referências de um relacionamento sexual.
Sinto muito, David. Não sei como é seu casamento, e obviamente nem sequer te conheço. Mas, se isso causar algum sofrimento para você, lamento ser a responsável por dar a notícia.

Essa novela é contada completamente através de cartas e em sua grande maiorias trocadas entre Carrie e David. Carrie é casada com o médico Ken Allsop, e a primeira carta que abre o livro já mostra o seu motivo por existir: ela desconfia que Ken começou um caso com Janet Mayer, esposa de David. E se você está se questionando o motivo pelo qual eles estão se comunicando por cartas, é simples: acompanhamos as cartas entre dezembro de 1976 até abril de 1978, e isso faz toda, toda diferença para a trama porque precisamos entender que Carrie é uma mulher que escolheu se casar e construir sua vida em torno do marido, do trabalho dele e da família que iriam ter. Mas, infelizmente, Carrie não consegue engravidar por mais que vá há médicos e faça exames, fazendo com isso destrua sua autoestima e ela acredite que influencie na decisão do seu marido começar um caso depois de viajar para uma conferência médica.

Carrie acreditava que tinha um bom casamento, que seu marido era um bom homem e que a amava realmente, então quando encontra cartas de Janet na pasta dele, ela começa a tentar entender os motivos pelo qual a levaram até ali, fazendo com que estivesse perdendo pouco a pouco a única vida que conhece em seu casamento de 10 anos. Recém chegada aos 30 anos, sem filhos, com um casamento desmoronando, tendo seguido o marido pelo país e saído de sua cidade natal, Boston, para ir morar com ele na Califórnia (aonde a trama se passa), Carrie escreve para David tentando descobrir o que deveria fazer com ela mesma, sem imaginar o impacto que iria causar na vida do outro. E é assim que David descobre que sua esposa Janet, mãe de seus 4 filhos, está lhe traindo.

Quando recebi sua carta, fiz um esforço gigantesco para me convencer de que você era louca, porque descobrir que a minha mulher estava me traindo era uma ideia insuportável para mim. Mas, se estou te escrevendo agora, acho que é porque já estou suportando.
Você não é louca, não está enganada e, neste momento, talvez seja a única pessoa que está me dizendo a verdade.

A partir dai é uma profusão de sentimentos que não sei nem explicar aqui nesta resenha. Acho que só lendo pra entender, já como os dois se sentem despedaçados e sem forças para confrontarem os respectivos conjugues. A amizade vai crescendo entre os dois, chegando ao ponto de abrirem seus corações e falarem sobre suas desilusões e esperanças de que aquele momento tão terrível passe. David é um professor de escola que leva uma vida bastante simples: vai do trabalho para casa, sem muito romance em sua vida mais, somente preocupado em cuidar dos filhos, a quem ele ama acima de todas as coisas. A ideia de se separar e perder o crescimento dos filhos beira o insuportável para ele, enquanto Carrie continua sofrendo sentindo a indiferença do marido.

É desesperador ver a tristeza de David e Carrie, que parecem estarem conformados com o que o destino reservou para eles, e a delicadeza e a forma como eles vão se tornando mais e mais necessário um na vida do outro, extrapolando as páginas das cartas para uma amizade no mundo real, e tudo isso foi algo que me ganhou de todas as formas. Também podemos ler algumas poucas cartas entre Ken e Janet encontradas pelos traídos, nas quais Janet confessa que não aguenta nem mais beijar o marido. A traição chega ao ponto dos dois de marcarem uma viagem para o 4 de julho (tradicional feriado norte-americano de independência), no qual irão decidir realmente como agirão para conseguirem os divórcios e aproveitarem a vida juntos. Confesso que nessas alturas já queria que uma bomba caísse na cabeça e explodisse o Ken e a Janet inteirinhos com aquela falta de responsabilidade emocional que estavam tendo. Mas então temos uma mudança meio inesperada, mas nem tanto (porque Taylor BRILHANTEMENTE deixou diversas pistas ao longo das cartas), na história – e para você saber qual é, você vai ter que ler para descobrir. Eu sei, eu sei que você quer ler porque É MARAVILHOSO DEMAIS.

Carrie Allsop, você nunca vai ser a mulher que ninguém vai chamar para dançar.
Eu vou estar lá para dançar com você enquanto a música estiver tocando.

Não há mesmo mais o que falar sem dar algum tipo de spoiler, então eu vou só ficar esperando esse livro cair nas graças de vocês pra vocês virem comentar comigo porque há TANTO que eu quero falar, principalmente as pistas de tudo que estava acontecendo. Cartas que contam uma história não são uma novidade literária, mas a Taylor fez algo aqui que torna impossível largar o Kindle (ou celular ou tablet ou seja lá aonde você for ler) até terminar pelo simples fato de que você quer saber o que vai acontecer – e quando acontece, você quer saber mais ainda. Acredite em mim. Por mais que já tenha visto por ai alguns questionarem o final, eu acredito que foi uma história completamente redonda, com o final mais do que certo para aqueles personagens e aquela situação. Eu amei. De verdade.

Se havia qualquer dúvida para qualquer pessoa sobre o poder e o dom de Taylor Jenkins Reid, “Evidências de uma traição” acaba com isso com uma facilidade imensa. Leitura rápida, repleta de emoções, com personagens que são carismáticos e papeis certos, essa novela é algo que você não vai querer perder. Só garanta seu exemplar, baixe e leia na sexta mesmo, então venha conversar comigo e me dizer a sua visão do final. E eu mal posso esperar pelo próximo livro da Taylor.

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Edição física capa dura com brindes na Amazon.

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2 comentários em “Resenha: Evidências de uma traição – Taylor Jenkins Reid”



  1. Davidson M Chagas disse:

    Acabei de ler essa novela e é meu primeiro contato com a autora. Tenho Dayse Jones, e fiquei com a impressão que esses personagens são importantes pra uma compressão do universo criado pela autora. Qual a ordem de leitura desses livros?
    Grato!!!

    1. virna disse:

      Oi, Davidson! Não são importantes assim, são mais como easter eggs mesmo, mostrando que todos esses personagens existem no mesmo universo! Você pode ler na ordem de publicação: Evelyn Hugo, Daisy Jones e Malibu Renasce (esse último é mais intrínseco aos 2 primeiros livros, os outros nem tanto). Espero ter ajudado!



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