22.04

Sinopse: Baseada na série de best-sellers de Leigh Bardugo sobre o universo Grisha, Sombra e Ossos acontece em um mundo destruído pela guerra, onde a órfã e soldado Alina Starkov acaba de descobrir um poder extraordinário que pode ser a chave para libertar o país. Com a ameaça monstruosa da Dobra das Sombras à espreita, Alina é separada de tudo o que conhece para treinar e fazer parte de um exército de elite de soldados mágicos conhecidos como Grisha. Enquanto aprende a controlar seus poderes, ela descobre que os aliados e inimigos não são tão diferentes assim e que nada nesse mundo é o que parece. Além de tudo isso, existem forças malignas em jogo, incluindo um grupo de criminosos muito carismáticos, e só a magia não será suficiente para sobreviver. Sombra e Ossos é uma produção da Netflix e da 21 Laps Entertainment, estrelada por Jessie Mei Li (Alina Starkov), Archie Renaux (Malyen Oretsev), Freddy Carter (Kaz Brekker), Amita Suman (Inej), Kit Young (Jesper Fahey) e Ben Barnes (General Kirigan).

Sombra e Ossos” estreia amanhã, dia 23 de abril às 4 da manhã, na Netflix, com 8 episódios. Coloquem o seriado na sua lista clicando AQUI.

Alina Starkov é uma garota criada em um orfanato que desenha mapas. Ela vive no reino de Ravka, que é separado por uma dobra (uma grande paredão de escuridão bastante mortal). Alina tem como família outro órfão chamado Malyen “Mal” Oretsev, que é um soldado do 1º exército (porque sim, existem dois: o 1º formado por humanos “normais” e o 2º formado por grishas, que são basicamente humanos que podem manipular alguns poderes). Em uma jogada do destino, Mal é levado a ter que atravessar essa dobra e Alina faz de tudo para também ir. Atacados na travessia, a garota descobre ter poderes que há muito esperavam: o poder de conjurar Luz. Levada a presença do comandante do 2º exército, General Kirigan, Alina entende que vai ter um papel bem maior do que esperava na guerra entre o bem e o mal. E sim, eu sei que esse é basicamente o enredo dos livros, mas é exatamente dai que começamos no seriado.

Ao mesmo passo em que vemos esse início, somos apresentados a um outro núcleo completamente diferente: um clube de jogatinas em outro lugar, bem longe de onde Alina se encontra, que é comandado por um homem com uma bengala com a ponta de corvo, no qual está sendo informado sobre o roubo de um quadro por uma pessoa que muitos chamam de “fantasma” porque ninguém sabe como aquela pessoa tirou o quadro do lugar no qual devia estar. E eu sei que quem leu os livros vai identificar bem de cara de quem estamos falando: os corvos de “Six of Crows”. Eles são introduzidos na história e já ali vemos aos poucos como uma história irá se conectar a outra.

Tenha em mente que o seriado está adaptando duas histórias diferentes que se passam no mesmo universo mas não ao mesmo tempo: a trilogia Grisha (a história de Alina, Mal e o Darkling) e a duologia “Six of Crows” (que conta a história dos ladrões que levam o mesmo nome), da autora Leigh Bardugo, aqui adaptada pelo showrunner Eric Heisserer (“Caixa de Pássaros”).

E então vamos aquela pergunta que sei que todos querem fazer: “O seriado é fiel aos livros?”

Eis a resposta sincera: Não. E sim.

Se você está confuso, calma que vamos tentar explicar: o seriado se mantêm fiel ao 1º livro da trilogia Grisha com bastante firmeza em determinados pontos (até mesmo com direito a frase vinda dos livros dita LITERALMENTE pelo Darkling) da jornada de Alina. Todo relacionamento dela com o Mal também é muito, muito fiel, assim como diversos pontos do livro também estão aqui. Se você ama o livro, eu sinceramente não vejo UMA razão para odiar “Sombra e Ossos”: os personagens estão, em sua grande parte, representados – e muito bem representados. A essência do livro, seus temperamentos, suas vontades, suas procuras, seus desejos: tudo isso foi perfeitamente transferido para suas contrapartes do seriado. Até mesmo a frustração que você pode sentir em alguns momentos com as decisões deles também estão lá. Isso significa que o seriado é exatamente a transcrição do livro para a tela? Óbvio que não.

Depois de tantos anos assistindo adaptações, já aprendi que muito precisa ser modificado, acelerado, cortado e até mesmo esquecido porque o formato TV (ou filme) necessita que isso aconteça. Nunca esperei ver, em nenhuma adaptação, os trechos dos livros ali transcritos na tela, mas uma coisa que sempre, absolutamente sempre, esperei, foi RESPEITO ao material de origem. Nós, que já somos fãs de um determinado universo antes dele ser transposto para um filme ou seriado, queremos reconhecer aquele mundo, queremos reconhecer os personagens que amamos, queremos ver tudo que já amamos desde antes sendo respeitado, e, quanto a isso, fãs do Grishaverse podem comemorar: o seriado respeita MUITO o material de origem e dá pra ver que quem está escrevendo, conhece e estudou o universo.

Há mudanças na origem de Alina e no passado do Darkling – a primeira eu recebi muito, muito bem, já como foi feita para dar mais diversidade ao elenco e a personagem (isso foi muito bem construído no seriado e merecem palmas), mas a mudança no passado Darkling eu não achei que precisava. Não é nada que mude o personagem em sua essência, mas é desnecessário. Já sobre os efeitos especiais (quem leu os livros sabem que eles se fazem necessários), gostei de absolutamente tudo que os envolveu: não são os melhores efeitos que vocês verão na vida, mas definitivamente são o suficiente para fazerem seu papel na série.

E então chegamos ao ponto de maior divergência de todos: Os corvos. Sim, as mudanças para eles chegaram com intensidade, já como os livros nem se passam ao mesmo tempo. Aqui temos uma equipe dos Corvos reduzida pela metade com Kaz, Inej e Jesper que tem uma missão – a qual obviamente não falaremos por ser um grande spoiler. Há pinceladas do passado de Kaz para quem leu os livros e há também menção ao passado de Inej que futuramente será explorado se a série vingar. Não temos essa construção com Jesper, mas tudo que envolve o personagem é muito respeitado, então também podemos respirar aliviados. A forma como introduz o grupo à trama Grisha é descomplicada e ao mesmo tempo bastante complicada porque novos elementos precisam ser criados para justificar essa mudança na narração, mas confesso que comprei e embarquei. Em certa altura, aceitei de bom grado que eles estavam ali e me peguei torcendo por encontros que nunca aconteceram nos livros, tudo com bastante desenvoltura.

A trama do seriado se guia por “Sombra e Ossos” (o livro) e eu não esperava de outra forma. Temos os Corvos aqui como personagens não secundários – mas também não podemos dizer que sejam principais: os principais são (e com clareza) Alina, Mal e o Darkling.

Como mencionado acima, os corvos aqui não passam de um “outro núcleo”, como parte de uma novela que se divide em vários núcleos diferentes que acabam esbarrando em alguns pontos e é exatamente isso o que acontece na história deles. Leigh falou muitas vezes que “Sombra e Ossos” era uma grande fanfic e no final das contas era realmente isso: a série foi feita tal qual uma fanfic, mas é uma fanfic MUITO BEM escrita sim, que faz a gente amar nossos corvos tanto quanto os amamos nos livros, que faz a gente trancar a respiração quando eles soltam, vez ou outra, algo que podemos identificar dos livros (não vou dizer qual frase foi, mas podem ter certeza que vocês também vão sentir quando verem!)

Não estou falando que não há problemas no seriado: sim, eles existem, como, por exemplo, a falha em explicar o que são Grishas e o universo para quem não leu os livros, coisa que precisa ser melhor elaborada para as próximas temporadas. Mas, no saldo final, as qualidades são INFINITAMENTE maiores do que os problemas. Tudo está conspirando a favor de “Sombra e Ossos”, a começar pelo elenco, que é ABSURDAMENTE bem escalado e bom: Jessie Mei Li faz uma Alina inteligente e teimosa, enquanto Ben Barnes brilha como o Darkling (mas isso não foi surpresa para ninguém, todos nós já esperamos isso). Muitas vezes quando Ben apareceu em cena, eu só pensava que ele tinha nascido para interpretar o Darkling e ninguém, absolutamente ninguém, poderia fazer o personagem tão… bem (sim, eu fiz esse trocadilho, perdão hahaha). Freddy Carter e Amita Suman, respectivamente Kaz e Inej, saíram das páginas dos livros: um frio e a outra silenciosa, os dois contidos em suas emoções e sentimentos. Mas sinto que preciso destacar dois atores: Archie Renaux como Mal, que conseguiu se opor a um Ben Barnes inspirado, e por mais que você não goste do Mal, ele o interpretou com maestria; e Kit Young como Jesper – o que falar de Kit que mal conheço e já quero ver tudo que ele fez? Jesper é espirituoso, forte, perspicaz, e Kit incorpora isso muito, muito bem. A sensação que eu tenho é que esses 6 atores se tornaram os personagens e eu nunca mais vou conseguir ver nenhum deles em qualquer outro papel: eles são seus personagens e seus personagens são eles. Que benção que foram essas escalações!

Até mesmo os papéis menores na história foram muito bem representados: e é aqui que eu olho para Luke Pasqualino como David Kostyk, Daisy Head como Genya e Sujaya Dasgupta como Zoya. Apesar de seus papéis não serem tão grandes durante a série, eles esbanjaram talento o tempo todo que apareceram. E é claro que eu não podia deixar de mencionar a rainha Nina, interpretada por Danielle Galligan e Matthias que é interpretado por Calahan Skogman, porque apesar de não poder mencionar absolutamente nada sobre o plot que os leva até ali, nem sobre nada que acontece com eles, as cenas com eles foram todas esplêndidas.

Muito da sensação que eu tive durante a série inteira é que, em algum ponto, eles podem separar os núcleos e dar para “Six of Crows” sua série separada da história dos Grishas, assim como é nos livros e eu confesso que gostaria que isso acontecesse, mas, sendo feito da forma que foi, eu também não reclamaria de continuar vendo os Corvos nesse universo e as formas que eles podem se encontrar e se desencontrar por ali.

A temporada termina de um jeito bastante interessante para Os Corvos e que quem leu os livros da trilogia original irá reconhecer com perfeição. De minha parte, falo com toda certeza do mundo: “Sombra e Ossos” é a melhor adaptação que já tivemos o prazer de ver. Que venham mais temporadas – até porque, com aquele final, seria injusto demais não vermos tudo que irá acontecer a partir dali. Tenha você lido os livros ou não, você vai querer mais, acredite.

Vocês podem ver o trailer da série aqui:

Para comprar “Sombra e Ossos”, o 1º livro da trilogia Grisha, você pode clicar AQUI. Já para comprar “Six of Crows”, o 1º livro da duologia de mesmo nome, clique AQUI.

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