06.09

Sinopse: Um novo ano escolar começa em Las Encinas, reunindo alunos novos e veteranos. Embora eles não quisessem nada além de voltar à normalidade após a morte de Marina, esse desejo se mostra impossível, já que os segredos que escondem se tornam um fardo quase impossível de se carregar…


Essa indicação é livre de SPOILERS da segunda temporada, mas contem SPOILERS da primeira temporada.

Para ler o que achamos da 1ª temporada, basta clicar AQUI.

Virna: Antes de começar, deixa-me explicar que eu acabei de terminar de ver toda nova temporada e tenho que falar, bem convicta, que “Elite” é a melhor série adolescente do momento. Sem medo de abraçar sua própria incoerência, com personagens muito bem desenvolvidos e uma trama que dessa vez realmente foi satisfatória, o 2º ano da série se sobressaiu em relação ao 1º – talvez por não termos de conhecer os personagens e sim entendermos melhor quem são e de onde vem suas motivações.

Mas, vamos do começo: Depois do assassinato de Marina e da forma como a 1º temporada terminou, com Nano sendo acusado e Carla e Christian encobrindo Polo, a ideia central da 2º temporada definitivamente seria a repercussões sobre a morte da personagem. E, claro, é assim mesmo que a temporada começa: Guzmán está consumido pela raiva de ter tido uma irmã assassinada, Samuel está lutando tentando provar que não foi o irmão (apesar de ainda não saber se consegue perdoá-lo pela traição com Marina) e todos os outros estão, de uma forma ou de outra, orbitando em torno disso. Mas olha, deixa eu avisar: A 2º temporada de “Elite” foi, definitivamente, um tiro.

Temos um novo mistério, já mostrado nos trailers: um aluno, que começamos a temporada sem saber quem é, está desaparecido. Como é de se esperar, a mesma equipe que cuidou a investigação do assassinato de Marina está de volta para investigar o sumiço de tal personagem, o qual é revelado no final do 1º episódio. Esse mistério é melhor e mais desenvolvido do que a morte da personagem da 1º temporada, coisa que dou total crédito, mais uma vez, ao roteiro da série, que entende que está ali para divertir e criar um suspense que precisa prender, coisa que faz com facilidade. E ah, sobre o roteiro… os personagens e seu desenvolvimento, eu aposto que muitas séries por ai queriam conseguir isso, de verdade. Nessa temporada, a palavra-chave é “consequências” para todas as ações que fizeram em sua 1º temporada, e não há incoerência pra ninguém.

Ju: Eu confesso que estava com medo da segunda temporada da “Elite”. Estava com medo simplesmente porque eu estava esperando DEMAIS dela e uma partezinha do meu cérebro ficava assim “cuidado pra não se decepcionar, querida”, porque geralmente aquilo que a gente quer muito, acaba nos decepcionando por não chegar no patamar que esperávamos. Mas “Elite” foi MUITO SUPERIOR a qualquer coisa que eu poderia imaginar. Claro que eu tinha muitas teorias sobre o que teria na segunda temporada, mas nunca conseguiria imaginar um desfecho como o que teve.

Enfim, vamos por partes. Bem como a Virna falará, “Elite” continua tendo muita adoração (pelo menos por minha parte) por conta dos personagens. Eu nunca fui muito fã dos personagens que são absolutamente certinhos, pior ainda que eles são aqueles que se fazem de certinhos, mas no fundo são tão ruins como os outros (alô @ Samuel, estou olhando pra você!) e ali no seriado, todos eles têm atitudes que te levam desde amar eles até odiar e então voltar a amar (menos o Samuel, me desculpem quem ama, ele só sobe no meu nível de ranço).

Só que, nessa segunda temporada não foram só os personagens que me prenderam com força, mas também o plot que envolveu todo esse desaparecimento (não só de um, mas de dois personagens – apesar de descobrirmos mais para a frente que um desses personagens foi embora porque quis) enquanto nós víamos relações ruirem e novas relações se erguerem, assim como os próprios personagens afundando em tudo que fazia eles estarem ali naquela situação, bem como a Virna colocou também, foi realmente um caso de ação e reação.

A verdade absoluta da vida é que todos nós um dia temos que lidar com as coisas que nós mesmos nos envolvemos, seja qual for a situação. Isso é até mesmo uma lei da física, algo comprovado cientificamente: seja o que for que você fez, vai voltar pra te morder no traseiro quando você menos esperar. Claro que quando essa lei da ação e reação foi criada, não foram com essas palavras, mas bem, vocês entendem o ponto onde quero chegar com isso. O problema não é que eles não estavam aguardando o retorno do que aconteceu, mas justamente o contrário. No caso de Polo, Christian e Carla, eles não conseguiam deixar de pensar no que tinha acontecido e como isso afetaria as vidas deles se fossem pegos. E nem mesmo toda a beleza de Carla e a sedução que ela usa e nem mesmo todo o dinheiro e as coisas que ele pode comprar foram capazes de manter Christian inteiro e ao lado dela.

Virna: A série realmente se supera em sua 2º temporada, elevando o potencial de destruição de e em todos personagens, fazendo com que tudo, absolutamente tudo, dê errado da melhor forma possível: como falei, Guzmán está tentando lidar com o trauma e a culpa por acreditar que poderia ter feito algo e não fez, enquanto Polo também está tentando lidar com a culpa – e aqui deixo claro que a transformação do personagem durante a temporada é merecedora de créditos, porque você vai da pena à raiva , tudo crescendo a medida que a temporada vai se desenrolando. Lu está decidida a ser a melhor namorada possível para Guzmán, enquanto Nadia está cada dia mais apaixonada por ele, mesmo a distância – até que ela mesma tem de lidar com uma tragedia mais próxima ainda.

Ander é arrastado para o mar de culpa que o rodeia e fica bastante perdido durante toda a temporada, me fazendo ter bastante pena do personagem enquanto ele tenta respirar no meio daquilo tudo. Carla, em contrapartida, é uma personagem que cresceu bastante nessa temporada, mostrando bastante camadas: como uma mulher bonita como ela (pelo amor de Deus, que mulher LINDA), ela usa a beleza para manipular todos, mas também entende que é esse papel que querem e esperam dela, mostrando que isso, de certa forma, a faz se ressentir, enquanto seu agora namorado Christian está realmente consumido pela culpa de ter ajudado encobrir o assassinato de Marina e ter deixado Nano ser preso. Lu, que na 1ª temporada servia basicamente como a personagem “Rainha bitch” do colégio se torna enfim alguém que também mostra a raiva que tem de tentarem sempre passá-la para trás e mostra bem que de burra não tem nada – além de ter ganhado o enredo mais polêmico da temporada: se preparem porque é algo que não vai agradar a todos, certamente (falo sobre isso mais adiante). Omar tem mais espaço para mostrar quem é o que quer da vida, enquanto temos o acréscimo de 3 novos personagens: Valerio, o meio-irmão de Lu, que é o Rei das festas e das drogas; Cayetana, que é uma digital influencer que chega no colégio misteriosamente e Rebecca, que roubou a cena, você não tem escolha a não ser amar a personagem. Os 3 novatos, a princípio, parecem estar ali somente para se misturarem com os personagens já conhecidos, mas a medida que a temporada corre, você entende que eles realmente tem um papel para desempenhar durante o desenrolar de toda trama.

Ju: Os personagens que eu mais gostei nessa temporada e que achei muito mais desenvolvidos em tudo foram o Guzmán, que está absolutamente maravilhoso aprendendo a lidar com a perda da irmã dele e com a dor que isso carrega. Lu subiu muito, muito, muito no meu conceito nessa temporada. Eu terminei a temporada batendo palmas pra ela, mesmo ela fazendo algumas coisas que eu não concordo, porque acho que ali foi ela (FINALMENTE!) dando um basta na pose de mocinha sofrida que não conseguia o amor do cara que ela é apaixonada. Nadia continua tão espetacular quanto na primeira temporada, assim como Omar, mas Ander me irritou em certos pontos, apesar de eu entender os motivos dele, continuo achando que ele fez algumas coisas erradas ali que não eram necessárias (e nem digo sobre o segredo que ele carrega a temporada toda, mas pela forma com a qual ele lidou com o Omar enquanto carregava isso com ele).

Eu nem tenho palavras pra descrever o quanto eu amo a Carla, mas teve um plot dela nessa temporada que eu vou evitar falar muito para não dar spoiler, mas me fazia ter vontade de enfiar um garfo no olho toda vez que esse plot aparecia. Mas, acima de todos, a personagem que eu mais gostei definitivamente foi a Rebecca. Ela é maravilhosa desde a primeira cena em que aparece até a ultima e eu estou muito apaixonada por ela, de verdade.

Sobre os casais eu não tenho muito a acrescentar também porque sigo amando os mesmos casais da primeira temporada: Guzman e Nadia estão muito sensacionais, é difícil lidar com as cenas amorzinho deles e ver Guzman apaixonado é algo de outro mundo. E Omar e Ander, apesar das pequenas complicações que eu disse anteriormente. Fora isso, não gostei dos outros casais (talvez tenha gostado um pouquinho do casal no enredo polêmico que a Virna mencionou, mas isso é segredo).

Se você não assistiu “Elite” ainda, corra pra assistir, de verdade. Ela carrega tudo que existe de melhor nessas tramas latinas que todos nós amamos tanto, com muitas reviravoltas e casais se fazendo e se desfazendo na velocidade da luz, além de ter um plot muito redondinho na segunda temporada, fazendo com que a gente se encantasse ainda mais com a forma como as coisas foram encerradas, carregando ao mesmo tempo uma surpresa misturada com um certo clichê.

Virna: O grande trunfo de “Elite” ainda continua nesses personagens, que continuam completamente falhos e agora com um roteiro que perdeu totalmente os limites: há de tudo que você puder pensar nessa temporada, com cenas bastante gráficas (de sexo e drogas), e ainda foram por um caminho que eu mesma duvidei que eles teriam caminho de seguirem – mas sim, foram. Isso pode afastar (e muito) parte de um público mais conservador, mas é justamente o que eu digo que o seriado é tão bom: ele não tem limites para mostrar a vida desses personagens, cercadas de caprichos, dinheiro, culpa e uma infinidade de possibilidades. O modo como ao enredo vai correndo, movendo para frente através de festas e momentos como uma simples conversa na biblioteca é o que continua fazendo você querer maratonar o seriado sem parar porque você sabe que o próximo episódio não parar, você vai ter mais do mistério central e mais ainda desses relacionamentos que já existem (continuam shippando Guzmán e Nadia, talvez até mais, se possível, e Omar e Ander, que continuam maravilhosos) além de diversos outros casais que surgem durante essa nova temporada. Se ainda há um ponto franco nessa temporada, são dois desses novos casais, sinceramente. Não comprei o romance de um certo par e o outro quase me matou de tédio, mas, pelo menos, parece que um desses novos casais já está morto (e assim espero que fique).

Continuo indicando “Elite” com toda certeza do mundo de que ela é capaz de prender qualquer pessoa que esteja assistindo com seus momentos deliciosamente sem sentido, com adolescente que tem demais em suas mãos e tentam se passar por adultos, mas ainda são adolescentes (o próprio Ander fala isso durante um interrogatório), lidando com romances, ações sombrias e sentimentos que não sabem lidar ainda, como a imagem que criam de si mesmo e das pessoas pelas quais eles acreditam que são apaixonados – como uma das personagens fala para a personagem que ele acreditava estar apaixonado, sobre a capacidade que ele criou de imaginar e idolatrar uma pessoa que não era a que ele esperava, e quando isso acontece, você entende que não estava realmente apaixonado. Apesar de ser uma série bastante rápida, existem alguns questionamentos traduzidos pelos personagens que nos fazem entender perfeitamente o que está sendo colocado ali.

Fico me perguntando se outras séries voltadas para o publico adolescente assistiram ou sabem da existia de “Elite” e sentem um pouco de inveja da coragem do roteiro da série espanhola, que, obviamente, está bem acima da média, até em sua parte policialesca: eu adorei as reviravoltas do roteiro e apesar de ter descoberto algumas, elas foram incrivelmente boas. Então fica aqui a dica: se você estará em casa nessa sexta-feira à noite ou ainda durante o final de semana e quer algo pra assistir e parar de pensar na vida, pode começar a maratonar essa 2º temporada e já ficar esperando a 3º temporada (a série já foi renovada, então sem preocupações quanto a isso!) que nem eu estou porque eu só paro de assistir essa série quando ela for cancelada – até lá, pode me mandar mais os alunos de Las Encinas e mais de suas vidas fora de rumo.

Confiram mais um trailer (bem curtinho) da 2º temporada:

Você pode assistir aos 8 episódios completos da 2ª temporada completa na Netflix: https://www.netflix.com/Elite .

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