Resenha: [Os garotos de Tommen #2] Keeping 13 – Chloe Walsh
Sinopse: Johnny Kavanagh tem levado uma vida diferente desde que uma lesão o deixou de fora do jogo. Ele nunca tinha imaginado a vida sem sua amada camisa 13 e, agora que foi obrigado a sair de licença, está perdido. Mas também jamais imaginou que pudesse dividir esse momento com alguém, ou melhor, uma garota.
Shannon Lynch sempre foi boa em guardar segredos. Ela percebeu que homens ruins não existem só nos livros, pelo contrário: são bem reais. Após uma viagem traumatizante para Dublin, ela está fazendo de tudo para proteger seus irmãos mais novos. No processo, Shannon acaba retomando antigos hábitos, se escondendo na tentativa de agarrar o pouco de futuro que lhe resta.
Há apenas um garoto que consegue tirá-la das sombras. E esse garoto é o dono de seu coração. O que ela não sabe é que segredos capazes de mudar vidas estão prestes a vir à tona. Será que o amor de Shannon e Johnny vai sobreviver ao maior teste?Este livro contém: garoto popular se apaixona por garota excluída, romance com esporte, dual POV, sucesso no TikTok, crossover de new adult/YA, friends –to lovers, romance irlandês.

Eu estava com medo. Pura e simplesmente com medo. Depois de ler o primeiro livro (que vocês podem ver minha resenha aqui) e ter amado mais do que eu pensei que amaria, eu estava realmente com medo do que me esperava no segundo livro. Tanto pela forma como o primeiro terminou, como o que poderia vir a acontecer. Mas, além do medo, eu estava ansiosa. Mal via a hora de colocar minhas mãos em “Keeping 13” e quando coloquei não consegui largar até terminar.
E aqui fica meu aviso: essa resenha pode conter spoilers do primeiro livro.
Quando o primeiro livro termina, nós não temos sequer uma ideia de como poderia acontecer um final feliz: a lesão de Johnny se complicou ao ponto de ele ter que fazer uma segunda cirurgia e Shannon voltou para casa depois de uma viagem com o colégio apenas para ser espancada pelo pai a ponto de quase morrer e ir parar no hospital.
“— Estou no seu time — ele acrescentou depressa. — Entendeu? Estou cem por cento com você, Shannon Lynch. Você só precisa fazer uma ligação e eu vou até você. Não vou te decepcionar e não vou te deixar sozinha. Prometo.”
Quando o livro começa, com Shannon em um hospital e Johnny em outro, Johnny está desesperado para saber de Shannon porque quando a garota contou a ele que era o pai quem a agredia, ele ainda estava dopado de remédios, então ele tem certeza de que tem algo envolvendo o pai dela que ele precisa saber, porém não sabe o que.
Até que ele descobre que ela está internada por causa da agressão tão forte que sofreu e faz o inferno na vida de todo mundo no caminho dele – incluindo os pais – para ir até ela e ver como ela está. Enquanto isso Shannon está lidando com a recuperação e com a volta de uma pessoa para a vida dela que ela nem sequer queria que voltasse.
“Fiquei com medo pra caralho do que eu sentia por você. Ainda tenho medo. Você me deixa morrendo de medo… Nem sei direito o motivo, porque, sinceramente, não sei o que diabos está acontecendo.”
Para ser bem honesta, não era só Shannon que não queria que essa pessoa voltasse, mas eu também não – pelo menos não para ser do jeito que foi, mas não vou me aprofundar nisso porque não quero dar spoilers desse livro em si.
Shannon, quando volta para casa, tem que lidar com as mentiras que tem que contar para as pessoas que seriam capazes de ajudar ela por puro medo que ela e os irmãos sejam levados para um abrigo, para que fiquem todos juntos e não aconteça com eles o que aconteceu com o irmão mais velho, que serviu para traumatizar tanto Shannon quanto Joey.
“— Você ferrou a minha cabeça muito mais que ele — Joey rugiu na cara dela. — Ele me machucou, mas você me destruiu. Ele usava os punhos, e você?”
E, como eu mencionei acima, Johnny estava virando a cidade abaixo para dar um jeito de conseguir ajuda para Shannon – e para os irmãos mais novos da garota e para Joey também. Enquanto isso Joey, provavelmente abrindo a entrada para o próximo livro (“Saving 6”) tomou um caminho completamente diferente do que eu esperava, mas que me fez gostar ainda mais dele.
Fazia muito tempo que eu não passava tanta raiva com algum personagem como estava passando com a mãe de Shannon nesse livro. Eu consigo entender o ponto de que ela era uma vida de um abuso continuo que passava com o marido, mas tinham coisas que ela fazia que me deixavam questionando até onde ia a sanidade dela, sinceramente. Ela me pareceu em vários pontos completamente desconexa da realidade.
“Já é péssimo eu ter tirado ele de casa escondido, mas agora ele vai ser preso, daí eu vou ser preso junto porque sou um bom amigo e é simplesmente falta de educação deixá-lo ir pra prisão sozinho, mas ela não vai entender assim. Não, ela vai ver o bebezinho dela na cela e eu vou ser o pateta morto e sem bolas do lado dele. Socorro!”
Eu sei, porque já vi por aí, que a maior reclamação referente aos livros de “Os garotos de Tommem” é o tamanho deles porque “não é possível que um livro de romance precise ser tão longo assim” e eu mesma era uma pessoa que, antes de ler, pensava que não tinha motivo para tanto, mas na verdade tem sim.
Se você quer que uma história tenha profundidade nas coisas que pretende contar, que não passe apenas de um drama para desenrolar o relacionamento, mas também para desenvolver personagens e apresentar mais sobre como eles são, você precisa de espaço para isso e é isso que Keeping 13 nos propõe e entrega com maestria.
“Agitado, comecei a vasculhar meu cérebro em busca das palavras que eu sabia que precisava dizer para tranquilizá-la. Para pegar seus pedacinhos e juntá-los de novo. Eu não sabia. Eu só tinha meus sentimentos. Sentimentos enormes e fodidos que estavam me sufocando e me afogando em um padrão de destruição viciante.”
Você passa a se importar de verdade com aqueles personagens, principalmente quando vê eles crescendo emocionalmente. E digo isso principalmente por Shannon. No primeiro livro eu gostei dela, mas no segundo, ela está espetacular. Parece que passar pelo que passou no primeiro abriu espaço para que ela finalmente se abrisse e aceitasse a ajuda que ela precisava.
No começo do livro nós ainda vemos muito daquela passividade que ela apresenta no primeiro, o que faz todo sentido, com o medo que sente do pai e que ele volte para aterrorizar ela e terminar o que começou no primeiro livro. Mas então ela começa a ficar mais forte para se impor e principalmente para buscar por ajuda.
“Beijá-la era diferente porque havia sentimento. Grandes, enormes e terríveis sentimentos que eu sabia que eram recíprocos. Era diferente porque importava — porque éramos importantes um para o outro.”
O que me leva ao que falei de Joey acima: ele tem uma virada enorme. Finalmente deixando sair de dentro dele toda a mágoa e tristeza e raiva que tem, não apenas do pai, mas principalmente da mãe que acompanhou tudo que eles passaram e sempre escolhia o lado do homem e trazer ele de volta para a vida deles. Eu confesso que fiquei surpresa, esperava um desenvolvimento desse tipo no livro dele, mas imagino que agora no livro dele vai ser ainda mais.
E claro, eu não podia deixar de falar principalmente de Johnny. Vi muitos comentários aqui e ali sobre as coisas que ele fez nesse livro, sobre como ele ficava se “intrometendo” na vida de Shannon e da família dela, mas eu sinceramente não entendo como isso pode ser visto como algo ruim. Tudo que ele fez, se ele não tivesse feito, eles provavelmente estariam ainda naquela situação terrível que estavam ou talvez fosse um final ainda pior.
“— E não ouse tocar na minha filha — ela acrescentou, arrancando Shannon do alcance da minha mãe.
Ah, não.Não, caralho.
Não faça isso, mãe.
Faça a coisa certa…
— Talvez você devesse falar isso pro seu marido — minha mãe devolveu, nervosa. — Quando ele estava espancando essa garota!”
Eu adorei a forma como o relacionamento de Shannon e Johnny foi desenvolvido a partir do momento que eles aceitaram que queriam ficar juntos, porque dali em diante, não teve mais nenhum drama sobre o relacionamento em si, só pelas coisas que os dois estavam passando.
Isso sem contar no próprio Joey também, que como eu falei já bastante dele, tudo que eu sentia por ele era vontade de colocar ele em um potinho e proteger de tudo de ruim que estava acontecendo. Eu tenho certeza de que Saving 6 vai acabar comigo e com força.
“— Espero que você tenha aproveitado sua última refeição, Gerard — eu disse, pulando na cama pelado. — Porque você vai morrer hoje.
— Mantém essa besta longe de mim! — ele gritou, fazendo o sinal da cruz. — O sangue de Jesus tem poder!”
Eu recomendo muito, se você gosta de romances bem escritos e bem desenvolvidos, que você dê uma chance a “Keeping 13”, eu tenho certeza de que você não vai se arrepender.

Para comprar “Keeping 13” basta clicar no nome da livraria:
