Resenha: The Missing Half – Ashley Flowers e Alex Kiester
“The Missing Half”
Ashley Flowers e Alex Kiester
ARC recebido em formato digital gentilmente cedido pela Penguin Random House International
Editora: Bantam
Data de lançamento internacional: 06 de maio de 2025
Nicole “Nic” Monroe vive uma rotina. Aos 24 anos, mora sozinha em um apartamento minúsculo em sua cidade natal, Mishawaka, Indiana, acabou de ser presa por dirigir sob efeito de álcool e trabalha no mesmo emprego sem futuro que tem desde o ensino médio, um emprego que ela só tem porque seu chefe é um amigo da família e sente pena dela. Todos sentem pena dela há sete anos — desde o dia em que sua irmã mais velha, Kasey, desapareceu sem deixar vestígios.
Na noite em que Kasey desapareceu, seu carro foi encontrado a mais de 160 quilômetros de casa. A porta do motorista estava aberta e sua bolsa estava intocada no assento ao lado. A única pista real de seu desaparecimento era Jules Connor, outra jovem da mesma área que desapareceu da mesma forma, duas semanas antes. Mas com tão pouco para a polícia prosseguir, ambos os casos acabaram esfriando.
Nic não quer nada mais do que seguir em frente sobre o desaparecimento de sua irmã e o estado em que isso a deixou. Mas então, um dia, a irmã de Jules, Jenna Connor, entra na vida de Nic e lhe oferece algo que ela não sentia há muito tempo: esperança. O que se segue é um conto emocionante de duas irmãs que farão de tudo para encontrar suas metades desaparecidas, mesmo que isso signifique destruir tudo o que elas já conheceram.
Essa resenha foi feita pela parceria com a Penguin Random House International, que gentilmente nos cedeu esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado) de “The Missing Half”. Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um eARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade da leitura.
Algumas vezes determinados livros realmente nos pegam de surpresa sobre a história que vão contar – e digo isso para o melhor e para o pior. Felizmente, o caso de “The Missing Half” (”A Metade desaparecida”, em tradução livre), é realmente um caso de ótimo exemplo que aparece em nossas vidas de leitores. Já “conhecia” Ashley Flowers pelo podcast de true crime que ela comanda – se você é fã do gênero como eu, você definitivamente já ouviu falar por ai sobre o Crime Junkie. Segundo livro da autora, agora em coautoria Alex Kiester, entregou uma trama que entregou suspense e reviravoltas de um jeito que não esperava, entregando uma trama complexa e intricada do jeitinho certo.
Em 2019, ano que a trama se passa, Nicole é assombrada pelo desaparecimento de sua irmã mais velha, Kasey. Sua vida mudou drasticamente quando tinha 17 anos com o sumiço da irmã e ela, obviamente, nunca se recuperou. Imagine um dia sua irmã não chegar no trabalho e encontrarem o carro dela, com a bolsa, dinheiro e documentos lá? Algo assim afeta toda uma família, e com a família de Nic não foi diferente: o casamento dos pais não sobreviveu, com a mãe indo embora e o pai se fechando de uma forma que sequer fala o nome da mais velha. Já Nic, que tinha em Kasey uma melhor amiga também, nada voltou para o lugar apesar de continuar morando na mesma cidade e no mesmo emprego desde que era adolescente.
Ainda sob condicional e sem poder dirigir por ter sido presa ao dirigir bêbada, Nic é muito firme ao tentar não pensar mais em Kasey por pura sobrevivência: já se despedaçou demais ao longo daqueles 7 anos sem respostas concretas da policia. Mas tudo muda quando uma mulher loira, aparentemente estranha, aparece no seu trabalho e depois a chama quando está indo para seu carro para ir para casa. Bastante desconfiada, Nic escuta que a mulher se chama Jenna, a irmã de June Cooper, uma jovem mulher que também desapareceu mas mesmas circunstâncias que sua irmã há 7 anos – o carro de June também foi encontrado a beira da pista, com a bolsa e documentos dela. Tudo parecia ligar os casos que aconteceram na mesma área, mas, de alguma forma, policias diferentes ficaram cuidado dos casos que não foram investigados juntos.
Jenna tem certeza absoluta que há algo mais ligando o sumiço das duas, mas Nic, já exausta e somente tentando existir e consertar o que ainda tem de vida, tenta se livrar da outra mulher, 10 anos mais velha do que ela. Parece um par que a principio tem tudo para funcionarem juntas: Nic a irmã mais nova que ficou e que viu o seu mundo ruir sem a proteção de Kasey, Jenna a irmã mais velha que ficou e se sente culpada pelo desaparecido de June. Jenna agora afirma ter encontrado um diário da irmã que pode dar dicas sobre o que pode ter acontecido com ela e está motivada pela imeninte morte da mãe, que ela afirma merecer saber a verdade sobre o que aconteceu com a filha antes de sua partida.
Quando Nic enfim cede e começa a procura por pistas em dois casos tão similares que aconteceram em um espaço de tempo tão pequeno e ainda mais dentro da mesma região, não demora a entender que havia muito mais acontecendo com Kasey e June do que suas irmãs sabiam. A amizade entre elas vai começando lentamente, com os desafios que cada uma das mulheres carregam, com suas feridas e cicatrizes causadas pelas ausências das irmãs que tanto amavam. Procurando aqui e ali, pistas começavam a surgir quando a melhor amiga de Kasey realmente revela algo que Nic não fazia ideia que estava acontecendo no verão de 2012.
Mesmo sendo conhecidas por um documentário intitulado “Missing Mishawaka Girls” (“As garotas desaparecidas de Mishawaka”, em tradução livre), havia muito que a policia parece não ter investigado – e aqui não há surpresa nenhuma para quem é fã de true crime porque há diversos casos que a policia não segue algumas pistas por diversos motivos – e que Jenna e Nic começam a seguir, desvendando segredos sobre suas irmãs que poderiam ser bestante dolorosos para as duas enfrentarem.
E, até o meio da narrativa, não havia nada de especial sobre a trama. Duas mulheres somem, a policia acha que o caso não tem pistas, desistem de investigar e o arquivam, sem sequer reconhecer que há pontos em comum com os dois sumiço, e são suas famílias que tem de investigar e tentar descobrir o que realmente aconteceu – tudo bastante simples como já há diversas outras tramas. Só que a melhor amiga de Kasey aparenta ter sido ameaçada e decide que não quer mais falar sobre o passado – e em seguida Jenna tem a mesma reação, causando o espanto em Nic, que se vê sozinha para tentar descobrir o que aconteceu com sua irmã e Jenna 7 anos atrás e agora com Jenna, que simplesmente parece não querer mais contato com ela ou sequer com a investigação. E é ai que o livro realmente se transforma, entregando uma reviravolta gigantesca, grande mesmo.
Quando vi que o livro era escrito por duas escritoras. Ashley Flowers e Alex Kiester, imaginei a principio que iriamos ter dois pontos de vistas, um de Nic e outro de Jenna, mas, para minha surpresa, o livro é todo sob o ponto de vista de Nic, o que não fez muito sentido para mim, até a reviravolta do livro – e ai sim, tudo faz muito sentido, o qual claramente não falarei sobre porque é um grande de um spoiler.
O ritmo da trama realmente é um diferencial pra mim, sem enrolação, sem demora para irmos para pontos chaves, com grandes diálogos acontecendo – dou total atenção para a cena entre Nic e a mãe de Jenna e June, sendo uma da melhores que já li em um livro de suspense por carregar toda dor, revolta e desespero que acontecem diversos pais que enfrentam um desaparecimento tão cruel assim. Acredito que muito do que lemos nessa cena vem da experiencia de Ashley Flowers como host de um podcast de true crime, jogando o nível da trama lá pro alto. E se você se questiona porque minha nota desse livro não são 5 estrelas e “só” 4 estrelas e meio e favoritado, é porque quando encerramos a narrativa, sentimos um peso no coração: o peso da injustiça que muitas vezes acompanhamos e vemos acontecer, mas bem, quem disse que a vida é justa, não é mesmo?
Ainda não temos informações se “The Missing Half” será publicado no Brasil, mas o primeiro livro de Ashley Flowers, “Todas as boas pessoas daqui” (você pode ler a sinopse clicando AQUI) foi publicado aqui pela Faro Editorial, então há chances deste livro sair aqui. Fique de olhos em nossas redes sociais que se tivermos qualquer novidade, postaremos sobre.
Thanks for the free book, PRH International.
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