Resenha: A Melodia da Água – Rebecca Ross
Sinopse: Tudo começa com uma carta e uma jornada por águas obscuras. Dez anos depois de ser enviado para o continente para se tornar um bardo, Jack Tamerlaine é chamado para voltar para casa, na ilha de Cadence. Garotas estão desaparecendo, e Adaira, sua inimiga de infância e futura líder, acredita que Jack é o único capaz de encontrá-las.
Os espíritos elementais que habitam cada sopro de ar, respingo de água, folha de grama e lampejo de fogo encontram alegria na vida dos humanos, e a música de um bardo é a única maneira de convocá-los ― e pedir que as garotas sejam devolvidas. No entanto, conforme Jack e Adaira se aproximam da solução do mistério, fica claro que há um segredo antigo e sombrio à espreita, e nenhuma canção parece forte o suficiente para detê-lo.
Com personagens que vão de inimigos para amantes e um mundo com um folclore fascinante, A melodia da água é o primeiro livro de uma duologia emocionante sobre dever, amor e harmonia entre forças opostas.

Eu sou uma pessoa com gostos bem simples: me de uma romantasia com enemies-to-lovers e você vai ter uma garota absurdamente apaixonada por uma história, sem conseguir largar o livro por absolutamente nenhum motivo – e foi isso que “A Melodia da Água” trouxe pra mim. Não é novidade que eu gosto da escrita da Rebecca Ross, afinal, uma das minhas duologias favoritas é Divinos Rivais (e vocês podem ver minha resenha dos livros aqui), então eu estava ansiosa desde o momento que esse livro chegou na minha casa pra ler.
Jack, como diz a sinopse, está muitos anos longe de Cadence, a ilha onde cresceu e viveu boa parte da vida, até o dia em que foi mandado para o continente, para estudar e se tornar um bardo e pretendia continuar assim o resto da vida: vivendo no continente, dando aulas, envelhecendo sem nunca mais colocar os pés em Cadence e tudo estava correndo perfeitamente bem para que fosse assim, até o dia em que recebeu uma carta escrita supostamente pelo próprio barão de seu clã, pedindo que ele voltasse para a ilha pois precisava de sua ajuda para recuperar garotinhas que tinham desaparecido.
“Ele um dia podia até ter amado aquele lugar e suas mil faces, mas agora tudo havia se tornado estranho a ele.”
Então Jack não pode deixar de ficar surpreso ao chegar lá e descobrir que o barão não só não sabia que ele voltaria, como também não era o responsável por tal carta. E a responsável pela carta era Adaira: filha do barão e futura líder do clã, com quem ele tinha um relacionamento conturbado na infância em que os dois se odiavam e brigavam sempre que tinham oportunidade. O que por si só mostrava a seriedade do caso – já como Jack acreditava que Adaira provavelmente preferia arrancar um braço do que chamar ele de volta e pedir sua ajuda.
Tudo na ilha de Cadence é envolto em lendas e rivalidade. Muitos séculos atrás, as duas famílias predominantes em Cadence dividiram a ilha: de um lado ficam os Tamerlaine, clã do qual Jack faz parte e do outro lado, separados, ficam os Breccan que são muito conhecidos por seu uso de violência. E no meio disso tudo, vários espíritos feéricos dividem o espaço com esses dois clãs que se odeiam: espíritos que cuidam da terra e das flores, espíritos que cuidam da agua, espíritos que cuidam do vento. E a principal suspeita dos guardas, de Adaira e de todas as pessoas, é que o responsável pelo desaparecimento de três meninas é um feérico querendo brincar com eles.
“Ele puxou um fio de alga dourada do cabelo dela e, a contragosto, reconheceu.Hoje, ele desgostava dela um pouco menos do que ontem.
E isso não renderia nada além de uma bela encrenca.”
Jack decide então deixar de lado toda a mágoa e rancor que sentia de sua terra natal e das pessoas que ali viviam – o que incluía a sua mãe -, ao pensar que tinha sido renegado pelo seu clã, pra ajudar nas buscas e tentar encontrar quem está por trás dos desaparecimentos e principalmente onde as meninas estão, se é que estão ainda vivas. Não demora muito para que Jack e Adaira descubram que vai ser preciso mais do que um bom papo e uma boa canção tocada pelo bardo, para eles conseguirem arrancar qualquer coisa dos espíritos feéricos e para eles descobrirem que nem tudo é exatamente o que parece em Cadence.
Não posso dizer que estou surpresa com mais uma vez Rebecca Ross ter entregado um livrão. “A Melodia da Água” é um livro tão gostoso de ler, tão recheado de personagens magníficos, não só Jack e Adaira, mas também Torin, Sidra, Frae. Todos eles têm um espaço considerável no livro, que faz a gente se aprofundar em suas histórias e querer saber mais ainda do que o que já sabemos. Mas meu coração ficou principalmente com Jack e Adaira, não posso negar.
“Ela não enxergava o destino final, mas também não queria permanecer passiva e estagnada no ponto de partida.”
Adaira é aquele tipo de personagem que eu já disse incontáveis vezes que eu amo demais: forte, cheia de camadas, não tenta fugir da responsabilidade que lhe é dada como quem deve tomar a frente do clã e nem foge de fazer o que tem que ser feito, por mais que não seja forte. E Jack segue a mesma linha dela. Ele é um personagem absurdamente cheio de camadas: primeiro parece apenas um rapaz desinteressado no passado ou em fazer qualquer coisa pra ajudar depois de chegar ali e ver as coisas que tinham mudado enquanto não estava, mas não demora muito pra vermos que isso não passa de uma fachada para esconder.
“A Melodia da água” é um livro que faz parte de uma duologia – o segundo livro já foi lançado lá fora, mas não achei nenhuma notícia de quando será lançado aqui, só espero que seja logo, porque aquele final acabou comigo! Se você gosta de romantasia que não é só o romance, mas tem um foco bem grande também na mitologia por trás da história, dê uma chance para essa duologia – garanto que você não vai se arrepender!

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Magalu.
