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Resenha: The Otherwhere Post – Emily J. Taylor


“The Otherwhere Post”
Emily J. Taylor
ARC recebido em formato digital gentilmente cedido pela Penguin Random House International
Editora: G.P. Putnam’s Sons Books for Young Readers
Data de lançamento internacional: 25 de fevereiro de 2025

Sete anos atrás, Maeve Abenthy perdeu tudo: seu mundo, seu pai, até mesmo seu nome. Desesperada para escapar da sombra dos crimes de seu pai, vive sob um nome falso, nunca ficando em um lugar por tempo suficiente para criar raízes.

Então ela recebe uma carta misteriosa com quatro palavras impossíveis: Seu pai era inocente.

Para descobrir a verdade, ela se apresenta como uma aprendiz do Otherwhere Post, onde será treinada na arte da scriptomancia — a magia perigosa que permite que os mensageiros encantem cartas e as entreguem a outros mundos. Mas investigar o passado de seu pai atrai mais atenção do que ela havia planejado.

Seu mentor repleto de secreto e irritantemente bonito sabe que ela está mentindo sobre sua identidade, e o tempo está se esgotando para convencê-lo a confiar nela. Pior, ela começa a receber cartas ameaçadoras, a avisando para abandonar sua investigação — ou algo assim. Para Maeve desvendar o mistério do que aconteceu sete anos atrás, ela pode ter que perder sua vida.

Essa resenha foi feita pela parceria com a Penguin Random House International, que gentilmente nos cedeu esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado) de “Heir”. Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um eARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade da leitura.

Dark academy é o gênero em alta no momento. Para os que não entendem o terno, a tradução é “Academia Sombria”: pense em uma escola sombria, com estética física gótica, palco de um suspense está se desenvolvendo ou de um crime, com personagens na busca por algo ou alguém – e aqui um adendo que não necessariamente só escolas, podendo ser faculdades ou qualquer tipo de centro acadêmico. O gênero já existe há alguns anos, mas nós últimos 2 realmente se tornou uma tendência cada vez maior. E é aqui que este livro entra.

The Otherwhere Post” (“O Correio de outro lugar”, em tradução livre e se enquadrando no contexto da leitura), é um belíssimo exemplo de dark academy. Fiquei surpresa com o clima que a autora Emily J. Taylor foi capaz de criar em seu segundo livro (o primeiro foi “Hotel Magnifique”, de 2022 e já publicado aqui no Brasil) porque além de todos pontos que se faz necessários para se enquadrar no gênero, também temos um novíssimos e complexo sistema de magia aqui: a scriptomancy, algo como scriptomancia, em tradução também livre. Mas para explicar mais sobre a magia, preciso contextualizar o universo.

Três mundos se ligavam por portas mágicas: Inverly, Leyland e Barrow. Mas um homem, obcecado com a scriptomancia, levou uma doença chamada Aldervine para Inverly depois de visitar mundos já desbravados, o que por si só já era um crime, causando o fim de Inverly rapidamente. A filha do homem, uma garota de então 12 anos cbamada Maeve, conseguiu ser tirada de Inverly antes da sua destruição, mas perdeu o pai e também o direito de usar seu nome e sobrenome, já como Jonathan Abenthy se tornou um assassino de milhares de pessoas. Para conter a infestação, as portas foram queimadas – mas não só as entre Inverly e também entre Leyland e Barrow, deixando milagres de pessoas sem poderem voltar para suas casas.

Claro que a partir dai, a comunicação entre os mundos restante se tornou mais essencial do que nunca, e é aí que a scriptomancia se tornou tão importante, que é, quotando o livro em suas próprias palavras, “A scriptomancia é a arte de encantar qualquer pedaço de escrita existente, desde um romance escrito até uma lista de compras rabiscada”. A scriptomancia permitia que quem escrevesse aquele feitiço, fosse capaz de levar cartas e fazer essa comunicação, por isso os “carteiros” com essa magia se tornaram mais essenciais do que nunca.

Sete anos depois do seu pai se tornar um vilão conhecido, Maeve estava escondida em Leyland, usando o nome de Isla, depois de anos miseráveis em orfanato, de onde fugiu. Sua vida consistia em odiar o pai, que ela se lembrava de ser tão amoroso com ela, não criar laços com ninguém e esconder sua identidade. E ela vai bem todas as suas ambições, até receber uma carta – Sim, uma carta que estava 7 anos atrasada, mas endereçada a jovem, deixando claro que Jonathan não era culpado.

Todas as certezas de Maeve saem do lugar ao receber a mencionada carta e decidida a ir até quem a escreveu, começa a planejar como faria isso, já como não poderia ir pessoalmente até o outro mundo salvo se tornasse uma scritomancer – e, claro, é aqui que nossa trama realmente começa porque usando de toda inteligência que tem, Maeve toma o lugar de Eilidh Hill, uma jovem que estava indo entrar na faculdade para aprender a arte da acriptmancy. Mas – claro que há um “mas” – o jovem carteiro que levou a carta até ela parece estar em seu destino, já como Maeve e Tristan acabam de encontrando diversas vezes até ela aprender mais sobre ele e quem ele é.

Tudo isso acontece antes da página 100 da narrativa e sendo o livro único que é, vocês podem imaginar que tem muita, muita informação, mas a autora realmente tirou de letra nesse quesito porque tudo é explicado o suficiente para você entender o universo e a magia, além de começar a se apegar aos personagens – além de Maeve e Tristan, temos uma galeria de personagens secundários bem construídos, entre elas Nan, a colega de quarto de nossa protagonista na Faculdade. Junto com Shea, Onrich Byrne e Eamon Mordraig, vamos entendendo nais o universo e, principalmente, as motivações de cada um.

Porém há uma falha nesse livro que, pra mim, não o torna perfeitinho: o final corrido. Entendemos que sim, é um livro único e havia todos desdobramentos que aconteceram, só que termina sendo frustrante para o leitor que desejava ver acontecer aquilo que aconteceu. O artifício usado aqui para trazer o “resumo” foi bem colocado, mas, ainda assim, frustrante.

E para os que amam o romance, não posso deixar de mencionar que, para mim, foi bem desenvolvido, mas não espere cenas picantes. O relacionamento de Tristan e Maeve é forjado em provocações, trocas de farpas e uma disputa de inteligência entre os dois, que beira as brigas de enemies to lovers, mas aqui, não é, já como os dois estão do mesmo lado e não disputam nada entre si. Sinceramente, achei bem construído e com química, então para as fãs de romance lento em meio a uma fantasia ambientada no que parece ser anos 20/40, esse é pra vocês. 

Por fim, jamais encerraria esta resenha sem mencionar o fato de que a magia motora da trama é a escrita. Sim. Escrever é a firma como esses feitiços são transformados em magia, usando tintas especiais, mas, ainda assim, é escrever – e todos nós, bookstans, sabemos muito bem o poder das palavras. Os mundos que conhecemos depende delas. E ainda bem que existem autoras que nos lembram disso.

Ainda não temos informações se “The Otherwhere Post” será publicado no Brasil. Fique de olhos em nossas redes sociais que se tivermos qualquer novidade, postaremos sobre.

Thanks for the free book, PRH International.

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