24.12

Star Wars – A Ascensão Skywalker (2019)

Direção: J.J. Abrams

Elenco: Dayse Ridley, Adam Driver, Oscar Isaac, John Boyega

Gênero: Ação; Aventura; Ficção Científica

Sinopse: Um ano após a batalha entre a Resistência e A Primeira Ordem em Crait, Rey (Daisy Ridley) segue treinando com a General Leia (Carrie Fisher) para se tornar uma Jedi. Ela ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro e teme, mais do que nunca, pelas respostas que pode conseguir a partir de sua complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver). Este, por sua vez, também se encontra em conflito pela Força, ainda que esteja recebendo ordens diretas do temível e lendário Darth Sidious (Ian McDiarmid), outrora conhecido como Imperador Palpatine.

 

Antes de mais nada, é importante começar essa crítica avisando que esse texto CONTÉM SPOILERS sobre o filme, não muitos mas tem. Continue a leitura por sua conta e risco. Aliás, assista esse filme também por sua conta e risco. E que fique de aviso: não há meio termo, ame-o ou odeie-o! (Tá, um tanto dramático, mas é mais ou menos por aí…)

 

Ascensão Skywalker já inicia a projeção “com o pé na porta”, ação acelerada e sem espaço pra explicações. A galáxia está em perigo, o inimigo avança e o trio principal tem pouco tempo pra realizar uma missão complicada com quase nenhuma esperança de sucesso mas que é a única coisa que pode ter algum resultado possível. O problema é que o ritmo nunca desacelera, as explicações nunca são dadas e missões de igual importância – não muito bem elaboradas – se sucedem uma a outra intercaladas apenas por lutas de sabres emocionantes mas sem grandes funções na trama.

 

A trama, então, é algo questionável demais. Com a clara intenção de dar um sentido de urgência a projeção, o roteiro joga cenas e informações na tela, uma atrás da outra, sem grandes preocupações em aprofundar momentos-chaves ou desenvolver personagens. Claro, que, sendo o último filme de uma trilogia, apresentação dos protagonistas não se faz necessária. Entretanto novos rostos aparecem sem função e saem sem dizer porque se quer entraram. As participações especiais nostálgicas geram bons momentos, mas não salvam.

 

Não há uma palavra sequer a se dizer sobre os efeitos especiais: o selo de qualidade Disney e a competência de J.J. Abrams formam uma dupla impecável. Dos robôs às batalhas no espaço, tudo agregou o clássico visual do universo criado por George Lucas com a tecnologia claramente de ponta para um visual memorável e inventivo.

 

As atuações também merecem destaque: o quarteto principal entregou tudo que tinha aos personagens. Daisy Ridley manteve sua Rey como uma mulher determinada mas em conflito consigo mesma sem parecer perdida ou repetitiva em sua atuação; John Boyega acerta Finn como o herói clássico que nunca duvida da sua missão; Oscar Isaac esbanja carisma até quando o roteiro não lhe é favorável e Adam Driver torna cada cena em que Kylo Ren/Ben Solo aparece em sua, com uma expressividade que dispensa palavras – e nisso, o roteiro deixou o ator quase sempre fazer o que sabe melhor. Infelizmente, os coadjuvantes mal tiveram tempo de tela para serem sequer mencionados nessa crítica.

 

Tristemente, não há atuação ou efeitos especiais que salvem um roteiro mal idealizado. Escrito a 10 mãos (!!!), a trama (não) se desenvolve num corte e cola de cenas rápidas e desconexas entre si, incapazes de envolver o expectador até nos momentos mais emocionantes, como a morte de uma das personagens mais queridas da franquia, a redenção do vilão ou a chegada de aliados no último momento. Sem contar, é claro, decisões que ficam difíceis de ser explicadas, como a inserção do passado do Poe sem função na estória, os planos finais de Palpatine ou a fatídica cena de “beijo de amor verdadeiro” ao fim da projeção. E algumas que ficarão para sempre nas rodas de discussões dos fãs: a linhagem da Rey – tanto a sanguínea, quanto a que a mocinha escolhe finalmente.

 

Não se pode dizer que Star Wars: A Ascensão Skywalker não diverte. Isso seria mentira. As 2h de projeção passam aceleradas e mal se dá conta do tempo passado dentro da sala de cinema. Agora, cada pessoa que sair da sala é que vai julgar se foram 2h boas ou ruins. Eu, particularmente, preferia ter esperado sair no Telecine em vez de ter gasto o dinheiro do ingresso…

 

 

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