17.09

Sinopse: Cacau Rodrigues tem apenas um sonho: fazer um intercâmbio na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, com bolsa de estudos da faculdade. É por isso que desde o primeiro ano ela se esforça para ser a melhor da turma, tirando notas altas e publicando artigos. Mas isso não basta para ser agraciada com a bolsa, e a melhor chance de Cacau se destacar dentre todos os alunos com currículo perfeito é se envolver em alguma entidade estudantil, como o grêmio ou a atlética, mesmo que para isso ela precise conviver com a garota que beijou seu namorado na sua frente no começo da faculdade.
Já América Figueiredo, jogadora de basquete e vice-presidente da atlética, precisa sair da república onde mora o mais rápido possível, e está disposta a tudo para conseguir um novo lugar ― até a dividir o apartamento com Cacau, que está procurando uma roommate . É então que elas chegam a um acordo: Cacau abrirá as portas de sua casa para América e, em troca, receberá ajuda para entrar na atlética e conquistar seu tão sonhado intercâmbio.
Parece um pesadelo, mas, conforme os dias passam, Cacau e América vão descobrir que as regras do jogo de convivência são muito mais fáceis de cumprir quando o ódio se mistura à atração, a beijos escondidos e a jogos de basquete… No jogo do amor, só uma pessoa pode vencer?

CONTEÚDO ADULTO

Não existe nada melhor do que enemies-to-lovers. Eu vou afirmar isso até o último dia da minha vida e mesmo no além eu falarei sobre isso. Eu amo demais, eu adoro quando, às vezes, na ficção, tudo é apenas uma questão de uma atração que está sendo segurada pra não explodir e as duas pessoas na verdade são loucas uma pela outra.

E é justamente isso que acontece em “As regras do jogo”. Cacau (na verdade o nome dela é Amélia, fiquei bem surpresa com isso) tem certeza de que tudo de pior que existe no mundo está personificado em América. Ela simplesmente odeia a garota desde um fatídico dia no passado em que a garota beijou o então namorado de Cacau. Desde então tudo que ela cultivou sobre América foram anos de raiva, rancor, desprezo.


“E meu coração de novo partido só me lembrou que parecia que eu nunca seria o suficiente.”

Porém é claro que acontece situações em que uma acaba precisando da outra. Cacau descobre que para talvez conseguir a tão sonhada bolsa de estudos de intercambio nos Estados Unidos não basta apenas ser uma boa aluna, ela precisa ser uma aluna que participou de coisas na faculdade. E então ela tem ideia de entrar para a atlética – só que pra isso, ela precisa da ajuda de América, mas não está disposta a pedir ou depender da garota para qualquer coisa.

E então a oportunidade bate na porta dela quando América precisa se mudar da república que está vivendo e precisa de um lugar para ficar – justamente quando Cacau começa a busca por uma colega de apartamento, porque o orçamento está ficando bem apertado e ela precisa guardar dinheiro para o intercambio também. É assim que América vai parar no apartamento de Cacau. Apesar de odiar a situação, ela procura a garota e promete que, se Cacau aceitar que ela more lá, ela ajuda Cacau a entrar para a atlética.


“Chega um ponto da vida, quando você sente tanto a mesma dor, que é mais fácil lidar fingindo que ela não existe. Deixando num canto quieto da mente. A vida vai passando, e sua dor se torna só um empecilho empoeirado. Ainda existe, vez ou outra pode ser cutucado, mas nunca remexido.”

Assim as duas criam uma lista de regras para dividirem o apartamento e ficarem em paz, pelo menos até o final do ano, quando América irá embora pra outro lugar e Cacau espera estar bem longe nos Estados Unidos. E é basicamente uma lista sobre organização do apartamento, sobre as tarefas que elas vão dividir, sobre as coisas que elas podem fazer ou não. No começo, obviamente, é tudo muito tenso entre elas, chegando ao ponto de América se refugiar na casa de uma amiga, apenas porque não aguenta a tensão da divisão do apartamento, mas aos poucos elas começam a se entender.

Quando elas começam a treinar juntas para que Cacau aprenda o básico de basquete e América leva Cacau como sua motorista para a atlética, as coisas passam a ficar mais complicadas ainda entre elas – e nenhuma das duas sabe exatamente como agir e lidar com aquela situação nova e diferente.


“Enquanto Jasão me ouvia falar sobre isso também, me peguei imaginando como seria viver sem a sensação constante no peito de que tudo estava prestes a ruir, a dar errado a qualquer instante.

Como seria viver numa mente sã e saudável? Não tinha como sentir falta do que nunca tive, e desde que me entendia por gente, ser ansiosa era o que me definia: para meus pais, para minhas professoras e para mim mesma.”

Cacau é absolutamente apaixonante. Ela tem um sério problema de ansiedade, então ela está sempre se questionando as coisas, se está agindo certo com tudo e ela é bem, mas BEM rancorosa. A gente vê isso quando ela não consegue nunca passar muito tempo sem jogar na cara de América sobre a garota ter ficado com o namorado dela.

E América… como ela bem pontua em algum momento no livro: tudo que ela faz é revidar, porque geralmente quem começa a briga das duas é Cacau. E ela também é apaixonante demais. Confesso que cada vez que o ponto de vista pulava para o dela, eu dava mais sorrisinhos e risadinhas, porque adorava saber o que estava se passando na mente dela apesar de toda pose de badgirl que a garota tem.


“Ela era cabeça dura e arisca como o Darcy. Impressionante.

Eu me identificava, ainda que a contragosto, com Jane. Só parei para pensar nisso quando minha mãe assistiu ao filme comigo e disse: “Você às vezes é assim, guarda tudo e não fala nada, nem quem te ama consegue enxergar direito”. Então, voltou ao normal como se não tivesse lançado uma bigorna em cima do meu peito.”

Tudo no relacionamento delas no livro é muito bem desenvolvido e muito bem pontuado, todas as coisas são esclarecidas e até os dramas menores, de enredo pessoal das duas, vai se desenrolando e tendo uma construção muito boa e explicada. E eu simplesmente adorei a forma como Arquelana falou no livro sobre ansiedade. Sei que muita gente mesmo vai se identificar.

Mas e agora que eu terminei o livro, eu fico como? Eu poderia ler uma trilogia inteira sobre as duas, passando pelo que acontece depois, no epilogo e então na vida “adulta” fora da faculdade. Tudo que eu mais senti quando o livro acabou foi que eu nunca teria o bastante de Cacau e América, eu sempre vou querer mais.

Para comprar “As regras do jogo” basta clicar no nome da livraria:

Amazon, com brindes.
Magalu.

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