10.11

Sinopse: Neste romance, Alice Oseman, autora da série Heartstopper, nos apresenta uma narrativa sensível e bem-humorada, em que um astro do rock e uma fã apaixonada percebem que têm vidas mais parecidas do que imaginavam.

Angel Rahimi está prestes a realizar o sonho de qualquer garota: ir para Londres com a melhor amiga para assistir ao show do Ark, sua boyband favorita. Angel faz parte do fandom da banda há anos, e foi ali ― em meio a fóruns, fanfics e postagens nas redes sociais ― que encontrou amizades verdadeiras e um lugar no mundo.
Jimmy Kaga-Ricci é o vocalista do Ark, e deve tudo o que tem ao grupo. Shows lotados, fãs apaixonados e festas com celebridades são comuns em sua rotina, mas o sucesso cobra um preço caro, e ele sofre cada vez mais com crises de ansiedade e paranoia.
Os caminhos de Jimmy e Angel se cruzam justo quando ele começa a questionar se a fama é algo que realmente deseja, e ela a se perguntar se o amor que sente pelo Ark só é tão grande porque a ajuda a fugir de seus problemas. Entre conversas sobre música e surpresas inesperadas, esta é uma história sobre o poder de acreditar em alguma coisa ― especialmente em si mesmo.

Eu nasci pra isso” não é um romance. Bom, não um romance romântico pelo menos. Então eu achei bom de cara deixar isso de fora: se você for ler esse livro com a esperança de que seja uma fanfic entre um ídolo e uma fã em que eles se conhecem e se apaixonam perdidamente, você vai se decepcionar. Dito isso: esse é um dos melhores livros escritos pela Alice que eu já li. E eu sou muito, mas muito cadelinha de Heartstopper.

Na história do livro, nós conhecemos Angel: ela é uma fã da banda Ark que depois de muita briga com os pais – especialmente com a mãe, ela conseguiu viajar para poder ir num show deles e ficar na casa de uma amiga que ela só conhecia até então pela internet. E, quando chega lá, tem a surpresa que essa amiga não convidou só ela, mas também um outro amigo que conhece e se diz fã da banda e é aí a primeira decepção dela.


“Na minha opinião, a verdade é que todo mundo está confuso e ninguém entende muita coisa sobre o que quer que seja.”

Nós também temos o ponto de vista de Jimmy, um dos integrantes da banda e é de quem Angel é mais fã e mais ama do trio. Durante o ponto de vista dele nós podemos ver que ele está se questionando se toda aquela fama vale a saúde mental dele que está cada vez num declínio maior.

Claro que nós conhecemos também os outros participantes da banda, assim como a amiga de Angel, mas o ponto de vista é totalmente dos dois e nós vemos tudo que acontece pela forma com que eles enxergam o que está acontecendo. O que eu confesso ser um pouco frustrante em determinadas partes porque a gente, como leitores, conseguimos ver que tem um pouco mais de profundidade naqueles a volta deles do que eles mesmos conseguem ver porque estão muito presos dentro da própria cabeça e de todos os problemas que eles estão enfrentando.


“Ser homem e fã de bandas antigas e obscuras por algum motivo é mais aceitável que ser mulher e fã de uma boyband do século XXI.”

Porém ao mesmo tempo isso é interessante porque assim também podemos ver o desenvolvimento deles para chegar até o final do livro. A história toda se passa em um final de semana apenas, então ela é bem rápida em alguns pontos e nós não chegamos a uma conclusão 100% fechada, por assim dizer. Sim, o livro foi concluído e sim, as coisas todas tomam a direção que precisam tomar, mas deixa claro o tempo todo que aquilo ali foi naquele final de semana e que a história deles todos do livro não acaba ali – obviamente. O que me deixa com esperança que a Alice faça continuações sobre, também bem obviamente.

Eu fiquei apaixonada por essa história justamente pelo que eu falei acima, que ela não é um romance. Ela não é um ídolo se apaixonando por sua fã. Ela é bem mais plausível. São duas pessoas que estão se sentindo perdidas no mundo e sem saber como agir e uma ajuda a outra e com isso criam um laço que só um romance não seria o suficiente para manter firme.


“Gosto de pensar que Deus tem um plano para todo mundo. Mas também acho que tem coisa demais rolando no mundo para que todos esses planos sejam perfeitos. Talvez Deus não tenha tempo de fazer um plano para cada um. Talvez alguns de nós estejamos nos esforçando ao máximo, mas errando.”

No começo do livro eu confesso que fiquei um pouco incomodada com a forma que Angel lidava com as coisas, porque ela parecia muito disposta a ignorar e engolir qualquer coisa que fosse porque aquele final de semana devia ser PERFEITO. Mas conforme a gente vai vendo que é muito mais profundo do que isso, eu não pude deixar de me identificar com ela em vários pontos. É muitas vezes o que a maior parte de nós faz, nos fechando no nosso “mundo fictício” porque é mais fácil lidar com as coisas assim do que com o mundo real.

E sobre Jimmy… Eu não sei nem como começar a explicar. Parecia que ele tinha saído de dentro da minha cabeça, minha ansiedade criando vida nas páginas do livro, como se minha mente tivesse sendo escaneada. E por isso fica aqui o aviso: tem um leve gatilho pra transtorno de ansiedade e para crises de pânico. Sei que pode afetar muitas pessoas, então acho que fica bom avisar.


“Todo mundo é normal, não acham? Tipo, todo mundo é normal, todo mundo é esquisito, todo mundo só está tentando tocar a própria vida, manter a calma, seguir em frente. E se agarrar a qualquer coisa que lhes permita continuar.”

Esse é um livro maravilhoso, escrito maravilhosamente bem e com todo o cuidado com que Alice sempre trata assuntos assim e que eu acho que várias pessoas poderiam ler e amariam. Também acho que é um bom ponto de mostrar que muitas vezes a pessoa que você idolatra é apenas isso: uma pessoa, com seus próprios problemas, suas próprias confusões e as próprias coisas para lidar.

Vale mais uma vez falar sobre o fato do livro ser bem cheio de representatividade, como basicamente tudo que a Alice escreve e faz. Então se você está procurando uma boa leitura, mais algo para amar, fica aqui minha dica: leia “Eu nasci pra isso” porque vale a pena. Vale MUITO a pena.

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