20.09


“Destruidor de Espadas”(Destruidor de Mundos #2)
Victoria Aveyard
Tradução: Guilherme Miranda e Sofia Soter
Seguinte – 2022 – 560 páginas

Corayne não imaginava o que vinha pela frente quando um imortal e uma assassina bateram à sua porta. Eles anunciaram que ela era a única capaz de deter Taristan, um homem sedento por poder que estava abrindo portais para outros mundos, lares de criaturas aterrorizantes. Desesperada por uma aventura, ela partiu determinada a cumprir essa missão, com a ajuda de uma espada especial e de um grupo improvável de aliados.

Depois de uma batalha que quase lhes custou a vida, Corayne e os Companheiros conseguiram fechar um dos portais. Mas eles sabem que essa guerra está longe de acabar… Afinal, Taristan avança ao lado da rainha Erida, conquistando mais e mais territórios pelo caminho.

Quando percebem que o cerco está se fechando, resta aos Companheiros formar seu próprio exército. Num esforço de unir reinos há muito tempo divididos, eles vão enfrentar assassinos ardilosos, feras terríveis e mares tempestuosos. Tudo isso enquanto descobrem da pior forma que Taristan libertou um perigo ancestral, capaz de colocar em risco até a vida dos guerreiros mais poderosos.

Essa resenha é do livro “Destruidor de Espadas”, segundo volume da série “Destruidor de Mundos”, da autora Victoria Aveyard (de “A Rainha Vermelha”), então, como vocês podem imaginar, será impossível falar da trama sem mencionar alguns pontos chaves do primeiro livro (e você pode ler nossa resenha SEM spoilers clicando AQUI) do que virá a ser uma trilogia. Por enquanto ainda não temos informações de quando o 3º e último livro será publicado, nem título e nem capa, mas fiquem ligados que assim que tivermos novidades, postaremos.

Pegando de onde o primeiro livro parou, “Destruidor de Espadas” mostra os heróis feridos, mas dispostos a continuarem a sua jornada para salvarem Tolada, porque eles podem ter destruído aquele fuso, mas sabem que outros ainda podem ser abertos e levar a destruição de seu mundo. A narrativa aqui começa com Corayne lidando com a destruição que viu acontecer e parece quebrada por dentro. Ela sabe que chegou a quase ultrapassar seus limites e se tornar uma espécie de “monstro” em comparação ao que considera uma boa pessoa, assim como Andry, que realmente está tentando lidar com a culpa do que fez, mas, ao contrário de Corayne, ele realmente quer ser um mocinho, enquanto ela só quer salvar quem precisa, seja da forma como for – mesmo matando Taristan, que ela agora sabe ser seu tio. O romance entre os dois personagens parece começar a florir enquanto vai ficando mais claro que os dois tem sentimentos um pelo outro, mas aqui não temos tempo para declarações de amor porque eles estão lutando para salvar o mundo. Pouca pressão sobre os personagens adolescentes da trama.

Nunca vi um coração partido antes, Corayne pensou, observando Andry Trelland. Ele não tinha nenhum ferimento, mas sangrava por dentro, ela sabia. Antigamente, Andry era um escudeiro de Galland que sonhava em se tornar cavaleiro. E agora é um assassino desses soldados, um assassino dos próprios sonhos.
Pela primeira vez, Corayne an-Amarat ficou sem palavras, e se afastou para um momento sozinha.

Logo reunindo-se e tentando continuar sua jornada para entender em que ponto estavam, o grupo formado por Corayne, Andry, Sorasa, Dom, Charlie, Sigil e a bruxa Valtik começa mais uma aventura, sendo levados a presença de Le herdeire de Ibal, que se chama Isadere, e que sim, é uma pessoa não-binária e a narração acompanha exatamente como tem que ser. Todas as cenas com elu foram incríveis e parece que se transformam em um pequeno filme que vai sendo apresentado na mente do leitor. A forma como Isadere parece que se tornará importante é bastante acalentadora, porque ainda quero ler mais sobre elu, bem mais.

Uma coisa que também temos aqui nestes livros, desde o primeiro livro, além de saber o ponto de vista dos vilões e o que eles estavam aprontando (ou conquistando, neste caso, e spoiler: é muita coisa), também temos a opção de saber mais sobre outros personagens que nem pensávamos mais, como, por exemplo, a mãe de Corayne, o que me deu a sensação de que não estávamos saindo do lugar e perdendo tempo de leitura com passagens desnecessárias, ao contrário das passagens de Rhida, prima de Dom, que está tentando agrupar um grupo de apoio ao qual o outro grupo ao qual seu primo se filiou. Essa atenção para algumas passagens que julguei desnecessárias quebrava o ritmo da trama, mas vou deixar para falar sobre isso mais adiante porque agora quero assinalar, mais uma vez, o quanto bem construído esse universo é, além dos personagens, que são o que de fato sustentaram este livro pra mim. Estou começando a acreditar que ninguém vai ser capaz de escrever vilões tão bem quando Aveyard, porque os dois vilões aqui são um show a parte, com motivações criveis e uma certeza absoluta de que estão fazendo o que precisam fazer, carregando muito da emoção com eles.

Elu tinha a mesma cor do guarda dragão, e o mesmo olhar penetrante. Eles devem ser irmãos, Corayne pensou. Ambos eram furiosos em seu porte, não belos, mas impressionantes, como estátuas de bronze e azeviche. Um brilho dourado cintilava em seus dedos, punhos e pescoço. Elu não usava joias, mas inúmeras correntes finas como barbante, todas tão brilhantes quanto o espelho.
Corayne conheceu outres como le herdeire, pessoas que não eram nem homens nem mulheres, nem nada entre isso. Lembrando seus modos, a jovem fez uma reverência trêmula, o melhor que podia oferecer para alguém da família real ibalete.

Já como estou falando de vilões, vou começar por Taristan, que não está para brincadeira, ainda mais agora com a ajuda da Rainha Erida, que traiu seus “amigos” no final do 1º livro – e olha, os dois, agora juntos como um casal de antagonistas, está tocando o terror e eu quero é ver isso mesmo. É fácil gostar dos dois, e mesmo eu, que não tenho essa predileção por vilões, acho Erida uma personagem tão real e direta, com motivações e traumas apoiados na sua vontade de mostrar que por ser mulher não precisa ser subjugada e que me fez torcer bastante por ela sim. Já Taristan ganha mais profundidade neste volume, com passagens intensas sobre seu passado, mostrando mais ainda como sua personalidade repleta de facetas e muito raivosa foi formada. Gosto bastante de diversos personagens nessa trama, mas confesso que os vilões são destaque sim, e se você ler e não torcer por eles em algum ponto, você precisa vir falar comigo pra eu te convencer a torcer por eles. Tô brincando. Ou não.

Mas minha personagem favorita continua Sorasa Sarn. Passando por diversos sentimentos no decorrer do livro, Sorasa ainda não confia e nem quer gostar de Corayne e nem de ninguém do grupo que agora eles estão, mesmo que a contragosto – a única exceção, mais ou menos, é Domacridhan. O relacionamento dos dois está evoluindo como tudo nesta trilogia: com bastante calma e desenvolvimento, do jeitinho que eu gosto mas também me dá nervoso porque fico com medo de um deles morrerem a qualquer momento e o que eles merecem nunca acontecer porque sim, Dom é o melhor personagem masculino da trama pra mim, apesar do meu gostar pelo Taristan. Sei que Andry é o personagem principal, mas a honra e a vontade de salvar todos que Dom carrega, além de estar claramente apaixonado e abobado por Sorasa me ganhou muito, e no meu ranking, é o ancião imortal (que podem morrer, hein. Não é porque o povo dele tem alcunha de imortal que não podem morrer e este livro prova isso com clareza.) que detêm meu coração e por diversas vezes pensei que ia largar a narrativa se ele ou a Sorasa morressem – sim, esse é meu nível de amor pelos personagens, nem me arrependo e vou assumir isso sim.

O ritmo lento e perfeito do coração dela acelerou, embora nada tivesse mudado ao redor deles. Nem mesmo o vento soprava pelas dunas. Tudo estava silencioso, imóvel.
Você está com medo, Sorasa Sarn — Dom disse devagar. — Por quê?
Você está bêbado, Ancião? — O ar reflexivo de Sorasa desapareceu. Ela virou, olhando-o com a antipatia de sempre. — Estamos tentando impedir o fim do mundo, e estamos fracassando.

Mas não vou falar que não fiz um grande “Ufa” em determinada altura do enredo. Na verdade foi um grande e belo “Ufa”, e dessa vez, foi por motivos diferentes do primeiro livro: enquanto temos 560 páginas em “Destruidor de Mundos” para estabelecer um mundo complexo, repleto de magia, guerreiros e intrigas palacianas, com uma grande reviravolta no seu final, “Destruidor de Espadas” tem 560 páginas que poderiam ter 360 facilmente. A trama ainda continua em alta, já como neste volume todo nosso grupo principal se aventura mais ainda por Todala, mas não vou enfeitar: existem parágrafos inteiros que poderiam ser muito mais concisos e a trama bem mais condensada. É bastante frustrante apontar isso porque a trama é algo que nem ao menos entendo como é classificado como gênero YA porque parece bem mais uma alta fantasia (e tem elementos) e foi algo que me afetou na leitura. Sim, é um bom livro, com uma trama que parece caminhar para um final destruidor e apoteótico, sem poupar nenhuma personagem ou os leitores, mas todo mundo já está acostumado a saber que os segundos livros são uma ponte que liga o livro que inicia e o livro que encerra, e que este volume normalmente trará muita dor para o final terminar com um tom mais esperançoso/feliz.

O saldo final deste livro do meio foi bom porque o mundo de Todala continua bem construído e estruturado, os personagens continuam seu desenvolvimento, e quando chegamos na luta final, com Taristan e Erida colocando todos em perigo, ficamos com medo para ver quem voltará para o terceiro livro – e você vai sofrer porque eu nem sei como me sinto ainda com o final deste livro, acho que estou acreditando que o próximo livro vai voltar um pouco e nos mostrar algo que não sabemos ainda. E Ah, não podia terminar esta resenha sem falar que o titulo deste livro (e do 1º também) faz todo sentido porque a autora gosta sempre de colocar seu titulo imbuído na história. Em uma época de “House of the Dragon” e “Os anéis de Poder”, é sempre bom ler uma trama medieval repleta de intrigas e precisam salvar o mundo, e a leitura destes dois livros não é tão pesada assim. Fica a dica aqui para quem é tão fã do gênero como eu.

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Submarino.

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