19.07

Sinopse: Descubra o que aconteceu vinte e sete anos antes dos eventos narrados em Mentirosos, com uma narrativa igualmente viciante, trágica e envolta em mistérios.

Não é fácil para Carrie ser a principal herdeira da família e carregar todas as expectativas que vêm junto com seu sobrenome. Para ser uma Sinclair perfeita, ela não deveria demonstrar emoções ― nem mesmo o sofrimento profundo pela morte recente de sua irmã caçula. Para ser uma Sinclair perfeita, deveria se submeter à cirurgia na mandíbula que seus pais insistem que ela faça, mesmo que isso lhe renda dolorosas semanas de recuperação ― e um vício em analgésicos.
No verão de seus dezessete anos, a família vai para Beechwood, a ilha particular onde sempre passa as férias. Mas, dessa vez, há algo de diferente: entre os visitantes da ilha está Pfeff, um garoto que mexe com os sentimentos de Carrie. Mas esse relacionamento está longe de ser um conto de fadas ― e essa história dificilmente vai acabar em um “felizes para sempre”.


Aqui estou eu, dois anos depois de ter lido e resenhado “Mentirosos” (que você pode ver clicando aqui), para falar novamente sobre esse universo. Se você não sabe, a autora resolveu escrever um livro sobre o passado da família de Cadence (a personagem principal de Mentirosos), onde nos mostra que não foi apenas no verão de Cadence que algo deu extremamente errado.

Bom, se eu pudesse descrever esse livro com uma só frase, ela simplesmente seria MEU DEUS. Porque acreditem em mim, vocês não estão preparados para o que vem por aí e para o passado dessa família. Então segue a minha resenha e eu prometo que vou deixar spoilers de fora, tanto de “Família de Mentirosos” quanto de “Mentirosos” também.


“Contar essa história vai ser doloroso. Na verdade, não sei se vou conseguir contá-la com sinceridade, mas vou tentar.
Menti durante a minha vida inteira, sabe?
Não é algo raro em nossa família.”

Quando o livro começa nós somos apresentados a Carrie. Carrie nada mais é do que tia de Cadence, irmã mais velha da mãe dela e onde nós a encontramos é tentando superar os traumas que o “verão de Cadence” deixou nela. Entre os pensamentos dela e o que ela começa a contar, ela volta muitos anos atrás, antes das casas sequer existirem na ilha, quando Carrie, Penny e Bess eram jovens e dividiam o mesmo teto com os pais e os cachorros.

Carrie, ali também está lidando com uns traumas de alguns anos anteriores – que é melhor deixar por isso mesmo e você saber do que se trata lendo o livro, acredite em mim. Depois de passar por uma cirurgia que remodelou o queixo dela, porque segundo um médico ela tinha algum problema na forma com a qual mordia, Carrie está perdida entre a dor e a neblina que os remédios causam nela, impedindo que ela sinta tanto, quando é surpreendida com uma novidade: sua prima, Yardley está levando para a ilha o namorado dela e mais dois amigos para ficarem lá, assim como sua irmã Penny está levando uma colega da escola.


“Agora que sou adulta, acho que ensinamos aos garotos a não aceitar “não” como resposta quando, na verdade, deveríamos ensinar que “não” quer dizer “não”.”

A notícia da vinda dos meninos pega não só Carrie de surpresa, mas Tipper também, que só esperava como visita naquele verão a melhor amiga de sua filha, porque a prima não era necessariamente uma visita. E, aqui as coisas ficaram meio confusas para mim num primeiro momento porque: como em “Mentirosos” nunca ouvimos falar sobre essa prima e o fato de que o pai dessa prima – irmão de Harris, o avô de Cadence, também era proprietário da ilha. Agora, pode ser que tenhamos ouvido falar sim, então vocês vão ter que desculpar minha memória que não lembrava disso enquanto lia, mas em todo caso… Tudo tem uma explicação. E isso é tudo que eu posso dizer sobre isso.

O fato é que, a vinda dos garotos podia meio que virar tudo dos pés a cabeça, mas num primeiro momento parece que tudo vai ficar bem, afinal, os Sinclair são uma família perfeita… Ou será que não?


“Aqui na família Sinclair não demonstramos emoções. Damos o nosso melhor. Olhamos para o futuro. Esses são os lemas de Harris, e, consequentemente, de Tipper.
A nós, meninas, nunca nos ensinaram a sofrer, a sentir raiva ou mesmo a compartilhar nossos pensamentos. Em vez disso, dominamos o silêncio; gestos pequenos de gentileza; velejar; fazer sanduíches.”

Conforme o verão vai passando e Carrie vai se aproximando mais de um dos garotos em especial, Pfeff, ela começa a se envolver com ele mais e mais. E o que eu posso falar? Sabe aquele tipo de personagem que enquanto você está lendo, você tem aquela sensação de que isso não vai dar bom, e você fica com raiva porque não tem como sacudir a mocinha para ela poder enxergar isso? É minha sensação desde o primeiro minuto que ele aparece.

Apesar do aviso claro de sua prima para tomar cuidado com ele, Carrie se envolve com o garoto e, claro, nem tudo sai como o romance planejado primeiramente. Agora o que acontece? Você vai ter que ler o livro para saber e tirar suas próprias conclusões.


“Ela quer que as coisas aconteçam com facilidade, sem conflito. “Seja normal”, ela me diz. E o que quer dizer é: não fique zangada, não cause problemas, apenas dance conforme a música.”

O livro todo nós vemos do ponto de vista de Carrie, e, assim como Cadence ela não é uma personagem com uma narrativa muito confiável. Ao contrário de Cadence, o motivo não é a memoria falha dela, mas sim o fato de que ela realmente é uma grande mentirosa. Teve vários pontos durante o livro que eu me perguntava se era assim mesmo que tinha ocorrido ou se Carrie estava tentando embelezar uma situação que não devia ou piorar uma situação que não tinha sido tão grave assim, porque ela mesma assume em várias partes as mentiras dela.

Mas eu não tenho palavras para descrever o quanto eu a adoro. De verdade. Carrie se tornou fácil uma personagem que eu gosto muito e eu sei com toda a certeza do mundo que muita gente vai odiar ela por causa de ações e de falas, mas se tinha algo que eu achava reconfortante sobre ela, era o fato de que ela vestia suas emoções de peito aberto: numa família de mentirosos, a mais mentirosa deles também era a mais honesta.


“Caras como ele vão para a prisão ou presidem o país, e em todos os casos não passam de estupradores que se consideram espertos.”

O final do livro, como quem já leu “Mentirosos” pode imaginar, é um plot twist atrás do outro. Teve um desses plots twist que eu acertei, mas teve um que eu não imaginei simplesmente porque a história que ela conta é muito fechadinha e não parece mentira. Claro que muita gente pode prever isso, eu acho, mas eu realmente não previ.

Eu sou uma pessoa muito cética quanto a mexer em livros únicos que já são perfeitos por si só. “Mentirosos” é um dos melhores livros que eu já li na vida e eu confesso que estava com medo do que isso poderia acontecer, do que “Família de Mentirosos” poderia trazer e talvez manchar essa imagem perfeita de um livro tão querido por mim, mas devo dizer que fui muito bem recompensada. Não só com outro livro que se tornou um favorito, mas também com uma personagem tão recheada de camadas boas e ruins que a tornam tão humana e me fizeram adorar ela e cada minuto da nossa viagem juntas. E que viagem maravilhosa!


“Passamos o ano todo fingindo que está tudo bem, e vamos continuar fingindo que está tudo bem. Sabemos fazer isso. É como nossa família faz. E, depois de um tempo, vai ficar tudo bem. Entenderam?”

Se você já leu “Mentirosos”, sério, larga tudo e leia “Família de Mentirosos” também. E se você ainda não leu nenhum dos dois, o que exatamente você ainda está fazendo aqui que não foi correndo atrás dos dois livros nesse exato momento?

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