10.03


“Chain of Gold” (As Últimas Horas #1)
Cassandra Clare
Margaret K. McElderry Books – 2020 – 624 páginas

Cordelia Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma guerreira treinada desde a infância para combater demônios. Quando seu pai é acusado de um crime terrível, ela e seu irmão viajam para a Londres Eduardiana na esperança de evitar a ruína da família. A mãe de Cordelia deseja casá-la, mas Cordelia está determinada a ser uma heroína em vez de uma esposa. Logo Cordélia encontra os amigos de infância James e Lucie Herondale e é arrastada para seu mundo de reluzentes bailes, missões secretas e salões sobrenaturais, onde vampiros e feiticeiros se misturam a sereias e magos. Todo o tempo, ela deve esconder seu amor secreto por James, que jurou se casar com outra pessoa.

Mas a nova vida de Cordelia é destruída quando uma chocante série de ataques demoníacos assola Londres. Esses monstros não são nada como os Caçadores de Sombras já enfrentaram antes – esses demônios andam à luz do dia, atacam os desavisados com um veneno incurável e parecem impossíveis de matar. Londres é imediatamente colocada em quarentena. Presa na cidade, Cordélia e seus amigos descobrem sua própria conexão com um legado sombrio deu a eles poderes incríveis – e forçam uma escolha brutal que revelará o verdadeiro preço cruel de ser um herói.

Esta resenha NÃO terá SPOILERS do livro.

Virna: Aqui estamos em uma resenha coletiva para falar do mais novo lançamento de Cassandra Clare no Mundo das Sombras: “Chain of Gold” é o 1º livro da trilogia “As Últimas Horas” – e vou começar situando aonde o livro está na narrativa para esta resenha poder ajudar quem está chegando agora também. Essa é a 4º e penúltima série que Cassandra Clare pretende escrever se passando no Mundo das Sombras e contará a vida dos filhos dos personagens da trilogia “As Peças Infernais” (que foi a 2º trilogia do universo). Aqui a estória se passa em Londres, em 1903, na Era Eduardiana, e mesmo que você não tenha lido “As Peças Infernais” (ou qualquer outro livro sobre os Caçadores de Sombras), você conseguirá ler o livro e entender perfeitamente tudo – claro que há referências e momentos que remetem aos outros livros, fazendo os fãs surtarem nestes pequenos momentos, mas se você não ler, tudo bem também.

Artur: RESENHA DO MEU MAIS NOVO LIVRO FAVORITO NO UNIVERSO DOS CAÇADORES DE SOMBRAS?

Talvez, vejamos.

EXPECTATIVA, NOSTALGIA E MUITOS PERSONAGENS!
Se voltarmos uns CINCO ANOS em materiais publicados pela Cassie, chegaremos ao nosso encontro com “Cidade do Fogo Celestial” e o final derradeiro da primeira tri(sexto)logia dos Caçadores de Sombras e mesmo LÁ já tínhamos algumas informações sobre “The Last Hours”.

Assim sendo, estes personagens já estavam sendo construídos em nossas cabeças muito tempo antes de sequer termos ideia do que poderia ser conhecê-los de verdade – Nem “ Os Artifícios das Trevas” teve tanto spoiler, preparação e sentimentalismo em nossas cabeças quanto o famoso sloggan para a série “os filhos dos personagens de Peças Infernais”.

Falando deste, “As Peças Infernais ” parece ser, por uma maioria esmagadora, a trilogia favorita dos leitores da Cassie. E eu arrisco a dizer que dependendo de como se desenrolar, esse posto passou para “The Last Hours”. Uma quantidade impecável de pesquisa deve ter sido realizada, pois não só características físicas e ambientais de uma Londres do início do século é mostrada como também elementos culturais muito importantes para o desenrolar da trama são muito bem explicados e colocados em prática, chegando até a impor mais desafios aos personagens do que a simples tarefa de lutar contra demônios e proteger a humanidade (rs).

Ju:Chain of Gold” é o primeiro livro da trilogia “The Last Hours” e é um livro que tá sendo esperado pela fandom tem MUITO tempo mesmo. Eu não posso dizer que isso é o mesmo para mim, falando bem a verdade, porque eu estava tão conectada com as outras sagas e trilogias e livros de contos que não me senti realmente tentada e desesperada até começarem os contos que Cassie lançou mensalmente antes do lançamento do livro. Foi apenas aí que eu fiquei no mais puro desespero e querendo LOGO colocar minhas mãos nesse livro e saber mais e mais sobre esses personagens que ainda não eram completamente conhecidos pra mim, mas que eu já tinha me apegado demais.

E eu devo dizer que valeu a pena a espera!

Virna: Ok, chega de introdução e vamos lá: como já falei em outras resenhas, é sempre difícil falar sobre livros que eu amei porque sempre me empolgo e termino falando demais. “Chain of Gold” é, definitivamente, um livro acima da média: como 1º livro e introdutor de uma série, esperávamos alguns momentos de lentidão ao explicar a trama e situar a vida de todos personagens, só que isso definitivamente não acontece aqui: é através dos olhos de Cordelia que somos inseridos no Enclave de Londres. Como ela não cresceu na cidade, ela vê alguns personagens como se fosse a primeira vez, e isso facilita demais a introdução destes para o leitor, dando detalhes e falando de quem são filhos. Cordelia e Lucie Herondale são melhores amigas e estão convencidas de que serão parabatai, mesmo sendo difícil, naquela época, um casal de garotas serem. Lucie é irmã de James Herondale, que é o objeto da paixão de Cordelia desde sempre, mas, antes que você pense que Cordelia se mudou com a mãe e o irmão Alastair para Londres por causa de um amor, digo que você não poderia estar mais enganado e o que leva Cordelia a cidade é algo bem mais grave e necessário: seu pai está enfrentando graves acusações perante a Clave, e Cordelia está disposta a fazer o que for preciso para ajudar sua família. E esse é só o comecinho do comecinho de uma aventura que me pegou de surpresa.

“As pessoas são invencíveis apenas nos livros”, disse Cordelia.
“Eu acho que você descobrirá que na maior parte do tempo, nem mesmo lá”, disse Tessa. “Mas pelo menos sempre podemos pegar um livro e lê-lo novamente. As histórias oferecem mil novos começos. ”
Era verdade, pensou Cordelia. Ela leu a história de Layla e Majnun mil vezes, e a cada vez o começo era emocionante, mesmo conhecendo – e temendo – o fim.
“O único equivalente na vida real é a memória”, disse Tessa, olhando para cima quando Will Herondale entrou na sala, seguido pelo primo Jem. “Mas as memórias podem ser tanto amargas quanto doces.”

Artur: No início do livro existe uma “aura” de que você já sabe o que esperar – dada a quantidade de informações que nos foram dadas ao longo desses tantos anos de espera – e a familiaridade com a narrativa entre as ruas e pontes de uma Londres à noite. MAS VOCÊ ESTÁ ERRADO.

Os MUITOS personagens são introduzidos um à um, junto com aquelas informações sobre o universo para que os leitores (especificamente aqueles de paraquedas) não se sintam perdidos; e eventualmente com alguns saltos e voltas no tempo para termos melhores detalhes de elementos que marcam as personalidades dos personagens: como uma lembrança de um baile anos atrás, ou um encontro entre dois jovens numa floresta escura culminando em uma promessa para o futuro – Muito inteligente por parte da Cassie, nos mostrar o que aconteceu e não só descrever uma sensação ou lembrança. Faz com que as dúvidas e angustias passadas pelos personagens sejam nossas também, dando a impressão que poderíamos opinar no que está acontecendo. “NÃO FAZ ISSO SEU MOLEQUE BESTA ELA TA TE ENGANANDOOOOOOO”

Virna: A sensação que Artur falou acima é realmente algo que dá aquele déjà-vu de voltar a um lugar amado: estamos lidando com personagens que vimos os pais se apaixonarem e, por isso, já temos apego a eles. Mas, assim como nós mesmos em nossa vida, eles precisam aprender com seus erros e acertos, se tornarem “pessoas” e arcarem com suas consequências. Com isso em mente, vamos vendo Cordelia navegando pelo grupo formado entre James, Matthew Fairchild, Christopher Lightwood e Thomas Lightwood, um grupo unido desde o conto “Nada Além de Sombras”, do livro “Contos da Academia dos Caçadores de Sombras” (novamente: você não precisa ter lido o conto, mas é bom saber quando a amizade dos 4 começou e como eles se tornaram um grupo apesar de suas personalidades tão diferentes). Os 4, somado a Anna Lightwood, a irmã mais velha de Christopher, e a própria Lucie, testemunham um ataque no que parecia ser um divertido piquenique no lago. O problema é que antes disso, havia chegado a notícia de outro ataque de demônios, coisa que há anos não acontece em Londres – e o ataque no lago fica claro que é algo maligno e voltado contra os caçadores de sombras, tudo isso durante a luz do dia. Isso mesmo que você leu. Claro que o grupo começa a desconfiar enquanto a Clave tapa os olhos, exatamente como sabemos tão bem que eles fazem seculos depois, sem nenhuma novidade. Nessa altura da narrativa, o leitor compreende que está sendo levado para uma trama maior do que os jovens podem aguentar, já como eles foram criados protegidos e amados, bem diferente dos pais que sabiam se virar sozinhos.

E se você está pensando: “Ah, mas eu já sei o final e quando eles morrem porque tivemos a árvore genealógica em Princesa Mecânica!”… amigo, deixa eu te contar que não, não sabemos nada. Cassie já tinha avisado que a árvore estava errada e que alguém tinha feito os erros propositalmente, mas eu não acreditei que ela iria praticamente rasgar a árvore e jogar fora – mas ela faz isso, e faz bem mais rápido do que você pode imaginar.

Ju: Acho que a primeira coisa que eu PRECISO falar sobre “Chain of Gold” é realmente a sensação de “voltar pra casa” que ele passa. Eu não consigo pensar em um jeito melhor de escrever e explicar. Não é apenas uma nostalgia porque podemos rever personagens antigos, mas é quase próxima da sensação que eu tive quando li “Pergaminhos Vermelhos da Magia”… Parecia mesmo aquela sensação de que você está muito tempo longe de casa em uma viagem e finalmente chegou ali. Junto com isso vem aquela nostalgia gostosa de reviver o lugar que conhecemos tão bem (mesmo que só pelos livros) e revisitar personagens que parecem amigos antigos.

Mas, como a Virna e o Artur deixaram claro também, não deixa despreparado em momento algum quem chegou agora para conhecer a série: nós, que já lemos os livros anteriores, temos essa sensação de nostalgia e de volta pra casa, mas quem chegou agora não fica perdido, pois mesmo os personagens que já conhecemos tão bem são reintroduzidos a nós e muitas coisas que aconteceram tanto em “As Peças Infernais” ou nos livros de contos como “Fantasmas do Mercado das Sombras” ou “As Cronicas de Bane” são mencionados e explicados para que ninguém fique por fora – até mesmo um dos contos mensais que Cassie lançou enquanto esperávamos por “Chain of Gold” está lá em sua íntegra – mas claro que não vou falar qual por motivos de spoilers.

“Nem sempre amamos as pessoas que merecem”, disse Thomas em voz baixa.
“Talvez não”, disse Matthew. “Mas, muitas vezes, não amamos aqueles que não merecem, e muito certo também.”

Artur: A sociedade de 1900 em Londres não me parece tão ruim nos livros, até que você percebe como os personagens são massacrados por ela. Isso definitivamente é algo que eu não percebi tão agressivamente ao ler “As Peças Infernais”. Me pareceu até que a Era Vitoriana (poucos anos antes) era mais “de boas”. Dado ao fato que esse livro é levemente inspirado por GRANDES ESPERANÇAS nota-se que a sociedade e os comportamentos são realmente o maior inimigo dos jovens Caçadores de Sombras, que além de tudo, cresceram na fama dos pais e numa época de considerável paz.

O livro traz alguns questionamentos sobre a atualidade, como por exemplo o papel e as expectativas colocadas na mulher, como membro da sociedade. Cordelia, Lucie, Anna, Ariadne e outras das personagens femininas são (ao meu ver) muitas vezes colocadas à prova pelo que parecem ser e não pelo que de fato são, muitas e muitas vezes. Mesmo que personagens masculinos como Matthew e Alastair e outros sofram em determinadas circunstâncias, estas me parecem pontuais perto da pressão que existe pelo bom comportamento feminino.

Virna: Como vocês podem imaginar, a sociedade não é a mesma. Alguns dias atrás até mesmo questionaram a Cassie no twitter sobre diversos pontos envolvendo a sociedade, e, lendo, acredito que Cassie pontou com bastante sucesso como a sociedade nunca sabe lidar com as diferenças e tenta, de todas as formas, fazer com que todos estejamos em um padrão que acreditam ser o “certo”, mesmo que isso não seja nossa verdade e mesmo que isso nos cause mal. A Clave, claro, é um reflexo desta sociedade: sem ouvir os mais novos por acreditar que sabem de tudo mais e melhor, além de não entender que precisa evoluir, mesmo tendo uma mulher em seu cargo máximo. O melhor exemplo disso é uma trama que ainda irá ser explorada em algum outro livro com toda certeza, já como afeta diretamente o filho de Charlotte, Matthew (sem spoilers, calma!), e a forma como uma mulher forte e em uma posição de poder sempre é atingida por fofocas – quem nunca viu algo assim? Infelizmente.

“Eles precisam de uma musa”, disse Anna. “Alguém para se inspirar. Alguém para conhecer seus segredos. Você gostaria de ser uma musa?
“Não”, disse Cordelia. “Eu gostaria ser uma heroína.”

Artur: Sobre a trama do livro?
Impecável – Muitos devem ter recorrido a procurar informações sobre GRANDES ESPERANÇAS ou até mesmo lê-lo (como eu fiz) e provavelmente não se desapontaram. Existem muitas referências e paralelos nas duas histórias; PORÉM trabalhadas de forma que não sejam mais que isso: Inspirações. “Chain Of Gold” – Corrente de Ouro – traz uma trama sócio-cultural muito bem desenvolvida e adaptada para um universo mágico de humanos encarregados de salvar o mundo lutando contra a ação de demônios e literalmente colhendo os frutos do que foi colhido no passado (Estou falando de vc, “Peças Infernais”).

Ju: Eu achei o plot desse livro tão maravilhoso que eu simplesmente nem tenho palavras para descrever. Em tudo, desde a forma que personagens foram introduzidos, na forma como as coisas se conduziram ali, culminando no ponto onde enfim descobrimos quem é o vilão e qual é a finalidade, o que ele quer conseguir com as coisas que ele faz, é simplesmente GENIAL. Eu digo sem a menor sombra de dúvida que esse é de longe um dos melhores trabalhos da Cassie, que me pegou completamente de surpresa porque nem em um milhão de anos eu teria pensado em algo assim.

Claro que todos nós tínhamos nossas teorias e eu fiquei muito feliz de ver que era algo completamente novo e refrescante no final das contas (com exceção de um pequeno plot que me incomodou BASTANTE sobre um casal, que sinceramente é meio batido), eu não tenho nada para reclamar dessa história e da forma com a qual ela foi conduzida, tudo levando ao ponto onde termina e nos deixa desesperados por mais, e sofrendo por saber que temos que aguardar mais um ano pra isso.

Virna: Eu PRECISO falar do vilão do livro! Preciso muito porque me surpreendeu, me pegou de surpresa, me deixou realmente interessada em alguns pontos levado por todo enredo e me fez querer saber mais sobre quem esta pessoa é. Eu sei, eu sei que muitos esperam muito de vilões e alguns até caem no gosto de vocês, então acredito que ninguém sairá decepcionada da trama que temos aqui porque ela é nova: não espere uma repetição de nada dos outros livros, além de trazer um elemento que nunca tínhamos conversado (ou temido) no mundo das sombras.

E, falando do trama do vilão, eu estou falando de um dos personagens do livro – e MEU DEUS, Cassandra Clare, como os personagens deste livro são MARAVILHOSOS! Todos, absolutamente todos, tem suas motivações, seus desejos, seus sonhos e suas conquistas, mesmo que levados por motivos errados e sentimentos confusos. Cordelia Cartairs, eu escolhi te venerar: a heroina é racional ao extremo, e mesmo apaixonada não se deixa levar por ilusões e nem se deixar guiar por decisões emocionais. Fazia tempo que eu não lia sobre uma mocinha tão completa como Cordelia é, sem brincadeiras. Meu personagem masculino favorito foi Matthew Fairchild, uma alma tortura e repleto de sentimentos complexos, que acredita que não merece a felicidade por seus pecados (quem leu o conto “Longas Sombras”, do livro “Fantasmas do Mercado das Sombras” já sabe o que tanto atormenta o personagem – e que é algo real e muito, muito pesado), com o traço da ironia e sarcasmo que Cassie escreve tão bem. James Herondale é o mocinho da vez, alguém com uma índole boa, carismático e que se preocupa com seus amigos e família acima de todas as coisas. Pouco explorada, Lucie Herondale promete mais enredos nos próximos livros, enquanto os primos Thomas e Christopher Lightwood são encantadores, donos de personalidades próprias e tramas também pessoais, cada um se descobrindo ao seu tempo. Os irmãos Grace e Jesse também ainda precisam mostrar para saber se eu irei amá-los ou não, mas Jesse já conta bastante com minha simpatia. E, para terminar: Alastair Carstairs, que saiu de um personagem que eu estava determinada a odiar e terminou, definitivamente, entre um dos melhores personagens do livro. Isso sim, é desenvolver um personagem a ponto do leitor o amar mesmo não querendo.

Cassie também expandiu mais ainda seu universo, introduzindo definitivamente o conceito de multiverso, tudo já previamente ciados tanto nos “Instrumentos Mortais” (Edom) e “Os Artifícios das Trevas” (Thule). É um elemento repleto de possibilidades que me deixou bastante curiosa e com tantas perguntas sobre eles que precisei fazer uma lista com elas, além de deixar em aberto uma possibilidade maravilhosamente deliciosa de outros lugares aonde podemos encontrar estes personagens.

“Não podemos escolher quando, em nossas vidas, sentimos dor”, disse Matthew. “Vem quando chega, e tentamos lembrar, mesmo que não possamos imaginar um dia em que passe, que toda a dor diminui. Toda miséria passa. A humanidade é atraída pela luz, não pelas trevas.”

Artur: Relacionamentos?
Nem sei por onde começar. No meio da leitura descrevi esse livro como “MALHAÇÃO DE ÉPOCA COM DEMÔNIOS E MAGIA” e ainda acredito que é a melhor descrição. Triângulos amorosos, enganação, manipulação, relacionamentos arranjados e falsos, corações partidos e cenas picantes… tudo isso conta no livro, só apimentando mais as informações que já tínhamos. De certo Cassandra Clare agradou muitos públicos, tenha sido esta sua tentativa ou não, só posso dizer que deu certo. Particularmente existem aquelas interações favoritas, mas só desgostei de uma, que acredito não ter sido necessário em NADA. Torço para que o desenrolar desse causo seja positivo pra mim.

Após uma sequência direta de livros da mesma série, “Os Artifícios das Trevas” em sua completude não me satisfez tanto quanto só o primeiro desta nova trilogia conseguiu.

Arrisco dizer que este é o meu livro favorito das “Crônicas dos Caçadores de Sombras”? Sim, pedindo desculpas por rebaixar Princesa Mecânica, coloco agora Corrente de Ouro no primeiro lugar, e espero mexer nessa classificação só com o lançamento do próximo.

Ju: Todos os personagens têm aquela marca que a Cassie dá a eles de uma forma tão única, feitos para agradar realmente cada um e eu tenho certeza que até o final dessa trilogia, muitas pessoas vão ter passado do odio ao amor e voltado ao odio para depois amar de novo muitos e muitos personagens. Assim como a Virna, o meu personagem masculino favorito é de longe o Matthew, eu estou completamente louca de amores por ele, assim como estou MUITO apaixonada pela Cordelia e por Anna e pelo James também.

Sobre os personagens ainda, uma outra pequena coisa que me deixou levemente incomodada foi a forma como a Lucie foi tratada. Não é exatamente que ela não tenha tido um foco ou destaque, na minha opinião, mas a forma com a qual os outros personagens a tratavam o tempo inteiro parecia que ela era… uma criança? Enfim, pode ter sido apenas impressão minha e ela estar completamente errada, é claro, mas eu tive muito essa sensação e isso não me agradou porque claro que eu estava empolgada DEMAIS por conta da Lucie.

Então tirando o fato desse “casal” existir e a forma como Lucie era tratada (não pela Cassie, pelos outros personagens!), eu sinceramente não tenho absolutamente NADA pra reclamar de “Chain of Gold”. Eu sei que muitas pessoas na fandom ficaram desgostosas com o final de “Rainha do Ar e da Escuridão” (e assumo que fui uma delas) e que tem certo medo de se decepcionar com TLH, mas faço das palavras de Artur as minhas: se “The Last Hours” continuar TÃO BOA como o primeiro livro foi, ela tem tudo pra ser a melhor trilogia da Cassie, porque esse livro é absurdamente maravilhoso.

Virna: Chegou a hora do meu “mas…” porque se tem algo que eu não consegui realmente me apegar, foram aos casais, a exceção de um (não vou falar qual aqui por motivos de spoilers!). Me apaixonei por todos personagens de formas diferentes, mas, como casais, acredito que ainda falta aquele “algo” para me fazer sentir o coração acelerar de amor como já aconteceu em outros livros. Os romances são sim, bem construídos e há motivos diferentes para se querer os personagens juntos, mas também há uma sensação de que ninguém ainda está pronto para o seu “felizes para sempre”, o que faz total sentido já como ainda estamos no 1º livro da série.

No final das contas, o que se há para falar é que “Chain of Gold” superou as expectativas sim. Bastante inovador e com um grupo de personagens que tem tudo para se tornarem os favoritos de toda fandom, o livro te prende e não faz você sentir que tem mais de 600 páginas porque sempre há algo acontecendo e sempre há um novo personagem para você se apegar. Sem tantos pontos de vistas como “Rainha do Ar e da Escuridão”, o livro ainda traz uma variedade de personagens dentro das páginas desfilando e mostrando seus pensamentos, fazendo o leitor entrar em sua cabeça e em seu mundo.

Foram anos e anos de espera – 7 para ser precisa (sim, Cassie anunciou “TLH” em 2013 e você pode ler nosso post desta época clicando AQUI), e agora, lendo o livro, posso afirmar com toda certeza de que sim, Cassandra Clare, você fez de novo: você partiu nossos corações e nos fez amar esses personagens que já tínhamos uma predisposição para amar, mas agora os amamos por serem quem são, por suas escolhas, seus erros, suas personalidades, exatamente como amamos os pais deles. A sensação agridoce da estreia da penúltima trilogia do Mundo das Sombras cede e dá um lugar ao prazer que é ler um livro tão maravilhosamente bem construído que preenche nosso dia até as últimas horas.

Chain of Gold” é o primeiro livro da trilogia “As Últimas Horas”. O segundo livro da trilogia se chamará “Chain of Iron” e o 3º e último livro se chamará “Chain of Thorns”. Para saber mais sobre a trilogia, basta clicar AQUI.

Apesar do livro ter sido lançado no dia 03 de março passado, aqui no Brasil a Editora Galera Record já anunciou que “Chain of Gold” será publicado somente no 2º semestre de 2020 – para ler, clique AQUI.

Para comprar “Chain of Gold” EM INGLÊS:

Amazon, capa dura com o extra do casamento Wessa e a arte de Cassandra Jean.
Amazon, a versão digital do livro.
Amazon, a versão capa brochura do livro sem os extras.

Arquivado nas categorias: Blog , Livros , The Shadowhunter's Chronicles com as tags:
Postado por:
Você pode gostar de ler também
17.04
Sinopse: Nas planícies de Yorkshire, vive uma linhagem secreta de pessoas para quem livros são a...
16.04
Sinopse: Gigi Graham tem três objetivos na vida: se classificar para a seleção nacional de hó...
12.04
“Dolores Claiborne” Stephen King Tradução: Regiane Winarski Suma – 2024 – 240 página...
09.04
Dá pra acreditar que já estamos em abril? Quase na metade do ano já (exagerada)! Vem com a gente ...
08.04
Cassie mandou uma newsletter hoje, dia 08/04, falando sobre publicações e editoras. Logo depois el...
06.04
Depois do anúncio sobre a data de lancamento de "The Wicked Powers" ontem (você pode ler clicando ...

Deixe seu comentário





Siga @idrisbr no Instagram e não perca as novidades
Facebook