Diário de Tatiana Lightwood


Quarta postagem oficial
Diário de Tatiana Lightwood

Do diário de Tatiana Lightwood. 27 de dezembro de 1873

Eu odeio Will Herondale.
Eu odeio Will Herondale.
Eu ODEIO Will Herondale.

Como eu posso ter sentido algo além de ódio por ele, com seu nome ridículo e seu sotaque gales infernal e seu rosto absurdamente bonito! Argh! Esse monstro horrível leu meu diário EM VOZ ALTA na festa de Natal do Instituto. No palco, no salão de baile. Para todo o Enclave.

Todas as coisas onde escrevi meu nome como Srª Tatiana Herondale. Todos os pedaços onde escrevi poemas sobre seus olhos absurdamente azuis, como eu estremeço agora ao lembrar disso! Como eu queria que Elise Penhallow nunca tivesse parado de tocar a espineta e dado a ele a oportunidade de começar a ler EM VOZ ALTA. Eu queria que ela ainda tivesse tocando agora e pelo resto da eternidade e que Will Herondale fosse completamente afogado pelo barulho. A HUMILHAÇÃO não tem como ser suportada. Ele é um MONSTRO. Gideon apenas ficou lá parado como um palerma. Gabriel teve a decência de tentar defender minha honra e teve seu braço quebrado, o que era o mínimo que ele poderia fazer, sinceramente.

Eu imagino que é melhor que eu tenha descoberto a VERDADEIRA NATUREZA e a INTENÇÃO MALDOSA de Will Herondale antes tarde do que nunca. Mas não teria como eu descobrir de outra forma? Um sussurro comentado cruelmente — um ato de brutalidade às custas de outra pessoa — mas não. Todo o Enclave apenas parado lá, olhando para mim e sussurrando, sussurrando.

Claro que o pai me disse na carruagem no caminho de casa que eu tinha desgraçado todos nós e o bom nome da família Lightwood também. Gabriel ficou de cara feia todo caminho, mesmo que as runas de cura tivessem tirado toda a dor dele, então não tinha motivos para ele ser tão rabugento. Nada disso era sobre ele. Gideon pegou minha mão e disse “Não se preocupe, Tati. Todos se esquecerão disso antes que você perceba.” Eu olhei pela janela da carruagem e o ignorei. O que ele poderia sequer entender sobre o machucado que fizeram em mim? Nada, porque ele é um idiota.

Quando nós chegamos em Chiswick eu pensei em queimar o diário porque eu não conseguia mais olhar para ele. Will o arruinou. Eu fui até meu quarto e arranquei as páginas, então rasguei cada uma em pedaços. Eu olhei para o fogo, que estava cheio de brasas, mas não consegui colocar os restos do diário nas chamas, desgraçando nossa família ou não. Essas páginas estavam cheias de minhas ideias, reflexões e observações fascinantes—sobre o Enclave de Londres, sobre os atos heróicos de meu pai, sobre a forma precisa do nariz de Elise Penhallow e o que isso dizia sobre a personalidade terrível dela—e eu descobri que não queria ver essas palavras se curvarem e virarem cinzas. Ao invés disso, coloquei as páginas arrancadas na minha bolsa verde de seda e fui nas pontas dos pés pelo corredor. Eu escondi elas no antigo buraco de rato atrás de uma das pinturas de meu pai sobre demônios fazendo coisas peculiares. (Eu não sei porque ele as coleciona, mas imagino que eu ainda não desenvolvi um gosto pela arte). Eu voltei rápido para meu quarto e joguei a espinha do livro e as capas no fogo.

Eu estou começando um novo diário no qual eu não mencionarei W.H. de modo algum.

Exceto agora. Essa é a última vez.

Mas vou fazer ele pagar. Não importa quanto tempo tenha que esperar.

[Traduzido por Equipe IdrisBR. Dê os créditos. Não reproduza sem autorização.]

Fonte

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