17.01

Cassandra Clare voltou a falar, mais uma vez, sobre o processo que a autora Sherrilyn Kenyon moveu contra ela – falamos sobre pela primeira vez em 2016, quando o processo se iniciou e você pode ler clicando AQUI. O processo era de plágio e teve suas alegações retiradas e ano passado Cassie fez um post em seu tumblr, quando falou publicamente pela primeira vez explicando o que estava acontecendo (clique AQUI para ler o post original já traduzido que Cassie linka em seu post de hoje).

Contudo, houve uma grande reviravolta no caso: a autora Sherrilyn Kenyon afirmou, em sua newsletter do mês de Janeiro de 2019, que estava em um processo de divórcio bastante litigioso, acusando o marido e uma outra pessoa que trabalhava com o casal de tentar envenená-la. O processo de Cassie foi mencionado nessa newsletter, aonde ela menciona o marido como um dos motivos para existir esse processo, o que levou o jornal Washington Post a fazer uma matéria contando toda trama shakesperiana que Sherrilyn estava envolvida, mencionando o processo contra Cassie, o que a levou a escrever mais sobre o assunto.

Esse é o post de hoje, aonde ela completa o post do ano passado com mais informações e seu lado nessa trama realmente difícil de entender, mas que nos leva a ter certeza de que Cassie sofreu por algo que jamais deveria ter passado.

Por fim, avisamos para as pessoas mais sensíveis que o post é forte e contem gatilhos que podem deixar algumas pessoas perturbadas. Por favor, leiam com cautela.

Confiram a tradução e adaptação do texto feito por nossa equipe:

Eu esperava nunca ter que revisitar esse pesadelo, mas infelizmente o Washington Post me linkou a algumas informações imprecisas em sua edição dessa manhã. Obviamente, meus advogados buscarão uma correção, mas enquanto isso as pessoas virão até aqui para ler isso, então estou atualizando.

Para aqueles que talvez não estivessem prestando atenção, a autora Sherrilyn Kenyon recentemente processou seu marido, a assistente do marido e um especialista em informática que trabalhou para ambos, por envenená-la. Ela afirma também que eles estavam voltando seus fãs contra ela, convencendo-os a escrever críticas negativas sobre seus livros, e que seu marido era responsável por seu processo contra mim.

Este post não é sobre este processo atual, que é algo que me surpreendeu, mas sei pouco sobre. Nós (eu e minha equipe jurídica) nunca ouvimos nada do marido dela durante o processo dela contra mim, e eu nem sabia o primeiro nome dele até as notícias atuais sobre esse processo. O processo atual alega que ele me enviou várias cartas de cessação e desistência*. Isso não aconteceu. Eu nunca o conheci ou falei com ele, assim como nunca conheci ou falei com Sherrilyn Kenyon em minha vida, mesmo durante o processo.

O Washington Post parece confuso porque aqui neste post, eu descrevi o que aconteceu com a parte sobre direitos autorais do processo que Kenyon abriu contra mim como encerrado. Foi encerrado. A queixa (uma “queixa” legal é uma ação judicial) iniciado em fevereiro de 2016 incluía inicialmente muitas reclamações de violação de direitos autorais (roubar elementos da história). Algumas delas, juntamente com as respostas do meu advogado, são reproduzidas abaixo.

Em 31 de maio de 2016, Kenyon alterou sua ação contra mim, removendo todas as acusações de violação de direitos autorais. Isso também seria conhecido como desistir dessas acusações. Aqui está o que eu disse na época:

Então qual o problema?
O problema é que ninguém sabe que o processo de violação de direitos autorais foi abandonado, e quando eu vejo ser mencionado, é sempre indicado como um fato de que eu estou sendo processada por plagio ou violação de direitos autorais. E eu não estou. Isso não tem sido mais do que um processo por marca registrada por um ano e meio. E isso não entra no meio das fofocas da internet – apareceu apenas em um artigo pobremente pesquisado na Forbes, por exemplo. É uma acusação que eu tenho que conviver mesmo que as acusações tenham sido retiradas.

Dado o que está no Washington Post, eu diria que esse problema que está em curso continuará em curso.

Quanto à parte de marca registrada no processo, foi feito um acordo em maio de 2018. Eu tinha muitas dúvidas sobre o acordo. Eu não acreditava, e ainda não acredito, que a marca registrada de Kenyon foi violada e eu certamente sei que eu e minha editora nunca fizemos parte de uma conspiração para prejudicá-la ou fraudá-la. Nenhum de nós estava familiarizado com os livros dela.

Eu e meus advogados esperamos anos que Kenyon fornecesse a prometida evidência de que ela já havia me conhecido, ou que minha editora, como ela disse, estava em uma conspiração para defraudá-la de sua marca registrada. Nada jamais apareceu.

No final, nessas situações, você fecha um acordo porque ser processado é infernal. Sim, é caro, mas também é desgastante e miserável. Todos os dias você está exposto a novos choques e novos aborrecimentos. Houve muitas ocasiões em que considerei cometer suicídio porque eu estava tão profundamente afundada no desespero com a ideia de que alguém que eu não conhecia e nunca havia conhecido estava determinado a destruir minha vida e a destruir ou tirar de mim todo o trabalho que eu havia feito por dez anos – tudo o que importava para mim, tudo em que trabalhei tão duro. Eu nunca entendi por quê. Eu ainda não entendo. Durante anos eu mal dormia, não consegui escrever “Chain of Gold”, passei noites tremendo, vomitando e chorando. Eu achava que o julgamento poderia me dar algumas respostas para o que estava acontecendo, mas eu também sabia que isso significava que o caso poderia se prolongar por mais anos. Juntamente com a minha editora, nos fizemos um acordo com Kenyon, mas apenas a parte da marca registrada do processo. Isso foi tudo o que restou. A parte dos direitos autorais do processo foi de fato retirada em maio de 2016. Se não tivesse sido, eu nunca, absolutamente nunca, teria feito o acordo. O que é algo que eu teria dito pra você, Washington Post, se você precisasse de esclarecimentos.

O resto do meu post original está aqui:

(O post se refere a partir daqui a um post do ano passado, cuja tradução você pode ler clicando AQUI).

* Nota da tradução: cease-and-desist letter é instrumento jurídico presente no direito norte-americano. Você pode ler mais sobre clicando AQUI.

[ATUALIZAÇÃO 18/01/19 às 17:40]

Cassie postou novamente sobre o caso em seu tumblr, atualizando e trazendo algumas boas notícias.

Atualização do post de ontem.

Postando por ser necessário, mas espero que seja a última atualização para o meu post de ontem. Os documentos do tribunal do processo que Sherrilyn Kenyon trouxe contra mim foram fornecidos para o Washington Post e, consequentemente, atualizaram a materia.

Anteriormente, dizia:

Clare, que negou a acusação, afirmou em seu Tumblr que aos acusações foram retiradas, enquanto Kenyon disse em sua newsletter de Janeiro que “foi resolvido fora dos tribunais e não foi retirado”.

Agora diz:

Clare, que negou a acusação, afirmou em seu Tumblr que as acusações foram retiradas, enquanto Kenyon disse em sua newsletter de janeiro que “foi resolvido fora dos tribunais e não foi descartado”. As alegações de plágio foram retiradas, os documentos do processo mostram, e uma disputa de marca registrada foi acordada em maio de 2018.

Isso pode parecer uma pequena diferença, mas na minha situação, é importante. As acusações de “copiar” – aquelas que me chocaram, me enojaram, partiram meu coração e aterrorizaram a mim e minha família que, de alguma forma, as pessoas acreditariam nelas, embora fossem patentemente ridículas – foram retiradas quando revelaram serem repletas de imprecisões e deturpações, não teve acordo. Fico feliz que o fato agora apareça o registro em um jornal, com o que, esperamos, ponha fim às discussões sobre esse tópico.

Infelizmente, as repercussões de tais acusações terríveis em público são muito variadas. Meu padrasto, que eu amava muito, teve seu coração despedaçado por esse processo. Ele sempre foi um dos meus maiores apoiadores ao longo dos anos em que lutei para ser publicada; ele amava meus livros e sabia como era importante para mim ser uma escritora. Ele morreu antes que o processo fosse resolvido, com dor, porque ele sabia o quão miserável e desesperada eu estava, e que – mais do que saber que sempre há pessoas que vão querer acreditar que isso era verdade – parte meu coração.

Eu gostaria de agradecer a autora Susan Dennard por ter dito que ela também estava recebendo uma ameaça de ação legal de Kenyon por usar o termo “Caçadores de Espírito”. Foi imensamente gentil por parte dela: eu sei que muitos outros, além de mim, também receberam cartas de cessação e desistência, cartas de advertências, processos preliminares (sem serem apresentados na corte), etc. Pode ser difícil falar sobre tais coisas, porque mesmo quando elas não são verdadeiras, as acusações são humilhantes. Então, eu queria agradecer a Susan por diminuir meu sentimento de estar sozinha.

O processo que Kenyon move contra seu marido levanta muitas novas questões, mas tenho que aceitar que pode não haver respostas reais. Espero superar isso agora, embora eu tenha esperado isso antes no passado. Mas é hora de voltar a falar sobre o motivo pelo qual o que a maioria das pessoas está aqui – livros! E vou dizer que uma coisa que esse processo fez foi me lembrar de valorizar o fato de que tenho um trabalho que amo e posso compartilhar as histórias que escrevo com meus leitores. Às vezes, sentir que você pode perder alguma coisa para sempre faz você perceber o quão sortudo você é por tê-lo.

Muito amor para todos vocês,

Cassie.

Com isso, fica claro que não houve plágio, nunca houve. Esperamos não ouvir mais sobre essa historia tão cedo.

Você pode ler esse post em seu original em inglês clicando AQUI.

Já para ler o post que a autora Susan Dennard fez no tumblr, em inglês, basta clicar AQUI.

[FIM DA ATUALIZAÇÃO]

Como fãs, é difícil saber por tudo que Cassandra Clare passou. Esperamos que agora essas alegações de plágio parem e que ela possa encontrar força e calma junto a sua família e seus amigos, além de receber todo amor possível de seus fãs.

Para quem quiser entender o que a autora Sherrilyn Kenyon alega está passando e ler a reportagem do Washington Post completa, basta clicar AQUI.

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