BlogLivros

Resenha: Sentinela (Covenant #5) – Jennifer L. Armentrout


“Sentinela”(Covenant #5)
Jennifer L. Armentrout
Tradução: Vitor Martins
Bloom Brasil – 2025 – 312 páginas

É um belo dia para guerra.

Enquanto o mundo mortal sucumbe aos poucos ao caos de origem divina, Alexandria Andros precisa superar a derrota gigantesca que a deixou duvidando de suas próprias habilidades de colocar fim a essa guerra.

Em meio a tantos obstáculos entre ela e seu final feliz com Aiden, o casal deve confiar em um adversário mortal enquanto viaja ao Submundo para libertar um dos deuses mais perigosos de todos os tempos.

Neste volume com ação, reviravoltas e um final apocalíptico, a saga Covenant chega ao seu clímax, e Alex deve enfrentar uma escolha terrível: a destruição de tudo e todos que ela ama ou o fim de sua própria vida.

Chegar ao fim de uma série sempre me deixa dividida entre a ansiedade de saber como terminará e a melancolia de dizer adeus a velhos amigos que acompanhamos por tanto tempo. Pelo menos com “Sentinela”, o último livro da série “Convenant” não demorou tanto para o final, já como a série já estava completamente publicada e a Bloom Brasil chegou com o pé na porta e publicou todos volumes entre março e hoje, dia da publicação deste livro. Confesso que estou levemente surpresa positivamente com o final da série e a forma como Jennifer L. Armentrout realmente construiu seu caminho até os grandes nomes da fantasia atual.

Recapitulando: essa série já foi publicada entre os anos de 2011 e 2013 e ganhou um spinoff centrado no personagem Seth, o qual ainda não temos informações se será publicado no Brasil. Esta resenha obviamente conterá spoilers dos quatro primeiros volumes e para os que não leram ainda estes livros, indico ler a resenha do primeiro, “Meio-sangue” (clique AQUI) e descubra todos os motivos do mundo para se jogar neste universo. Já a resenha de “Puros”, o segundo volume da série, também pode ser lida clicando AQUI. Para ler a resenha de “Divindade”, o terceiro volume, basta clicar AQUI. Sobre o quarto volume e o menos gostei, “Apôlion”, você pode ler a resenha clicando AQUI. Mais uma vez aviso que cada resenha contem spoilers do volumes anteriores por motivos óbvios.

Eu não entendia, mas sabia que Seth estava me emprestando seu poder, como fizeram nas Catskills quando lutei contra as Fúrias pela primeira vez. Ele disse que não sabia o que havia acontecido, atribuindo o ocorrido à adrenalina, mas Seth já tinha… ele já tinha mentido sobre muitas coisas.
Mas agora ele estava me ajudando. Não fazia sentido, já que era muito mais fácil lidar comigo no meu estado mais fraco, mas de cavalo dado não se olham os dentes.
Meus olhos se abriram com força.
E eu o vi.

A trama começa com uma Alex quebrada da surra que tomou no final do quarto volume. Coberta de cicatrizes, ela parece se ver diante de sua própria mortalidade mesmo com os olhos brilhando em tom âmbar e a incapacidade de vencer Ares, o Deus da Guerra, a quem descobrimos como grande vilão da série e quem estava por trás armando tudo simplesmente porque decidiu que havia chegado a hora de assumir o controle do nosso mundo mortal. Alex e Aiden precisam se apoiar em todos os momentos que enfrentarão, e confesso que o começo do livro é um tanto quanto lento e que me fez revirar os olhos com um suposto plot que depois se revelou uma pegadinha, até a chegada dos Deuses. Dai sim, a coisa engata.

E se essa série tem dois trunfos, um deles é realmente o relacionamento que os Deuses tem os mortais, se podemos chamar de “relacionamento”, já como eles nos veem como seres inferiores e com os quais podem brincar o quanto quiserem. Somos pequenos insetos que alguns deles querem se divertir com, usados para momentos de prazer e outras coisas diversas. Só consigo imaginar que se existissem Deuses, seriam assim que eles nos veriam por todos motivos óbvios. Mas, aqui, vamos além, e os Deuses tem realmente toda uma influencia entre os humanos e com Ares entre nós sem esconder quem é, guerras explodem ao redor do mundo. As feridas e cicatrizes de Alex lembram a ela e todos que a acompanham que eles não tem a menor chances contra os Deuses, mas claro que nossos mocinhos estão cientes de que precisam parar Ares antes que o mundo entre em colapso, só que há como se parar um Deus?

Só então, ao desligar o chuveiro e sentir a pressão do fluxo diminuir até respingar nas cortinas de plástico, olhei para o meu corpo. Dos pés até os ombros, exceto pelos poucos lugares onde não havia ossos para serem quebrados, eu estava coberta por pequenas cicatrizes.
Meus deuses… nunca tinha visto nada assim antes. Eu parecia uma boneca de retalhos. Saí do chuveiro, as pernas tremendo quando virei de lado. Minhas costas estavam muito piores. A cor era mais escura ao longo da minha coluna, onde muitas das vértebras tinham sido esmagadas. Será que todos aqueles ossos haviam estourado minha pele, ou as feridas estourado vasos sanguíneos? Eu estava sentindo tanta dor na hora que não saberia dizer.
Apôlion ou não, eu não acreditava que havia sobrevivido. Nada parecia real.

A resposta veio em forma de um singelo “Precisamos de alguém que tope bater de frente com um Deus!” porque claro que os Deuses não são confiáveis, imaginem um… Titã. Sim. E sem maiores explicações porque seria spoiler demais e não é a intenção desta resenha. Para conseguirem este improvável aliado, Alex deve se juntar as duas figuras importantes de sua vida para descerem ao Tártaro e deixarem Hades roubar a cena sempre que aparece – tá, essa parte foi só porque ele é meu favorito, juntamente com sua esposa. E essa dinâmica do trio é tudo que de pior que há na trama porque ninguém, absolutamente ninguém, consegue enxergar um triangulo entre as personagens porque Alex obviamente ama Aiden. Acho que já deu pra entender essa parte da trama que é, de longe, a pior furada do mundo.

Entretanto há mais mortes e apesar de ter reclamado nas entrelinhas em outras resenhas sobre a falta de consequência sobre as mortes porque a maior parte dos mortos aparecerem novamente em algum ponto, já como ainda estão vivos em outros mundos, neste volumes tivemos de lidar com a morte do último livro, com Alex sentindo a morte de sua “inimiga”. Também tivemos sim, mais mortes aqui, mas uma até que era esperada pelo andar da trama e dos casais. Tudo vai caminhando à passos largos para uma grande batalha, e quando estava em 70% do livro lido e sem ainda ter começado, comecei a temer que o final fosse ser uma pegadinha do tipo “Não teve batalha e todos viveram felizes para sempre” mas me enganei, e muito. O final da trama foi algo que me pegou desprevenida e realmente não esperava que a Jennifer fosse recorrer à algo assim, mas todos créditos por isso.

Dei alguns passos, me inclinei sobre uma mesa de aero hóquei. Era difícil olhar para uma daquelas e não pensar em Caleb.
Ares quer governar. Ele acha que está na hora dos deuses tomarem o reino mortal para si, e eu não ficaria surpresa se houvesse outros deuses apoiando ele. — Provavelmente Hermes, mas tirando Marcus e Aiden, ninguém mais sabia que Hermes havia ajudado Seth a entrar em contato comigo.
Os sentinelas no fundo soltaram vários xingamentos, e alguns deles até teriam me arrancado um sorriso no passado.
Bom, pelo menos sabemos o que Ares quer. Ele está procurando guerra — Aiden disse, falando para a sala como um líder nato, algo que eu obviamente não tinha aprendido a ser. — Vamos dar o que ele quer.

Também sinto que preciso reforçar, mais uma vez, que está série terminou de ser publicada em 2013 e há alguns pontos já datados, como a grande rivalidade feminina que começava no livro entre Lea e Alex, mas ainda bem que estamos em outras épocas e coisas assim ficaram no passado. Também acho que todo triangulo aqui foi forçado até dar dó porque não havia triangulo realmente, somente uma tentativa de mostrar o quão difícil e repleto de desafios o amor de Alex e Aiden era. Não tenho problemas com triângulos, mas o daqui não levou a lugar nenhum para o casal principal, mas causou um caminho interessante para Seth em sua serie derivada, e ele ainda tem muitos segredos para nos revelar.

Como falei um grande trunfo da série acima, faltou o segundo, que é justamente a personalidade de Alex. Boca suja, desbocada, tempestuosa, geniosa, teimosa, vaidosa, capaz de matar com certa frieza e sim, muito poderosa, Alex foge de quase todos esteriótipos de mocinha recatada que descobre seus grandes poderes. Fica claro aqui que Alex sempre foi destinada a ser Alex e nunca iria ser diferente do que é, o que é bastante interessante de reafirmar. Claro que ela nos faz passar algumas raivas durante a trama, mas qual protagonista feminina nunca fez isto conosco, bookstans? No final das contas, só posso falar bem da série que me divertiu bastante e vai sim, deixar o gostinho de quero mais enquanto esperamos saber se a série do Seth, com 4 livros, será publicado aqui ou não. Caso você queira um romance com cenas hot (mas não tantas, deixo claro!) com um casal com química, Deuses tocando o terror e sofrer um pouquinho com mortes e traumas em personagens, a dica está mais do que dada. Fechem as portas da escola, mas não do Universo, como um certo amigo nosso nos diz nas páginas finais.

Para comprar “Sentinela”, basta clicar no nome da loja:

Amazon, com brindes.
Amazon.
Amazon, eBook.
Magalu.