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Resenha: Immortal Consequences – I. V. Marie


“Immortal Consequences”
I. V. Marie
ARC recebido em formato digital gentilmente cedido pela Penguin Random House International
Editora: Delacorte Press
Data de lançamento internacional: 29 de julho de 2025

SEIS RIVAIS. UM VENCEDOR. A ETERNIDADE É APENAS O COMEÇO.

Seis estudantes competem para mudar seu destino em um internato sombriamente encantado no purgatório, no qual a formatura é a única saída — e o amor pode cruzar as fronteiras entre a vida e a morte.

Bem-vindos à Academia Blackwood: a lendária escola localizada à beira da vida após a morte. Assim que um aluno entra pelos portões arqueados da academia, não há saída… exceto o Decennial, uma competição mágica acirrada com apenas um vencedor.

Este ano, seis dos melhores alunos da Academia foram escolhidos para enfrentar os testes do Decennial: Dois arquirrivais acadêmicos, cuja estranha conexão confunde os limites entre obsessão e ódio. Uma garota movida unicamente pela ambição e outra atormentada pelas memórias do amor que perdeu. E um playboy charmoso que nunca se importou com ninguém — até conhecer o mais novo aluno da academia. Mas o que nenhum deles sabe? Eles não são os únicos jogando o jogo de Blackwood.

Quem vencerá e quem perderá? Só uma coisa é certa: neste jogo, alguns destinos são piores que a morte.

Essa resenha foi feita pela parceria com a Penguin Random House International, que gentilmente nos cedeu esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado) de “Immortal Consequences”. Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um eARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade da leitura.

Já tinha certo em minha mente como iria começar esta resenha, mas depois de pensar um pouco, resolvi mudar porque não parecia correto, já como poderia dar uma impressão bastante errada de qual meu veredito sobre toda a trama. Então depois de pensar mais um pouco, vou começar falando sobre como conheci este livro: em um vídeo da autora no IG. I.V. Marie é uma jovem descendentes de latinos bastante carismática e simpática que está há aproximadamente um ano postando videos edits sobre a trama, e quando que quando vi um video postado com essa estética sombria de dark academy sobre inimigos mortais que estão literalmente mortos presos em uma escola no pós-vida procurando um jeito de sairem de lá, fui absolutamente comprada. Comecei aseguir a autora e acompanhar todas as postagens dela. Já tinha até tentado antes o eARC mas não tinha rolado, só que agora tive a oportunidade e obviamente aceitei ler o livro. E é aqui que começo a escrever.

Minhas expectativas eram altas porque desde o ano passado já acompanhava toda jornada da autora e toda essa trama do pós-vida é algo que me interessa, e talvez eu tenha criado expectativas demais sobre o livro (calma!) que é o primeiro da autora, que apesar de ter nascido nos Estados Unidos, é filha de pais latinos americanos. Só queria terminar o livro de mais de 500 páginas de uma vez só, daquele jeitinho que ficamos com livros quando estamos empolgadas, bem bookstan de ser.

Quando a trama de “Immortal Consequences” começa, não espere explicações: os personagens estão no lugar há anos e agem como tal. Uma coisa bastante precisa aqui é que realmente não temos UMA protagonista e sim seis – todos seis personagens são igualmente importantes pra trama: Wren Loughty, Augustine “August” Hughes. Emilio Córdova, Irene Manette Bamford, Olivier Dupont e Masika Sallow são igualmente importantes e protagonistas para a trama, sem peso para nenhum dos lados. Pelo menos não neste livro, já como é uma série e haverá continuações – e não encontrei informações sobre quantos livros haverão na série “The Souls of Blackwood Academy” (“As Almas da Academia Blackwood”, em tradução livre).

Uma coisa que temos de entender também é que as personagens já estão na escola há muitos (alguns muitos mesmo) anos, e, como se é de esperar, não são mais adolescentes. Por mais que quase todos estudantes da Blackwood estivessem entre 17 e 18 anos quando morreram, suas experiências com “a vida” continuaram, o que faz com que muitas ações deles não sejam de adolescentes. Mantenha isso em mente.

A falta de explicações sobre como a escola funcionava me deixou bastante confusa e perdida no começo. Há um mapa abrindo a trama mostrando a disposições dos prédios dentro de Blackwood, que possui prédio central, prédio para aulas e 6 casas, cada uma ligada a um tipo de magia que os seus alunos iriam aprender no pós-vida, e aqui farei somente um resumo porque há muito o que falar sobre a trama: Pettyworth era a casa dos estudiosos e reclusos; Litterman, era a casa dos encrenqueiros e festeiros; as casas de Chambers e Fiddle era dos alunos com afinidade por magia elemental e poções; Ivory, a casa dos alunos com magia corpórea; e, completando, havia a casa Holsterd, casa dos alunos de magia defensiva.

Nós seguimos as 6 personagens protagonistas, com seus pontos de vistas, e são basicamente duas duplas: Wren e August, que são da casa Pettyworth, Emilio e Olivier da casa Litterman e Ivory, a casa de Masika e Irene. Wren e August são o tipico caso de pessoas que se sentem atraídas um pela outra mas que preferem colocar o que sentem para fora em pequenas brigas que não são realmente brigas. Masika e Irene são melhores amigas, com uma ligação profunda. Já Emilio e Olivier são amigos que claramente não são só amigos e sim estão profundamente apaixonados um pelo outro. Cada relacionamento funciona de um jeito e, sinceramente, são a melhor coisa do livro, cada um em sua forma.

Note que já passei de metade desta resenha sem ter entrado na trama principal do livro, que é o Decenial, que é basicamente a escolha de um aluno, entre as centenas de “almas” do lugar, que iria ser criteriosamente escolhido e indicado pelo Diretor geral da escola e cada um dos 6 diretores das casas para se tornar um Ascended ou se formar e cruzar para o Outro Lado, enfim a alma descansando. Ascended são alunos graduados que trabalham formalmente “colhendo” as almas das pessoas mortas – e é isso que todos estudam na escola: aprendem a lidar com a magia que suas “almas” tem, e uma das materias é justamente recolher estar almas. O problema é que o que liga o purgatório onde estão ao nosso mundo é o Ether, basicamente um fio condutor com portas que leva onde os estudantes e os Ascended precisam ir, o que tem se tornado cada vez mais dificil, sem que ninguém entenda o motivo. No meio disso tudo, todos protagonistas aqui querem obviamente se tornarem um Ascended porque quanto mais tempo você passa nem Blackwood, mais as chances de ter suas memórias “apagadas”, efeito do pós vida. Mas talvez algo esteja acontecendo nessa indicação que ninguém saiba e o Diretor Geral Silas saiba muito mais do que imaginam.

Tudo começa na madrugada do dia que a indicação irá acontecer porque uma nova aluna chega à escola: Louise Nordain chega depois de somente pouco tempo que Emilio chegou a escola – mas entenda que o “pouco tempo” aqui é o tempo da eternidade, ou seja, não foram dias. Wren é levada a ir observar a chegada de Louise por August, que a provoca até ela decidir ir, mesmo sendo bastante apegada a regras, cada um indo observar por motivos diferentes – e é assim que se tornam, parafraseando o que eles mesmo dizem, “unfortunate acquaintances” (algo como “conhecidos desaventurados”, em tradução livre).

A dinâmica do grupo é simplesmente maravilhosa e todas as cenas nas quais os 6 estão são sempre as melhores. Me falta tempo de falar sobre cada um individualizante, mas, sinceramente, é um grupo de 6 protagonistas fortes e solidamente bons, sem nenhuma das personagens ser fraco ou irritantes em termos de escolhas infelizes, mas meu destaque realmente vai para Olivier e Irene – e ah, talvez, mesmo com pontos de vistas, existam mistérios e informações escondidas do leitor.

Chegando ao fim, o que preciso deixar claro é que o problema de “Immortal Consequences” é que há tropes demais. Em abundância. Beirando a exaustão. Isso faz o livro ruim? Não, de forma nenhuma – a trama de todo pós-vida é nova, refrescante e legal de imaginar a luta por estas “pessoas” contra desaparecerem e que me pegou de um jeito lento, mas forte. Até que me dei conta de algo: é uma narrativa no “formato” antigo, construída lentamente, sem pressa, com um sistema de magia e trama intricada e complexa. Nos tempos atuais, estamos tão acostumados a termos tramas enxutas, rápidas e pouco complexas, entregando direto o que quer, que quando encontramos algo como esse livro é um choque, mas também um lembrete de que estamos acelerando nosso vida na velocidade 2x ou resumindo tudo em vídeos de 30 segundos e precisamos voltar a apreciar a construção. Sinceramente não poderia indicar mais este livros para todos vocês que gostam de uma construção lenta, mas recompensadora, que seja capaz de te fazer questionar o que virá pela frente, com um final que promete. Não se deixe enganar como me deixei e acreditei que teria mais uma romantasia simples com um casal central e se jogue em Blackwood. Mal posso esperar pelo próximo livro.

Até agora não temos informações sobre a publicação do livro no Brasil, mas sigam nossas redes sociais que assim que tivermos qualquer informação, iremos postar sobre.

Thanks for the free book, PRH International.

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