Resenha: All the Other Mothers Hate Me – Sarah Harman
“All the Other Mothers Hate Me”
Sarah Harman
ARC recebido em formato digital gentilmente cedido pela Penguin Random House International
Editora: G.P. Putnam’s Sons
Data de lançamento internacional: 11 de março de 2025
“O garoto desaparecido é Alfie Risby, de 10 anos, e para ser bem sincera com você, ele é um merdinha.”
Florence Grimes é uma garota festeira de 31 anos que sempre pega o caminho mais fácil. Solteira, falida e insatisfeita após o fim humilhante de sua carreira em uma girl band, ela tem apenas um motivo para sair da cama todos os dias: seu filho Dylan, de 10 anos. Mas então Alfie Risby, o valentão que faz bullying com seu filho e herdeiro de um grande império de comida congelada, desaparece misteriosamente durante uma excursão escolar, e Dylan se torna o principal suspeito. Florence, pela primeira vez, se depara com uma tarefa que não pode abandonar: ela precisa encontrar Alfie e limpar o nome de seu filho, ou corre o risco de perder Dylan para sempre.
O único problema? Florence não tem habilidades úteis, muito menos investigativas, e todas as outras mães da escola a odeiam. Ah, e Florence tem um motivo para suspeitar que Dylan pode não ser tão inocente quanto ela gostaria de acreditar…
Hilário e distorcido, progressivo e furioso, “All the Other Mothers Hate Me” é o livro de leitura obrigatória de 2025.
Essa resenha foi feita pela parceria com a Penguin Random House International, que gentilmente nos cedeu esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado) de “All the Other Mothers Hate Me”. Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um eARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade da leitura.
Amo personagens moralmente cinza. Dolores Claiborne, Evelyn Hugo e Heathcliff são diversos exemplos de personagens que eu simplesmente amei conhecer e acompanhar suas vidas, então foi obvio para mim que “All the Other Mothers Hate Me” (“Todas as outras mães me odeiam”, em tradução livre) seria realmente uma leitura obrigatória quando a oportunidade surgiu. Aqui preciso contar um fato curioso para você: como somos um site no Brasil, recebendo eARCS em inglês, normalmente podemos atestar que os livros possuem as mesmas sinopses internacionalmente – hoje em dia é mais comum a troca de capas, o que é ótimo para os artistas nacionais – mas são em bem menor quantidade os que mudam a sinopse. E aqui tivemos um caso: a sinopse internacional deste livro é a que contem acima, enquanto a sinopse dos Estados Unidos é bem mais detalhada sobre a resenha e só descobri quando fui olhar o eBook (link abaixo), confirmando que ele também tem uma capa diferente. Enfim, só uma curiosidade.
Indo para o que importa agora, a trama: como comecei falando, Florence pareceu uma personagem que eu realmente gostaria de acompanhar – e começou assim mesmo. Com um toquezinho de desespero, despreparo e instabilidade, Flo, como é chamada, é uma mulher que parece que só fez uma coisa certa na vida: seu filho de 10 anos, Dylan. Estadunidense, se mudou para a Inglaterra com a mãe e a irmã, Brooke, quando a matriarca decidiu se casar com um inglês. Dona de um talento vocal, aos 20 anos Flo fazia parte de uma banda de garotas, a Girl’s Night, quando sua mãe morreu e ela engravidou de William, um cara ligado a banda e que estava querendo outra participante dentre as 4 garotas da banda.
Flo casou com William e o casamento terminou de um jeito horrível, deixando a jovem com um bebê de colo ainda. Logo depois, já com Rose, a outra participante da banda que ele realmente queria, William decidiu relançar a banda somente com 3 participantes agora, cortando a ex-esposa com sua anuência depois de a chantagear ao afirmar que era isso ou ele tiraria a guarda de Dylan dela. Claro que isso deixou uma marca profunda em Flo, que tem a sensação de que sua vida só dá errado em todos aspectos – menos Dylan, que é perfeito.
Tudo isso é contado durante a trama pelo ponto de vista de Flo. Cronologicamente, começamos o livro com Flo tentando fugir de uma coordenadora do St. Angeles, uma escola tradicional inglesa na qual seu filho Dylan estuda desde pequeno, exatamente como seu pai Will também estudou. Tradicional e aparentemente rígida, a escola destoa em tudo da caótica Flo, que tem o ódio e desprezo de todas as outras mães ricas que os amiguinhos do seu filho tem – ou talvez ele não tenha amigo nenhum na verdade, já como Flo reconhece que Dylan é uma criança com atitudes diferentes, mas o pai sequer aceita investigar se o filho tem algo relacionado a sua saúde mental, mesmo com indicação da escola.
Apos falar com a coordenadora e ir entregar balões – porque é isso que ela faz e tem: uma conta no IG que vende balões de festa personalizados – de uma festa na qual reencontra uma pessoa do seu passado, Flo espera a volta de Dylan do passeio que a turma dele teria naquele dia. Mas, para horror de todos, algo acontece e o grupo de conversa das mães explode, sem ninguém responder a uma desesperada Flo o que aconteceu. Indo pro colégio e simplesmente sendo “louquinha” (isso já estava começando a me incomodar no livro porque aqui estamos falando de barreiras policiais), Flo consegue entrar na escola, pegar seu filho e basicamente fugir porque já sabe que Alfie Risby, o insuportável garotinho ruivo que tentou matar uma tartaruga que seu adorado Dylan salvou, sumiu. Para piorar, Alfie e Dylan estavam fazendo duplas. E Dylan entendeu que Alfie sumiu e fingiu ser ele ao responder a chamada. E Dylan perdeu a mochila no passeio. Mas Flo pegou a mochila de alguém e levou pra casa. Tudo bastante caótico.
À essa altura da trama, eu já estava meio exausta da leviandade (acho que é a melhor palavra que a define) de Flo, mas tudo pareceu se iluminar com a ligação de Jenny Choi, a advogada descendente de coreanos e mãe solo dos gêmeos Max e Charlie, recém chegada a Londres e que tenta se aproximar de Flo por indicação da coordenadora da escola, já como são as duas estadunidenses. Jenny é tudo que procuro sempre em personagens: forte, decidida e confiante, ela embarca em investigar com Flo o sumiço de Alfie, levada pelas mentiras de Flo, que nunca realmente conta que precisa achar Alfie porque a policia está crente que Dylan tem algo a ver com o sumiço do outro garotinho – e que Flo ajudou a reforçar isso simplesmente deixando o filho ir com o pai para o interior enquanto a investigação acontecia porque William ia culpar ela pelo que quer que tivesse realmente acontecido.
Mas a sorte não estava a meu favor nesta trama, e depois de um começo de amizade que mesmo que fundada em suas mentiras (ou omissões), Flo e Jenny começam a se estranharem por causa de um cara – sim – a ponto de terem uma briga horrível, horrível mesmo, do tipo que temos com nossa melhor amiga, mas aquela de anos e não com alguém que conhecemos tem menos de um mês. E foi ai que eu desisti de tentar me apegar a Flo, mesmo nem achando que ela estava tão errada assim na briga, mas sim por ela ser cabeça oca demais.
Claro que há toda uma trama em volta do sumiço de Alfie e há uma explicação sobre o motivo pelo qual todas as outras mães ricas e maravilhosas de escola odeiam Flo, tudo isso envolvendo Rollo Risby, o pai de Alfie. Flo quer encontrar o garoto simplesmente para livrar o filho, e para isso fará qualquer coisa, qualquer mesmo, até as moralmente questionáveis. Já o que leva Jenny a ajudar é gostar de investigação e tem um pouco de confiança demais também inclusa ai, o que leva as duas até o limite com suas vidas e bem, relacionamento com o tal Adam.
O saldo final deste livro é sim, levemente mais positivo do que negativo, mas confesso que uma altura dessas da vida, em pleno 2025, estou cansada de ler qualquer linha que seja sobre duas mulheres adultas brigando e se ofendendo por causa de um homem. Apesar disso, não há triangulo amoroso entre as personagens também, quero deixar isso claro. O maior ponto positivo deste livro é mesmo a forma como Sarah Harman conduz a narrativa, sempre fazendo o leitor se questionar o que aconteceu e, principalmente, onde tudo aquilo vai dar. Também dou total crédito ao final da trama que mostrou que eram mulheres de carne e osso que estavam enfrentando uma trama e que haveria consequências para elas, além da conclusão final para a amizade das duas personagens.
Primeiro livro de Sarah Harman, confesso que o livro me chamou atenção suficiente para ler algo mais da autora quando for publicado, e, por que não, até mesmo uma possível continuação deste livro aqui, já como a moda hoje em dia é de escreverem séries em tramas como esta. De toda forma, os motivos pelos quais todas as outras mães odeiam Flo não foram suficientes para me fazer odiá-la – nem amá-la.
Ainda não temos informações se “All the Other Mothers Hate Me” será publicado no Brasil. Fique de olhos em nossas redes sociais que se tivermos qualquer novidade, postaremos sobre.
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