Sinopse:E se houvesse infinitos universos — e infinitas maneiras de se apaixonar?
Depois de enfrentar uma tragédia familiar e de ter seu coração partido, os planos de Adelaide para o verão se resumem a passar os dias no internato, cuidando dos cachorros dos professores. Só que esse verão vai se estender não só através de dias e meses, mas de várias realidades paralelas repletas de possibilidades…
É num desses passeios que Adelaide encontra (ou melhor, reencontra) Jack, um garoto bonito e interessante, que anos atrás tinha escrito um poema para ela, até hoje guardado em sua carteira. Será que com Jack ela vai conseguir se abrir — para o amor e para a vida?
Numa narrativa delicada e surpreendente, acompanhamos Adelaide explorando os rumos que seu verão pode tomar, por quem ela pode se apaixonar, como suas noites podem terminar. O que todos esses cenários têm em comum, porém, é uma garota lidando com seus próprios medos e monstros, sem jamais desistir de encontrar alguém que consiga enxergar por completo — e que a enxergue de volta.
Eu levei um tempo para escrever essa resenha muito mais porque levei um tempo para decidir como me sentia sobre esse livro. Quando vi que era um livro de E. Lockhart, eu já tive certeza que queria ler muito mais porque eu amo demais “Mentirosos” e “Família de Mentirosos”, então minhas expectativas para esse livro estavam altíssimas e eu não sabia bem descrever como me senti no final da leitura, não por não ter gostado – pelo contrario, eu gostei sim -, mas porque me gerou muitos sentimentos confusos.
“De novo, outra vez” conta várias versões da vida de Adelaide em um verão. Um verão que ela decide abrir o coração novamente para se apaixonar depois de ter passado por um grande trauma com o irmão mais novo que tinha vicio em drogas. Ao se mudar com o pai para outra cidade onde ele vai trabalhar e ela estudar, ela conhece Jack – na verdade ela “re-conhece” ele porque eles tinham se conhecido um tempo atrás quando ele fez um poema que ela carregava com ela para todo o lado.
“Ela pensou: Talvez a gente se conheça desde sempre. Talvez nossos corações tenham dado um jeito de se encontrar.”
Nessas infinidades de universos se passam várias realidades daquele verão: algumas em que o relacionamento dos dois dá certo, outra que não dá, outra versão em que o passado nunca aconteceu e também uma versão “final” em que Jack e ela nem se aproximaram e ela conheceu outra pessoa. E foi por conta dessas mudanças de cenários que eu fiquei um pouco sem saber o que fazer e o que falar.
Eu não posso especificar muito bem o que acontece em cada um desses universos porque isso seria um grande spoiler da história num todo, mas ela se passa assim: um acontecimento e nesse acontecimento vem várias versões diferentes dependendo do “universo” em que se passava. Em algumas ela que não queria mais ver Jack depois que tal evento acontecia, em outra ele não queria ver ela, em outra eles estavam bem e superavam juntos o que quer que fosse.
“Tem que haver outro mundo possível para cada modo que nosso mundo poderia ser mas não é.”
Adelaide é uma personagem que eu gostei bastante. Ela carrega uma grande bagagem de traumas por conta de tudo que se passou com o vicio do irmão e é difícil pra ela realmente se abrir, mas quando ela faz isso, vale a pena. Por isso o final do livro me deixou com um gostinho agridoce na boca. Porque ao mesmo tempo que eu entendo o acontecido, eu também desejo que tivesse acontecido de outro jeito.
Mas também essa é a magia desse livro: cabe a você decidir qual você acha que universo Adelaide devia estar realmente, porque nunca fica especificado um universo como sendo aquele que é “certo”. Apenas são acontecimentos e momentos que em cada lugar acontece de uma forma diferente do outro.
“Adelaide não estava deprimida. Ela nunca se sentia desconsolada. Tinha energia. Era tagarela. Pintava as unhas de verde e usava vestidos floridos e cardigãs enormes.Mas é possível ser tagarela, pintar as unhas e ainda estar muito triste.
Na verdade, é possível ser tagarela e pintar as unhas para proteger outras pessoas do tamanho de sua tristeza.”
Como eu disse, minhas expectativas para esse livro estavam altíssimas e eu não posso deixar de dizer que, mais uma vez, E. Lockhart não decepcionou. Já notei um padrão em certas coisas dos livros dela que me deixaram com vontade de ler os outros livros que ela escreveu também pra ver se minha teoria está certa.
Só que não vá até esse livro esperando um novo “Mentirosos” ou “Família de Mentirosos”, porque a escrita dele é bem diferente – e a historia mais ainda. Bem queria eu que existisse outros universos que personagens que eu gosto tanto dos outros dois livros tivessem escolhas infinitas e uma vida feliz.
Esse livro é muito bom de ler e muito rápido também porque quando você vê já acabou e você não pode fazer nada além de ficar com a sua própria imaginação para saber o que e como que Adelaide ficou depois de todo ocorrido.
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