“O Portador da Espada”
Cassandra Clare
Tradução: Karine Ribeiro
Galera Record – 2023 – 588 páginas
Os planos do orfão Kellian para o futuro sempre foram simples: se tornar um marinheiro, ou, quem sabe, se nada mais desse certo, ser um larápio das ruas de Castellane. A única coisa que Kel não esperava era ser levado do orfanato para o palácio, onde, aos dez anos, recebeu uma oferta de trabalho única: se tornar o Portador da Espada de Conor Aurelian, o Príncipe Herdeiro.
Criado com o príncipe, Kel cresceu em meio ao luxo e à pompa, sendo treinado tanto para o combate de espadas quanto para as artimanhas políticas da corte. O preço de ser o dublê de corpo de Conor é ficar para sempre vinculado à alguém que ama como a um irmão — mas sem nunca ter a própria individualidade.
A médica Lin Caster faz parte da comunidade Ashkar, um pequeno grupo que possui habilidades e conhecimentos mágicos mesmo depois da Ruptura, acontecimento que extirpou toda a magia do mundo. Apesar das restrições impostas ao seu povo, Lin ultrapassa as barreiras para cuidar dos doentes do reino.
Quando uma tentativa de assassinar o príncipe é frustrada pelo Portador da Espada, Kel e Lin se aproximam e se veem diante da trama ardilosa do misterioso Rei dos Ladrões, o criminoso que comanda o submundo de Castellane e oferece aquilo o que mais desejam. No entanto, nesse mundo de sombras e intrigas, eles descobrem uma conspiração que vai das sarjetas até o mais alto escalão da nobreza decadente.
Quando segredos guardados há muito tempo começam a vir à tona, Kel e Lin se perguntam: vale a pena pagar o preço da traição para obter conhecimento mágico? Um amor proibido pode ser a ruína de um reino? Será que as revelações podem levar guerra a Castellane — e caos ao mundo?
Agradecemos a Galera Record, editora oficial de Cassandra Clare no Brasil, pela confiança e oportunidade de ler uma prova antecipada do livro. Foi nesta prova que nos baseamos para escrever esta resenha em conjunto. Novamente avisamos que esta resenha NÃO contém spoilers da trama. “O Portador da Espada” já se encontra em pré-venda em sua versão em português e já pode ser reservada clicando em Amazon.
Virna: Eu sei, eu sei. Você está pensando: “Como o Idris poderia não gostar do novo livro de Cassandra Clare?”. Também sei que parece óbvio que iríamos gostar de “O Portador da Espada”, o primeiro livro da nova série da autora, mas, lembrem-se que temos aqui uma alta fantasia com todos seus elementos – mundo fictício criado pela autora, com história e mitologia própria, personagens adultos e um mapa completamente criado também, além dos elementos da magia e uma ordem social complexa. Não é como se não gostasse de alta fantasia, ao contrário, tenho algumas que amo, mas conhecemos e nos apaixonamos por Cassie na Fantasia Urbana de “Os Instrumentos Mortais”, e é neste mundo que os Caçadores de Sombras existem. Com mais de 20 livros com nossos heróis de preto e diversos contos fora do mundo das sombras (como “Mãos Geladas”, do livro “Zumbi e Unicórnios” e vários outros), e depois de ter provado sua capacidade de fazer o leitor se apaixonar por suas tramas, Cassie foi capaz de nos entregar uma história tão envolvente que é quase impossível largar este livro, seja pelos relacionamentos entre as personagens, seja pelo mundo incrível.
Artur: Em “O Portador da Espada”, que chega ao Brasil pela Editora Galera Record agora em 2023, Cassandra Clare introduz uma narrativa que se distancia completamente do que os leitores já conheciam em seus livros anteriores e faz sua estreia no mundo dos livros adultos. Ela, que é conhecida mundialmente pelo fenômeno que se tornou com suas histórias de fantasia urbana para jovens, tomou um novo rumo adentrando um mundo medieval, com magia proibida, crises políticas e raciais – com a sempre presente ameaça de assassinos que escalam as paredes nos cantos mais afastados do Reino de Castellane. Este é seu primeiro livro solo que desvia completamente do consagrado e amplamente conhecido universo dos Caçadores de Sombras e, para aqueles que ainda não apreciam seus livros, esta é uma excelente oportunidade para reconsiderar.
“O Portador da Espada” é um incrível começo de série. Trazendo todas as informações necessárias para entender o universo de agora e as promessas para suas sequências. Era de se esperar que, ao manter um mesmo universo por 22 livros, o desenvolvimento de um novo tivesse alguns tropeços, mas isso definitivamente não aconteceu. Aqui ela se encontrou aparentemente mais livre que em Idris para remodelar as coisas fora das regras que ela mesma estabeleceu em outros livros. Neste, Cassandra abusa um pouco mais do que de costume de sua herança religiosa e traz grandes referências ao continente de Dannemore (onde se passa a história). Desde palavras em hebraico, nomes, costumes e referências históricas do nosso mundo até mesmo uma nítida inspiração para a sociedade dos Ashkar – que vive situações de segregação e preconceito como nação sem terra.
Ju: Se tem uma coisa que a gente não pode dizer é que “O Portador da Espada” foi uma completa surpresa. Não quando Cassie já o tinha anunciado no ano de 2017 e desde então segue sempre dando basicamente a mesma sinopse: Kel é levado do orfanato aos dez anos para o Palácio da Colina de Castellane para ser o dublê de corpo de Conor. E é lá que o jovem cresce, aprendendo tudo sobre quem o príncipe é, como ser o outro, como ele pensa. Assim uma ligação grande entre os dois se inicia, com eles se tornando praticamente irmãos – porém, à medida que crescem, Kel começa a pensar que esse relacionamento não é exatamente justo, uma vez que a vida dele se resume a tomar o lugar de Conor para que ele não morrer.
E a sinopse também fala sobre Lin, a médica Ashkar, que possui uma magia à qual só seu povo tem acesso depois que a magia foi banida do universo do mundo de Dannemore, onde Castellane fica, e como ela está na luta para conseguir salvar a vida de sua melhor amiga que está doente. E também como, no meio disso tudo, as vidas de Kel e Lin acabam colidindo e os dois chamam atenção do grande criminoso de Castellane: O Rei dos Ladrões, que quer algo diferente de cada um e oferece também a eles algo que querem muito em troca de suas respectivas ajudas.
Começou com um crime. Com o roubo de um garoto.
Não foi declarado como um crime. De fato, o homem responsável pela empreitada era um soldado, Capitão do Esquadrão da Flecha, cuja função era proteger o Rei de Castellane e garantir que as leis que ele criou fossem respeitadas.
Artur: Com menos POVs que seus outros livros, aqui vemos a história se desenrolar pelos pontos de vista de Kel, um jovem órfão que é levado para assumir a posição de “guarda-costas secreto” do príncipe; e Lin, uma garota Ashkar, parte de uma comunidade marginalizada pelo uso limitado de magia, que tem seus objetivos colocados à prova por dogmas religiosos e o preconceito da população de Castellane. Por causa do acontecimento que a sinopse destaca, os dois se conhecem e passam a deter uma grande importância para o futuro do reino e para sua manutenção.
A criação e consolidação do universo nessa nova série são muito satisfatórias e completamente imersivas, desde os primeiros detalhes apresentados. Kel e Lin, os personagens principais, são cativantes desde o primeiro momento, e com personalidades bem definidas que não deixam o leitor à deriva, além de entreterem o leitor ao longo da história. Suas interações são deliciosamente escritas, e em alguns pontos até surpreendentes, quase que para que você esqueça do Mundo das Sombras.
Virna: Quero deixar claro, antes de começar a falar da trama em si, que você não tem conhecimento de quase nenhum elemento do livro além dos entregues nas sinopses. Acredite quando digo que você pode ter lido todos os trechos e visto os vídeos legendados da autora, mas você não tem real ideia de alguns relacionamentos que existem na trama e, principalmente, dos que se formaram durante a trama. Cassie vai pegar seus leitores de surpresa com alguns casais que se formam – ou que quase se formam porque bem, estamos falando de Cassie, e todo mundo sabe que ela sabe prender seus leitores. Também não espere saber tudo sobre a trama porque esta é muito, muito maior do que esperamos ao começar a embarcar na história de Kel.
Indo ao começo da trama, vemos um orfanato onde um garoto órfão mora. Kellian “Kel” Saren é destemido e brilhante. Com apenas 10 anos de idade, é levado por Aristide Jolivet a mando de Besimon, uma especie de conselheiro do Rei Markus, para se tornar um “apanhador de espadas”, ou seja, ele irá se jogar na frente de uma espada ou do que quer que seja, caso seja necessário, para salvar o príncipe Conor. Também vemos a primeira vez que os dois se encontram e como a conexão parece ser instantânea. Você, que me lê agora e lerá o livro, vai entender que o sentimento entre os dois garotos parece ser nutrido genuinamente, e você é levado a se afeiçoar aos dois imediatamente, cada um por um motivo diverso.
Ju: O que eu posso dizer, sem levantar spoilers, é que leva um tempo até que chegue o momento em que enfim as histórias se cruzam. O início é, como a Virna falou em uma conversa que tivemos, uma espécie de “ambientação”, onde os personagens que vamos acompanhar ao longo da história são melhor apresentados, assim como partes do passado deles e de como chegaram até ali, naquele ponto em que enfim as vidas se cruzam e toda a trama começa a tomar forma.
Claro que, por ser um livro da Cassie fora do universo que conheço e amo com todo meu coração, eu estava com opiniões divididas: tinha uma grande esperança de gostar, mas também tinha medo de ser algo que ela escreveria e eu não gostaria. Graças aos deuses dos livros (e também à escrita muito pontual da Cassie), posso dizer com toda certeza que “O Portador da Espada” é um dos melhores livros escritos pela autora e com tudo que ela sabe abordar bem: romance, drama, traições, amizades e tudo bem preso por uma trama muito bem escrita – e que te deixa querendo mais.
Embora ele tivesse a mesma idade que Kel, Conor parecia eras mais velho quando cruzou o quarto com um caminhar leve e perguntou:
— Então como foi? Ser eu?
Uma dor inesperada floresceu como uma flor dentro do peito de Kel. Quero ser como ele, pensou. Quero caminhar pelo mundo como se ele fosse se reorganizar ao redor dos meus sonhos e desejos. Quero parecer poder tocar as estrelas de maneira delicada e as puxar para serem meus brinquedos.
Era estranho querer algo que você jamais pensou querer.
Artur: Para os leitores que cresceram acompanhando seus livros, Cassandra Clare aproveita uma nova percepção de seu público e aborda temas que antes eram raros em sua escrita com uma abordagem mais aprofundada. Sexo, álcool e crimes ganham uma presença maior na vida dos tantos personagens, que habitam um mundo “medieval” e, por isso, são confrontados com experiências radicalmente diferentes daquelas vividas pelas crianças, adolescentes e até adultos que conhecemos em seus livros anteriores. Junto a isso, temos enredos políticos, traições e mentiras que se somam a reviravoltas que vão deixar os leitores sedentos pelos desdobramentos do livro.
Virna: Exatamente como Artur falou acima, temos abordagens adultas dos personagens justamente porque, depois do primeiro encontro de Kel e Conor, uma passagem de mais de 10 anos acontece. Quando reencontramos os dois, são jovens adultos. Crescido na corte, Conor, o príncipe, é o que se espera dele: ciente do poder que carrega em suas mãos e um tanto quanto mimado por ser acostumado a ter o que quer – logo entendemos que está guardado segredos do seu melhor amigo. O problema é que Kel não tem a menor ideia do que Conor está escondendo, mesmo os dois vivendo praticamente inseparáveis a ponto de Kel dormir no quarto de Conor. Para quem lê, como não temos o POV de Conor, existe a dúvida real e legítima se o relacionamento é tão forte reciprocamente ou se somente Kel se sente tão próximo e tão ligado ao outro. E eu prometo que você não irá se decepcionar com a construção deste relacionamento que é, pra mim, um dos pontos fortes da trama: como você pode amar, confiar, se sentir grato e, ao mesmo tempo, começar a questionar todo aquele relacionamento e não se sentir um traidor? A profundidade que é dada ao relacionamento é realmente maravilhosa de ler.
Ju: Kel rapidamente se tornou um personagem que achei bem interessante, principalmente porque não temos ideia de como ele realmente seria até então: nós sabemos quem ele cresceu sendo e, conforme o livro vai passando, nós vamos entendendo bem seus pensamentos através de seus pontos de vista na narrativa. Assim como é bom poder ver o ponto de vista da Lin e de como foi, não só difícil, mas muito importante pra ela chegar onde chegou, se tornando uma médica contra todas as possibilidades, e fica bem claro durante o próprio livro que as mulheres são tratadas de forma diferente – o que infelizmente acontece muito na vida real, não é mesmo?
Mas, além dos protagonistas do livro, existe toda uma gama de personagens maravilhosos: Conor é um personagem de quem eu não esperava gostar, mas quem acabei apaixonada pelos mais diversos motivos. Antonette também. Confesso que não esperava gostar dela, mas quanto mais o livro avança, mais eu entendia o que se passava na cabeça dela e gostava mais ainda da jovem. Aliás, o próprio Rei dos Ladrões é um personagem maravilhoso: dúbio e cheio de camadas, aquele tipo de personagem que Cassie consegue fazer com maestria e ela não deixa a desejar em nada aqui.
Antes que Castellane ganhasse sua independência, tinha sido a cidade portuária de Magna Callatis, um vasto império agora dividido nos três reinos separados de Sarthe, Valderan e Castellane. Valderan tinha sido seu sul verdejante, e mesmo agora continha a maioria das fazendas que abastecia Castellane de alimentos. Castellane tinha sido o estaleiro e o porto. E Sarthe tinha sido a capital, onde se situava a antiga cidade imperial de Aquila. Era de conhecimento geral que Sarthe desejava reconstruir o antigo império. Eles queriam especialmente o porto de Castellane, pois estavam presos em terra firme, forçados a pagar taxas altas a Valderan para acessar a costa.
Artur: Como de costume, Cassandra se dedica e entrega muita vida aos personagens secundários. Seus leitores mais antigos sabem como nem sempre os “principais” são de fato os favoritos, e esse efeito se estende a “O Portador da Espada”. Temos dúzias de personagens novos apresentados logo nos primeiros capítulos e o que parece a princípio uma avalanche de nomes, não tardando a se tornar habitual durante a leitura. É com muita maestria, criatividade e capricho que Cassandra Clare faz esse deu debut, não só em um universo diferente mas também para um público diferente.
Virna: Ao mesmo tempo que temos o ponto de vista de Kel no Castelo Aurelian, temos Lin, uma médica Ashkar. Povo que ainda consegue praticar magia mesmo depois da Ruptura, um grande evento que acabou com a magia no mundo de Dannemore, os Ashkar são confinados dentro do Sault, uma especie de fortaleza dentro da cidade de Castellane. Durante o dia, ao povo é permitido andar por toda cidade, mas, ao anoitecer, são confinados lá. Vistos com desconfiança e até mesmo em cenas de preconceito, aprendemos que os Ashkas tem uma língua e uma crença diferente do povo da cidade. Mas para complicar mais ainda, dentro do próprio povo Ashkar, vemos que Lin não é bem vista por ter se tornado uma médica – porque, vocês sabem, mulheres não podem. Lin é, definitivamente, o tipo de personagem que todos nós amamos e prometo a vocês que ela é tudo que podemos desejar. Não esperem uma mocinha que fica esperando as coisas acontecerem: Linnet vai à luta, quebra regras e faz o que quer, como toda jovem mulher dona de sua vida e disposta a conquistar o que acredita ser merecedora.
E é por ser assim que seu destino cruza o de Kel. Depois de uma tentativa de assassinato fracassada relacionada ao tal segredo que Conor mantém, o jovem é gravemente ferido, mas, obviamente não morto. A partir daqui, o que temos é um jogo tão grande de tramas palacianas que me deixou embasbacada – quem acompanha minhas resenhas sabe o quanto sou fã disso. Ainda há, claro, destaque para outros personagens que vimos artes: Ji An e Merren, e vou deixar só a menção a eles porque realmente sabemos muito, muito pouco sobre eles até a trama se desenrolar. O tempo inteiro enquanto lia este livro, tive medo de que a traição viria de todos os lugares dos quais queria que viesse, porque claro que já estava apegada a determinadas personagens e, principalmente, a um determinado “casal”. E sem dicas porque vocês não têm a menor ideia!
Vocês, Ashkar, já não têm o suficiente? De certa forma, era o que toda a Castellane sentia. A Ruptura havia destruído toda a magia, eliminando-a do mundo. De tudo, exceto dos pequenos feitiços e talismãs de gematria, a magia ancestral dos Ashkar. Por causa disso, o povo de Lin era odiado e invejado na mesma medida. Por causa disso, leis especiais se aplicavam a eles. Por causa disso, eles não tinham permissão para sair do Sault, a comunidade murada na qual era obrigatório que morassem, assim que o sol se pusesse. Como se não fosse possível confiar neles nas sombras.
Virna: Preciso falar da construção do universo que sei que muitos de vocês estão se questionando sobre, então me permitam, mais uma vez, deixar algo claro: não há absolutamente nada, nada mesmo, que remeta ao universo dos caçadores de sombras, nem a magia, nem a ordem hierárquica, nem os costumes. Confesso que a construção do mundo foi algo que me pegou desprevenida: além da já mencionada linguagem própria dos Ashkas, temos costumes e uma deusa para este povo. Há guardas específicos para os outros povos além do que mora em Castellane – e sim, vamos conhecê-los porque claro que há uma trama entre reinos, já que estamos lidando justamente com um livro sobre trama e poder. Os personagens da corte de Castellane também têm costumes e uma sociedade baseada em concessões: cada família tem uma, que vai desde exploração de comércio até a plantação de café. São 12 famílias que estão no centro da corte, com filhos que são próximos de Conor e Kel, fazendo parte do circulo próximo de amizade do príncipe mas que também são causas de problemas, já que são acostumados a esta vida de luxo, bebidas e prazeres. E sim, também sei que vocês querem saber sobre representatividade e há uma gama de diversos personagens com várias sexualidades presentes.
Artur: Porém, com a habilidade adquirida em seus livros anteriores, Cassandra Clare não deixa a desejar quando o assunto é fim extravagante e perguntas sem resposta. Deixando muito a se resolver na sequência, “The Ragpicker King” (ainda sem tradução oficial, mas, levando-se em conta a tradução neste primeiro livro, deverá ser “O Rei dos Ladrões”) definitivamente será um dos livros mais esperados para os próximos anos.
Ju: Eu poderia passar horas falando de todos os personagens de quem eu gostei no livro, mas isso ia levar muito, muito tempo e preciso ainda falar sobre a história em si: como eu disse lá em cima, torcia sim para amar a nova saga de Cassie, mas não esperava gostar tanto assim. Todo o universo mágico criado pela autora é bem pontual e bem explicado e, meu Deus, a forma que termina, deixando a gente com tantas perguntas que parece que a nossa cabeça vai explodir! Fazia muito tempo que eu não sentia algo assim com um livro, por isso “O Portador da Espada” foi, pra mim, como ar fresco: ler algo que me prendeu tanto, que me fez gostar tanto e – mais ainda, ficar ANSIOSA DEMAIS pela continuação.
— Acho — respondeu Lin, tentando controlar seu temperamento — que para uma religião que finge adorar uma Deusa que um dia foi uma poderosa rainha, há homens demais tomando decisões sobre o que eu, uma mulher, posso ler e fazer.
Virna: Sendo bem sincera, eu não acredito que fizemos jus a “O Portador da Espada” nesta resenha porque há tanto que se falar, mas tanto – e tudo é spoiler porque a divulgação conseguiu esconder tantos pontos-chaves que fica difícil explicar. O livro é muito, muito bem construído e com uma ideia clara de que poder não deve ser colocado em mãos despreparadas, além de destacar muito os “conchavos” que a realeza faz para se manter no poder em relativa paz – e que fazem com que nem sequer tenhamos dimensão da trama que está se desenrolando e nem ao menos uma pista de quem carrega o papel de vilão. Mas não se esqueçam que, além das tramas por dinheiro e poder que correm entre os corredores do castelo, há também uma trama mágica forte acontecendo por toda a cidade, que vai escalando até explodir em um final repleto de perguntas e quase nenhuma resposta, do jeitinho que os bookstans esperam para ler a continuação.
Em um novo mundo de personagens complexos, “O Portador da Espada” prende não só por isso, mas também por uma construção impecável de um universo desconhecido. É Cassandra Clare em todo seu potencial fazendo com que nos percamos em uma trama cheia de intrigas. Bem-vindos a Castellane, onde todos querem o poder e são capazes de quase tudo para isso. Se prepare para não confiar em ninguém e descobrir um novo universo repleto de mentiras, trapaças e magia. Você vai se apaixonar – só não disse por quem.
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