09.12

Sinopse: A cada sete anos, o Ágon começa…

Como punição por terem se rebelado, nove deuses gregos são forçados a andar pela Terra como mortais, sendo caçados pelos descendentes de linhagens antigas, todos ávidos para matar um deus e tomar seu poder divino e sua imortalidade.

Há muito tempo, Lore Perseus fugiu desse mundo brutal quando sua família foi assassinada cruelmente e com requintes de sadismo por uma linhagem rival, abrindo mão das promessas de glória eterna que a caçada concedia. Por anos ela repeliu toda e qualquer ideia de vingança contra o homem — agora um deus — responsável pelas mortes deles. Mas…

Seu destino está lançado e lutar contra as moiras não a salvará do que está por vir.

CAÇAR OU SER CAÇADO?

Com o alvorecer da nova caçada despontando na cidade de Nova York, dois participantes procuram Lore em busca de ajuda: Castor, um amigo de infância que Lore acreditava estar morto há bastante tempo, e Atena, uma das últimas deusas originais, gravemente ferida.

A deusa oferece uma aliança contra seu inimigo comum e, por fim, uma forma de Lore deixar o Ágon para trás de uma vez por todas. No entanto, a decisão que Lore tomou — unir seu destino ao de Atena e voltar para a caçada — terá um custo mortal, e talvez isso não seja suficiente para impedir a ascensão de um novo deus com poderes capazes de colocar toda a humanidade de joelhos.

Como diz na sinopse, Melora “Lore” Perseus é a última sobrevivente dos descendentes de Perseu e, desde o último Ágon, ela decidiu que não quer ter nada mais a ver com esse mundo depois que seus pais e suas duas irmãs mais novas foram brutalmente assassinadas por descendentes de outras famílias e o novo deus que governa elas. Tudo que ela queria era seguir com uma vida normal, longe de guerras de poder e de deuses e assassinos de deuses e ela estava seguindo para isso.

A garota lutava em lutas clandestinas, morava em uma casa que tinha ganhado do senhor que passou alguns anos cuidando e que, quando morreu, deixou no nome dela e do colega de quarto dela tudo que ele tinha e assim seguia sua vida, até o dia em que o Ágon começou novamente, dessa vez na cidade em que ela estava morando.


“Às vezes Lore se pegava procurando sua família naquelas luzes. Quando o peso do luto a visitava, quando sentia falta deles com a dor que impedia completamente o sono, ela inventava constelações para cada um deles.”

O Ágon é basicamente um jogos vorazes em que nove deuses se tornam mortais como punição por terem desafiado Zeus e então são caçados por descendentes de famílias antigas (descendentes de Perseu, Aquiles, Cadmo, Odisseu, Héracles). Famílias essas que já estão quase todas extintas – incluindo a de Lore, que é a última e nenhum deles, aparentemente, sabe onde ela está escondida.

Os deuses são caçados e, aqueles que são mortos, tem seu poder absorvido pela mão de quem o matou e com isso acabam se tornando “novos deuses”. O antigo humano caçador escolhe um novo nome para viver e é protegido pelos outros caçadores de sua família para que não tenha o destino trágico de um dos deuses originais e seja morto também a fim de que a pessoa que o matou fique com seu poder.


“— Eu odeio o Ágon — disse Lore.

Não — interrompeu Atena. — Não acho que odeie. Você odeia o que ele custa a você, mas este mundo a entedia. Você pertence ao Ágon. Essa é sua herança por direito. Você sempre foi destinada à glória, mas ela lhe foi tirada, e agora você nunca se sentirá satisfeita, nunca se sentirá inteira, até possuir o que merece.

Em troca da proteção de seu clã de caçadores, os novos deuses trabalham para melhorar a vida daqueles que cuidam deles e, atualmente quando a história começa, apenas Artêmis, Atena e Hermes dos deuses “originais” estão vivos, Apolo está com seu paradeiro desconhecido e Afrodite, Ares, Dionisio, Hefesto e Poseidon já são “novos deuses”, tendo sido mortos por caçadores mortais.

Porém, enquanto estava em uma de suas lutas, Lore é surpreendida com a chegada de Castor, que costumava ser seu melhor amigo e que ela acreditava piamente que tinha morrido já pois ele estava com uma doença terminal. Depois de despachar Castor, porque não quer ter nada a ver com sua vida antiga, Lore juntamente com seu amigo *fulano* volta para casa, apenas para encontrar quase morta e precisando de ajuda a deusa Atena, que alega ter sido machucada e traída por sua irmã e pede para que Lore a proteja e, em troca, ajudará a jovem a acabar com a vida da pessoa responsável pela morte de seus pais.


“Não é sempre a verdade que sobrevive, mas sim as histórias em que queremos acreditar. As lendas mentem. Elas passam por cima das imperfeições para contar uma história boa, ou nos ensinam como devemos nos comportar, ou atribuem glória a vitoriosos e desonra àqueles que hesitam. Talvez tivesse um pouco de verdade na Esparta que encarnou esses mitos. Talvez. Mas como somos lembrados é menos importante do que o que fazemos agora.”

Lore não gosta dessa ideia e não sabe se deve aceitar ou não ajudar a deusa, porém a necessidade de vingança fala mais alto e por isso elas criam um vínculo de proteção mútua para que as duas possam sobreviver aqueles sete dias de Ágon. E é aí que toda a aventura do livro começa de verdade.

Durante o tempo em que passam nessa aventura, Lore descobre que tem muito mais em jogo do que apenas os sete dias e que é uma luta muito maior do que ela sequer imaginava, porque aquele de quem ela quer se vingar, também quer encontrar ela porque acredita que ela roubou algo dele muitos anos atrás.


“— Seu pai, seus irmãos… se forçaram sobre tantas mulheres contra a vontade delas… Como você não pôde compreender a experiência de Medusa, sendo que Hefesto tentou abusar de você? — Lore respirou fundo para manter a calma. — Eles tomaram tudo o que quiseram. Por que os homens do Ágon tratariam mulheres e meninas de um modo diferente? Eles nos fazem acreditar que nossas vidas pertencem a nós mesmas, enquanto passam a coleira nos nossos pescoços.

Uma coisa que me pegou muito bem durante a leitura desse livro é algo que eu vi que incomodou muitas pessoas: ele não se passa apenas no presente, mas fica alternando com 7 anos atrás, no último Ágon (e, às vezes dependendo do flashback, até mais do que sete anos), nos mostrando exatamente o que aconteceu naquele ano e porque Lore quis tanto assim desaparecer desse mundo que era tudo que ela conhecia. Eu achei isso um ponto altíssimo no livro porque não entrega de cara a história da protagonista, mas vai moldando e nos mostrando o quanto as coisas nela mesma mudaram com o passar dos anos.

Não que a personalidade de Lore tenha realmente mudado, mas nos mostra que, o que aconteceu tantos anos atrás é o que moldou ela a ser a Lore que conhecemos logo que o livro começa e que também vai tendo um desenvolvimento maravilhoso conforme a história avança. No início do livro eu já tinha achado ela absurdamente badass, porém quando o livro termina, minha única vontade era de bater palmas para ela. Ou de pedir um autografo, sei lá. Ela é INCRIVEL. Dona de uma personalidade forte e que sabe o que quer, mesmo quando ela tem medo, ela não se deixa levar por ele e segue em frente porque é o que ela tem que fazer. E, como diria uma outra personagem que tem meu coração (e que eu acho que todos vocês conhecem) é que: “heróis não são os que vencem, mas são aqueles que continuam lutando”. E é isso que Lore é.


“Lore saiu das sombras.

Vamos brincar então, seu babaca melodramático.

É assim que você cumprimenta seu velho amigo depois de tanto tempo? — lamentou ele, em tom de zombaria.

Na última vez que eu o vi, você estava sentado aos pés do seu pai como um cachorrinho obediente — disse Lore, olhando para o rapaz de cima a baixo. — Parece que nada mudou.

Para uma mulher, você quer se impor demais — disse ele, observando Lore saltar sobre a pequena cerca.

Que irônico, já que esta é a primeira vez que estou ouvindo você falar por si próprio — disse ela. — O papai afrouxou a coleira, foi?

Nós a vemos perder bastante conforme o livro vai passando, incluindo para a própria cabeça quando ela cede a raiva que manteve enterrada dentro dela desde a perda dos pais – e então a perda daquele que cuidou dela depois. Mas nós também vemos que mesmo quando perde, ela se levanta, sacode a poeira e vai em frente e eu adoro isso. Ela tem algumas escolhas bem questionáveis, não vou negar, mas isso é algo que passa em qualquer herói de fantasia, na verdade, então não é necessariamente um ponto negativo.

Outra personagem muito badass também é Atena. O que é claro que já devíamos esperar, considerando que ela é uma deusa. Mas eu não esperava gostar tanto dela quanto gostei. Ela parece entender bem e absorver bem essa raiva que Lore carrega dentro de si e, mesmo sendo uma personagem bem dúbia em vários pontos, ela é uma personagem absurdamente bem construída.


“Monstros vivem nas sombras. Para caçá-los, você não pode temer segui-los. E a única forma de destruí-los era ter os dentes mais afiados e o coração mais sombrio.”

Isso vale para Castor. O ex-melhor amigo de Lore, por quem ela sequer tinha ideia de que nutria uma paixão até revê-lo, também é um personagem bem construído, apesar de ter sentido raiva dele algumas vezes quando achava que ele estava sendo muito julgador de Lore e das decisões que ela tomava.

Acho bom deixar claro que o foco do livro não é realmente romance, mas existe sim uma pontada de romance entre os dois. Mas a história central é BEM MAIOR que isso, apesar de Alexandra nos dar um casalzinho para shippar.


“— Se estivermos errados sobre a sua imortalidade e eles acabarem pegando você — sussurrou ela —, me espere no rio sombrio. Eu vou trazer você para casa.

O próprio Hades me mandaria de volta ainda nos portões se soubesse que você viria — disse ele —, e que eu lutaria como louco para encontrar você no meio do caminho.

Além dos três, que eu considero os personagens principais mesmo, não posso deixar de falar também do vilão do livro. Eu fiquei impressionada com a construção bem-feita dele também em todos os pontos, mas não vou me aprofundar muito porque é legal acompanhar a história em si.

Outros personagens que são “menores”, mas que valem citar são: Miles, melhor amigo de Lore e um humano normal. Van, melhor amigo de Castor que também lutava para ser um guerreiro quando eles eram crianças e Iro, que é uma descendente de Odisseu.


“Cada passo que dava e cada erro cometido a trouxeram até aqui.

Ela estava aqui porque o pai a ensinou a segurar uma espada, porque a mãe a ensinou a ser forte e orgulhosa, porque as irmãs seriam para sempre pessoas inacabadas.

Ela estava aqui pela cidade que a criou, e veio com o orgulho de seus ancestrais e a força de seu coração, e nada disso lhe falharia.”

A história em si de “Lore” é bem cheia de reviravoltas, de traições, de lutas e de mitologia e eu adorei ser levada para esse mundo que Alexandra adaptou tão bem. Como eu falei, parece um pouco com Jogos Vorazes nessa parte de caçadas e tentar sobreviver, então ele é bem interessante.

E eu sou completamente apaixonada por mitologia, então tem isso. Eu devorei esse livro, não conseguia nem largar ele direito porque queria ler mais e mais e mais e saber o que viria acontecer a seguir e, eu tenho que dizer, não fiquei em nada decepcionada. Desde o início, até o final, eu gostei de cada parte do livro. Mas acho que vale a pena o alerta de gatilho, porque algumas cenas podem incomodar pessoas que tem gatilho com: mutilações e tentativa de abuso. Não é nada absurdamente gráfico, mas não posso medir por mim o quanto algo pode afetar os outros, então tá aí.


“— Nenhum de vocês é inocente — rosnou. — Você, muito menos, Melora. Seu pai morreu primeiro, implorando, depois a sua mãe, que pelo menos soube que estaria desperdiçando fôlego se tentasse. Aguardei seu retorno por horas, e quando você veio ela não estava mais em sua posse. Eu assisti enquanto você ficou parada no batente da porta da casa, quando viu o presente que deixei para você. Mas você não chorou. Você não emitiu um único som sequer. Você era mais forte do que é agora.

A única coisa que eu realmente senti falta no livro é do meu neném favorito da mitologia: Hades. Fiquei bem triste porque ele é meu deus favorito, mas também achei interessante darem foco para outros deuses e não só os três grandes.

Se você, como eu, adora mitologia, está sentindo falta de uma fantasia para realmente mergulhar, dê uma chance para Lore.

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