26.07

Sinopse: A Floresta roubou tudo o que ela tinha. Enfrentá-la é sua única esperança.

Quando uma nova rainha é coroada, perigos há muito esquecidos emergem da Floresta Selvagem e começam a aterrorizar o reino de Aloriya.
Cerys, filha do jardineiro real, conhece muito bem esses perigos: há muitos anos, uma excursão à Floresta matou sua mãe, seus amigos, e a mudou para sempre.
No meio do caos, ela é forçada a fugir com nada além de sua magia e dois companheiros inusitados. O plano deles? Atravessar a Floresta Selvagem, encontrar a Senhora da Natureza e convencê-la a salvar o seu lar.
Nessa jornada sombria e perigosa, segredos serão revelados, destinos serão selados e Cerys terá que dar tudo de si para sobreviver.


Entre Feras e Flores” é o novo lançamento da editora Literalize, o (creio eu) segundo livro de Ashley Poston que chega ao Brasil, um livro único de fantasia e que, eu devo dizer, não decepciona em absolutamente nada.

Nós seguimos a história de Cerys, que começa do nosso ponto de vista no dia em que sua melhor amiga, a princesa Wen se tornará a rainha após a morte do pai da garota. Cerys, apesar de ter uma princesa como melhor amiga, não tem nenhum título ou nada parecido, ela é apenas uma garota aparentemente normal, filha de um jardineiro real e que cresceu sendo amiga da outra garota.

“Aparentemente normal” é o texto chave aqui, porque ao contrário do que todo mundo imagina, que apenas a família de Wen possui magia, a própria Cerys tem também. Alguns anos atrás, quando ela ainda era uma criança, ela acabou por entrar na Floresta Selvagem, algo que era proibido – e que causou uma tristeza sem tamanho, pois a Floresta tomou para si a mãe dela, Lorne, o príncipe herdeiro e Seren, que era um segurança do príncipe e que acompanhava os três (Cerys, Lorne e Wen) em todas as aventuras que eles se metiam – e, além de ter tomado as pessoas que ela amava, a Floresta também lançou sobre ela uma “maldição”: o sangue dela, sendo capaz de transformar qualquer mínima gota em uma floresta, algo que ninguém sabe além de seu pai e de sua melhor amiga.


“- Você precisa tomar cuidado. Nossa cidade, nossa vila, te ama muito. Não estou preocupado com a reação deles quando descobrirem que você tem magia. Mas existe magia… e existem maldições.
E o que eu tenho é uma maldição, eu sei disso.
Ele apertou as minhas mãos com força.
A floresta te tocou, mas não a roubou de mim.

No dia em que o livro se inicia, a vida de Cerys não poderia estar mais normal: estava preparando tudo juntamente com seu pai para a coroação de sua melhor amiga, já como eles trabalhavam diretamente para a família real, com sua companhia de sempre: uma raposa que ela salvou de uma armadilha de caçadores anos antes e que a seguia para todo canto desde então, só preocupada em viver sua vida.

O que Cerys não poderia imaginar é que aquele seria o dia também em que a Floresta Selvagem ia querer tomar de volta para si o que muito tempo atrás tinha dado para um Rei, antepassado de Wen e que garantia toda a estabilidade, riqueza, saúde e proteção da vila em que elas moravam, protegendo todos os moradores dali de todas as maldades que pudessem acometer aos arredores.


“Filhas de jardineiros reais passam a vida toda entre os muros do jardim, então é um pouquinho irônico não me deixarem entrar hoje. Seria quase poético se não fosse tão depressivo.”

Então, sem nenhuma alternativa que não fosse lutar pela sobrevivência e para tentar fazer algo pela vila e pelas poucas pessoas que ainda restava para ela amar, Cerys se lança na maior aventura, em busca da cidade que muitos anos atrás todos já deixaram de acreditar: uma cidade lendária, de onde a coroa que os protege veio e que ela nem tem certeza mais de que existe, mas que é possivelmente a única oportunidade que eles têm de serem ajudados contra o que está vindo.

Minha primeira e mais importante ressalva, não só sobre esse livro, mas sobre muitos livros que são standalone que eu tenho lido é que: é delicioso e refrescante o fato de não existirem triângulos amorosos. Sério. Eu gostaria muito que todos os outros livros, fossem sagas, trilogias, duologias, focassem nisso: você não precisa de uma mocinha no meio de dois rapazes ou de duas moças se bicando por causa de um homem para ter uma história boa – e um romance bom, porque sim, apesar da sinopse (e eu ter deixado de fora propositalmente o que acontece no quesito coração da Cerys), “Entre Feras e Flores” tem sua dose de romance.


“Não ansiava o fim desse momento, porque, naquele instante, não me senti como uma garota que vivia dentro de um jardim murado.
Não havia muros aqui.
E isso me assustou, porque era algo passageiro, algo que não seria permanente. Como um fósforo flamejando na escuridão, era apenas um vislumbre; ali por ora, mas, logo, desapareceria.”

Cerys é absolutamente espetacular. Eu não canso de falar que meu tipo favorito de mocinha é aquela que não fica sentada esperando: ela vai e faz. E é exatamente isso que ela faz. Apesar do susto inicial, quando vê sua vida virando de cabeça para baixo em questão de horas, Cerys não passa muito tempo se afundando em autopiedade, ela vai lá e corre atrás do que precisa ser feito, mesmo sem ter certeza que nada daquilo vai dar certo porque ela sabe que a alternativa a isso é simplesmente ficar ali, esperando a morte bater na porta.

Eu simplesmente não tenho como falar dos dois personagens mais importantes que aparecem nessa história, que são os companheiros de Cerys nessa busca pela ajuda que precisam, porque isso seria um spoiler GIGANTESCO. E, acreditem quando eu digo que vale muito a pena você ler sem saber. Eu meio que saquei o lance sobre um desses personagens já de cara no livro e eu imagino que muita gente também vai entender antes mesmo da compreensão chegar, mas eu imagino que foi colocado no livro com a intenção de ser mesmo um plot twist.


“- Sim, você tem razão. Pena que eu gosto de ser um perdedor. Além disso, você é muito mais bonitinha do que ele.
Por fim, alguma emoção surgiu no rosto dela: horror.
Você se recusou a entregar o objeto mais poderoso do reino a ele porque ele não era bonitinho o suficiente?
Dei de ombros.
Aquele estilo dele…
morto… não faz muito meu tipo.

Eu não tive nenhum problema em entender realmente a trama por trás de tudo desde o início, pra ser honesta. Não teve algo que me chocou na história, era tudo uma receita que é muito bem conhecida de todas as pessoas que leem bastante fantasia, mas que ainda assim é boa demais de se acompanhar do início ao fim.

O que me deixou realmente surpresa nisso tudo foi a riqueza de detalhes que Ashley coloca em cada pedaço do livro. Mesmo. Eu não cheguei a ler o outro livro dela que foi lançado aqui no Brasil (mas está na minha lista de leituras e futuras resenhas uma romcom que ela escreveu e lançou esse ano lá nos Estados Unidos, então fiquem atentos), mas a escrita dela é algo que me deixou maravilhada. A sensação que eu tinha é que eu estava lá dentro, vivendo todos aqueles momentos junto com Cerys e com seus companheiros de aventura (falei igual o cara da Sessão da Tarde né HAHAHAHA).


“Fui subjugada pelo poder. Embriagada por ele. Fui preenchida até o limite e, agora, eu transbordava. Era meu. Sempre seria meu. Wen poderia ter sido uma rainha, mas eu seria uma deusa.”

Agora sobre o romance em si… Acho que foi um dos romances em um livro de fantasia que foi um dos mais gostosinhos de acompanhar. Apesar de, como eu mencionei antes, não me surpreender em nada o que aconteceu, seguir a mesma formula que já funcionou em fantasias anteriores, eu não pude deixar de ficar presa e dando sorrisinhos bobos com as interações deles.

Mesmo com todos os clichês de fantasia e de romance, “Entre Feras e Flores” definitivamente se tornou um dos meus livros favoritos desse ano. É um livro fácil de ler e leve de se acompanhar e você simplesmente não tem a menor vontade de largar ele até chegar no final do livro.

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