17.06


“ Violet Made of Thorns”
Gina Chen
eARC recebido em formato eBook em parceria com a Penguin Random House International
Editora ‎Delacorte Press

Data de lançamento internacional: 26 de Julho de 2022

Violet é uma profetisa e mentirosa, influenciando a corte real com suas adivinhações habilmente formuladas – e nem sempre verdadeiras. Honestidade é para otários, como o não tão charmoso príncipe Cyrus, que planeja tirar Violet de seu papel oficial assim que for coroado no final do verão – a menos que Violet faça algo a respeito.

Mas quando o rei pede a ela para profetizar falsamente a história de amor de Cyrus para um próximo baile, Violet desperta uma temida maldição, que terminará em condenação ou salvação para o reino – tudo dependendo da escolha do príncipe quanto à futura noiva. Violet enfrenta sua própria escolha: aproveitar a oportunidade de obter o controle de seu próprio destino, não importa o custo, ou ceder à atração malfadada que está crescendo entre ela e Cyrus.

A inteligência de Violet pode protegê-la na corte cruel, mas não pode mudar seu destino. E à medida que a fronteira entre o ódio e o amor fica cada vez mais tênue com o príncipe, Violet deve desvendar uma teia perversa de engano para salvar a si mesma e ao reino – ou condenar todos eles.

Como vocês já sabem, essa resenha é em parceria com a Random House Internacional, de quem recebemos esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado). Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um ARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade de parceria.

Eu estou APAIXONADA e não estou brincando: “Violet Made of Thorns” tem absolutamente tudo que eu amo, um livro de fantasia com enemies-to-lovers, traições, mocinha que chuta bundas (e dá tapa na cara do mocinho porque ele merece HAHAHA) e ainda reviravoltas, tudo embalado em uma leitura que é muito, muito rápida de tão fluída que é. Você não consegue largar o livro um segundo sequer porque você precisa muito saber o que vai acontecer, sem contar que o livro não é nada longo (meu eBook tinha 304 páginas).

Antes de tudo, preciso dizer que o mundo no qual “Violet Made of Thorns” existe, há magia, exatamente como vocês podem imaginar pela sinopse. Há magia e há fadas capazes de fazerem magia, coisa que elas fazem durante a narrativa. Há monstros e há Deuses também, tudo em uma mitologia nova, com uma roupagem que se aproxima de um conto de fadas – sim, isso mesmo. Inclusive, há pontos na narrativa que basicamente espelha a história de uma tal Cinderella, com um sapatinho ficando em um baile, e termina com uma nota direta na direção de outro conto de fadas. A intenção é clara aqui: aproximar a narrativa daqueles mundos repletos de princesas precisando serem salvas, príncipes moralmente impecáveis e no qual o amor é capaz de salvar qualquer um, mas não se iluda porque não vamos ter isso aqui. Há também bastante tramas palacianas e reinos, mas isso termina ficando como tramas secundárias. Também não pense que o que pesa mais é a fantasia, porque não, não é.

Se você quer saber em que lugar o livro se encaixa, eu te afirmo que ele é, na verdade, um romance com fantasia e não o inverso – o enredo central é exatamente o que tem a sinopse, mas não só isso, porque há muito mais que não é entregue ali, então vamos do começo: Violet, a vidente do Reino de Auveny, subiu ao lugar depois de salvar o príncipe Cyrus, filho do Rei Emilius, da morte certa. Antes morando em um orfanato, a pequena Violet não sabe nada sobre sua vida, só que tem visões estranhas, e querendo descobrir se o que sonhava era real, foge e vai para o lugar aonde via este garoto morrendo. No dia certo, na hora certa, lá está ela, esperando e salvando Cyrus. Claro que a vida da pequena, aos 10 anos, é completamente mudada e ela é levada para o palácio, caindo nas graças do Rei viúvo e da irmã gêmea de Cyrus, a princesa Camilla. O posto de Vidente Real era anteriormente de Felicita, que morreu deixando basicamente uma maldição sobre o príncipe e quem viria a ser a dona de seu coração – que essa pessoa poderia ser a salvação ou a danação de todo Reino.

Não lemos sobre todos os anos de Violet vivendo e crescendo até chegar a idade de 18 anos, quando a trama do livro começa, mas podemos entender através de sua visão como ela cresceu e como vê toda família real e seu papel na corte. Sem controlar suas visões, muitos vezes a garota fala o que querem ouvir e outras tantas lança pequenos enigmas que são capazes de lhe render algum tempo – e é exatamente o que ela fez: dizendo ter tido uma visão com Cyrus, ela falou que a dona do seu coração seria encontrada no fim de sua “jornada”. Obviamente a palavra é muito vaga e pode sim, significar tanto uma viagem quanto um momento de autodescoberta, e é assim que a Vidente vai mantendo as graças do Rei. Cyrus sai em uma viagem e quando o livro começa, ele está retornando. E é ai que a coisa começa a complicar, porque ele não encontrou ninguém para ser seu amor verdadeiro na viagem.

Encontrando uma saída, Violet justamente usa o termo “jornada” sobre ele se descobrir e que em um baile ele descobrirá quem é seu verdadeiro amor, o que provoca no Rei uma ideia de fazer o tal baile aonde o filho encontraria a tal garota que deveria estar com um determinado vestido, usado pela garota de sua escolha. Violet concorda em embarcar nessa, indo dar a descrição certa para Cyrus como se fosse uma visão, mas algo estranho começa a acontecer com ela: seus sonhos começam a “falar” com ela, lhe dando uma frase exata que ela deveria falar com o príncipe.

A principio relutante, Violet decide falar exatamente o que a tal voz lhe mandou porque não consegue manter um relacionamento educado com o príncipe por acreditar que ele se decepcionou com ela ao longo dos anos ao desconfiar de sua real habilidade como vidente, deixando claro que a permanência dela ali não é algo que está definitivo quando ascender ao trono. E aqui eu preciso parar de falar da trama para falar destes dois personagens que estão, definitivamente, entre meus favoritos da vida.

Violet é uma mocinha como poucas. E, sendo sincera, eu não sei bem se ela cairá nas graças dos bookstans porque não espere mesmo alguém idealista e que quer salvar pessoas: Violet quer manter a vida que tem, quer continuar exatamente onde esta e nunca mais voltar para as ruas, nem perder o poder que tem. Cultivando um desprezo imenso em sua mente por várias pessoas da corte (a cena dela lendo a sorte de várias Damas da Corte é maravilhosa porque mostra bem quem ela é) e capaz de mentir e enrolar quem quer que seja, Violet não tem nenhum remorso de ser quem é. Em certa altura, durante uma discursão com Cyrus, ela deixa claro que sabe que é assim e não tem a menor vergonha de ser. E eu amei cada momento dela porque não quero ler sobre personagens perfeitas, que cedem tudo por amor. Eu quero ler sobre mulheres que sabem o que querem e como fazer para chegar lá, e Violet me deu exatamente isso. Seu humor irônico, sua falta de paciência, sua sagacidade, tudo isso junto me fez amar a personagem com todo meu coração bookstan.

Duelando com Violet, temos Cyrus, o príncipe da vez. Mas calma ai que ele não está no polo do príncipe canastrão pegador e tampouco está no polo príncipe ingênuo. Cyrus é também mordaz, sempre pronto para cutucar e manter Violet longe dele – e olha, enquanto escrevo esta resenha, me dou conta que eu pagaria bastante para ler um livro com o ponto de vista dele, porque temos só o ponto de vista de Violet. Voltando ao ponto, Cyrus tem um relacionamento distante do pai e próximo da irmã, sabendo que é desejado tanto por ser um príncipe e ser bonito quanto por usar magia sem pudor algum. Cyrus sabe o que precisa fazer e não tem qualquer ilusão sobre o que deve fazer: precisa encontrar a tal garota, se apaixonar por ela (seja quando for) e se casar, tudo para manter o reino em segurança, já como tudo depende dele e tudo agora pode explodir porque quando os dois protagonistas estavam juntos, eu queria continuar lendo as batalhas dos dois enquanto cada um tentava arrancar do outro o que queria. O ritmo dos personagens juntos é insano, a forma como eles funcionam juntos, como eles se “bicam”, como se provocam, como são perfeitos um para o outro, me deixou até meio tonta. Fazia bastante, mas bastante tempo mesmo, que eu não shippava tão forte assim dois personagens.

Continuando a falar um pouco mais na trama, tudo explode mesmo no tal baile (Sim, um baile. Como falei no começo dessa resenha, há uma clara intenção de ter esse tom de “contos de fadas”, mas é claro e obvio que os valores foram subvertidos aqui), quando enfim a tensão entre Violet e Cyrus explode, assim como outras coisas porque o Reino está sendo atacado por bestas. A partir dai, a narrativa engata de vez e te deixa com a certeza de que tudo vai dar muito errado e, sinceramente, vou confessar: eu sempre falo o quanto eu não me importo com finais agridoces e também fico bem se o casal não ficar juntos porque na vida real é assim e etc, mas aqui, nessa altura da narrativa, se a autora não desse uma roubadinha e não desse um jeito de salvar os dois, eu iria xingar muito no twitter (os velhos como eu entenderão o meme).

Espantosamente, esse é o primeiro livro de Gina Chen, que somente participou de outras duas coletâneas de livros, e demorou 11 anos escrevendo este livro – sim. Onze anos. Por isso saiu tão perfeito assim, ouso afirmar. O livro será publicado aqui pela Editora Rocco com o nome de “Flores feitas de Espinho” e já se encontra em pré-venda com brindes – clique AQUI para garantir o seu. E ah, uma última informação: no Goodreads, mostra como se o livro fosse o 1º, como se houvesse uma possível continuação e já há um livro dois, ainda sem título ou data de publicação, marcado. A trama termina de uma forma satisfatória, mas há sim, espaço para uma continuação, e, novamente, fugindo de uma regra, não vou me incomodar se mais livros sobre Violet e Cyrus vierem por ai (e um que foque na Camilla, por favor!).

Vou terminar por aqui assinalando minha própria hipocrisia que sempre assinalo que não devemos querer finais felizes sempre ou que prego sentir falta de livros únicos e que as autoras deveriam fazer mais destes, mas hey, eu sou uma bookstan, e como boa bookstan, uma boa história me ganha, e é isso que temos aqui: uma história nova, vibrante, com uma mocinha nada boazinha, com um mocinho nada legal e maldições, fadas e um amor que pode destruir o reino – e, sinceramente, se for para este casal ficar junto, pode destruir quantos reinos quiser.

Thanks for the free book, Penguin Random House International.

Para comprar “Violet Made of Thorns” basta clicar no nome da livraria:

Amazon, com brindes (saquinho porta livro), em português.
Amazon, edição capa dura em inglês.
Amazon, eBook em inglês.

NOTA: está resenha foi alterada em 22/10/22 com as informações do livro no Brasil, que já se encontra em pré-venda.

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