17.05


“This Time Tomorrow”
Emma Straub
ARC recebido em formato eBook em parceria com a Penguin Random House International
Editora Riverhead Books

Data de lançamento internacional: 17 de maio de 2022

E se você pudesse tirar férias no seu passado?

Com seu célebre humor, perspicácia e coração, a amada autora de livros mais vendidos do New York Times, Emma Straub, oferece seu próprio toque nas tradicionais histórias de viagem no tempo e um tipo diferente de história de amor.

Na véspera de seu aniversário de 40 anos, a vida de Alice não é terrível. Ela gosta de seu trabalho, mesmo que não seja exatamente o que ela esperava. Ela está feliz com seu apartamento, seu status romântico, sua independência e adora sua melhor amiga de toda vida. Mas seu pai está doente, e ela sente como se algo estivesse faltando. Quando ela acorda na manhã seguinte, ela se encontra em 1996, revivendo seu aniversário de 16 anos. Mas não é apenas seu corpo adolescente que a choca, ou ver sua paixão do ensino médio, é seu pai: a versão vital, charmosa e de 40 e poucos anos de seu pai com quem ela se reencontra. Agora armada com uma nova perspetiva sobre sua própria vida e a dele, alguns eventos passados assumem um novo significado. Existe alguma coisa que ela mudaria se pudesse?

Como vocês já sabem, essa resenha é em parceria com a Random House Internacional, de quem recebemos esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado). Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um ARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade de parceria.

Já falei diversas vezes que é sempre muito melhor e orgânico escrever resenhas de livros que tiveram um impacto positivo, seja pelo motivo qual for: seja porque nos divertiu, seja porque gostamos da construção do universo, seja porque amamos alguma determinada personagem, ou, como no caso de “This Time Tomorrow”, porque a trama é capaz de te envolver de uma forma que você se questiona constantemente o que faria se estivesse naquela situação.

Preciso deixar claro também que esta que escreve essa resenha não vê problema em livros com finais difíceis, doloroso ou agridoces – para mim, a qualidade de uma trama não está diretamente ligada a um final que eu considere feliz simplesmente por vários motivos e todos pessoais (claro, afinal, uma leitura é uma experiência completamente pessoal: um livro que eu amo pode não agradar as pessoas e o inverso também!), e tudo bem se quem me lê gosta de um final feliz (concordo que pra ficar triste, basta pensar nos tempos atuais), mas algumas conclusões terão finais difíceis e nem sempre trarão o “felizes para sempre” que os leitores querem justamente porque o que cada um precisa é diferente, e não poderia ser de outra forma com personagens. Cada pessoa é um mundo com necessidades, valores, experiências e sentimentos diferentes, e isso reflete em personagens também.

E se você está pensando que este livro tem um final terrivelmente triste porque eu falei isso, mas ai que entra o que eu falei: o que pode ser triste para você, pode não ser para mim. E eu, sinceramente, do fundo do meu coração, amei esse livro. Amei.

A trama é exatamente o que tem na sinopse: Alice está prestes a completar 40 anos, um emprego no qual não parece ter perspectiva de crescer e seu pai está doente, em fase terminal. Mas a vida dela está longe de ser um desastre: ela tem um namorado que parece prestes a lhe pedir em casamento, continua tendo como melhor amiga Sam (sua melhor amiga da vida inteira) e ama seu apartamento – ou seja, a vida tem seus problemas, mas não o suficiente para odiar tudo que está ao redor dela. Exceto pelo estado do seu pai, Leonard. Tendo crescido com ele depois que sua mãe foi embora, Alice realmente é próxima dele, que nunca se casou novamente. Leonard foi capaz de dar uma vida bastante estável e boa financeiramente para sua filha porque escreveu uma série de livros chamado “Time Brothers”, que se tornou uma serie de TV de sucesso.

Mas, de alguma forma, na véspera da noite de seus 40 anos, depois de alguns acontecimentos, Alice dorme e acorda na manhã do seu aniversário de 16 anos: na casa com seu pai, com o corpo de outrora, na vida de adolescente. No começo ela custa a acreditar e até mesmo o leitor se questiona o que está acontecendo, já como ela poderia só estar tendo um pequeno ataque nervoso porque seria muita coincidência porque seu pai escreveu literalmente uma série sobre viagem no tempo. Alice poderia estar confundindo o real e o que ela desejava – e confesso que isso tomou mais tempo do que eu esperava em meus pensamentos. Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo com a protagonista, mas eu sabia o motivo pelo qual ela estava sentindo tudo aquilo: seu pai.

Haviam pontos que Alice gostaria de ter escolhido diferente, haviam coisas que ela gostaria de feito (ou deixado de fazer), exatamente como todos nós, afinal, que atire a primeira pedra quem nunca quis voltar no tempo e refazer algumas coisas, tomar decisões diferentes. Tudo isso era sim, parte do que levou Alice a fazer escolher diferentes, mas ela queria principalmente reviver todos os bons momentos com seu pai, queria poder olhar para ele e ver o homem saudável e presente que ele era. Queria aproveitar tudo de novo ao lado dele. E agora ela estava tendo essa possibilidade. Claro que também há a parte romântica, já como, no presente, Alice não se casou. Seria o motivo pelo qual ela não se casou o antigo crush do colégio, Tommy? Agora ela teria sim, todas as chances de poder viver ao lado dele o que não viveu e, quem sabe, mudar seu presente? Pode ser que sim. Mas pode ser que não.

E aqui é um ponto interessante, porque já tivemos dezenas de livros com essa trama, certo? Personagem principal “volta” no tempo e refaz tudo e acorda no presente com tudo melhor. Mas não é caso de “This Time Tomorrow”: Alice vai voltar ao seu “presente” com 40 anos e vai acordar de novo aos 16 anos repetidas vezes. Ela vai fazer dezenas de escolhas diferentes e viver essas escolhas, mas sempre as perguntas que as permeiam estão lá, a fazendo entender que tudo que ela procura está dentro dela. Ela pode até não saber o que quer, mas sabe muito bem o que não quer.

Nessa altura da leitura eu estava realmente rendida por tudo que estava lendo, pela vastidão de hipóteses que podemos viver com escolhas diferentes, mas que, ainda assim, nos tornaria quem somos, com pequenas alterações, mas ainda seriamos nós. Alice entende o que realmente precisa fazer, levando o livro na direção de um final apoteótico e capaz de fazer qualquer coração endurecido ficar com os olhos repletos de lágrimas (o que foi meu caso, confesso).

O que eu posso prometer para esse livro que entrou definitivamente para os melhores do ano pra mim (sei que ainda estamos em Maio, mas eu aposto com vocês que ele estará na minha lista no final do ano), é uma reflexão sobre nossas vidas, sobre quem somos, sobre a importância das pessoas que amamos em nossas vidas e, principalmente, sobre nossas escolhas. Não há como não se arrepender de algumas coisas que escolhemos, mas não temos como saber as consequências também, então o que podemos e devemos fazer é lidar. Lidar com a dor e a frustração de coisas que escolhemos e lidar com a dor e a frustração de coisas que não podemos mudar, como a doença de um pai. Tudo que podemos fazer é aprender a lidar com tudo isso e viver, que, no final das contas, é a coisa mais difícil de todas. E essa foi a lição que o livro me deixou: Hoje, não amanhã.

Ainda não tenho informações sobre se “This Time Tomorrow” será publicado no Brasil, mas assim que soubermos de algo, postaremos em nossas redes sociais.

Thanks for the free book, Penguin Random House International.

Para comprar “This Time Tomorrow” basta clicar no nome da livraria:

Amazon, edição capa dura.
Amazon, edição brochura em inglês.
Amazon, eBook.


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