29.04


“O que dizem as estrelas: Contos astrológicos ou astrocontos”
Luly Trigo
‎Seguinte – 2022 – 336 páginas

Todo mundo já ouviu falar que as pessoas do signo de câncer são choronas; as de touro, comilonas; as de libra, indecisas… Mas será que é apenas isso que os signos representam?

Nesta antologia, você vai encontrar doze histórias, cada uma acompanhando um protagonista de um signo solar diferente ― todos eles moradores do mesmo prédio, o edifício Cosmos. Ali, os conflitos são vários: mudança de casa, problemas na escola, desentendimentos com os amigos, romances surgindo e chegando ao fim… Enquanto mergulha nos dramas de cada personagem, você vai perceber que os signos do zodíaco são repletos de nuances, luzes e sombras, que podem nos ajudar a entender quem realmente somos.

Ao final de cada astroconto, você ainda encontra um texto explicativo sobre como a energia daquele signo pode afetar determinada área da sua vida ― afinal, todos temos um pouco de cada signo no nosso mapa.

Indicado para leitores a partir de 13 anos.

Novamente aqui para falar sobre um livro sobre signos.

Mais algumas resenhas nesse segmento e vamos poder fazer uma coluna específica aqui.

O livro em questão é “O QUE DIZEM AS ESTRELAS” da Autora Luly Trigo.

Este é o meu primeiro livro da autora e de certa forma considero que os anteriores sejam tão bons quanto este, pois a ideia me comprou completamente. Misturando Astrologia e Literatura, a autora nos leva a refletir sobre todos os arquétipos zodiacais que com toda certeza todos nós vivemos ouvindo – seja ouvindo contra nós, ou mesmo acusando um amiguinho ariano de ser satanáries simplesmente pela reação discutivelmente apropriada e exagerada que ele teve em uma brincadeira.

Situações e experiências pessoais à parte, a ideia do Edifício Cosmos me soou interessante desde a sinopse.

E resolvi ler para descobrir como que se daria. Aqui meu único apontamento puramente negativo: Eu esperava que a interação entre os moradores fosse bem mais direta. Infelizmente, demorei algumas casas zodiacais pra ter a compreensão de que tudo estava se passando realmente no mesmo lugar – inclusive durante a leitura fiquei pensando se não havia entendido errado a constatação do edifício e dos moradores – mas quando veio a percepção do que acontecia ali de fato através do sutil e avoado fio que liga todas as histórias, a leitura ficou muito mais interessante!

(Luly, caso você venha a ler isso, fica a ideia. 12 amigos do mesmo círculo de amizade tendo de resolver alguma questão ou problema causado por um 13º amigo que por acaso defende a ideia da inclusão do signo de Ofiúco no Zodíaco. Eu leria isso com tanto afinco quanto alguém com ascendente em Gêmeos seria capaz de ler).

Voltando ao livro, somos individualmente apresentados a 12 personalidades que nos mostram os melhores e piores de cada um de seus signos solares. A Autora escolhe enfatizar apenas o signo do Sol, pois esse é o que nos traz as bases da personalidade de cada um. Ou traços mais marcantes. E também porque seria incrivelmente complicado construir personas cada uma com um mapa astral completo e agindo de acordo dentro de uma história. (fica ai um desafio para novos autores.)

Cada conto é curtinho e a leitura é uma delícia. Fico aqui em duvida se chamo de cada “capítulo” ou cada “conto” pois são rápidos como capítulos, porém construídos como contos. Têm o núcleo principal e o climax, onde o personagem principal coloca à prova o que dizem as estrelas sobre sua personalidade e manias, e então, como ele o resolve e tira de lição para a vida.

Encontramos diversos dos arquétipos mais famosos (sagitarianos aventureiros, leoninos orgulhosos, uma taurina que não sabe usar a palavra “não” quando o assunto é comida). O livro é também recheado de representatividade, e isso foi tornando a leitura algo agradabilísisma. Devo apontar aqui a naturalidade com que as diferentes formas de representatividade afloram no texto, e mais, isso é quase a cereja do bolo, pois não existe a necessidade de se mostrar presente; ela está ali. E isso basta. Sendo tratada e manuseada com a desafetação que gostaríamos que existisse em todos os lugares – e por isso Luly, um parabéns extra.

Como um fã de astrologia, obviamente me senti representado em todos os signos que constam no meu mapa.

Vez ou outra me senti assustado em como certos traços são fortemente realistas. Chegou ao nível de quase dar #Gatilho ler sobre como o Nathan se conecta com pedacinhos das memórias que ele guarda numa caixa. Ainda sim, um ou outro traço foge, mas é assim mesmo, como Luly nos explica ao fim de cada capítulo ao trazer uma nota explicativa sobre como cada signo (geralmente) se comporta e qual a (provável) ação dele em cada uma de nossas casas. O que significa quando temos Capricórnio no mapa, e o que significa quando temos Aquário? Tudo alí, de uma forma bem breve e levemente genérica mas que exemplifica bem a natureza de cada um. Lembrando outra observação colocada mais de uma vez no livro: Somos todos junções de todos os signos em diferentes quantidades e intensidades.

O livro alcança bem os dois públicos, ao que posso dizer. No caso, os que já manjam em certa quantidade e afinco sobre o zodíaco, e também aqueles que não fazem ideia do que ter Libra no Sol pode influenciar na escolha da janta pelo aplicativo. Assim quem conhece não se sente lendo redundâncias e quem não conhece tem uma boa quantidade de material para absorver e se aprofundar.

O livro é um graça. Nele existe um tom levemente infantil, quase como se estivéssemos lendo uma fábula sem animais falantes. É inegavelmente bem escrito e cheio de referências atuais (sei que vocês amam isso) apesar de alguns poucos diálogos terem me soado forçados demais para direcionar a história – nada realmente que eu mudaria – apesar de ter me questionado se conversas assim aconteceriam fora das páginas. Todos os 12 personagens principais, e ainda seus coadjuvantes, são escritos por uma mão com carinho e preocupação em demonstrar que não importa para onde as estrelas estivessem viradas na hora do seu nascimento, sempre existe algo de bom em todo mundo e também algo a melhorar.

Apesar de que eu sou convicto de que Vivi estava certa, e apenas queimar as bordas dos cartazes para uma apresentação sobre Roma seja uma ideia estúpida.

Para comprar “O que dizem as estrelas” basta clicar no nome da livraria:

Amazon, com brindes (fita salva celular e marcador de PVC).
Magalu.
Submarino.

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