29.03


“The Fear”
Natasha Preston
ARC recebido em formato eBook em parceria com a Penguin Random House International
Editora ‎Delacorte Press

Data de lançamento internacional: 1º de março de 2022

Não fique com medo. Fique apavorado.

É apenas um meme estúpido que está circulando em sua pequena cidade de pescadores no auge do inverno – pessoas repostando e compartilhando seu maior medo. Mas quando seus colegas de classe começam a aparecer mortos – morrendo da maneira que eles disseram que mais os assustava – Izzy soube que não era brincadeira.

Com cada morte chegando mais perto de casa, Izzy tenta parar o assassino. O amigo de sua irmã mais velha, Tristan, poderia ter algo a ver com as mortes? Ele passou para ela algumas sensações estranhas. Ou o que dizer de seu primo taciturno, Axel? Mas ele está nas aulas dela na escola. Ele não é um assassino… ele é? Izzie logo está em um caminho que a levará direto ao assassino… e seu próprio pior pesadelo.

Como vocês já sabem, essa resenha é em parceria com a Random House Internacional, de quem recebemos esse eARC (Advance reading copy: algo como “uma cópia de leitura avançada”, ou seja, o livro ainda pode sofrer alterações antes de ser publicado). Também lembrando que essa resenha terá um formato diferente: por ser um ARC, não haverão quotes, já como os livros podem sofrer mudanças em seu texto antes de serem comercializados. Gostaríamos de agradecer profundamente a Editora pela oportunidade de parceria.

Já falei em outras resenhas que eu prefiro muito mais escrever sobre livros que eu amei do que em livros que foram uma decepção, então vou logo começar tirando o incomodo do meu peito: sabe quando você escolhe assistir um filme de terror/suspense em uma sexta-feira à noite com sua melhor amiga (alô, Julia!) sem pensar muito sobre o enredo, embarcando na narrativa, aceitando as escolhas burras que a protagonista faz, se divertindo com as pistas que são esfregadas na cara da personagem com ela se recusando a aceitar e que tem um final acima da média? Então quando você desliga a TV, você fala que o filme foi legal sim e vida que segue porque você não vai pensar sobre ele e vai ter dificuldade de se lembrar da trama dali dois meses quando perguntarem o que você achou do filme? Pois é, é o que “The Fear” entrega: a trama legal de suspense/terror que você lê, se diverte e vida que segue.

Não há muito o que falar realmente além do que a sinopse traz: Izzy é uma boa garota na cidade de Rock Bay e que estuda o equivalente ao segundo grau no colégio Rock Bay High com sua melhor amiga Syd e sua prima Amiyah e que tem um crush no garoto popular do colégio, Justin, que também é o astro do time de hockey do colégio. Logo Izzy aponta que seu colega de classe chamado Axel é extremamente antissocial e vemos tudo pelos olhos da nossa protagonista no primeiro dia de aula do último ano naquela cidade gelada e pesqueira, compreendendo que o sonho da garota é fugir dali para fazer faculdade em um lugar quente, exatamente como sua irmã mais velha, Lia, fez.

A grande diferença é que o livro começa com o ponto de vista de alguém que se denomina “Fear” (o bom e velho “Medo”, na tradução). A pessoa em questão odeia todos na cidade porque passou por diversos traumas, tendo uma vida familiar horrível, tudo contando vagamente por este ponto de vista no começo da trama. Também entendemos que Fear criou um fake com uma garota bonita para compartilhar em uma rede social, adicionando um dos garotos populares – a questão é que este meme é uma foto do cais da cidade perguntando qual o pior jeito que a pessoa pode se imaginar morrendo e que depois deveria compartilhar com seus amigos. Claro que isto viraliza por algum motivo que eu não consigo entender (eu definitivamente sou menos macabra do que gosto de pensar, pelo visto) e Fear está feliz porque vai conseguir colocar seu plano em pratica, que é… matar todos do pior jeito que são capazes imaginar.

Corta pro ponto de vista de Izzy com todas informações que já falei e de cara você entende que Fear é realmente o grande personagem do livro, quem te atiça a curiosidade, e acho que se o livro tivesse mais pontos de vistas dele, o leitor conseguiria se apegar mais aos personagens. Voltando a trama, não demora para ter uma festa de volta as aulas e os assassinatos começarem a acontecer – sim, de cara temos 2. Izzy vê Axel na festa e acha bizarro, já como ele é tão antissocial assim a ponto de causar estranheza se vai em uma festa (e tem montes de rumores sobre ele) e o vê saindo da festa logo depois que uma garota que é a primeira vitima também vai embora. Izzy encontra o corpo e logo descobre que há outro corpo, e por ter visto Axel saindo da festa logo depois da garota, ela fala para os policiais sobre Axel.

Claro que o garoto não fica feliz porque a policia acredita que ele está envolvido com o assassinato e, no outro dia, na escola (porque as aulas continuaram também por algum outro motivo que não consigo racionalizar mas só embarquei), Izzy descobre que Axel está vivo. Se juntando ao rol de personagens que você deveria se importar está Tristan, o primo do protagonista (pausa: eu nem entendi o motivo desta informação está na sinopse já como é uma informação que é descoberta durante a trama, mas enfim, trabalhamos com o que temos, certo?) que também era amigo (ou não) de Lia e que Izzy começa a se sentir atraída no meio de assassinatos que parecem se aproximar cada vez mais e mais dela.

Confesso que houve uma morte aqui que eu não esperei, o que me faria temer pelos personagens, mas, sendo sincera, eu já falei o que eu achei desse livro no 1º paragrafo: você embarca na narrativa e a autora falhou miseravelmente em me fazer me importar com a Izzy. Eu fiquei muito mais investida na história e passado de Fear do que em todo resto. Enquanto as pistas vão sendo dadas aqui e ali, você cria a teoria e ouso dizer que você vai acertar quem é o assassino porque a trama não é lá a mais inteligente do mundo.

E ai a autora Natasha Preston (a qual eu já tinha lido resenhas ótimas de seus outros livros como “The Lake” e que infelizmente não foi publicado no Brasil) chega no capítulo final e quer dar uma de esperta, fazer uma pequena reviravolta na trama e eu confesso que gostei, mas não o suficiente para me fazer elevar tanto a nota do livro ou desejar entender mais sobre o que foi que aconteceu ali. Posso criar minhas teorias e seguir minha vida sem quebrar minha cabeça sobre qual é a resposta final sobre o determinado acontecimento do final ou o que vai acontecer com os personagens que sobreviveram. Acho que cansei de ver autores escreverem tramas medianas e tentarem dar um final apoteótico em suas tramas, mas foi o que eu achei que aconteceu e não consegui comprar totalmente.

No final das contas, o que eu quero apontar é que “The Fear” é um livro super rápido de se ler (menos de 300 páginas no meu eBook) porque a trama não para, mas não se aprofunda também apesar da escrita da autora ser muito boa e fluída. É o típico livro que te diverte, não muda sua vida e não te deixa nada aterrorizado como a sinopse promete – talvez só do desfecho, que termina sendo bom –, mas um fato é que sem o Medo (o personagem, não o sentimento) esse livro beiraria o insuportável (sim, eu fiz esse trocadilho). Vida que segue.

Thanks for the free book, Penguin Random House International.

Para comprar “The Fear” basta clicar no nome da livraria:

Amazon, edição brochura em inglês.
Amazon, eBook.


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