24.03

Virna: Vou começar com uma pergunta: você consegue separar o livro da adaptação? Você está com vontade de assistir uma série de romance e consegue assistir um filme ou série baseada naquele livro que você tem um apego forte e é fã e entender que é outro formato, que coisas precisam ser acrescidas, que as personalidades dos personagens podem mudar, que tramas paralelas inexistentes vão tomar tempo de tela e que, no final, você vai se divertir de ver aquela trama levemente familiar se transmutando para seres humanos? Se a resposta for SIM, a 2º temporada de “Bridgerton” é pra você! Com muito romance, desencontro, protagonista forte (e extremamente teimosa), momentos fofos, dinâmicas familiares perfeitinhas (quem tem irmão vai se ver várias vezes na tela) e ambientação não tão fiel mas que a gente adora, a série sensação da Netflix está de volta maior e mais intensa do que sua 1º temporada.

Para quem não está familiarizado, em sua 2º temporada, “Bridgerton” dá por encerrada com um final feliz a história da protagonista da temporada passada, Daphne, e coloca Anthony Bridgerton, o filho mais velho da família de 8 irmãos no centro, sendo baseado (vagamente) no livro “O Visconde que me amava”, de Julia Quinn (você pode ler a sinopse do livro clicando AQUI). Contando a história de como Kate Sharma volta para Londres com sua mãe, Lady Mary, e sua irmã mais nova, Edwina, depois de anos, vemos a mulher colidir com o cabeça-dura e mais velho dos Bridgertons. E aqui já quero deixar claro que, pra mim, de longe, o ponto alto dessa temporada foi a química entre os atores Simone Ashley e Jonathan Bailey, Kate e Anthony respectivamente. Existiram vários momentos que eu sequer me importei com o que acontecia ao redor de ambos na cena para só ficar observando as pequenas nuances nas trocas de olhares, na forma como um reage ao outro em cena – sério, fica difícil, muito difícil mesmo, não shippar Kate e Anthony por causa do casal, apesar do roteiro ter vários e vários tropeços na história dos dois. Há um ponto muito importante que quero assinalar logo: como vocês já sabem, a etnia de Kate foi alterada e na série ela é indiana, o que foi uma mudança incrível, trazendo riqueza ao roteiro e só tenho elogios para isso.

Virna: Mas esta 2º temporada sofre com o que (pelo menos pra mim) já ficou claro desde a 1º temporada: Há pouco material original para uma trama de 8 episódios. Os episódios deveriam ser menores em duração ou então mesclarem dois livros por temporada, assim os roteiristas não precisariam criar novos personagens e tantas tramas paralelas como já aconteceu na temporada passada e se repete com mais vigor ainda nessa. No livro, a trama de Kate e Anthony é um clássico enemies-to-lovers que cresce rapidamente, enquanto na série temos uma profusão de episódios que vão e voltam sem fazer o relacionamento de ambos sair do lugar. Como fã desse tipo de romance, eu não me importo de ver um filme de 2 horas, mas quando você tem 8 horas de idas e vindas entre duas pessoas, parece se tornar repetitivo e as desculpas para não juntá-los começam a serem bobas. Se o seriado se prendesse mais no material de origem e não precisasse criar tanto, teríamos algo mais fiel, mais enxuto e mais redondinho.

Ju: Como a Vi começou falando ali em cima, acho que o maior conselho que posso dar é que: se você quer verdadeiramente aproveitar a série, você tem que esquecer pontualmente tudo que acontece no livro 2 de “Os Bridgertons”. Só assim pra manter a mente aberta sobre o que é entregue durante toda a segunda temporada que, apesar de bem feita, peca muito no sentido de “adaptação” – entendam, vários elementos dos livro estão ali – mas de uma forma beeeeem diferente. Teve uma em especial que eu fiquei meio sem nem saber o que falar porque era algo que tinha no livro, mas não da forma que foi e não com quem foi e eu senti algo que só tinha sentido com uma outra adaptação. Eu já esperava mudanças, mas foram tantas coisas e tão bruscas que confesso que fiquei um pouco chocada, porque várias coisas que fizeram diferente, na minha opinião de fã do casal (Kathony é tipo meu OTP de Bridgertons e o que eu estava mais ansiosa pra ver nas telinhas), foram sem necessidade alguma. Dito isso, eu deixo claro aqui que não odiei tudo como pode parecer.

Ju: A série em si, como uma série independente, sem ser uma adaptação de uma história que já existe, entrega um romance de qualidade, exatamente como fez na primeira temporada. Mas, como a Vi também disse, o maior pecado de Bridgertons, desde a s1, é o excesso: muitas horas, muita coisa para ser colocada em tela de uma história que poderia muito bem ser contada em episódios mais curtos ou com menos episódios. Vários episódios se passavam sem que absolutamente nada de tão relevante acontecesse para a história, fazendo parecer arrastar e o que salvava era o fato de que Johnny e Simone entregaram tudo de si e faziam a gente até perder o rumo quando contracenavam juntos de tão bom que foi de ver.

Virna: Ainda preciso apontar a atuação de Nicola Coughlan (como a minha favorita Penelope Featherington) e Claudia Jessie (como Eloise Bridgerton, a qual prefiro no seriado a personagem dos livros), que roubaram diversas cenas: a trama das melhores amigas que guardam segredos uma da outra está crescendo e levando quem assiste a temer pelo que pode acontecer: tanto com cada uma individualmente, quanto com aquele relacionamento tão bem construído, e confesso que quero muito a 3º temporada logo para saber o que vem pela frente para as personagens.

Ju: Meus personagens “secundários” favoritos nessa segunda temporada foram também a Penelope e a Eloise, mas não posso deixar de falar sobre a mãe de Pen. Não vou dar detalhes pra não entregar nada da trama, mas eu reclamei em um momento enquanto assistia: eu falei no chat pra Virna que não entendia porque bulhufas estavam dando foco para aquilo que acontecia ali, apenas pra no final dar gostosas gargalhadas com o rumo que tomou e que eu adorei demais.

Virna: Como já falei acima, essa 2º temporada me perdeu um pouco pela sensação da trama dos personagens principais não sair do lugar, mas o último episódio (que leva o nome do livro!) foi um espetáculo a parte: a trama se encerrou com emoção, teve reviravolta, teve um certo personagem que eu jurava que ia cair no golpe (que tava ali e ele cair porque queria) e não precisou ser salvo, teve até cena que me deixou emotiva – e as duas melhores cenas de toda temporada também estão nesse episódio, as quais não falarei por motivos óbvios de spoilers.

Ju: Eu concordo 100% com a Vi sobre a trama ter se arrastado demais, terem tido coisas que não faziam o menor sentido e por isso a sensação que eu tive no final também não foi tão satisfatória assim. Não porque eu tenha odiado, já deixei claro que não, mas porque eu senti que a parte final – que pra mim seria mais importante como Kathony shipper, foi tão apressado que eu me senti meio que… passada pra trás – só que isso, veja bem, é algo particular meu, como fã do casal principal, porque a gente sempre quer mais daquilo que a gente ama, é um fato.

E, ah, não posso deixar de mencionar que a trilha sonora da série é um espetáculo a parte. Meu voto pra música favorita da trilha sonora foi “Signs of time” do Harry Styles em formato instrumental. Ficou simplesmente MARAVILHOSA.

Virna: Para os que não sabem, vocês não precisam se preocupar que “Bridgerton” já está renovada até sua 4º temporada, o que significa que nos próximos anos teremos a trama de Benedict Bridgerton (Luke Thompson) e na sequência teremos Colin Bridgerton (Luke Newton) como protagonista – ou não, já como aparentemente Shonda Rhimes, a produtora da série, falou que as temporadas não necessariamente seguirão a ordem dos livros (leia em inglês clicando AQUI). Agora é só maratonar os 8 episódios de uma vez e esperar meses pela próxima temporada, perguntando todos os dias em redes sociais quando a Netflix a lançará.

A 2º temporada de “Bridgerton” ficará disponivel na Netflix na madrugada do dia 25 de março, às 5 horas da manhã.

Aqui você pode ver o trailer da segunda temporada:

Agradecemos imensamente a Netflix por ter liberado a prévia do seriado.

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