16.04

“A Revolução dos Bichos”
George Orwell
Narração: Fabio Porchat, Priscila Scholz e Flávio Costa
Duração: 03h16m21s
Tamanho: 45.92 MB
Selo Editorial: Tocalivros Clássicos
Produção: Tocalivros Studios
Editora: Tocalivros Clássicos
Material de Apoio: Não
Data de Lançamento: 23/04/2016
Disponível: Compra, Clube do Audiolivro, Assinatura Ilimitada e Gratuito

Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século XX, A Fazenda dos Animais (título antes traduzido como “A Revolução dos Bichos”) é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.

Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos – expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História – mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A Fazenda dos Animais a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política. É irônico que o escritor, para fazer esse retrato cruel da humanidade, tenha recorrido aos animais como personagens. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens. Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A Fazenda dos Animais combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.

Nossa parceria com a Tocalivros continua a todo vapor e aqui estamos novamente trazendo mais uma resenha de audiolivro para vocês, mas antes, vou lembrar os planos da Tocalivros para quem não se lembra ou está lendo uma resenha de um audiolivro deles pela primeira vez: Há um plano de assinatura por R$ 19,90 e você pode ouvir qualquer livro de todo acervo de audiolivros da plataforma – e são mais de 4 mil títulos. Mas sabe o melhor? Você pode testar completamente grátis por 15 dias criando sua conta clicando AQUI e preenchendo o formulário. E ah, você pode ouvir offline, ou seja, sem gastar seus dados se estiver no 3G, algo que também é ótimo. A plataforma é simples, intuitiva e muito, muito fácil: não tive qualquer problema em acessar o site, criar minha conta e acessar o audiolivro de minha escolha. Depois disso, baixei o aplicativo no meu celular e tudo continuou bastante simples. O livro ficou na minha biblioteca e o player é muito simples, além de colocar a disposição outras velocidades: a velocidade normal (1x) até 3x. No navegador em seu notebook, o player aparece do lado esquerdo, enquanto que no celular, é centralizado. Você ainda pode retroceder com facilidade 30 segundos, bem simples mesmo, com um toque em um botão. E ah, se você escuta no navegador e depois volta para o celular ou o inverso, o audiolivro para exatamente aonde você o deixou, o que é ótimo e muito prático.

Sou suspeita para falar desse livro e vocês bem sabem (já resenhei a versão “A Fazenda dos Animais” com todos extras aqui pro site) e agora estou aqui com uma versão deliciosa em audiolivro. Alguns de vocês podem se perguntar se não é ruim ler/ouvir tantas vezes uma mesma história e eu digo bem simples que não, não é: “A Revolução dos Bichos” é aquele tipo de livro que a cada nova leitura, mais nuances de uma história já consagrada você tira.

O livro é realmente o que a sinopse deixa claro: uma fazenda na qual os animais se cansam da tirania do seu dono e promovem uma “revolução”. Parece algo absurdo, mas acreditem, a analogia que vai sendo formada não poderia ser mais perfeita: é uma fábula que coloca os animais como iguais dos humanos, em seu melhor e pior, nos fazendo lembrar que nós, humanos, somos tão animais quanto os que tratando como posses. A diferença real é que aqui podemos entender exatamente em que pontos nos tornamos exatamente iguais, com os mesmos sentimentos.

A premissa sobre qual ponto somos humanos, em qual ponto deixamos de ser “somente” animais e nos tornamos os seres pensantes, com sentimentos que (pretendíamos) ser, tendo uma vida igual entre nós mesmos. Fica difícil falar sobre algo que entendemos tão bem nesses tempos e em como as camadas da sociedade tentam sempre se perpetuar nos mesmos lugares. É uma crítica ao sistema de revolução que já aconteceu, mas também é uma critica que é completamente aplicável nos tempos atuais: quem está no poder deseja se perpetuar lá, mesmo que isso signifique escravizar os de classe mais baixas. Esse é o grande problema da humanidade e, infelizmente, ao que tudo indica, e assim continuará até tentarmos ser melhores.

Bichos da Inglaterra, bichos da Irlanda
De todos os climas e terras
Escutem as boas novas
Das vindas futuras eras.

Além disso, temos a narração de Fábio Porchat, com Priscila Scholz fazendo as vozes femininas e Flávio Costa as masculinas. Claro que os dois usam de determinados recursos para modificarem as vozes para cada personagem e ainda “aproximar” os sons do que conhecemos ser característico de cada animal. A narração fez o livro ficar mais ainda mais dinâmico – o livro é curto e o audiolivro tem apenas 3 horas! –, fazendo você sentir que nem deveria terminar ainda porque você ainda queria que estivesse começando.

A novidade aqui para mim foi mesmo a tradução, que é uma nova, contando com a tradução e adaptação de alguns nomes que eu já conhecia por outros, e, para os que não sabem, há canções na narrativa: quando a Fazenda Solar deixa de existir e passa a ser a Fazenda dos animais, eles tem regras e uma canção. Aqui, como vocês podem imaginar, a canção é realmente cantada: foi minha primeira experiência ouvindo essa canção agora com melodia, e isso só acrescentou a minha experiência.

Ouvi esse audiolivro em primeira mão em uma oportunidade única pela Tocalivros e só posso agradecer pela experiência. Se você ainda não conhece essa história, sua hora está realmente chegando: este audiolivro estará gratuito a partir do dia 23 de abril, o dia do livro, sendo permitido para todos o ouvirem – e, mais uma vez, com força: de graça. Se você ainda não conhece a obra ou a Tocalivros, a sua hora chegou e justo com um clássico desses! Fiquem ligados por aqui e em nossas redes sociais que iremos divulgar como ouvir quando o link for liberado, mas tenham certeza absoluta: você não pode perder de ouvir esta obra.

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