Sinopse: Desi nunca se deu bem no amor ― até decidir transformar a própria vida em uma novela coreana.
Desi Lee acredita que tudo é possível, basta ter um plano. Foi assim, com método e disciplina, que se tornou a aluna mais brilhante do colégio e uma atleta talentosa. É apenas no amor que Desi nunca se dá bem, colecionando uma sucessão de desastres quando se trata de garotos.
Depois de protagonizar mais um desastre na frente de Luca, um jovem recém-chegado à cidade que logo atrai seu interesse, a garota passa um fim de semana assistindo a k-dramas, certa de que os finais felizes só existem nas novelas coreanas que seu pai tanto ama. É aí que ela se dá conta de que naquelas histórias também existe uma fórmula, um passo a passo que ela poderia seguir ― e conquistar Luca.
Em pouco tempo, sua vida se transforma em um enredo digno de um dorama. Mas ao contrário do que acontece na TV, isso pode não ser o suficiente para ela alcançar seu final feliz…
A primeira coisa que nós sabemos de cara sobre Desi, a protagonista de “Isso que a gente chama de amor” é que ela acredita que é capaz de qualquer coisa se ela colocar concentração e esforço de verdade nas coisas. Isso porque quando era uma criança, ela ouviu uma história sobre uma pessoa que desenvolveu uma visão de raio x acreditando nisso. Então ela passou um dia inteirinho sentada, encarando sua lapiseira, numa tentativa de fazer ela se mover apenas com a força do pensamento – e ela acredita fielmente que sim, ela conseguiu fazer aquela lapiseira se mover um centímetro apenas.
Então não é surpresa quando, após um primeiro momento embaraçoso com Luca, o aluno novo do colégio, Desi decida que não quer que ele seja mais um de seus “crails” que é o jeito amigável que seus amigos chamam os momentos que ela tem com garotos por quem se interessa (uma mistura de crush+fail) e resolve que, como um teste escolar, ela conseguiria conquistar Luca se ela seguisse passo-a-passo o enredo de um k-drama e tudo que leva ao grande e esperado final feliz.
“Eu acreditava, e ainda acredito, que é possível construir nossos sonhos tijolo a tijolo. Que se pode conseguir qualquer coisa com persistência. Inclusive se apaixonar.”
Acho que é muito importante deixar claro aqui, nesse ponto, antes de continuar a resenha, que eu nunca tive um encontro assim com k-drama. Meu irmão assiste e já me mostrou algumas coisas sobre, mas eu nunca realmente sentei e assisti algo, então não posso garantir com 100% de certeza a fidelidade que é levada sobre essa lista que Desi cria (apesar de que, já como a autora indica inúmeros k-dramas no final do livro, eu imagino que seja sim), mas também parece ser bem o enredo central clichê de várias comédias românticas que já assisti – assim como algumas novelas mexicanas também.
Quando Desi decide colocar o plano em prática, você imagina que em algum ponto isso vai acabar explodindo de uma maneira ou de outra, mas tal qual um acidente, você não consegue simplesmente deixar de olhar e querer ler e saber mais, porque quer saber onde aquilo tudo irá chegar, como aquilo tudo irá se desenrolar para ter o final desejado pela garota.
“É uma sensação estranha quando seu futuro inteiro é apagado em segundos. Lembra o espaço — um monte de nada. Depois da negação e da vontade de contra-atacar, não há nada. Porque, ao fim de tudo, há um buraco negro no lugar do seu futuro.”
Eu gostei bastante de Desi. Acho essa uma característica muito boa em personagens principais: não ficar ali, olhando tudo acontecendo e esperando que tudo dê certo (ou não), mas sim correr atrás daquilo que quer e o que Desi quer é Luca e ela não mede esforços (acreditem em mim, não mede mesmo) para ter o que quer. Ao mesmo passo disso, ela não é só uma “boba romântica” que faz tudo isso por amor. Ela também é uma filha e uma amiga dedicada, ela é boa em tudo que faz, ao ponto de outros personagens terem uma certa birra dela – mas falo mais sobre isso abaixo.
Além de Desi, somos apresentados, obviamente, a Luca, o nosso mocinho. Ele é um tanto… complexo. Eu não posso dizer que não gostei de Luca, mas tem certas pontas no jeito dele que me deixou um tanto incomodada (principalmente no relacionamento dele com a própria família), mas nada que me fez desgostar dele ou não torcer para que ele e Desi dessem certo.
“— Coisas inesperadas acontecem — eu havia dito ao microfone. — Mas é como reagimos a elas, como aprendemos com elas e como nos fazem evoluir, que faz de nós quem realmente somos.”
Agora, um dos meus personagens favoritos é certamente o pai de Desi. Ele é MARAVILHOSO. Eu adorei tudinho sobre ele, desde a forma como ele age com ela, os conselhos que dá. Eu realmente me apaixonei pelo pai dela perdidamente.
Somos apresentados também a Fiona e Wes, os melhores amigos de Desi, e eu confesso que no início fiquei com uma certa dúvida de para qual lado do clichê essa história nos levaria, visto que tem muitas histórias por aí em que a menina depois descobre ser apaixonada pelo melhor amigo (principalmente depois de um fake date) mas isso é algo para vocês descobrirem lendo o livro!
Junto com essas pessoas também temos Violet, que é justamente quem eu mencionei acima que não gosta muito de Desi – a qual Desi decide que pode acabar sendo sua antagonista em algum momento, mas depois que você descobre porque ela tem esse “desgostar” pela personagem principal, é fácil de entender os motivos dela, as razões que levam ela a pensar assim.
“Você não controla quem ama, Desi, mas pode controlar o quanto luta pela pessoa.”
Falando sobre o plot num geral, eu gostei bastante – só uma pequena coisa me incomodando que tem a ver com o sonho de Desi de uma vida inteira, mas realmente é uma particularidade minha. Não é nada que REVOLTE ou queira jogar o livro longe, foi apenas eu que me incomodei com aquilo – mas não me fez odiar o livro de modo algum.
É realmente o tipo de livro que é bom de ler para se passar o tempo, sem nenhuma pretensão de ser uma história complicada e nem nada. É um romance fofinho, cheio dos mais variados clichês e repleto de humor também, que faz a gente ficar apenas com o coração quentinho e querendo mais. Se você está querendo algo para te alegrar ou te distrair, vai com fé que esse livro vai fazer o serviço facilmente.
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