04.12

Sinopse: Simon Snow é o Escolhido. Segundo as lendas, ele é o feiticeiro que garantirá a paz no Mundo dos Magos. Isso seria extraordinário se Simon não fosse desastrado, esquecido e um feiticeiro pouco habilidoso, incapaz de controlar seus poderes. Ele está no penúltimo ano da Escola de Magia de Watford, e, ao lado de sua melhor amiga Penelope e sua namorada Agatha, já se meteu nas mais variadas aventuras e confusões ― algumas causadas por Baz, seu arqui-inimigo e colega de quarto, outras pelo Oco, um ser maligno que há tempos tenta acabar com Simon.

Quando chega o novo ano letivo e Baz não aparece na escola, Simon suspeita que o garoto esteja tramando alguma coisa contra ele. As coisas começam a tomar um rumo ainda mais estranho quando o espírito da mãe de Baz, antiga diretora de Watford, aparece para Simon afirmando que quem a matou continua à solta. Quando Baz finalmente chega a Watford sob circunstâncias misteriosas, Simon não vê alternativa a não ser ajudá-lo a vingar a morte da mãe ― o que pode ser o primeiro passo para que verdades avassaladoras sobre o Mundo dos Magos sejam reveladas. E para que tudo mude entre os dois garotos.

Quem aqui já leu “Fangirl” (outro livro da Rainbow Rowell que foi lançado alguns anos atrás aqui no Brasil por outra editora e agora está sendo relançado pela Editora Seguinte) certamente já ouviu falar de Simon Snow. Isso porque ele é o personagem principal de uma saga de livros que a personagem principal de Fangirl é apaixonada e ela escreve fanfics sobre ele. Até aí, tudo normal. Porém, quando terminou esse livro, a autora Rainbow disse que não estava terminada ainda com o mundo de Simon Snow e por isso resolveu escrever a história dele.

Conversando com a Virna, a gente não tinha ideia de como esse livro era: era o livro mesmo, aqueles os quais a Cath amava? Era a fanfic de Cath? A melhor explicação que eu pude chegar a isso é: Sempre em Frente é a fanfic da Rainbow, sobre a fanfic de Cath, sobre um livro e personagens que não existem na verdade. Parece confuso, né? Eu sei, mas vem comigo porque toda essa jornada vale a pena.

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Minha mãe disse que ninguém sabe de onde você realmente veio. E que pode ser perigoso.
Por que não deu ouvidos a ela? — perguntei.
Porque ninguém sabe de onde você veio, Simon! E você pode ser perigoso!
Você não tem o menor instinto de sobrevivência.

Quando “Sempre em Frente” começa nós já entramos na vida de Simon Snow quando ele está no último ano estudando na Escola de Magia Watford, já tem amizades estabelecidas, já tem um namoro rolando e principalmente uma guerra infinita com o outro protagonista dessa história: Baz. Eles dois se odeiam. Porém, quando o ano começa e Baz não volta para Watford, Simon é justamente a pessoa que mais se preocupa com isso: acostumado a dividir o quarto com o outro, resta a Simon aquela sensação inquietante de que, se Baz, que tenta matar ele a cada oportunidade que tem, sumiu é porque algo não está certo com ele – ou isso tudo não passa de um grande plano para eliminar ele.

Simon ama muito Watford e isso fica bem claro em várias passagens do livro. Sendo um garoto órfão, quando ele não está ali, ele é mandado para várias instituições diferentes e é por isso que tem tanto apreço pelo lugar: é onde ele pode ter liberdade de ser quem ele é, é onde ele consegue se alimentar bem e tem um bom lugar para descansar – isso é, quando não está lutando contra todo o tipo de monstros que “o Oco” envia para atacar ele.

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“O poder de Simon às vezes seduz outros feiticeiros; eles conseguem senti-lo e querem ficar por perto. Mas qualquer pessoa que fique realmente perto de Simon supera essa sedução inicial.”

Quando tinha 11 anos, Simon foi encontrado pelo Mago, que é o diretor da Escola e foi colocado como herdeiro dele, porque existe toda uma profecia e que todos acreditam que é ele quem veio para salvar o mundo dos feiticeiros do Oco, que nada mais é do que uma força sinistra que se alimenta de magia e está abrindo buracos em todo o planeta onde nenhum tipo de magia funciona mais.

No meio de toda essa tensão de uma guerra iminente com o Oco, também temos as famílias de feiticeiros mais tradicionais, que acham que o Mago governa de um modo errado e que eles deviam estar no controle de tudo (uma dessas famílias sendo a do próprio Baz, o que faz eles acreditarem que tem que ser inimigos jurados e que um causará o fim do outro) e restringir mais o acesso da Escola a pessoas com uma magia forte e não “qualquer um”.

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“Quando senti que estava indo longe demais, me agarrei à única coisa de que sempre tive certeza:
Olhos azuis.
Cachos acobreados.
O fato de que Simon Snow é o feiticeiro mais poderoso do mundo. De que nada pode machucá-lo, nem mesmo eu.
De que Simon Snow está vivo.”

Junto com tudo isso, é claro, sempre podemos contar com a angústia adolescente e todos os dramas envolvendo relacionamentos e amores e desamores.

Simon é um ótimo personagem. Ele é o típico herói “Escolhido” mesmo que já estamos acostumados a ver por aí, mas ao mesmo tempo nem tanto porque, estando no último ano escolar como está, a gente espera que ele seja alguém mais diferente (todos que acompanharam tipo Harry Potter ou Percy Jackson, conforme os anos vão passando, eles vão ficando mais confiantes dos próprios poderes), Simon não tem o menor pingo de confiança pelo simples fato de que o poder dele é algo que ele não consegue ter o menor controle. Ele se dá mal nos feitiços mais simples, apesar de ter um poder incalculável dentro dele – e isso é algo que todos mencionam muito, que ele é absurdamente poderoso e isso acaba atraindo as pessoas a ele, toda a magia que ele tem em torno dele, e ele é uma bomba relógio.

Como não tem um controle certo, ele sempre acaba explodindo e causando as coisas mais inapropriadas possíveis, então ele passa boa parte do tempo tentando controlar e evitar que essas explosões ocorram – e então tem Baz, que quer justamente causar isso no outro: a explosão.

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“Nunca sei quando Baz está tirando sarro de mim. Ele tem uma língua ferina. O sorriso parece de escárnio no rosto mesmo quando está feliz de verdade. Na real, nunca sei quando ele está feliz de verdade. É como se Baz se alternasse entre duas emoções: irritação e deleite cruel.
(Conspiração conta como emoção? Se contar, são três.)
(Nojo, também. Quatro.)”

Baz, assim como Simon, é o típico menino bad boy, mas que ao mesmo tempo não é tanto também. Ele tem toda essa aura em torno dele de quem é esnobe e ele adora provocar Simon no último, mas no final das contas ele não é nada do que as pessoas esperam sobre ele (mas principalmente não é nada do que Simon espera sobre ele).

Ele não é apenas um feiticeiro como também é um vampiro, algo que os outros feiticeiros condenariam se soubessem com a mais absoluta certeza (porque eles tentam esconder isso muito bem) e que Simon tenta provar a todo custo que ele é, querendo causar a expulsão dele assim, já como as famílias antigas querem ser tão conservadoras em tudo envolvendo a Escola.

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“Por um momento — nem um momento, por uma fração de segundo —, eu o imagino dizendo:
A verdade é que estou louco por você. Então me imagino cuspindo em seu rosto. E então me imagino lambendo o cuspe da bochecha dele e o beijando. (Porque sou esquisito. Pode perguntar por aí.)”

Além deles dois, o livro ainda tem mais pontos de vista: Nós temos o ponto de vista de Penny, a melhor amiga do Simon e uma das personagens que eu mais amei no livro. Ela é maravilhosa e inteligente e é uma das pessoas que mais se preocupa com Simon e que tem medo do que pode acontecer com ele. Ela não foge de toda a política envolvendo tudo, assim como não foge da guerra que todos sabem que está por vir – pelo contrário, ela quer é ir para essa guerra logo, para que acabem com o Oco de uma vez e ela tenha certeza que Simon está protegido.

E nós também temos o ponto de vista de Agatha, a namorada de Simon. Diferentemente de Penny, Agatha só quer viver a vida dela e finge não notar todas as coisas erradas que estão acontecendo porque ela não sente nem vontade de estar ali no meio da magia toda. Eu confesso que, apesar de entender porque ela prefere se manter longe disso tudo, ela foi a personagem que eu menos gostei durante o livro, mas isso é um ponto de vista meu, obviamente.

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“Só não é possível não acreditar, ou só comemorar a Páscoa e o Natal. A vida inteira tem que girar em torno disso. Quem nasce com magia está preso a ela, e preso a outros feiticeiros, e preso a guerras infinitas que ninguém nem sabe quando começaram.”

Outros pontos de vista importantes que temos no livro são o do Mago e de Lucy, mas não posso falar muito sobre isso aqui para não entrar na parte de spoilers e acabar falando mais do que devo.

Eu adorei a forma como Rainbow construiu esse mundo de Simon Snow: ele é cheio de clichês, mas ao mesmo tempo tem coisas que fogem completamente a isso e acho que essa sim é a melhor sacada de todo livro. Tem coisas que estão absolutamente na cara que vão seguir tal caminho, mas ao mesmo tempo é de uma forma renovada e diferente e que te faz gostar e querer saber mais e mais sobre o que está vindo por aí.

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“— Não mate o Baz hoje.
Não vou matar.
Mas provavelmente vou ter que matar um dia, e nós dois sabemos disso.”

Esse livro é repleto da mais absoluta variedade de coisas da mitologia: temos feiticeiros, fantasmas, vampiros e outros seres que são misturas de seres mitológicos com nomes completamente novos e isso tudo é bem maravilhoso de se descobrir.

Eu disse que o livro é uma fanfic da Rainbow sobre a fanfic da Cath sobre livros que não existem porque você não sente falta de nada anterior a isso. Digo, geralmente quando você pega uma saga de livros tão adiantada (porque nos livros do Simon Snow, ele teria começado aos 11 anos, certo?), você já estaria perdido no meio das conversas, mas ali não. É tudo muito bem explicado e especificado e você não sente que tem nada faltando. Até mesmo coisas dos passados dos personagens (como as várias tentativas de Baz de matar Simon) são mencionadas e explicadas, ainda que brevemente, então não fica aquele vazio que você esperaria de começar uma saga no meio de uma história.

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“— Basil. Você está saindo com algum cara?
Ele sorri, e é a cara da encrenca. Devíamos tê-lo jogando no Tâmisa, dentro de um saco com pedras. Devíamos tê-lo entregue às fadas.
Mais ou menos.

Eu confesso que com a conclusão que o livro teve eu estou curiosa para saber o que exatamente acontecerá na continuação, como a história vai andar a partir dali e o que virá para desafiar o nosso protagonista.

O que eu posso dizer, por fim, é: eu demorei tempo demais para dar uma chance para Simon Snow e estou arrependida do tempo que perdi em estar amando ele. Eu adorei cada segundo que passei lendo esse livro, adorei cada segundo na mente de Simon e na mente de Baz e estou tão apaixonada por eles que mal posso esperar para começar o 2 de uma vez e, bem, seguir sempre em frente.

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Travessa.

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