13.11

Oi amigos,

Hoje vamos conversar sobre uma novidade da Netflix: Emily In Paris. Eu acompanho a Lily Collins desde a época do filme de CoB nas redes sociais e já tinha visto algumas postagens dela sobre Emily In Paris. Ela é, além de atriz principal, uma das produtoras da série.

A primeira temporada de Emily In Paris chegou a Netflix agora em Outubro e tem dez episódios de aproximadamente 30 minutos cada. Para quem gosta de saber isso antes de começar, a série também já foi confirmada para uma segunda temporada!

A sinopse é a seguinte:
Emily Cooper (Lily Collins) é uma jovem executiva de marketing que se muda de Chicago para Paris, após receber uma proposta de trabalho inesperada. Ela agora tem a chance de realizar todos os seus sonhos, mas se depara com muitos desafios pelo caminho – desde o fato de não saber falar francês até a dificuldade em fazer amigos, passando por aventuras amorosas dignas de um filme. Emily vai precisar, então, achar o equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal para aproveitar ao máximo seu tempo na Cidade Luz.

Então, vamos lá. A série tem um ar romântico e super jovem. A chegada de Emily em Paris já é bem conturbada. Ela se muda para lá, deixando o namorado em Chicago com a promessa de que eles se veriam sempre que possível. Emily começa a trabalhar em uma firma de marketing francesa que foi comprada pela empresa de marketing onde ela trabalhava, em Chicago. Seu objetivo lá é trazer uma perspectiva mais americana para o escritório.
Quando chega em Paris, Emily não tem nenhum amigo. As pessoas da firma, principalmente sua chefe, Sylvie, são super grossas e frias com ela. Eventualmente ela conhece uma moça chinesa, chamada Mindy, que veio da China para tentar escapar da vida que os pais haviam planejado para ela.
O vizinho de baixo de onde Emily mora, o chef Gabriel, é outro amigo de Emily em Paris. Ela rapidamente se encanta com o jeito do chef, e acaba descobrindo que ele tem namorada, a jovem Camille, que também se torna amiga de Emily.
Dividindo sua vida entre seu emprego, os romances que vive, suas amizades e o estilo de vida Parisiense, Emily tenta encontrar sua voz na primeira temporada da série.

Vamos falar sobre primeiras impressões: eu gosto da Lily, acho ela uma ótima atriz, gostei muito do “ar” de Emily In Paris, que tem uma vibe mais jovial, fala de comida, cultura, moda e romance, mas tudo isso de uma maneira realmente superficial sem de fato se aprofundar em nenhum aspecto. Gostei de vários personagens da série, como a Mindy e a Camille, por exemplo. De outros, nem tanto.

Posso dizer que Emily In Paris é uma série claramente feita para trazer à tona o lado glamouroso de viver em Paris, e de ser uma jovem com liberdade para fazer o que quiser (e isso a série faz bem), e ter um ar super descontraído, leve e divertido. É um bom passatempo para dar risadas e assistir com as amigas em uma noite do pijama, e por isso eu gostei bastante da série.

Vou deixar aqui o trailer para vocês assistirem:

Mas se você tiver um olhar mais analítico, vai notar problemas em Emily In Paris que podem e alguns até DEVEM, ser preocupantes.

A partir daqui, a resenha contém SPOILERS, ou seja: se você não viu e não quer saber de alguns acontecimentos da série, NÃO continue lendo.

Dito isso, vamos lá, vou citar em tópicos para ficar mais fácil de fazer essa análise:

1) O primeiro e que mais me incomodou: Emily se envolve com o chef Gabriel, beija o cara, e depois descobre que ele tem namorada. Ela fica SUPER amiga da namorada dele. E, ao invés de jogar limpo com a menina, continua flertando com o cara, saindo como companhia para o casal, indo viajar para a CASA da menina como se fossem bffs e, ainda por cima, sentada no colo do cara durante a viagem inteira. Como se isso não bastasse, ela fica com o cara mais uma vez, e no segundo em que ele termina com a namorada, ela vai de “estou aqui se você precisar” direto para a cama do boy sem nem pensar duas vezes na MELHOR amiga que provavelmente estava triste e magoada, chorando em casa vendo os vídeos com o boy no celular. Aloooou? Cadê o código das manas? Cadê o coleguismo? Cadê o senso de: vou falar pra minha amiga o que aconteceu antes de saber que o boy era namorado dela, ou, NAO VOU PEGAR O BOY DEPOIS DE DESCOBRIR QUE ELE É NAMORADO DA MINHA AMIGA. Gente, isso é praticamente um mandamento da amizade, né? Se eles quisessem realmente ficar juntos, que ele tivesse terminado com a namorada ao invés de ficar cozinhando as duas, né? O que só prova que o tal do Gabriel também não vale nada. Esse romance não me comprou. Não gostei, não shipei, não apoiei, detestei. Me deu asco. Totalmente sem noção. E, conversando com a Mari aqui do Idris ela fez uma observação bem legal: ela disse que achou super ruim essa situação entre o boy e a Emily mas que teria sido até tolerável se eles estivessem realmente se gostando ou se a série pelo menos desse essa impressão. Mas não, gente, na série parece mais uma questão de luxúria mesmo, o que torna toda a situação ainda mais fútil e imperdoável. Gabriel, querido, devia ter ido para a Normandia, e Emily, meu bem, com amigas como você, inimigas pra quê, não é mesmo?

2) Apesar da vasta diversidade de cultura que existe em Paris, onde várias nacionalidades e raças se encontram, essa representatividade não existe de fato na série. Tirando uma amiga chinesa de Emily e um colega de trabalho, a série não se importou nem um pouco em retratar a diversidade de raças. O povo preto em Paris é uma grande parte da população que não ficou bem representada somente com um personagem que nem aparece tanto assim. Se você prestar atenção, quase todos os namorados da Emily são o estereótipo de homem branco com os olhos claros. Isso me incomodou bastante. Mesmo que Emily In Paris seja uma série “superficial”, feita para um público jovem e com o foco em outro assunto, acredito que seria de extrema importância retratar e incluir as diferentes culturas do país. Os produtores perderam uma oportunidade legal de incluir um personagem preto com um papel importante.

3) A terceira coisa que mais me incomodou foi que a representatividade LGBT+ na série é INEXISTENTE. Isso me chamou muito a atenção. Hoje em dia é difícil vermos alguma série ou até mesmo filme que não tenha um personagem LGBT e Emily In Paris não tem. Então assim, o público preto assiste, o público LGBT assiste. Ambos gostam, mas ninguém se sente representado. Isso é bem chato, não é mesmo?

Houveram outras coisas na série que me incomodaram, como o fato de Emily ser praticamente uma estagiária de Marketing mas ser capaz de comprar na Chanel e outras marcas que ainda são caríssimas mesmo na França.
O que quero dizer com todos esses apontamentos é que, enquanto Emily In Paris é uma série muito divertida e uma forma legal de passar o tempo, ela não representa a realidade. Nem a nossa, nem a francesa. Nem a de ninguém. E reforça ainda mais estereótipos de padrões de vida e beleza inatingíveis. Se isso não te incomoda, deveria.

Mas, no geral, é aquilo que eu disse, tirando tudo isso eu gostei bastante e a série foi feita para ser um passatempo leve e descontraído, bem easy going mesmo. E essa promessa Emily In Paris cumpre bem. Eu só gostaria de ver mais personagens com quem poderíamos nos identificar ao invés de assistir e pensar: nunca vou ser assim.

Então se você procura uma série legal, para te distrair e dar algumas risadas, Emily In Paris é, sim, uma boa pedida. Mas lembre-se de continuar questionando e não atenha-se aos padrões de beleza e vida que a série estabelece, nós temos que separar real do estereótipo inatingível.

Se você já assistiu, conta pra gente o que achou, e se não assistiu ainda, corre lá e depois vem comentar!

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