05.06


“Codinome Villanelle” (Killing Eve #1)
Luke Jennings
Suma – 2020 – 239 páginas

O surpreendente thriller que deu origem à série de sucesso Killing Eve, um drama de espionagem diferente de tudo o que você já viu.

Villanelle (um codinome, é claro) é uma das assassinas mais habilidosas do mundo. Uma psicopata hedonista, que ama sua vida de luxo acima de quase qualquer coisa… menos a emoção da caçada. Especializada em matar as pessoas mais ricas e poderosas do mundo, Villanelle é encarregada de aniquilar um influente político russo, e acaba com uma inimiga determinada em seu encalço.

Eve Polastri é uma ex-funcionária do serviço secreto inglês, agora contratada pela agência de segurança nacional para uma tarefa peculiar: identificar e capturar a assassina responsável e aqueles que a contrataram. Apesar de levar uma vida tranquila e comum, Eve possui uma inteligência rápida e aguçada – e aceita a missão.

Assim começa uma perseguição através do globo, cruzando com governos corruptos e poderosas organizações criminosas, para culminar em um confronto do qual nenhuma das duas poderá sair ilesa. Codinome Villanelle é um thriller veloz, sensual e emocionante, que traz uma nova voz à ficção internacional.

A primeira vez que eu vi o trailer do seriado “Killing Eve”, eu soube que queria ver. Mas sou cria da Netflix e gosto de maratonar séries, então esperei terminar a 1º temporada para assistir – e acabei me enrolando na vida, não assistindo e juntando com a 2º temporada. Agora a série já está em sua 3º temporada, mas sempre continuei me prometendo assistir porque gosto desse tipo de trama. Quando a Suma anunciou a publicação do livro, foi mais do que certeza pra mim que eu iria lê-lo, e aproveitaria para fazer antes de ver assim. E assim foi.

A série de BBC já se tornou um clássico e hit internacional, rendendo prêmios tanto para Sandra Oh (maravilhosa de minha vida), que interpreta Eve Polastri, e Jodie Comer que interpreta Villanelle. Claro que você já deve ter visto por ai alguma coisa sobre a série, e, apesar de estar na minha lista há anos, eu ainda não posso falar muito sobre a série de TV porque ainda não a assisti (mas já sei que há grandes mudanças por trailers que vi, só que né, nenhuma novidade em adaptações mudando o material original, não é mesmo?).

Faz três anos desde que conheceu o homem que mandou a mensagem. O homem que, até hoje, ela só conhece como Konstantin. As circunstâncias dela, na época, eram muito diferentes. Chamava-se Oxana Vorontsova e estava oficialmente matriculada na Universidade de Perm, no interior da Rússia, como estudante de francês e linguística. Suas provas finais aconteceriam dali a seis meses. Mas era improvável que ela pudesse comparecer para prestar os exames na universidade, já que estava detida em outro lugar desde o outono anterior — especificamente no centro de detenção para mulheres em Dobryanka, nos Urais. Acusada de assassinato.

Mas vamos focar no livro que é sobre o que esta resenha é realmente: Com a pandemia, a Editora Companhia das Letras (que é o selo principal da casa da Suma) passou a publicar primeiro alguns de seus novos títulos em seu formato digital para depois vir a versão física, o que aconteceu com “Codinome Villanelle” (e eu falei sobre isso na coluna de lançamentos literários do mês de maio – clique AQUI para ler).

Então conhecemos Oxana Vorontsova, ou melhor, Villanelle, logo de cara. Descobrimos que ela é uma feroz assassina, psicopata e com uma inteligencia capaz de fazer qualquer leitor a admirar. Acompanhamos também, por flashbacks, o passado de Oxana e sua transformação em Villanelle (até mesmo como seu codinome é escolhido), passando por seu passado e sua própria escolha de destino. Preciso assinalar o quanto a personagem é bem construída e muito, muito intrigante, fazendo com que você queira saber mais sobre ela, entender o que realmente a motiva e as pessoas que agora são suas chefes – porque, ao ser salva de uma prisão, sua vida se transforma em uma sucessão de treinos na busca de a transformar na assassina perfeita, com tudo pago por estes novos patrocinadores, que somente exigem que ela mate seus alvos.

Em contrapartida, conhecemos Eve: uma inteligente ex-agente do MI-5, o serviço secreto Inglês, que começa a notar um padrão de mortes e acredita ser uma mulher que está cometendo todos, e a vemos se tornar ex-agente na narrativa do livro para se juntar a uma organização que deseja pegar quem está por trás dos assassinatos. Apesar de ser extremamente inteligente (acredito que até mais do que Villanelle), Eve parece estar sempre um passo atrás da psicopata, o que torna tudo bastante frustrante para ela e, em determinadas partes, para o leitor também.

— A verdade, Oxana Borisovna, é que o mundo não gosta de gente como você, homens ou mulheres que nascem desprovidos de consciência ou da capacidade de sentir culpa. Vocês representam uma fração ínfima da população geral, mas, sem vocês… — Ele acendeu outro cigarro e se recostou na cadeira. — Sem predadores, gente que consegue pensar o impensável e agir sem medo ou hesitação, o mundo não anda. Você é uma necessidade evolutiva.

Eu li o livro literalmente em uma noite, sem brincadeiras. Não só pela quantidade de páginas (que são poucas), mas muito levada ao apego que me peguei tendo com Eve e também Villanelle. Eu adoro personagens femininas fortes, e ler logo duas assim, tão intensas e conduzindo a trama como acontece aqui, é um verdadeiro presente. O passado de Villanelle e a forma como ela iniciou sua vida de crimes é algo que eu vou levar pra vida – e me preocupa que eu tive satisfação de ver um verme sofrendo? Acho que não. Vou confiar que não.

Se há uma coisa que eu preciso muito apontar sobre o livro é sobre a diversidade dele. É nada menos do que maravilhoso ler sobre como Villanelle lida com sua própria sexualidade, sendo bissexual e não se privando de nada que pode lhe dar prazer. Ainda temos Simon, o agente que acompanha Eve pela Europa no encalço de quem eles perseguem (que não é bem parceiro de Eve, já como ela é sua chefe). Os personagens não estão a salvo e muitas mortes acontecem durante o livro, deixando sempre o leitor com a sensação de que não deveria se apegar a ninguém porque nada é realmente garantido na leitura.

Já faz mais de dois anos que Eve vem montando o próprio arquivo de assassinatos de figuras proeminentes não solucionados. Um caso ao qual ela volta constantemente é o de Dragan Horvat, um político dos Bálcãs. Horvat era uma criatura excepcionalmente bizarra, envolvida com tráfico de pessoas e muito mais, mas isso não salvou Bill Tregaron quando Horvat foi assassinado sob os cuidados dele no centro de Londres. Bill foi dispensado e transferido para o GCHQ, o centro de escutas do governo, em Cheltenham, e Eve, que era sua auxiliar, virou chefe de divisão na P3.

A escrita do autor é muito, muito direta e fluída, o que causa certo contraste com a trama do livro em si porque ele é todo uma preparação – sim, isso mesmo. A trama mostra como Villanelle se tornou Villanelle e como Eve entrou em seu encalço, mas é basicamente isso: uma grande preparação para quando as duas realmente entrarem em rota de colisão e o grande ajuste de contas acontecer entre elas. Não sei bem como me sinto sobre isso, mas sei que o livro não ganhou uma nota 5 por este motivo, já como a frustração foi alta.

Parece uma grande aposta escrever um livro inteiro (mesmo que não tão longo) sem realmente juntar as duas personagens principais em praticamente nenhuma cena, e o autor parece ter ideias suficientes para conseguir continuar o gato e rato das duas por mais dois livros (sim, pesquisei e é uma trilogia já finalizada, então podemos esperar pelos próximos livros aqui também). Tirando este fato, só tenho elogios ao livro: rápido, com personagens que te conquistam, inclusão e cenários fugindo do padrão, “Codinome Villanelle” se torna o livro de suspense que todos nós queremos ler, sem enrolar, com mortes e duas personagens principais que você definitivamente vai torcer por uma – ou, melhor ainda, pelas duas.

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