24.04


“Por lugares incríveis”
Jennifer Niven
Seguinte – 2015/2020 – 336 páginas

Violet Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, a garota se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola, perseguido pelos valentões e chamado de “aberração” por onde passa. Para piorar, é obrigado a lidar com longos períodos de depressão, o pai violento e a apatia do resto da família. Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas, quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia: conhecer lugares incríveis do estado onde moram. Ao lado de Finch, Violet para de contar os dias e finalmente passa a vivê-los. O garoto, por sua vez, encontra alguém com quem pode ser ele mesmo, e torce para que consiga se manter desperto.

A resenha abaixo é fruto da minha leitura coletiva do livro e da adaptação cinematográfica feita pela Editora Seguinte em seu Instagram durante os dias 25 de março à 19 de abril. O texto abaixo sofreu algumas alterações para melhor ser formatado como um texto único. Você pode ler os comentários originais clicando: Parte 1; Parte 2; Parte 3 e Parte 4.

Preciso começar falando que já li “Por Lugares Incríveis” há alguns anos, mas também preciso falar o quanto eu tinha esquecido como a estória é nada menos do que maravilhosa. Finch é um narrador excepcional e que prende qualquer leitor a sua visão do mundo, mesmo que quebrada e fora do lugar. Alguns livros vivem dentro da gente e continuam causando o mesmo impacto que tivemos quando o lemos uma primeira vez, e aqui estou, quase chorando novamente ao começar a reler porque eu me relaciono bastante com toda história e todos sentimentos, tanto de Finch quanto de Violet.

Vemos Finch salvar Violet, tanto fisicamente quanto a sua “reputação” logo no começo do livro, mostrando que ele era bastante ciente das coisas que aconteciam ao seu redor quando estava “desperto”, modo como chamava quando se sentia em si mesmo. A ajudando em um momento difícil, desde as primeiras páginas entendemos que Finch luta com muitos e muitos demônios internos. Violet passa por outro grande trauma: o acidente que tirou a vida de sua irmã mais velha e melhor amiga, Eleanor. Sonhando em ser uma escritora e tendo um blog com sua agora falecida irmã, Violet se encontra perdida, de luto e tento pesadelos que mostram exatamente como ela está psicologicamente: sumindo, pedaço a pedaço. Finch toma bastante consciência da presença de Violet, e apesar de inicialmente não se lembrar o que aconteceu com ela e saber que ela é do grupo dos populares do colégio, ele se sente atraído pelo que quer que estivesse acontecendo com a garota, muito provavelmente por reconhecer que algo estava bastante errado com ela. Aproveitando uma aula de geografia sobre o Estado no que moram, Indiana, Finch dá a ideia para o professor de não apenas lerem e sabem informações sobre os pontos mais famosos do lugar e sim os visitas, ideia que termina sendo transformada em um trabalho – o qual Finch também aproveita para fazer dupla com Violet, que a princípio reluta, mas termina aceitando diante da insistência de Finch.

“Sorrio para ela conferir. Tudo em seu devido lugar, pelo menos do lado de fora.”

O primeiro ponto que eles vistam é o Morro Hoosier, que é real, que fica próxima da fictícia cidade de Bartlett. A pequena viagem é feita de bicicleta, já como Violet não aceita andar de carro desde o acidente. Violet tinha uma vida bastante estável, com pais que estão tentando fazer com que ela continue, mas ela não consegue encontrar sentido em nada e até mesmo se sente culpada quando tem um bom dia ou ri – e então ela realmente tem um bom dia com Finch, começando um lento processo de cura que vamos ver durante todo o livro. Temos um vislumbre do que realmente atormenta e faz com que Finch sofra tanto através de relances do relacionamento dele com sua mãe e suas irmãs (Kate e Decca), além de conhecer seu pai e a “nova” família dele. O relacionamento entre eles é o inverso do que ocorre com Violet, o que deixa claro que Finch não tem o apoio necessário para entender e ter ajuda pelo que passa. É doloroso ver e entender determinados sintomas do que acontece com ele, seus sumiços e sua vontade de se sentir vivo a todo instante, sua luta para continuar nesse planeta.

A forma como o relacionamento de Finch (que é conhecido como sendo “uma aberração” por toda escola) com Violet vai se desenvolvendo é simples de se entender e de ler: duas pessoas com grandes sofrimentos dentro delas, uma procurando algo para se agarrar (até mesmo um sorriso real vindo de Violet) e outra precisando que alguém a agarre e a puxe novamente para a vida, duas pessoas jovens e com tanto sofrimento dentro de si que precisam encontrar lugares e deixarem pedaços delas por onde caminham.

A verdade é que eu estava mesmo doente, mas não com uma simples gripe. De acordo com minha experiência, as pessoas são muito mais compreensivas se conseguem ver a sua doença, e pela milionésima vez na vida eu desejei ter sarampo ou varíola ou alguma outra coisa facilmente verificável só pra ficar mais fácil pra mim e pra todo mundo. Qualquer coisa seria melhor que a verdade: Desliguei de novo. Apaguei. Num minuto, tudo estava girando e, no instante seguinte, minha mente se arrastava em círculos, como um cão velho com artrite tentando se deitar. Então simplesmente desliguei e dormi, mas não como você faz todas as noites. Pense em um sono longo e profundo, durante o qual você nem sonha.

O relacionamento de Violet e Finch vai evoluindo à medida que o livro vai se desenrolando, desde ela “assumindo” que passa tempo com ele ao seu antigo núcleo de amizades até mesmo ele conhecendo sua família – e ela indo até sua casa também. Mas, assim como o sentimento entre eles vão ficando mais e mais intenso, a caída de Finch em seus sentimentos também vai se acentuando. É difícil de se ler, é difícil de entender a dinâmica da casa de Finch e, n essa nova leitura, vi aspectos aos quais não tinha me atentado durante a primeira vez: em diversos momentos, Finch basicamente pede ajuda a sua família (sua mãe e irmã, no caso, já como o pai que nunca foi lá um bom pai, se torna mais ausente ainda com a “nova” família). Consigo entender que a mãe de Finch estava sofrendo e passando por um momento no qual ela precisava de ajuda, mas é também difícil ver como Finch não tem ninguém que consiga ver o quanto ele está se perdendo. E aqui entra Violet também, que não está vendo.

O enredo sobre a saúde mental de Finch foi algo que me pegou bastante. Diversos momentos precisei respirar fundo para continuar lendo e entender que a jornada do personagem mostrava que estava indo naquela direção. A forma como ele tenta fugir de sua realidade e todo trecho no qual ele mente sobre seu pai para os pais de Violet é de partir o coração, ainda mais com a frase: “Porque não é mentira se for como você se sente.” e quando ele fica no quarto, esperando a mãe ou a irmã ir até lá falar com ele.

“— Você não sabe como é. É como se tivesse uma pessoinha raivosa dentro de mim, tentando sair. Está ficando sem espaço porque cresce cada vez mais, e então começa a levantar, entra nos meus pulmões, no meu peito, na minha garganta, e continuo a empurrá-la pra baixo. Não quero que saia. Não posso deixar que saia.
— Por que não?
— Porque eu a odeio, porque ela não sou eu, mas está aqui dentro e não me deixa em paz, e tudo o que penso é que quero chegar pra alguém, qualquer pessoa, e mandar essa pessoa pro inferno, porque estou com raiva de todo mundo.”

Entretanto, inversamente proporcional, Violet vai voltando a viver e respirar. Começa a pensar em voltar a ter um blog, chegando até mesmo a convidar pessoas para a ajudar a escrever e a emblemática cena de volver os óculos de sua irmã que estava usando. Claro que muito se deve sim, ao fato dela estar se apaixonando e se envolvendo com Finch, mas também por ele fazer o que ela precisava naquele momento: ele a fez viver. Levando por lugares incríveis, mostrando o estado de Montana, fazendo com que ela entrasse em um carro, fazendo com que ela escrevesse na parede do “Antes de morrer eu ___”, fazendo com ela entrasse no buraco azul para nadar com ele, fazendo com ela voltasse a rir e a se encontrar novamente. Mesmo em momentos duros, mesmo falando coisas que são difíceis de ler, mas nota-se claramente que ele se importa e está tendo o efeito que ele queria nela – pena que ele nunca deixou ela realmente saber o que ia pela cabeça dele para que o inverso também acontecesse.

A mudança que vai acontecendo é tão gradual que até mesmo a marcação nos capítulos com ponto de vista de Violet mudança: depois que seu romance com Finch é realmente consumado, deixa de ser a contagem de dias para a formatura do 2º grau deles para ser os dias depois que eles ficaram juntos, enquanto a de Finch marca a queda em uma areia movediça, acelerada pelas reações dos pais de ambos ao se derem conta que os dois não dormiram em casa. Os pais de Violet são boas pessoas que estão tendo também um papel fundamente em sua recuperação, mesmo que pequem pelo excesso: quando a garota enfim tem sua primeira noite fora de casa, o casal, ainda traumatizado pela perda da filha mais velha, fica fora dos eixos, o tipo de coisa bastante real que é compreensível. Mas, paralelamente, a mãe de Violet tenta chegar na filha, conversa, procura saber dela, justamente o oposto da mãe de Finch. Não estou jogando a culpa dos problemas de Finch na mãe, mas sim assinalando que muitas vezes estamos tão perdidos em nosso próprio sofrimento que somos incapazes de ver o sofrimento de quem convive conosco e que precisa de algo da gente. Não há culpados, há somente a vida e o sofrimento. Real, bruta e injusto, mas é assim que a vida corre. Tudo que podemos fazer é continuar tentando como Finch está fazendo.

—Theodore Finch, em busca do Grande Manifesto.
Ela lança um olhar penetrante, e vejo que está presente e prestando atenção de novo.
— Não sei o que isso significa.
— Significa “a urgência de ser, de ter alguma importância e, se a morte vier, morrer com valentia, com clamor — em suma, permanecer na memória”.

A escrita da Jennifer Niven é tão delicada em um assunto tão intenso que faz o leitor não sentir o peso das ações de Finch de pintar todo seu quarto ou juntar todos moveis no cento do quarto ou ainda ir dormir em seu closet, a necessidade de diminuir o mundo para se sentir seguro. Muitas vezes quis puder entrar nas páginas e falar para ele aguentar mais, que precisamos seguir um dia de cada vez, um dia de cada vez e respirar porque muitas vezes, para se sobreviver, somente assim: um dia de cada vez. Então como falar sobre um livro que conseguiu me atingir com tanta força, e pela 2ª vez? Alguns livros realmente merecem serem relidos, e eu estou muito, muito feliz de ter relido o livro e redescobrir toda história de Finch e Violet, que é uma história regada à amor, sofrimento, solidão e desencontros. Quando terminei novamente a leitura, tudo que eu queria era ficar pensando em como tudo aquilo aconteceu, procurando um culpado para xingar e gritar para as páginas que a culpa era dele (pai de Finch, estou olhando para você). Mas, assim como na vida real, eu sei que nada é muito justo, e “Por Lugares Incríveis” foi real até demais nesse aspecto.

Vemos a jornada de Violet mostrar que ela está realmente se curando e muito por ter encontrado Finch, curando suas feridas lentamente. A falta de Eleanor está lá e sempre vai estar, mas agora ela consegue imaginar um futuro, mesmo que ainda confuso e bastante fora do lugar. É estranho compreender que a personagem está melhorando pouco a pouco enquanto vemos, pelo ponto de vista de Finch, que ele só vai caindo mais e mais. Por vários momentos me questionei como ela poderia não estar vendo, mas Violet precisava de ajuda tanto quanto Finch. O trauma e toda situação que ela passou a deixaram fragilizada, e foi amando que ela conseguiu encontrar um caminho para si mesma. Pena que o mesmo não acontecia com Finch.

Em casa, deito na cama e leio o livreto inteiro; como tem só trinta e seis páginas, não demora muito. Depois, o que fica na minha cabeça são essas duas linhas: A esperança está em aceitar sua vida como ela se apresenta agora, mudada para sempre. Se puder fazer isso, a paz virá em seguida.
Mudada para sempre.
Estou mudada para sempre.

A família de Finch continua cada um lidando com seus próprios problemas como pode, e a conversa dele com seu orientador, Senhor Embry, foi bastante significativa: a forma como ele acreditava que o pai não queria ser seu pai e por isso não era suficiente partiram meu coração em mil pedaços. Novamente comecei a me questionar como a mãe dele não via que o filho tinha problemas, mas ela também estava sofrendo e passando por uma situação que é devastadora, o que me faz realmente acreditar que muitas vezes o sofrimento afasta as pessoas. O oposto vai acontecendo na família de Violet, porque por mais que ela sinta que os pais a estão sufocando a proibindo de namorar Finch, a fazendo ter que mentir, ela entende que eles estão fazendo por preocupação (e também um pouco de egoismo) e por medo de perder a filha.

O estado mental de Finch vai piorando de forma que ele chega a atacar Roamer no corredor do colégio, sendo preciso 4 estudantes para o fazer soltar o outro. Ele consegue esconder da mãe e da irmã mais velha o que está acontecendo, sempre tentando fingir que estava bem e tudo iria ficar bem. Já o romance entre os personagens começa a se deteriorar rapidamente quando Amanda, a amiga de Violet, confessa a ela que tem bulimia e encontrou Finch em um encontro do grupo “Vida É Vida” depois de uma tentativa de suicídio abortada pelo próprio Finch, um trecho difícil de ler no livro. Violet tenta falar com ele, mas a reação do rapaz é claramente defensiva e de machucar quem ele ama. Tomando uma decisão importante, Violet conta aos pais tudo que está acontecendo e o estado mental de Finch, que simplesmente some de vez, saindo do seu armário, aonde ele se sente tão protegido e aonde estava literalmente morando.

Pela primeira vez, não quero ser outra pessoa além de Theodore Finch, o garoto que ela vê. Ele sabe como é ser elegante e eufórico e cem pessoas diferentes, a maioria imperfeita e burra, parte babaca, parte problemático, parte aberração, um garoto que quer ser fácil de lidar pras pessoas à volta pra que não se preocupem com ele e, principalmente, fácil pra si mesmo. Um garoto que pertence a este lugar — aqui neste mundo, aqui na própria pele. Ele é exatamente quem quero ser e o que quero que meu epitáfio diga: O garoto que Violet Markey ama.

Com o sumiço de Finch de sua casa, Violet se sente abandonada e tenta retomar sua vida, por mais que seu coração esteja pesado e ela sofrendo novamente. Eu, mais uma vez, não consigo entender como a família dele e os amigos simplesmente aceitam porque era “Algo do Finch” – não, não pode ser. Não tem como ser. A situação dele era de procurar por ajuda, por mais que não verbalizasse isso, por mais que tentasse esconder, por mais que fugisse – e, obviamente, tudo vai terminar explodindo com e-mails enviados por Finch aonde ele está claramente se despedindo de sua agora ex-namorada, mãe, irmãs e dois amigos, Charlie e Brenda. Violet é a única que consegue realmente descobrir as pistas deixadas por Finch em seu closet e corre para o buraco azul a pedido da própria mãe dele, que não tem coragem de ir. Lá fica claro o que aconteceu, e o coração do leitor é despedaçado junto com o de Violet.

Mas ainda faltam lugares para irem e Violet completar o projeto de geografia, o qual ela não quer abrir mão. Indo nos lugares que faltavam, Violet chega ao 5º e último, se dando conta que não era um lugar que tinha escolhido com Finch. O lugar misterioso é a Igreja Batista Emanuel, aonde ela encontra uma carta póstuma do garoto. Ler a carta termina trazendo um pouco de alento para o coração de Violet, a fazendo entender que fez Finch se sentir especial, amado e feliz. Eu me pergunto como ela vai ficar e, logo em seguida, eu mesma me respondo: ela vai se curar, mesmo que agora ela não seja mais a mesma e esteja mudada para sempre, assim como eu, que li toda a história de Violet e Finch, que ficou gravada em meu coração – uma história sobre amor, cura, levar pedaços com você de pessoas que importam e lugares incríveis.

— É por isso que queria trazer isto.
— O que é?
— Abra.
Ela coloca a embalagem no chão e abre. Por alguns segundos, tudo o que faz é inspirar o cheiro das flores, então vira pra mim e, sem uma palavra, me beija. Quando se afasta, ela diz:
— Acabou o inverno. Finch, você me trouxe a primavera.

Já sobre o filme… Depois de tantos anos lendo e vendo livros se transformarem em adaptações (tanto filmes quanto seriados), eu posso afirmar que sou ciente de que são dois meios completamente diferentes e precisam de transições e mudanças na forma de contar a mesma história, seja para tonar mais atrativo para cada uma das suas audiências, seja mesmo pelo meio como a história é contada, já como em filmes não temos acessos a pensamentos de personagens (salvo voiceover, claro). Mas, ainda assim, ainda entendendo que mudanças são necessárias, que alterações narrativas são feitas, eu não vou mentir: a adaptação de “Por Lugares Incríveis” não faz jus ao livro. Não faz justiça a um livro tão tenso e com tanto sentimento, e não por causa dos atores: acho que tanto Elle Fanning quanto Justice Smith, atores de Violet e Finch respectivamente, fizeram o maximo possível com o roteiro, que é quem culpo completamente pela minha frustração. A história de Amanda continua no filme, mas não a dos pais de Finch. A decisão de cortarem toda família de Finch foi uma das piores porque tira a profundidade dos problemas dele e uma forma de mostrar o seu transtorno bipolar – o qual, alias, nem ao menos é chamado pelo nome clínico durante todo o filme. O romance ainda acontece, Finch ainda salva Violet, mas falta ALGO, aquele algo que se completa nas páginas dos livros e que quem leu entende muito bem. Falta momentos, palavras, trechos, falta alma. E me doí escrever isso porque eu fico imaginando quem não leu o livro o que achou do filme, que esteticamente é lindo, com atores fofos e com química, mas que cortam uma história que é densa, intensa e necessária com a maior parte de seus detalhes.

Como falei, entendo que precisem fazer mudanças na história e uma que não me incomodou de forma nenhuma foi o fato deles irem a árvore juntos, o que não acontece no livro. O personagem do Sr. Embry também foi parcialmente cortado, mas também compreensível, assim como os personagens secundários. Uma mudança que eu também aponto por sentir falta foi uma figura maior para Eleanor no filme, já como a presença da irmã morta sempre está com Violet. O filme é bom. Não me arrependo de ter visto, não desliguei a TV odiando o que vi, mas não, não acho que se compare ao livro e deixo a dica para quem quiser, ler o livro e se aprofundar mais em Violet e Finch, ter todo o amor por esses personagens explodindo em seu peito e as lágrimas que vem quando a história vai se encerrando. Porém não nego que a sensação que fica, comparando as duas obras, é que o filme sofreu de um grande medo: medo de ser cruel como a vida real, medo de falar de assuntos sensíveis, medo de abordar o suicídio dolorosamente como ele precisa ser representado, medo de falar sobre saúde mental mais abertamente – e se tem algo que “Por Lugares Incríveis” não incorre, é cair no medo de qualquer coisa que seja. Uma pena porque poderia ser um marco em adaptações.

O que percebo agora é que o que importa não é o que a gente leva, mas o que a gente deixa.

Então a minha dica é: leia o livro e veja o filme. Ou veja o filme e leia o livro. O que eu quero dizer é: leia o livro. Para a estória completa, para todos sentimentos e explicações, tudo isso você só encontrará no livro. Deixe o livro como uma bonita complementação de uma história que poderia se estender mais do que o filme limitou, e viaje com Violet e Finch por todos os lugares incríveis que eles podem lhe oferecer.

Para encerrar, o livro agora tem duas edições: a edição normal, com capa brochura, e, por conta do lançamento do livro, temos uma edição especial capa dura. Os links diferenciados para comprar estão abaixo:

Para comprar “Por Lugares Incríveis” basta clicar no nome da livraria:

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2 comentários em “Resenha: Por lugares incríveis – Jennifer Niven”



  1. Eu gostaria de dizer que adorei o jeito que você retratou o livro “Por Lugares Incríveis”, e com toda certeza voltarei aqui mais vezes para ler o que você tem a dizer sobre os livros. 🙂

  2. Pedro disse:

    Já assisti o filme 2 vezes e confesso que não imaginava o qual vago ele é, sua resenha foi nada menos que perfeita, me despertou o interesse de ler o livro e também senti a emoção em cada palavra digitada.



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