11.10

Sinopse: Ser uma garota gamer não é fácil. Principalmente quando um romance está em jogo.

Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais — pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.

Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir — muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer.

Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real?

Quando Raíssa entrou no mundo gamer não demorou muito para ela descobrir a verdade sobre o universo dos jogadores: o lugar ainda é muito machista. Então, com isso em mente, ela resolveu que não teria problema nenhum em criar um fake e se passar nele por Leo, seu melhor amigo. E claro que não teria ocorrido problema nenhum nisso se um dia, enquanto jogava “Feericos”, o jogo favorito dela, ela não tivesse conhecido Ayla e se aproximado da garota por ver ela passar pelos mesmos problemas que ela própria passava antes de começar a usar o fake de Leo.

O livro começa quando ela já está no ápice da mentira: já fazem meses que as duas conversam e ela foi se envolvendo cada vez mais com Ayla e nunca criou coragem para falar pra ela que na verdade era uma garota ali conversando com ela o tempo inteiro. E, novamente, tudo poderia ter continuado bem, se a empresa responsável pelo jogo que as duas jogam juntas todos os dias não tivesse resolvido fazer uma feira onde traria de tudo sobre aquele mundo que tanto encantava elas.

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“Deus é um cara tão bacana, não sei por que jogam sempre a culpa das merdas que fazem para cima dele.”

Em um primeiro momento Raíssa não se preocupa muito com isso, afinal, nenhuma das duas tem o dinheiro para os ingressos, mas a empresa acaba liberando um concurso em que o melhor cosplay ganhará dois ingressos e logo Ayla se anima com essa ideia e convence Raissa/Leo a participar do concurso também para terem a chance de enfim se conhecerem e de participarem do evento.

Leo, o amigo de Raíssa, sabe que ela usa as fotos dele como fake e sabe de toda a história e claro que tenta convencer ela a contar toda a verdade – e ele também é um grande fã de Feericos e da empresa do jogo e também quer ir para o evento, então os três participam: Ayla, Raíssa e Leo. Raíssa acaba ganhando o concurso e agora Ayla sabe que Leo estará lá (porque Raíssa nisso tudo inventou que era irmã de Leo). O que Raíssa não contava é que Ayla acabaria ganhando da tia dela o ingresso para participar da feira no final de semana e assim estaria mais próxima ainda de conhecer a garota por quem era apaixonada e que não fazia ideia de que ela na verdade uma menina.

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“- Fingir ser quem você não é consome muita energia. Não vale a pena.
– Mas ser quem você é também não é fácil.
– Eu acho que o mais difícil é se soltar das amarras que a gente mesmo constrói. Depois que a gente consegue fazer isso, é moleza.”

O livro é dividido no ponto de vista das duas meninas o tempo todo, cada capitulo nós temos um ponto de vista diferente entre elas duas, o que é maravilhoso, porque assim nós podemos ter uma noção do que se passa não apenas com Raíssa que está mentindo para Ayla, mas também da própria Ayla e que ela tem uma confusão com os próprios sentimentos a respeito de Leo, principalmente depois de conhecer o garoto e ele ser completamente diferente do que se mostrava online (mas não vou entrar em detalhes sobre isso por motivo de spoilers!).

A história do livro, segundo a própria autora, foi baseada na época do Orkut Fake, que caso alguém não conheça, era onde as pessoas usavam fotos de artistas para jogar RPG como os próprios artistas mesmo ou até com personagens que as próprias pessoas criavam. E lá no orkut fake muitas meninas se passavam por meninos, mentindo assim sobre quem eram na vida real e, claro que algumas faziam isso por medo de se assumir – assim como a própria Raíssa -, mas o orkut fake foi responsável também por muitos corações partidos por aí. (Quem nunca, né, amigos? Quem nunca?)

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“Mas esse sonho era uma realidade tão distante que só conseguia enxergá-lo num universo paralelo.
Um em que eu não tivesse medo de ser quem eu sou.
Um em que o mundo me aceitasse.
Um em que a Ayla gostasse da Raíssa, não do Leo.”

Eu achei muito bonitinha a forma como tudo no livro foi desenvolvido, porque mesmo tendo começado mais “avançado”, meses depois das meninas se conhecerem no jogo, ainda mostra em pequenas passagens de conversas entre elas no inicio de cada capitulo, mostrando assim como elas foram se aproximando e chegaram ali naquele lugar onde estavam uma apaixonada pela outra.

Além disso também vale ressaltar que esse livro é maravilhoso no quesito de representação. Além de ser um livro LGBT+ com foco no relacionamento feminino, uma das personagens principais, a Ayla, é descendente de asiáticos. Também um dos outros personagens que aparece no livro é assexual panromantico, o que eu achei bem maravilhoso, porque é algo que quase nunca é visto nos livros.

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“Acho que provavelmente não é o boneco em si que realiza seu desejo, mas quando a gente deseja muito alguma coisa acaba colocando mais energia naquilo, sabe? Todo dia você olha pro bonequinho e se lembra de ter fé e torcer para dar certo. Eu acredito que o universo ouve a gente quando desejamos alguma coisa com força.”

Alias, fica aqui meu pedido para a autora fazer um livro que fale mais sobre o Leo, porque ele é simplesmente um amor <3 e eu fiquei muito curiosa para saber ainda mais dele!

Eu super indico esse livro para todo mundo que gosta de um romance fofinho com a dose certa de angustia, e indico ainda mais que leiam ao terminar, a entrevista da Clara no final, onde ela fala sobre a inspiração dela nos fakes e sobre coisas que ela gosta, porque ela é maravilhosa demais! (Oi, Clara, se você ler isso, vamos ser amigas, por favor!)

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