04.10

Sinopse: Eles mal se conhecem. São apenas dois jovens trocando mensagens de texto.
Mas cada palavra vai mudar suas vidas para sempre

Essa é a história de Penny e Sam.

Ela tem dezoito anos e acabou de sair de casa rumo à universidade. Longe da mãe expansiva e do namorado sem graça, vai finalmente se dedicar ao sonho de ser escritora. Só não contava que essa nova vida traria também novos obstáculos: pessoas, o maior pesadelo de qualquer introvertido.

Ele, por sua vez, está perdido na vida. Em todos os níveis. Aos vinte e um anos, os poucos dólares na conta, a mãe alcoólatra e a ex-namorada complicada não o ajudam a se manter são. Só lhe resta fazer os doces mais mirabolantes para o café onde trabalha (e mora), concluir sua faculdade a distância e tentar (sem muito sucesso) não surtar.

Por um acaso do destino — também conhecido como um ataque de pânico no meio da rua —, eles passam a trocar mensagens de texto inofensivas. Mas o que começa como um simples contato de emergência salvo no celular se torna a conexão mais importante da vida deles.

Aos poucos, esses jovens introvertidos e problemáticos se tornam dois amigos dividindo angústias, sonhos, piadas e inspirações. Duas pessoas que quase nunca se veem, mas que estão juntas o tempo inteiro. Dois solitários que, finalmente, não estão mais sozinhos.

Com perspicácia, humor e grande sensibilidade, a estreante Mary H.K. Choi traça o retrato de uma geração cujos relacionamentos se entrelaçam à evolução tecnológica. Uma história capaz de causar nos leitores o frio na barriga que só as melhores comédias românticas podem proporcionar.

Penny, bem como diz a sinopse, acabou de se formar no ensino médio e está saindo de casa, logo no inicio do livro, para se mudar para outra cidade onde ela vai fazer faculdade e enfim seguir o sonho que ela sempre teve de ser escritora e com isso a garota está se sentindo enfim livre. Livre não só de um colégio onde as pessoas não tratavam ela bem, mas também da própria mãe com quem ela sempre teve que se preocupar porque nas palavras dela “a mãe é bem ingenua para entender quando as pessoas são maldosas” e ela tem que cuidar da mulher para que nada de ruim aconteça com ela e ela não meta os pés pelas mãos.

E do outro lado nós temos Sam, que acabou de terminar um relacionamento com Lola, a quem ele carinhosamente apelidou de “A mentirosa” no telefone, uma garota em quem ele tinha um certo grau de dependência, então ele trabalha em uma cafeteria na cidade para onde Penny vai se mudar e ele mesmo está lidando com os próprios problemas (alguns dos quais eu pontuarei mais adiante), além de ter que lidar com uma presença do passado dele: Jude, uma garota que ele conhece desde criança e que o trata como tio, apesar dele apenas ter 21 anos, porque a mãe do garoto foi casada com o avô dela, fazendo com que Sam basicamente fosse irmão do pai dela. Jude acabou de se mudar para a cidade onde Sam trabalha também, para fazer faculdade no mesmo lugar em que Penny faz e é assim que Sam e Penny esbarram um no outro pela primeira vez.

Mallory, a melhor amiga de Jude (que também foi para lá apenas para ficar junto com a amiga) está no quarto que Jude divide com Penny e convence a garota a ir até a cafeteria para encontrar com Jude lá, assim elas poderem se conhecer pessoalmente – porque a própria Penny diz que elas trocaram algumas mensagens antes por terem descoberto que seriam colegas de quarto.

Assim que Penny chega na cafeteria, é inegável que ela e Sam são muito parecidos apesar de serem muito diferentes ao mesmo tempo: os dois estão usando o mesmo estilo de roupa, da cabeça aos pés e, apesar de Sam ser mais “comunicativo” do que Penny, na primeira conversa que eles tem é possível mesmo notar como eles tem pensamentos parecidos.

Quando elas enfim saem de lá, saem com uma promessa: nem Mallory e nem Penny tem direito de ficar com Sam, podendo invocar o fim da amizade com Jude se elas quebrarem esse pacto.

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“Penny só conseguia pensar que, se você está sentindo um cheiro, é porque está inspirando partículas daquilo para dentro do seu corpo.”

Depois disso passam dias antes que Penny e Sam voltem a se encontrar e enquanto Penny está lidando com o fato de estar ignorando as ligações da mãe e também do namorado que ela deixou para trás, Sam está lidando com a volta da ex, que depois de uma recaída, diz a ele que está grávida, que ela tem certeza absoluta disso e que ele é o pai.

E é aí que o destino de Penny e Sam se cruza novamente.

Enquanto volta da casa de Lola, no meio de uma enorme crise de panico, o fazendo achar que está morrendo (e quem já teve uma dessas sabe mesmo o pavor que elas causam) e quase desmaia na rua, é Penny quem o vê e o resgata, tentando a todo custo levar ele para um hospital, achando que ele está tendo um ataque cardíaco.

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“Ela era o equivalente emocional de levar um tiro; a bala atravessava seu corpo, e a ferida que ficava era um show de horrores.”

Sam consegue convencer Penny a não levar ele até um hospital porque, agora com um possível filho a caminho, ele precisa de todo dinheiro que puder ter – e isso não é fácil quando ele trabalha em uma cafeteria na qual ele também mora no andar de cima, em apenas um quarto que tem ali, sem nem ao menos ter uma cama.

Penny aceita que ele não seja consultado em um médico e então ela começa a se dar conta de que ele pode ter tido um ataque de panico sim, reconhecendo pelos próprios que ela já teve e o ajuda com a “bolsa magica” que ela carrega (que na verdade é uma bolsa com todos os tipos de remédios e coisas que se precise em uma emergência, até com lenços umedecidos e alguns petiscos em saquinhos), fazendo com que ele se recupere. Aí eles tem a ideia de trocarem números e salvam um ao outro como um contato de emergência: alguém que eles podem procurar em qualquer hora que precisarem, quando sentirem uma nova crise vindo ou até se precisarem de alguém para conversar.

E é então que toda a história deles começa de fato: com pequenas mensagens inicialmente, Penny querendo ajuda sobre o que escrever e Sam – que faz faculdade de cinema em uma faculdade comunitária – querendo ajuda para descobrir sobre o que ele devia fazer o documentário que o curso exige e então quando eles menos notam, estão cada vez mais próximos e sabendo mais e mais da vida um do outro, mais até mesmo do que as pessoas que os cercam.

Penny não conta para Jude sobre a troca de mensagens com Sam por um pedido do próprio, mas como ela pensa, isso não devia ser um problema certo? Afinal, eles não estão se vendo e nem ao menos tem sentimentos um pelo outro além da amizade, então não teria nada para contar para a nova amiga. Ou pelo menos é o que ela gosta de pensar.

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“Uma protagonista feminina tornava as histórias mais inspiradoras do que voyeurísticas. Era tão mais divertido escrever sobre quem você poderia ser. Desde então, as histórias de Penny passaram a se centrar em mulheres e garotas. Nem era preciso algum truque especial. Bastava escrever exatamente como se escreveria se o personagem fosse um cara, mas aumentando a tolerância à dor, já que as garotas têm que aguentar muito mais coisas no mundo, e dar às personagens mais empatia, o que torna tudo mais arriscado.”

Eu gostaria de falar um pouco sobre os dois personagens principais, Sam e Penny, porque eles são tão maravilhosos que eu me apaixonei por eles (e confesso que muitas coisas sobre Penny me fizeram identificar com ela, então certas coisas davam uma dorzinha maior que outras, mas enfim). Penny não somente tem ansiedade como ela, assim como é dito na sinopse, é muito introvertida. Ela não tem facilidade para falar sobre os próprios sentimentos, então ás vezes pode parecer meio desinteressada sobre as pessoas, mas ela encontra uma facilidade enorme de se abrir com Sam e contar coisas para ele que nunca tinha contado para ninguém antes.

A forma como os segredos que fazem ela ser assim, como ela é, são contados no livro, são ditos de forma bem sutil e que apesar de trazer uma certa dorzinha, como eu disse, é tudo na medida certa. Não é algo absurdamente profundo, mas também não é tratado de forma leviana em nenhum momento.

Confesso que no inicio do livro eu estava mais pensando que “Meu Deus, eu não acredito que não vou gostar da Penny”, pelo que eu mencionei acima que ela não tem muito facilidade de lidar com as coisas que sente, mas conforme o livro foi passando e eu fui me identificando mais e mais com ela, ela definitivamente é uma personagem de quem eu passei a gostar bastante.

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“As estratégias de algumas pessoas para lidar com a vida consistiam em remoer os problemas em segredo até cultivar um belo tumorzinho no coração, com direito a um ataque de pânico como acompanhamento. Cada um com seu cada um.”

O que foi totalmente ao contrario com Sam. Eu comecei a gostar dele a partir do primeiro momento que ele apareceu, achando engraçado o jeito dele e tudo mais. E conforme o livro foi passando e nós vamos vendo o crescimento dele com a amizade que ele tem com Penny e com todas as coisas que ele passou, me fizeram respeitar ele ainda mais no final.

Estranhamente uma das minhas cenas favoritas dele se passa justamente com a ex, mas não posso comentar sobre porque isso seria spoiler demais, só digo que: amei, amei muito, se pudesse tatuava na minha cara.

Sam, assim como Penny, passou por poucas e boas com sua mãe, mas por motivos bem diferentes dos dela. E o que eu mais gosto nos dois é que, apesar deles serem bem ferrados com tudo que passaram e de como isso influencia no relacionamento dele com as pessoas de fora da bolha deles dois, eles realmente funcionam juntos. Não é um casal que é problemático entre si e eles mantem esse nível de amizade e respeito do inicio até o fim do livro, mesmo quando as coisas estão levemente confusas entre eles.

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“Amar alguém era traumatizante. Nunca se sabia o que poderia acontecer com a pessoa solta no mundo. Tudo o que era precioso era também vulnerável.”

Eu vou parar de falar por aqui sobre a história que acontece no livro, porque eu quero evitar mais spoilers, mas eu preciso garantir a vocês que “Contato de Emergência” é um livro que nos prende do seu inicio ao fim. Até no momento em que eu terminei o livro, eu não conseguia parar de ler ele e mais ainda, quando terminei, eu não conseguia parar de pensar.

O livro em si não é algo absurdamente profundo, como eu falei acima, mas é um livro bonito e acima de tudo muito bem escrito e de uma forma tão simples e tão fácil de ficar lendo, que eu podia facilmente ler mais um milhão de páginas falando apenas de conversas banais de Sam e Penny e ficaria extremamente feliz com isso.

Quando o livro acabou, o final dele é certeiro, mas também fica em aberto, fica aquela coisinha que te faz querer saber mais, ver mais, até mesmo entrar naquele mundo e ficar amiga dos dois se possível.

Mesmo se você não gostar muito de livros assim, dê uma chance. “Contato de Emergência” é um livro maravilhoso e eu tenho certeza que muitas pessoas, assim como eu, vão se apaixonar completamente por Sam e Penny e vão querer saber muito mais da vida deles.

Para comprar “Contato de Emergência”, basta clicar no nome da livraria:
Amazon, por R$ 31,90 (Você pode ter FRETE GRÁTIS para todo país assinando o #AmazonPrime que está GRÁTIS por 30 dias, acesso ao prime vídeo, músicas, jogos, livros e promoções exclusivas, podendo cancelar a qualquer momento. Clique e quando a página abrir, em “Teste grátis por 30 dias”: clique AQUI.)
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3 comentários em “Resenha: Contato de Emergência – Mary H.K. Choi”



  1. Anna disse:

    Eu tava procurando uma resenha do livro que a pessoa tivesse comentado sobre o final, achei meio estranho diálogo final deles, tipo, a minha expectativa era um pouco maior talvez. Queria algo mais fofo, acho. Pelo menos um epílogo, poxa kkkkkkk

    1. juliacorrea disse:

      Siiiim! Nossa, eu achei um amorzinho o final, mas acho que eu fiquei tão apegadinha a eles que eu queria ainda mais pra ver mais deles juntos. Só que ainda assim foi <3

  2. Vitoria disse:

    Sera que vai ter uma continuação?



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