27.08

Sinopse: A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva.

Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela.

Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele.

Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração.

Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.

Acho que eu provavelmente devia começar essa resenha fazendo uma pequena confissão da qual eu não sou particularmente orgulhosa. A minha confissão é: eu não estava muito interessada em ler esse livro a principio porque eu sempre tive um certo “preconceito” ao pensar nesses livros de romance de época e achava que nenhum deles nunca iria me agradar. Mas como nós decidimos resenhar todos os 9 livros que tem nessa série, eu resolvi dar uma chance, começando diretamente no segundo livro para tirar minhas próprias conclusões ao invés de ficar presa nesse pensamento e devo dizer que: valeu a pena.

Anthony Bridgertons, dito pela própria Lady Whistledown (a própria gossip girl da alta sociedade de 1800), é um libertino dos piores: gosta de festas e de bebidas e principalmente de mulheres, nunca parando com nenhuma até que resolve que enfim chegou a hora de se casar, mas para isso ele quer a noiva perfeita: uma moça que seja bonita, atraente o suficiente para que ele a deseje e possam ter filhos juntos, inteligente o bastante para que eles possam ter boas conversas, mas principalmente que mesmo com todas essas características ele saiba que não corre o risco de se apaixonar e amar sua esposa, porque sabe que seu coração é algo que não pode dar assim, simplesmente porque ele tem em sua mente que ele morrerá cedo (assim como aconteceu com o pai dele) e ele sabe que o amor apenas complicaria essa equação.

“Anthony não era um cínico completo: sabia que o amor verdadeiro existia. Qualquer pessoa que tivesse ficado no mesmo cômodo que seus pais sabia disso. Mas amor era uma complicação que ele preferia evitar. Não tinha desejo algum de presenciar esse milagre em particular na própria vida.”

Assim, em um baile, ele conhece Edwina que é justamente tudo isso que ele colocou nessa lista de noiva perfeita e ele sabe que a garota é a escolha certa. O que ele não contava nisso tudo é com a irmã de Edwina, Kate, que antes mesmo do próprio Anthony cogitar se relacionar com a irmã mais nova dela, já o riscou da lista de futuros pretendentes simplesmente pelo fato da colunista de fofoca sempre apontar o quanto ele é libertino e o quanto não é confiável próximo a mulheres bonitas.

E para piorar a situação de Anthony, Edwina já tinha deixado claro para todos seus futuros pretendentes que só aceitaria ser cortejada pelo homem que passasse pela dura aprovação de Kate (quase em uma especie de ‘A Megera Domada’) e Kate é muito irredutível quanto a Anthony: não gosta dele e certamente preferia a irmã virando freira do que casando com o homem, não importando o quanto de dinheiro ele tem, nem o quão bonito e charmoso ele é.

“Havia algumas verdades que Kate decidira aceitar fazia muito tempo. Nunca aprenderia a dançar uma valsa sem tentar conduzir o parceiro; sempre teria medo de tempestades de raios, por mais que dissesse a si mesma que estava sendo ridícula; e, não importava o que vestisse, quanto arrumasse o cabelo ou beliscasse as bochechas, nunca seria tão bela quanto Edwina.”

Eu preciso dizer que antes mesmo de Anthony e Kate se cruzarem eu já sabia que acabaria shippando os dois pelo simples fato que toda essa história de pessoas que se odeiam e acabam atraídas uma pela outra é o meu tipo de clichê favorito, digo isso sem medo algum. Eu sempre adoro histórias assim, mas o melhor de tudo é o modo como foi sendo construído em torno deles, de um jeito que é bem leve e bem divertido de ler, tanto que você não vê a hora passando por estar ali, concentrada e querendo saber o que vai acontecer entre esses dois e todos os encontros desastrosos entre eles que acabam sempre em brigas – e eles pensando um no outro ao ficarem distantes, creditando tudo ao “ódio” que sentem e não a todo o desejo reprimido.

Eu não li os outros ainda, mas já falei para a minha amiga que duvido que eu ache uma personagem feminina que eu goste mais do que Kate simplesmente porque ela é maravilhosa. Ela tem todo um humor ácido e é cheia de respostas (algo que naquela época não era muito agradável em moças que tinham que estar sempre cheias de cuidado com as coisas que diziam e como se portavam), além de ter uma personalidade bem forte. E é provavelmente por isso que ela e Anthony se encaixam tão bem um com o outro, além do fato dela entender as coisas que ele pensa – e que nem ele tem coragem de verbalizar.

Vale lembrar também que Anthony é o “chefe” da família, é o irmão mais velho e ele é responsável por todas as coisas da família, desde o dinheiro até as propriedades e também ajuda a “cuidar” dos irmãos, apesar de serem todos adultos. Ele é o filho mais velho e começa com a letra “A” (todos os irmãos e irmãs começam com a letra subsequente a do seu nome), além de ser o primeiro dos irmãos (homens) a se casar. Conforme se fala no primeiro livro, a primeira entre todos a se casar (homens e mulheres) é a Daphne.

“E então, um dia, isso mudou. Era engraçado, refletiu mais tarde, como a vida de alguém podia mudar num único instante, como tudo podia ser de um jeito num minuto e, no seguinte, simplesmente se transformar em algo diferente.”

Claro que, como todo bom livro de romance, não poderia faltar algum drama e o responsável pelo drama nesse caso é o passado dos dois. Os dois tem histórias tristes no passado sobre perdas pessoais e isso passa bastante em quem eles são e nos traumas que carregam, mas é interessante também ver como eles enfrentam isso juntos na hora em que tem que enfrentar.

Eu realmente gostei da construção do casal e gostei da forma como eles lidam com tudo, além de ter achado a leitura muito simples também e bonitinha até da forma como foi toda desenrolada. Como eu disse no inicio da resenha, valeu a pena vencer esse meu preconceito e dar uma chance a esse livro, e eu tenho muita certeza que a série “Os Bridgertons” vai entrar para a minha lista de guilty pleasure, porque eu pretendo ler todos os livros e também assistir ao seriado (torcendo e rezando e esperando que seja tão gostoso de assistir como é de ler).

“Alguns laços, ele começava a perceber, eram mais fortes que os de sangue.”

Alias, eu mencionei também que não cheguei a ler o primeiro, indo direto ao segundo e queria dizer que não me fez realmente falta, não teve nada nele que indicasse que eu precisava ter lido o primeiro para entender, então eu imagino que todos eles sejam sim bem independentes um do outro, apesar de estarem ligados pela mesma saga.

Então se você, assim como eu, tem um certo preconceito, eu te digo para enfrentar ele e pegar pelo menos um: leia as sinopses, escolha seu irmão favorito entre elas e então leia e se divirta, porque é realmente bem bom de ler esses livros, bem divertido e, claro, cheio de romance. Agora, se você já leu todos eles, não esqueça de vim comentar com a gente e nos falar qual deles que é o seu favorito!

Em tempo: “Os Bridgertons” é uma série composta por 9 livros (um livro para cada irmão e, ao final, um livro “bônus” com o final de cada um). Iremos resenhar a série de livros em antecipação a série da Netflix, que está sendo gravada mas ainda não tem data de estreia.

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2 comentários em “Resenha: O Visconde que me Amava (Os Bridgertons #2) – Julia Quinn”



  1. Ana luiza disse:

    Eu tive a sensação de que os irmãos sitiam muita pena das futura esposas, quando ainda tava desenvolvendo a história, não me passou um sentimento bom

  2. lepimenta disse:

    Estou super ansiosa pela estreia amanhã, já li toda a série e sou loucamente apaixonada pela autora, O visconde que me amava é um dos meus preferidos da série!



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