20.08

“O duque e eu” (Os Bridgertons #1)
Julia Quinn
Arqueiro – 2013 – 321 páginas

Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas.

Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível.

É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga.

A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.

Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.

Quando se fala em contos românticos da era vitoriana, tem alguns elementos que não podem faltar: um casal improvável, uma mocinha a frente do seu tempo e um herói romântico perfeito em sua imperfeição.

Logo de início, o livro já traz um estilo diferente ao gênero mas com um quê de Jane Austen na ironia e na apresentação que já encanta e prende os leitores aficionados no gênero.

O Duque e Eu’ traz a narrativa de Daphne – a quarta filha dos Bridgertons mas a primeira filha mulher – já em idade de se casar e há DUAS TEMPORADAS (!!) sem pretendentes aceitáveis e Simon Basset, duque de Hastings (e do título), amigo do irmão mais velho de Daphne que resolve ajudá-la a arranjar pretendentes de forma nada tradicional: fingindo interesse na moça, para que os outros solteiros também notem sua presença.

É spoiler falar que eles vão se apaixonar no meio desse plano absurdo? Poque se for, bom, SPOILER ALERT! Se não, segue o baile. E os bailes aqui são a alma da história e do relacionamento dos dois. Com um natureza expansiva e decidida, Daphne traz um dinamismo poucas vezes encontrados em mocinhas históricas e leva o seu papel de protagonista com louvor: o tempo todo, ela decide ativamente o seu destino e não fica esperando que outros resolvam seus problemas por ela. Sofre? Sofre, mas pessoas decididas também são frágeis e a autora sabe equilibrar bem essas facetas da personagem e nos presentear com alguém que realmente nos importamos.

O que nos leva a Simon, nosso duque. Taciturno e alheio às festas e compromissos sociais (qualquer semelhança com o eterno Sr. Darcy pode ser coincidência mesmo ou o olhar já viciado dessa resenhista que lhes escreve), ele se depara com uma situação até então desconhecida a ele: o apelo e atenção indesejada das mães e debutantes da sociedade inglesa. Desconhecida a ele porque o galante passou a vida inteira fugindo – literalmente – do pai e só retornou a Inglaterra com sua morte.

Entre a família amorosa que cerca Daphne e o histórico nada feliz do duque, temos situações das mais emotivas às mais engraçadas mas sempre cotidianas que fazem não só os dois pombinhos se aproximarem como os leitores identificar e torcer para que os dois consigam superar seus problemas.

O livro termina como todo livro de romance vitoriano à la Austen deve terminar: em casamento. Mas, Deus abençoe o Século XXI, Quinn é mais do que capaz de colocar em seus livros cenas pós-casamento. Com toda delicadeza e romantismo que lhe preza, a autora consegue imbuir notas menores e maiores de sensualidade ao longo de toda narrativa até culminar numa noite de núpcias de tirar o fôlego.

Altamente recomendado a quem gosta do gênero e principalmente, àqueles que não gostam, esse livro pode ser a porta de entrada para um novo universo inesperado a quem não conhece e totalmente ansiado a quem já se apaixonou há tempos pela Londres Vitoriana.

P.s. Lady Whistledowné ou não é a m.e.l.h.o.r colunista de fofoca de todas as eras?

Em tempo: “Os Bridgertons” é uma série composta por 9 livros (um livro para cada irmão e, ao final, um livro “bônus” com o final de cada um). Iremos resenhar a série de livros em antecipação a série da Nefflix, que está sendo gravada mas ainda não tem data de estreia.

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1 comentário em “Resenha: O duque e eu (Os Bridgertons #1) – Julia Quinn”



  1. Ana Laura disse:

    Eu li o livro, e não gostei muito, mas amei o segundo volume, achei o visconde que me amava incrível! Ótima resenha, beijocas e sucesso!!



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