10.05

Sinopse: Quando a rainha Elyssa morre, a princesa Kelsea é levada para um esconderijo, onde é criada em uma cabana isolada, longe das confusões políticas e da história infeliz de Tearling, o reino que está destinada a governar. Dezenove anos depois, os membros remanescentes da Guarda da Rainha aparecem para levar a princesa de volta ao trono – mas o que Kelsea descobre ao chegar é que a fortaleza real está cercada de inimigos e nobres corruptos que adorariam vê-la morta. Mesmo sendo a rainha de direito e estando de posse da safira Tear – uma joia de imenso poder –, Kelsea nunca se sentiu mais insegura e despreparada para governar. Em seu desespero para conseguir justiça para um povo oprimido há décadas, ela desperta a fúria da Rainha Vermelha, uma poderosa feiticeira que comanda o reino vizinho, Mortmesne. Mas Kelsea é determinada e se torna cada dia mais experiente em navegar as políticas perigosas da corte. Sua jornada para salvar o reino e se tornar a rainha que deseja ser está apenas começando. Muitos mistérios, intrigas e batalhas virão antes que seu governo se torne uma lenda… ou uma tragédia.

Como diz a sinopse de “A Rainha de Tearling”, Kelsea foi levada da realeza logo que sua mãe faleceu em uma tentativa de colocarem ela com uma certa proteção e longe de toda aquela bagunça de pessoas dispostas a tudo para terem uma coroa e também para que ela pudesse aprender tudo que pudesse sobre como sobreviver e sobre como governar. Durante muitos anos, Kelsea, que criou uma imagem perfeita da própria mãe, ficou com esperança de que a mesma aparecesse para buscar ela e a levar para casa, mas quanto mais o tempo passava, mais a garota sentia que aquilo não se tornaria realidade.

Então ela seguia a vida com os seus pais de criação, Barty e Carlin, que ensinavam de tudo pra ela, mas que também mantinham certas coisas sobre o reino as escondidas dela, para que ela não tivesse nenhuma ideia errada e porque eles dois, mesmo com a morte da rainha, ainda eram absurdamente fiéis a ela e queriam que Kelsea também fosse, assim ela cresceu cercada por livros que ela amava ler, mas também por muitos segredos que não eram confiados a ela.

O que ela não contava é que um dia seria encontrada pelos guardas de sua mãe, que juraram fidelidade a ela também, para ser levada de volta ao Reino de Tearling e tomar seu lugar como princesa herdeira. Durante um caminho perigoso até a chegada no castelo, Kelsea é guiada pelos guardas, mas também conhece outras pessoas, como um grupo de ladrões liderado por Fetch, um ladrão muito conhecido no reino por sempre ir contra o tio de Kelsea e tirar a melhor.

“- Conhecer seu inimigo, Kelsea. Até mesmo um livro pode ser perigoso nas mãos erradas, e quando isso acontece você culpa quem o segura, mas também lê o livro.”

E, acreditem, tudo isso acontece logo de cara no início do livro: somos apresentados a Kelsea, seus tutores, os guardas e também tem toda essa cena de perseguição tanto do grupo de ladrões com ela, como das pessoas mandadas por seu tio que absolutamente não quer que ela tome o lugar de direito dela e sim que ele fique ali reinando como tem feito durante toda a vida da garota.

Quando ela chega no reino, descobre enfim que não é tudo aquelas mil maravilhas que ela imaginava: devido a um pacto feito com a Rainha Vermelha, que comanda o Reino de Mortmesne, todo mês são enviados para o outro reino grupos de pessoas sorteadas para a rainha de lá fazer o que bem entender com eles (em um lance bem Jogos Vorazes, eu sei), mas Kelsea não aceita isso e então, como seu primeiro ato, antes mesmo de tomar o lugar dela no trono, ela acaba com aquilo tudo e não permite que as pessoas sejam levadas, deixando claro que vai arcar com todas as consequências possíveis desse ato até um tanto quanto impulsivo.

Claro que essa é apenas a primeira de outras coisas que Kel vai enfrentar logo no primeiro livro, e que bem, se eu falar, qual vai ser a graça? Sem maiores spoilers aqui!

“- A primeira página de sua história, Lady. Que seja um grande ato.”

Eu preciso dizer que depois de ler esse livro, foi como se uma onda refrescante me atingisse. Eu tenho certeza que já mencionei em resenhas anteriores o quanto tem me incomodado o fato de todas as mocinhas ultimamente tem sido feitas de uma forma em que elas ficam presas em um triângulo amoroso com um lado que é claramente alguém que está enganando ela e o outro lado é alguém confiável. E como a mocinha SEMPRE cai no papo de quem não presta e acaba confiando até demais nele.

Kelsea não é absolutamente nada disso. Dona de uma mente bem afiada e sendo uma pessoa que muito rapidamente pega o jeito das pessoas e vê como deve ou não lidar com ela, eu não vi ninguém no livro todo passando ela para trás. Até quando uma pessoa é traidora de fato, ela sabe que é, apesar de não querer acreditar nisso e “deixa pra lá” a própria desconfiança. Ela é forte, determinada e não deixa nenhum minuto de lutar por aquilo que acredita desde incomodar para ter uma biblioteca no castelo até evitar que as pessoas fossem levadas para o outro reino. Mesmo quando ela não sabe de tudo ainda (leva um tempo para ela entender como a mãe dela realmente era e porque as pessoas mantêm tantas coisas escondidas dela, assim como o pai dela que é um mistério enorme, mas ela não fica fazendo choradeira por causa disso, ela tenta arrumar outros modos de saber a verdade sobre o que não é dito).

Só uma pequena coisa que me incomodou a respeito da Kel, não foi exatamente por causa dela, mas como todo mundo adorava apontar sobre o físico dela, várias vezes. É mencionado muito como ela não é exatamente bonita e como ela está um pouco acima do peso, e não sei, isso me incomoda porque não é como se isso fosse o traço mais importante dela – pelo menos não é pra mim. Só que ao mesmo passo em que isso me incomoda, eu “entendo” porque não é algo que estão acostumados no reino: todos estavam acostumados com a beleza e com o quanto a mãe de Kelsea era esbelta e ela parecia, pela forma como o livro conduz, abusar bastante disso.

“Mas não deixe que a confiança em armas prejudique seu julgamento, Kelsea. Seu juízo sempre foi apurado; cuidado para não perdê-lo no caminho. É fácil deixar-se levar quando se empunha uma espada.”

Fora a Kelsea, tem outros personagens que chamaram bastante minha atenção, como o próprio Fetch, que é um ladrão, pelo simples fato de que ele é meio que… um Robin Hood, digamos assim. Ele vive roubando a realeza e o tio de Kelsea chega a ter medo dele e do que o homem pode fazer com ele! É muito interessante as partes em que ele aparece e como ele gosta de tirar Kelsea da zona de conforto dela.

Outro personagem que eu me apaixonei completamente foi Lazarus, que todos chamam de Clava e faz parte da guarda que vai buscar Kelsea e depois de um tempo se torna uma das únicas pessoas em que ela confia cegamente, mesmo batendo de frente com ele muitas vezes, porque ele acha que as decisões que ela toma são bem perigosas. E também tem Pen, que é um dos novos guardas e que Clava coloca diretamente como guarda pessoal da Kelsea, o fazendo seguir ela para todo canto e também dormir no quarto em que ela fica para proteger ela de qualquer coisa.

Fora eles, tem a estonteante Rainha Vermelha. Nós não vemos muito dela no primeiro livro (o que eu espero sinceramente que mude no segundo livro), mas tudo que foi visto, serviu pra me encantar. Ela é uma boa vilã, não é aquele tipo de vilão chato, ela é inteligente também e pelo pouco que se viu dela, já deu pra notar que o embate entre ela e Kelsea vai ser uma briga de gigantes quando vier a acontecer pessoalmente e finalmente.

“Cuidado com o passado, Kelsea. Reine com sabedoria.”

Além dos personagens, a história em si, o plot principal do livro é maravilhoso. No início eu fiquei um pouco confusa com o tempo em que ele se passava, mas depois de um tempo eu entendi que se tratava de uma distopia no futuro, mas que com as guerras que aconteceram, eles voltaram a viver como se fosse uma época medieval. É difícil entender porque muito se fala de coisas que seriam “atuais” como a medicina, mas também tem muitas coisas que são realmente medievais, como as lutas de espada e as carruagens, coisas assim.

Eu me apaixonei perdidamente por esse livro, é seguramente um dos melhores inícios de trilogia que eu já li na vida, porque é algo que não somente encanta, mas também te prende e te faz se importar com os personagens: como eu disse, tem um traidor e eles ficam sabendo disso em uma parte do livro, mas enquanto eles buscam o traidor, eu ficava o tempo inteiro torcendo para que não fosse alguém que eu gostava MUITO porque eu não sabia se eu ia me recuperar dessa traição, eu mesma me sentiria traída! HAHAHAHAHAHA.

As minhas expectativas para o segundo livro (que logo eu vou começar a ler já) estão enormes, então eu espero realmente que essa trilogia seja uma daquelas em que a gente termina e sente até aquela dorzinha de ter acabado, aquele amor incondicional que nunca vai embora.

Eu indico muito esse livro para pessoas que gostam de distopias, como Jogos Vorazes, mas também gostam de livros sobre reinos e com personagens femininas muito fortes. É um livro excelente e espero que a continuação faça valer todo esse amor que eu passei a sentir por Kelsea e os outros personagens.

Obs. Na capa do livro está escrito que será feita uma adaptação para os cinemas e que Emma Watson já tinha sido escolhida para interpretar Kelsea, mas já fazem anos que saiu essa notícia e então absolutamente nada mais, então não sei dizer se o livro será realmente adaptado. (Uma pequena torcida para que não, sinceramente. Adaptações me deixam assustada).

Para comprar “A Rainha de Tearling”, basta clicar no nome da livraria:
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Submarino.
Travessa.

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